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Vai tudo ficar bem?

por João Távora, em 07.07.20

mascaras-de-gas.jpg

É para mim evidente que o coronavírus é uma ameaça que a prudência obriga a que cada um assuma uma atitude profiláctica, principalmente para se proteger os membros mais frágeis da comunidade. Dito isto, está nos manuais, toda a gente sabe que um dos assuntos que mais vendem jornais é a doença - e isto é um assunto sério. É sabido que uma epidemia é um pitéu para vender notícias, mais ainda se o ‘media’ for sensacionalista, que assim se dispõe a dar ao povo a emoção alienante por que anseia, com uma justificação moral do “quem te avisa teu amigo é”.
A minha dúvida é como é que se pretende animar a economia com mensagens tão contraditórias. É irónico que os media lamentem a exclusão de Portugal dos corredores aéreos britânicos para o turismo ao mesmo tempo que andam à cata de mosquitos na outra banda, seja de residuais complicações da infecção em jovens ou da propagação do COVID19 por aerossóis. Perante o medo instalado estará a generalidade das pessoas disposta a ver as esplanadas de Albufeira ou de Alfama cheia de ingleses eufóricos a beber cervejas? Não me parece.
Definitivamente não existe um ambiente propício para a urgente retoma económica, para mais num país tão dependente dos negócios hoteleiros - tornámo-nos na taberna fina da Europa (nada contra!). Do lado de lá da fronteira e… do lado de cá. Experimentem dar uma volta nocturna no centro da vila de Cascais, Bairro Alto ou Vilamoura para se ter a noção do tamanho do desastre que se avizinha. Enquanto a metade do País que vive de rendimentos garantidos se enrosca assustada no sofá ao serão a ver telejornais transmitidos em directo duma qualquer enfermaria de hospital. Acreditam mesmo que isto vai tudo ficar bem?


11 comentários

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De Anónimo a 07.07.2020 às 12:32

Portugal parece que come dinheiro. Estão sempre cheios de fome de dinheiro e aproveitam todo o bicho careto que entre para consumir qualquer coizinha...a favor do raio da economia! Não se devia deixar entrar cá ninguém por agora, até ver no que ficamos. Nós é que não queremos cá os Ingleses e outros terminados em êses, seja quem for!
Deviam encerrar á turistada. -"Orgulhosamente , por agora, sós!"
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De Luís Lavoura a 07.07.2020 às 14:18

Claro que não vai ficar tudo bem. De forma nenhuma. Esse slogan do "vai ficar tudo bem" foi uma asneirada lamentável, que eu não sei quem é que inventou, que desprezou totalmente o desastre económico que o comportamento das pessoas perante a epidemia representou e representa.
É a sociedade a suicidar-se.
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De Luís Lavoura a 07.07.2020 às 14:24

Sabe-se hoje, pela experiência acumulada, que uma das formas mais frequentes de o coronavírus se transmitir é através de pessoas contaminadas que expiram fortemente (não é preciso que espirrem nem que tussam, basta que expirem com força) perto de outras. Isso acontece quando pessoas cantam, quando pessoas gritam ou falam alto, ou quando pessoas fazem exercício físico intenso.

Assim, pessoas em grupo a beber cerveja, e concomitantemente a falar alto e a rir umas para as outras, durante horas num bar de Cascais ou de Albufeira, são certamente uma receita para o espalhamento do vírus.

Lamento muito o colapso dos bares e discotecas, e das aulas em grupo nos ginásios. Mas trata-se, de facto, de atividades muito inconvenientes durante esta epidemia.
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De António José Sousa Fonseca a 07.07.2020 às 14:55

Deve ser por isso que os lares são dos mais afetados e aconteceu aquele foco na Azambuja. 
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De Luís Lavoura a 07.07.2020 às 15:21

Julgo que nos lares não é infrequente os cuidadores gritarem uns para os outros (quando estão longe e se querem fazer ouvir, etc), e haver atividades em que as pessoas cantam em grupo. Basta um cuidador ser portador do vírus para, quando faz uma dessas coisas, por os outros em risco.
De qualquer forma, não estou a dizer que falar alto e cantar (perto de outras pessoas) sejam as únicas formas de expelir o vírus. Mas são, certamente, das principais e das mais frequentes.
Hoje em dia parece cada vez mais claro, pelos locais onde as infeções surgem, que elas raramente são causadas por contacto com superfícies, e que as mais das vezes a contaminação é feita diretamente da boca de quem expira para o nariz de quem inspira, quando quem expira o faz com força.
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De António José Sousa Fonseca a 07.07.2020 às 16:40

Nunca trabalhou num lar, pois não?
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De Anónimo a 07.07.2020 às 19:24


Haverá muitas vias de contágio concerteza, mas já pensou que os cuidadores de lares também têm família...têm filhos...eventualmente jovens que gostam de andar nas noitadas com os amigos....é fácil....
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De zazie a 07.07.2020 às 17:02

Completamente certo.
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De Costa a 07.07.2020 às 19:19

"(...) tornámo-nos na taberna fina da Europa." Nem isso, receio. Somos, salvo ocasionais excepções, um dos locais onde hordas aterram à procura de álcool barato, comida abundante (e barata) e geral permissão para impune algazarra embriagada noite dentro. Vejam-se as reportagens dos noticiários televisivos de hoje, sobre as recentes noites algarvias. Essas esplanadas de Albufeira. 


De "fino" - de civilizado, culto, sereno, educado -, nada vi. Mas ouvi, imagine-se, queixumes sobre uma polícia agressiva para com os senhores turistas (miúdos em muito boa idade de receber, lamento, um berro e um par de estalos).


Mas foi esse o modelo (salvo raras excepções) que o turismo português, do estado ao proprietário do pequeno negócio de vender (muita) cerveja, há muito definiu como o português. Agora temos uma sua nova faceta: à incivilidade geral que dava dinheiro (quantidade em vez de qualidade, mas dinheiro); sucede agora, parece, apenas a incivilidade. É pena. Mais do que surpresa.



O sr. presidente da república (as minúsculas não são acidentais) exorta-nos a ir ao Algarve, este Verão. Algarve onde usualmente o português, em época alta pelo menos, é um cliente pobre, secundário, impeditivo de mais proveitoso negócio. Compreendo a aflição no sector, lamento-a e tremo perante as perspectivas. Mas o desastre não lhes é exclusivo: há mais e melhor Portugal. Por mim, a poder sair de Lisboa por uns dias, será para o Douro.


Costa
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De Anónimo a 07.07.2020 às 20:38

 ‘O governo não há-de cair – porque não é um edifício. Há-de sair com benzina – porque é uma nódoa’.



Eça de Queirós - em O Conde de Abranhos
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De voza0db a 09.07.2020 às 21:19


"É para mim evidente que o coronavírus é uma ameaça"


De que coronavírus está a falar?

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