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Não é segredo, para quem lê o que escrevo, a minha quase permanente irritação com a qualidade do jornalismo em Portugal (suspeito que não é caso único no mundo, mas é este que conheço melhor).
E, sobretudo, a minha incompreensão sobre o feroz corporativismo do jornalismo, que na prática bloqueia a crítica saudável, isto é, aquela que permite melhorar o desempenho.
O Público criou, há muitos anos, um provedor do leitor que, inicialmente, fazia um bom trabalho. Mas rapidamente foi capturado pela redacção porque os provedores seguintes se achavam, esta é a minha interpretação, mais provedores do bom jornalismo - isto é, o jornalismo que os provedores entendiam que deveria existir - que dos leitores.
Desliguei, portanto, desse mecanismo de escrutínio do jornalismo, tal como desliguei dos mails para os jornalistas do Observador, que inicialmente resultavam em qualquer coisa de útil e, depois, pura e simplesmente ou deixaram de ter resposta, ou têm respostas burocráticas a negar a discussão da crítica dos leitores.
Um dia destes, perante a evidente manipulação do jornal para fins privados, protestei junto do Provedor do leitor do Público.
Confesso que quando o Provedor me mandou um mail a reencaminhar a resposta do jornalista, temi que o assunto morresse como de costume.
Mas não, hoje o Provedor, na sua coluna, não só fala do assunto, como responde de forma clara e conclui cristalinamente: "o provedor considera que o artigo em causa viola o artigo 1º do Código Deontológico dos jornalistas e o ponto 15 do Livro de Estilo do Público, com a agravante do jornal ter feito sua a opinião de uma das partes".
Com certeza fico satisfeito por haver outras pessoas, com mais distância do assunto, que corroboram o que eu dizia sobre o artigo (ou parte do que eu dizia, mas uma parte muito relevante), mas não é isso que me deixa mais contente, o que me deixa mais contente é verificar que há um provedor do leitor, num jornal, que se põe fora do habitual corporativismo e reconhece que os jornalistas também cometem erros de palmatória que o jornal não detecta a tempo de os impedir.
Muito obrigado, senhor Provedor (José Manuel Barata-Feyo, de seu nome).
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