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O Observador tem hoje duas verificações de factos que são bem o retrato dessa nova actividade da imprensa que é a verificação de factos (eu tinha a ideia de que não era precisa uma secção para isso, tinha a ideia de que era mesmo só essa a actividade da imprensa, mas eu sei que estou muito desactualizado).
Numa dessas verificações de factos propõem-se verificar uma afirmação de Carlos Guimarães Pinto, a de que o país não cresce há vinte anos.
Qualquer criança sabe que o país cresceu qualquer coisa e sabe que o que é relevante na afirmação é o facto do país ter crescido tão pouco que é perfeitamente razoável dizer que está estagnado há vinte anos. Pois bem, para o Observador, que reconhece essa estagnação, a afirmação não é verdadeira porque realmente se cresceu qualquer coisa (menos de 1% ao ano, em média).
Na outra verificação de factos resolve verificar se Catarina Martins é verdadeira quando diz que os contribuintes injectaram 25 mil milhões de euros na banca. O Observador diz que realmente o valor é basicamente certo, refere que desses 25 mil milhões mais de 5 mil milhões foram devolvidos, que com estes financiamentos o Estado teve um retorno em juros de mais de mil milhões de euros e, mais relevante, a maior fatia dos cerca de 18 mil milhões que sobram, correspondem à nacionalização de bancos ou à capitalização da Caixa Geral de Depósitos (acima de 10 mil milhões). Ou seja, ao custo das soluções que o BE defende para não haver injecções de 25 mil milhões de euros dos contribuintes na banca. Os 25 mil milhões de euros dos contribuintes reduzem-se para menos de 8 mil milhões e o Observador conclui que a afirmação de Catarina Martins é esticada, mas basicamente certa.
Com uma imprensa assim, naquilo que é a sua actividade central, a verificação de factos, qual é o espanto de termos políticas de má qualidade, políticos de má qualidade e governos de má qualidade?
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