Saltar para: Post [1], Comentar [2], Pesquisa e Arquivos [3]




Xadrez nos Açores, aflição nos media

por José Mendonça da Cruz, em 26.10.20

O «risco de uma maioria absoluta» de direita que um pobre pivô temia concretizou-se nas eleições açorianas.

Esperam-nos, portanto, dias extremamente interessantes até ficarmos a saber se a direita de PSD e CDS é cobarde e deixa o PS formar governo; ou se faliu de vez, prestando-se uma ou outra das duas primeiras agremiações a formar governo com a terceira.

Claro que se a direita fosse politicamente corajosa, vencia o nojo ao Chega, como o PS venceu o nojo aos comunistas do PC e do Bloco, e assumia a governação, dando de passagem uma bofetada com luva de ferro ao governo central e sua geringonça.

Seja como for, esperam-nos tempos interessantes.

Se PSD e CDS formarem maioria absoluta e um governo com Chega, IL e PPM, havemos de divertir-nos muito com os contorcionismos de Sic, Tvi e RTP, em particular, e dos media, em geral, para explicarem que uma geringonça é benigna, natural e proveitosa em Lisboa, mas maligna, ilegítima e perniciosa em Ponta Delgada.

Se, por outro lado, PSD e CDS declararem nojo irreprimível a um Chega com o qual poderiam formar governo, teremos um Chega a fazer uma pergunta oportuníssima: «As luminárias da direita tímida que dizem que o Chega é o seguro de vida da esquerda não quererão explicar melhor essa sua tese?» A pergunta não deixaria de suscitar incómodos e consequências no continente.

Por fim, pode o Chega recusar qualquer negociação ou acordo. Com isso devendo esperar substancial perda de votos no continente.


4 comentários

Sem imagem de perfil

De balio a 26.10.2020 às 10:28


Não deixa de ter a sua graça ver pessoas que passaram quatro anos a vituperar o primeiro governo António Costa como sendo ilegítimo, por se tratar de uma coligação de "perdedores", e por ser chefiado pelo partido que "perdeu" as eleições, virem agora propugnar que nos Açores cinco partidos que "perderam" as eleições formem governo, retirando esse direito ao partido que "ganhou" as eleições.
Como as opiniões mudam com o tempo...
Sem imagem de perfil

De Anónimo a 26.10.2020 às 12:19


O partido mais votado _ mesmo com maioria relativa _ era quem formava governo. Era este o sistema desde que vivemos em Democracia.  Parece que v. já se não lembra... memória selectiva?
Quem subverteu essa "regra" foi o PS. Por conveniência, por oportunismo, por desespero, por falta de escrúpulos para tirar o Costa da aflição e do humilhante resultado. Nem sequer atingiu uma maioria relativa! Foi uma Derrota! Repito: Derrota (Lembra-se?Também já não se lembra, claro!) Abriu o precedente. Agora tem de se "aguentar", meu caro!
Segundo as novas "regras" que o PS implementou em 2015, passou a ser assim: olha-se para o panorama geral dos resultados eleitorais e faz-se a "leitura" da maior tendência e incidência parlamentar. O que esses figurões apregoavam na altura era que os governos se formam a partir do Parlamento e se legitimam a partir dele. Perante tal argumento... palavras para quê?! 
Seguindo as novas regras, nos Açores a tendência é clarinha como água, compreendeu? Vamos ver a coragem que tem essa nova maioria parlamentar e quero rir-me, se isso se concretizar, o que dirão os geringonços.
SF
Sem imagem de perfil

De balio a 26.10.2020 às 14:37


Num sistema multipartidário como o nosso, não há derrotas. Cada partido alcança uns tantos deputados, e ganha nessa exata medida. Uns partidos alcançam mais deputados, outros alcançam menos, mas nenhum "ganha" nem nenhum "perde".


Ontem nos Açores uns partidos alcançaram mais deputados e outros alcançaram menos. Agora veremos o que eles todos conseguirão fazer com aquilo que alcançaram. Todos terão o direito de, com os deputados que obtiveram, participar na barganha para formar governo. É assim que deve ser. Tal e qual como foi em 2015.


Ninguém tem a priori o direito de formar governo por ter "ganhado". Nem ninguém deixa de ter o direito de formar governo por ter "perdido". Todos os partidos que obtêm deputados têm o direito (e dever) de negociar uns com os outros. Agora nos Açores, tal e qual como no país em 2015.


Num sistema eleitoral como o do Reino Unido ou o dos EUA, há um partido que ganha e outro que perde, porque só há dois partidos. Mas no sistema eleitoral português, isso não é assim. Não há partido que "ganha" nem partido que "perde". Todos alcançam uns tantos deputados, e todos têm o direito de barganhar com eles.
Sem imagem de perfil

De Anónimo a 26.10.2020 às 18:02

"Tal e qual como foi em 2015" _  Disse muito bem, foi uma "barganha"  (= trapaça) o que foi feito na época.

Comentar:

Se preenchido, o e-mail é usado apenas para notificação de respostas.

Este blog tem comentários moderados.



Corta-fitas

Inaugurações, implosões, panegíricos e vitupérios.

Contacte-nos: bloguecortafitas(arroba)gmail.com



Notícias

A Batalha
D. Notícias
D. Económico
Expresso
iOnline
J. Negócios
TVI24
JornalEconómico
Global
Público
SIC-Notícias
TSF
Observador

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

Comentários recentes

  • Hugo

    A confiança constrói-se. Já se percebeu com quem M...

  • Filipe Bastos

    Perante resposta tão fundamentada, faço minhas as ...

  • Filipe Bastos

    O capitalismo funciona na base da confiança entre ...

  • anónimo

    "...Ventura e António Costa são muito iguais, aos ...

  • lucklucky

    Deve ser por a confiança ser base do capitalismo q...


Links

Muito nossos

  •  
  • Outros blogs

  •  
  •  
  • Links úteis


    Arquivo

    1. 2024
    2. J
    3. F
    4. M
    5. A
    6. M
    7. J
    8. J
    9. A
    10. S
    11. O
    12. N
    13. D
    14. 2023
    15. J
    16. F
    17. M
    18. A
    19. M
    20. J
    21. J
    22. A
    23. S
    24. O
    25. N
    26. D
    27. 2022
    28. J
    29. F
    30. M
    31. A
    32. M
    33. J
    34. J
    35. A
    36. S
    37. O
    38. N
    39. D
    40. 2021
    41. J
    42. F
    43. M
    44. A
    45. M
    46. J
    47. J
    48. A
    49. S
    50. O
    51. N
    52. D
    53. 2020
    54. J
    55. F
    56. M
    57. A
    58. M
    59. J
    60. J
    61. A
    62. S
    63. O
    64. N
    65. D
    66. 2019
    67. J
    68. F
    69. M
    70. A
    71. M
    72. J
    73. J
    74. A
    75. S
    76. O
    77. N
    78. D
    79. 2018
    80. J
    81. F
    82. M
    83. A
    84. M
    85. J
    86. J
    87. A
    88. S
    89. O
    90. N
    91. D
    92. 2017
    93. J
    94. F
    95. M
    96. A
    97. M
    98. J
    99. J
    100. A
    101. S
    102. O
    103. N
    104. D
    105. 2016
    106. J
    107. F
    108. M
    109. A
    110. M
    111. J
    112. J
    113. A
    114. S
    115. O
    116. N
    117. D
    118. 2015
    119. J
    120. F
    121. M
    122. A
    123. M
    124. J
    125. J
    126. A
    127. S
    128. O
    129. N
    130. D
    131. 2014
    132. J
    133. F
    134. M
    135. A
    136. M
    137. J
    138. J
    139. A
    140. S
    141. O
    142. N
    143. D
    144. 2013
    145. J
    146. F
    147. M
    148. A
    149. M
    150. J
    151. J
    152. A
    153. S
    154. O
    155. N
    156. D
    157. 2012
    158. J
    159. F
    160. M
    161. A
    162. M
    163. J
    164. J
    165. A
    166. S
    167. O
    168. N
    169. D
    170. 2011
    171. J
    172. F
    173. M
    174. A
    175. M
    176. J
    177. J
    178. A
    179. S
    180. O
    181. N
    182. D
    183. 2010
    184. J
    185. F
    186. M
    187. A
    188. M
    189. J
    190. J
    191. A
    192. S
    193. O
    194. N
    195. D
    196. 2009
    197. J
    198. F
    199. M
    200. A
    201. M
    202. J
    203. J
    204. A
    205. S
    206. O
    207. N
    208. D
    209. 2008
    210. J
    211. F
    212. M
    213. A
    214. M
    215. J
    216. J
    217. A
    218. S
    219. O
    220. N
    221. D
    222. 2007
    223. J
    224. F
    225. M
    226. A
    227. M
    228. J
    229. J
    230. A
    231. S
    232. O
    233. N
    234. D
    235. 2006
    236. J
    237. F
    238. M
    239. A
    240. M
    241. J
    242. J
    243. A
    244. S
    245. O
    246. N
    247. D

    subscrever feeds