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Estou, portanto, sem representação. O meu ínfimo e miserável voto será mais um a juntar-se às colunas nem ínfimas nem miseráveis da abstenção. O meu voto olha para trás sem saudade e deseja aos partidos do sistema que, um dia, olhem em redor e não vejam ninguém, e que, depois, tardiamente, perorem sobre populismo.
O Dr. Rui Rio tem uma ambição: fazer do PSD um verdadeiro PS. Entretanto, até esse momento salvífico, o Dr. Rui Rio quer fazer do PSD o melhor amigo e imitador do PS, o seu aliado para o diálogo, a sua bengala contra o extremismo. O Dr. Rui Rio vê na antiga hoste de Sócrates que agora novamente governa gente perfeitamente fiável e equilibrada, sociais-democratas como ele. Ao Dr. Rui Rio não ocorre crítica ou indisposição alguma sobre carga fiscal ou omnipresença do fisco, sobre a hipoteca do futuro a funcionários e sindicalistas, sobre o estado da saúde, sobre captivações, sobre segurança social, sobre as políticas estatistas e de sacrifício da liberdade na educação e na economia, sobre divergência em relação à UE e oportunidades perdidas. O Dr. Rui Rio e a sua direcção garantem-nos que, salvo erro ou adiamento, o futuro começa em 2022. O Dr. Rio está próximo de Pacheco Pereira, que desconsidera qualquer política que fale de empresas, e não de trabalhadores (a mesma frase, quase ipsis verbis, que Jerónimo Sousa disse ontem ao PS).
O meu voto tem nojo ao Dr. Rui Rio. É atraído por aquilo a que Pacheco Pereira tem nojo, porque eu considero que uma política que opõe «trabalhadores» e «empresas» é reaccionária e retrógrada. O Dr. Rui Rio estará perto de nos presentear com a citação que toda a acção política pusilânime cita: «a política é a arte do possível». Repete-se o paradoxo de um chanceler de ferro proporcionar tão boa desculpa a figurantes de plasticina.
A Dr.ª Assunção Cristas jura que é de direita. Donde se segue – estranhamente, e segundo ela – que não tem nem programa nem ideias, só pragmatismo. Ou seja, a Dr.ª Assunção Cristas garante-nos que não fará mais que o possível, por medo de amedrontar alguém. Não terá valores, só caminhos. Entretanto, o que é o possível? O possível é competir com o PSD, um combate entre os dois, um contra o outro e contra o método de Hondt. A Dr.ª Assunção Cristas promete afirmar-se e ao seu partido, e, de passagem, garantir a vitória do PS nas eleições de 2009 e outras que venham.
O meu voto sempre teve nojo ao CDS, cujos excelentes quadros sinceramente admiro, mas a quem não dou o voto porque nunca sei para onde o levam. Podem ser liberais com dúvidas, um dia, e pender para o intervencionismo, no outro, uma espécie de socialismo menos maligno enroupado em democracia cristã. O meu voto tem nojo à política da Dr.ª Cristas, porque não sabe o que é, porque o pragmatismo manda umas coisas um dia, e o contrário delas no outro.
Para o Dr. Rui Rio e a Dr.ª Assunção Cristas ser-se maximalista, hoje, é considerar que a política do PS não consegue (nem visa) mais do que preservar a cepa torta, e, de passagem, garantir lugares e rendas aos amigos, ou que a actual forma de garantir a paz social entrega porções vitais do país à pré-história. O Dr. Rio e a Dr.ª Cristas combatem-se com a espada da possibilidade. O meu voto tem nojo a ela.
Hhmm. Se o Estado obrigasse as pessoas a votar, as pessoas votavam na direita? Genial ;). O CDS ainda não se lembrou de argumentar com essa…
Não faço ideia de quantos “eleitores de esquerda” se abstêm ou não vão votar, da mesma maneira que o José não faz ideia de quantos “eleitores de direita” se abstém ou não vão votar. Mas garanto-lhe que haveria muita gente de direita irritada por o Estado a obrigar a votar. Como sabe, há muita direita que não gosta que o Estado se meta na sua vida e a obrigue a fazer o que não quer.
O CDS não usa o mesmo argumento do José porque sabe que é um disparate.
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Muito bem!
Consultando o portal base.gov percebe-se que o Sr....
«As costas da Mina e a da Guiné foram desde o sécu...
Siga prà marinha.Muito bem.
Muito bem, nada a apontar