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Pedro Filipe Soares, presidente do grupo parlamentar do Bloco de Esquerda, está neste momento na SIC-N a falar contra o lobby, ou lobbying, que, segundo a Wikipédia, será o nome que se dá à actividade de influência, ostensiva ou velada, de um grupo organizado com o objetivo de interferir directamente nas decisões do poder público, em especial do poder legislativo, em favor de causas ou objetivos defendidos pelo grupo por meio de um intermediário.
Ou seja, e basicamente, aquilo que o Bloco de Esquerda faz com enorme sucesso junto deste governo socialista. E ninguém se indigna. É o país que temos, é o que merecemos.
António Costa, no debate quinzenal na AR e a propósito da promiscuidade familiar que se verifica no seu Governo, defendeu que é preciso mudar a lei. E ninguém se indigna! Mudar a lei para quê? Eu não preciso de uma lei que me diga que não se pode matar ou que não se pode roubar para não matar ou roubar. António Costa, aquele que manda no país, ao defender que é preciso alterar a lei para proibir o que ele próprio andou a fazer está a admitir, a um tempo, que discorda do que faz e fez mas que só deixa de o fazer se o proibirem por lei. Ele, por si, não se mexe nem impede os outros.
Isto é de uma estupidez, de uma imbecilidade sem limites! Se António Costa acha mal o que faz, ao ponto de defender como necessária uma alteração legislativa que o impeça de fazer o que faz e fez, não faça! Não o tivesse feito! Não é preciso lei alguma, bastava vergonha na cara, um mínimo de decoro e de ética. E evitava ter levado nas trombas com a frase de Marcelo “se a ética não chega, temos de mudar a lei”.
A comunicação social, sempre amiga de Costa, não quer dar importância à frase mas nunca ouvi nada de mais assassino a Marcelo Rebelo de Sousa (invariavelmente frouxo com as atitudes da geringonça e em particular tendo-se portado muito mal nesta novela do circo da família socialista).
Marcelo acusou António Costa de falta de ética e considera que só por lei António Costa respeitará minimamente a ética. Leve-se ou não a sério o que Marcelo diz sempre que lhe põem um microfone à frente, eu, que não sou nada nem ninguém, e se ele tivesse dito de mim o que disse de Costa, ou me enfiaria num buraco cheio de vergonha ou reagiria com indignação à acusação.
António Costa lá vai cantando e rindo, nem tenho a certeza de que tenha percebido a gravidade da acusação. Mas enfim…, a nossa comunicação social também não deve ter percebido, pois não vê nem comenta a evidência: Marcelo Rebelo de Sousa considera que António Costa só agirá com ética se existir uma lei que o impeça ou que o proíba de agir sem ética. E Costa ri-se e concorda. É o que temos. Chegámos muito baixo.
Considero que não se deve comentar decisões judiciais que não se leram nem estudaram aprofundadamente mas vou quebrar a minha regra a propósito do que se está a passar com o Desembargador Neto de Moura, pessoa que não conheço.
O Magistrado está a ser acusado na opinião pública por duas decisões de sua principal responsabilidade (embora as decisões sejam colegiais). Acontece que, na primeira proferida, ele limita-se a determinar que a decisão de primeira instância está correcta (e contra essa não vejo reacções). Pode não se concordar com a argumentação e considerandos do acórdão mas, no essencial, não vi crítica jurídica que se apontasse ao cerne das decisões, quer de primeira quer de segunda instância, ainda que com considerandos ou reflexões inapropriadas ou com as quais possamos não concordar. E aquilo que acabo de escrever trata-se de factos.
Relativamente à segunda decisão que se lhe aponta, menos ainda existe crítica jurídica que se lhe dirija: ela limita-se a observar o cumprimento da lei, goste-se ou não. A decisão de primeira instância (de aplicação da pulseira electrónica) exigia que esta se encontrasse fundamentada (dado o não consentimento do arguido à aplicação da pulseira electrónica) e isso não se verificou nessa decisão. Não podia, portanto, ser aplicada a pulseira, há que a retirar. É o que manda a lei, nada há a criticar. Pode também não se gostar do destino ao qual a lei manda chegar, mas é lá que a lei manda chegar. Isto que escrevo neste parágrafo são factos, também.
E objectivamente é só isto que está em causa.
Subjectivamente, deixo aqui a minha declaração de interesses. Por muito que me critiquem pela afirmação seguinte, acho que um tipo que levanta a mão contra a mulher ou namorada deveria (pelo menos) levar uma carga de pancada dos irmãos de uma ou de outra, ou dos amigos mais próximos. A técnica Apache de enviar pauzinhos incandescentes por baixo das unhas não se me afigura exagerada neste tipo de situações. E a violência verbal contra a mulher ou namorada merece igual castigo. Ambas enquanto não vier a protecção das normas e instituições jurídicas, severamente aplicada (na minha opinião), mas respeitando as normas que o legislador nos impõe.
Ora não há registo de que, em qualquer dos casos, o Magistrado tenha feito má interpretação e aplicação das normas (para isso existem medidas processuais): nós é que queríamos umas penas mais pesadas para este tipo de vândalos, como é costume ouvirmos aquelas vítimas (ou parentes das vítimas) que, perante o microfone das televisões, apregoam que o assassino ou violador deveria ter sido condenado à morte ou levar com prisão perpétua, coisas que o nosso ordenamento não permite.
Posto isto, acrescento que pode acontecer que, nestes dois casos concretos que referi, nenhum de nós goste do resultado da aplicação das normas (e até preferisse o chicote) mas afigura-se também que, no plano jurídico, não há crítica a fazer-lhes (repiso: independentemente da fundamentação usada em um dos casos). Mas tudo isto deu origem a um conjunto de situações também importantes e que merecem reflexão.
Um feixe de reacções explosivas nas redes sociais e na comunicação social, com total desconhecimento das normas e muito provavelmente do teor das decisões proferidas, atacou ferozmente um concreto Magistrado (até na sua pessoa e dignidade) e as suas decisões, tomadas a coberto da legislação que nos rege. Transformou-se numa paródia. É fácil gozar com a coisa e quase todos, até humoristas ignorantes do direito, se sentiram no direito de ofender gravemente quem apenas se limitou a aplicar o direito vigente. E isto é muito grave. Provocou até o caso (extraordinário) de o Magistrado ter sido disciplinarmente advertido sem que, no plano jurídico-processual, algo lhe tenha sido apontado. A acreditar na comunicação social (e eu raramente acredito), o próprio terá pedido para não tratar mais deste tipo de situações. Eu considero tudo isto (a começar pela violência doméstica) muito grave.
Agora pense-se no seguinte: amanhã, a propósito de uma outra qualquer situação, seja o caso de Sócrates, seja de Ricardo Salgado, seja do que for, a comunicação social e a malta das redes sociais começa a disparar, por disparate ou não, contra um qualquer magistrado judicial (ou do ministério público). Do tipo daqueles bloguers pagos pelo amigo. E conseguem que eles sejam afastados. Ou se queiram afastar. Ou sejam denegridos. Ou advertidos disciplinarmente. Isto não pode estar bem.
Coisas sérias deviam ser tratadas seriamente.
Vejo na comunicação social que Centeno disse hoje no Parlamento que é falso que tenha havido aumento de impostos, justificando a afirmação com a eliminação da sobretaxa de IRS, a reorganização dos escalões do IRS, a subida do mínimo de existência e a descida da taxa do IVA na restauração. Acrescenta que o enorme aumento de impostos ocorreu em 2013 e que os portugueses pagam agora mais impostos apenas porque ganham mais. Teve ainda o topete de se referir a um “alívio fiscal”. É espantoso!
A primeira constatação que se pode fazer é desde logo que o Ministro é um charlatão, para não dizer aldrabão, que a oposição anda ali aos papéis, pois não oferece contestação a este tipo de disparates, e que a comunicação social continua a limitar-se a ser um papagaio, provavelmente a pensar numa futura contribuição do desgraçado contribuinte. Três em um.
Ora bem. A sobretaxa do IRS foi paga ainda agora, em Agosto de 2018, por muito boa gente. Gente da classe média ou mesmo remediada. O mesmo tipo de gente que, não podendo em lado algum do mundo considerar-se rica ou equivalente, paga em Portugal impostos no escalão dos mais ricos. Eu, por exemplo, e para registo de declaração de interesses.
Mexida nos escalões do IRS?!? Mas pensará ele que somos todos parvos? Que somos todos comunicação social? Que somos todos amigos da geringonça e de António Costa? As alterações nos escalões foram mínimas e não alteraram o essencial! Esta malta do PS, que tanto criticou (e continua a criticar, sem pejo nem vergonha) o enorme aumento de impostos numa altura em que o país estava a tentar sair da bancarrota em que o próprio PS o tinha colocado, praticamente mantém a coisa tal como estava! Reponha o PS os escalões que existiam anteriormente, que era o que devia fazer antes de aumentar a despesa!
É verdadeiramente inconcebível que António Costa se ponha a prometer mais aumentos na função pública antes de repor os escalões de IRS que existiam antes da bancarrota; e ninguém se incomoda com isto! A oposição cala-se, a comunicação social acomoda-se, e esta malta socialista diz e faz o que lhe apetece! E ainda se queixam de que a juventude esclarecida fuja do país!
Os portugueses pagam mais impostos porque estão a ganhar mais?!? Este tipo é um mentiroso! Uma enorme fatia dos portugueses está a pagar mais impostos ganhando o mesmo, ou sensivelmente o mesmo, mas apenas porque foram colocados em escalões diferentes de IRS perfeitamente inconcebíveis! Reponha o PS os escalões anteriores à troika, anteriores às alterações de 2013! Se está tudo tão bem, se tanto criticaram as medidas na altura, façam-no agora! Estão há três anos no governo!
Mas o que mais me impressiona é que tenha de ser eu a dizer isto! Eu tenho outra vida, outra ocupação, outro trabalho. Não há políticos na AR ou jornalistas e comentadores sérios na comunicação social que constatem estas evidências, este embuste, esta mentira? Esta geringonça mantém os níveis de impostos anteriores, os escalões de IRS impostos pela bancarrota socialista, e ainda aumenta brutalmente os impostos indirectos, e ninguém se indigna?!? No Parlamento não se oferecem contestações? Na comunicação social papagaia-se a propaganda socialista sem comentário?
Isto é um país miserável, tem o que merece!
A história conta-se em duas penadas. Há uns anos atrás o PSD mandou Rui Rio fazer o papel de idiota útil e vir para o Porto perder as autárquicas para Fernando Gomes. Ele prestou-se ao papel e, sem saber como, o pântano de Guterres foi completamente varrido por todo o país e caiu-lhe em sortes no regaço a Câmara do Porto, município para o qual não tinha qualquer ideia ou proposta para além do combate aos agentes da cultura, ao FCP, e umas vagas ideias confusas sobre o Parque da Cidade. O Parque da Cidade foi uma das coisas boas que se ficaram a dever a Fernando Gomes, que conseguiu que os proprietários privados, confiantes e de boa fé, permitissem a sua criação e fruição pelas pessoas antes de ficarem concluídos todos os acordos firmados. Rio não fez caso e rasgou os acordos em tirinhas, o que deu origem a diversos processos judiciais cujo destino viria a ser, indubitavelmente, o insucesso. Perante tal cenário, foram-se fazendo novas combinações, gastando-se milhões ao contribuinte, e Rio saiu do palco de rabinho entre as pernas. Vem daí o seu ódio à justiça e aos tribunais.
Daí que não se possa estranhar que o seu sonho, agora claramente manifestado, seja poder controlar o poder judicial (não tenhamos ilusões, é disso que se trata quando este PS e o PSD pretendem alterar os estatutos dos magistrados judiciais e os dos magistrados do Ministério Público). É bem certo que o PS acabou por deixar Rio a falar sozinho e a fazer as tristes figuras a que nos tem vindo a habituar mas também aqui não tenhamos ilusões: com a habilidade trapaceira que se lhes deve reconhecer, Costa e o PS voltarão à carga pois também sonham controlar o poder judicial (coisa que não têm logrado alcançar apenas com a pressão remuneratória, face à qualidade e honradez da maioria dos magistrados). Convirá não esquecer: Costa é aquele a quem telefonavam a pedir batatinhas aquando do inquérito do abuso sexual a menores desprotegidos, Ferro Rodrigues era o que na mesma altura pretendia evacuar (batatas também?) sobre o segredo de justiça, e os seus actuais apaniguados são praticamente os mesmos que acompanharam alegremente Sócrates no seu demencial percurso. Não me surpreende a campanha do PS e de Rui Rio, embora confesse estranhar bastante que esta seja a posição do PSD, mas é lá com eles.
A suposta separação de poderes e independência do poder judicial na verdade não existe completamente quando o poder legislativo e o executivo desrespeitam permanente o poder judicial (e têm-no feito, sempre, quer pela via remuneratória quer pela questão dos seus estatutos, praticamente imutáveis há mais de 30 anos). No fundo manda quem pode, obedece quem deve. Foi assustadora e muito perigosa a não recondução da melhor Procuradora-Geral da República que o país teve em muitos anos (e não me venham com inexistentes critérios formais). É igualmente assustadora e muito perigosa esta tentativa recente de criticar a actual Procuradora-Geral da República por ter dito o óbvio, aquilo que qualquer pessoa com coluna vertebral diria (simplificando: aceitei o cargo e as funções dentro de um determinado quadro e cenário, não o farei se o alterarem).
Perante os políticos que temos, perante este PS e este PSD, a sociedade civil (e a comunicação social mas esta, neste país, vale quase nada e ainda mendiga esmola aos contribuintes) deveria estar atenta ao que se está a passar. A sociedade civil e o Presidente da República mas este, como se tem visto, também tem valido de muito pouco…
«Disseram os ímpios: “armemos ciladas ao justo, porque nos incomoda e se opõe às nossas obras; censura-nos as transgressões à lei e repreende-nos as faltas de educação. Vejamos se as suas palavras são verdadeiras, observemos como é a sua morte. Porque se o justo é filho de Deus, Deus o protegerá e o livrará das mãos dos seus adversários. Provemo-lo com ultrajes e torturas para conhecermos a sua mansidão e apreciarmos a sua paciência. Condenemo-lo à morte infame, porque, segundo diz, Alguém virá socorre-lo.”»
Extraordinariamente apropriada ao que se passou esta semana, a Leitura do Livro da Sabedoria deste Domingo.
Mesmo para quem lê ou escuta com mínima atenção, é impossível não ver de um lado António Costa e o seu bando (onde se incluiu Marcelo Rebelo de Sousa), e do outro Joana Marques Vidal.
Este caso do Ricardo Robles tem imensas ramificações e convém não esquecer nenhuma.
Eu não ganho propriamente 21.000 euros brutos por ano, embora tenha imensas despesas comigo e com a prole que Ricardo Robles não terá. Também é certo que nunca pedi à banca cerca de 800.000 euros para despesas ou investimento, ainda que supostamente a juros magníficos, quaisquer que tenham sido as garantias oferecidas.
Já quanto às garantias oferecidas, e uma vez assente a demissão do cargo ou emprego ou tacho de vereador e o facto de o devedor ter assumido publicamente que não irá revender com lucro o investimento feito com o empréstimo bancário, pergunto-me se o banco não se deveria começar a preocupar com o reembolso…
Não é por nada…, é só porque pela bancarrota Sócrates me puseram num escalão de irs que não mereço, alombo ainda com uma sobretaxa que prometeram acabar e ainda cá está para pagar, e não me apetecia nada ser chamado uma vez mais a contribuir para investimentos mal calculados.
Conheci aquela região magnífica por causa de uns clientes, há mais de 15 anos, que se tornaram excelentes amigos. Ofereceram-me iguarias fabulosas da região (ainda hoje recordo com saudade imensa uma manteiga branca magnífica de cabra).
Hoje (ontem) tive também uma trabalheira imensa, uma imensa seca, a vasculhar todos os noticiários televisivos sobre a notícia da Catarina Martins fazer parte de uma sociedade comercial (capitalista) de exploração (exploração) de alojamento local ou turismo rural no Sabugal. Meteu-se-me na cabeça explorar a coisa. Bisbilhotei tudo nas televisões, ainda que admita me tenha escapado qualquer coisa em qualquer canal.
Mas só encontrei ligeira referência à notícia da empresária Catarina Martins (provavelmente por contingências familiares) no noticiário do Correio da Manhã das 19h45.
E mesmo assim só às 21h36.
Assisti hoje a um episódio lamentável, ao oferecimento de tempo de antena (bem mais de meia hora) a Catarina Martins na RTP 3, que é paga com os nossos impostos. Ao mesmo tempo, à auto-destruição de uma suposta jornalista, Ana Lourenço. Eu sei que todos temos de viver e de pagar as contas mas a sujeição de Ana Lourenço ao papel de pé de microfone foi lamentável, uma verdadeira vergonha. Acho até, das imagens, que Ana Lourenço estava com nojo de si própria, o que compreendo. Estar para ali calada a ouvir Catarina a elogiar “as convicções” de Robles, a repetir a mentira de que Robles teria “travado o negócio” antes das notícias (quando o que aconteceu foi apenas que o especulador não conseguiu vender o prédio a tempo), os disparates das “contingências familiares, uma enorme colecção de imbecilidades, não deve ser fácil nem para quem se aprestou de antemão a fazer o papelucho.
Não deve ser fácil a um jornalista sério ouvir calado Catarina Martins a dizer que “este caso foi criado pela direita” sem pestanejar quando “o caso” foi criado unicamente por Robles: foi ele quem comprou barato, investiu e pretendeu vender caro (o que por si só não seria criticável) quando apregoava por aí que isso quase seria crime e vociferava contra todos os que o faziam. O tipo é um hipócrita sem vergonha. Catarina Martins e a maltosa do Bloco, quando o defenderam e defendem, são a mesma coisa, e Ana Lourenço é mero pé de microfone. Nada me surpreende vindo do Bloco, mas não contava com o pé de microfone.
O pé de microfone, durante aquele tempo todo, nem se lembrou de fazer qualquer pergunta sobre os investimentos da empresária de hotelaria e alojamento local, Catarina Martins, no Sabugal, ou sobre os subsídios que recebeu para tal coisa. É bem certo que no noticiário da TVI das 20h00 (aquele que vi) também se não tocou no assunto e provavelmente nos restantes canais amantes do Bloco terá acontecido o mesmo, mas é mais estranho que no tempo de antena de hoje, perdão, na suposta entrevista de hoje na RTP 3 à Catarina Martins o tema não tenha vindo à baila. Uma vergonha. Pode até ser que Ana Lourenço tenha um pé bonitinho, mas não passa de um pé de microfone. Não podia descer mais baixo: perdeu-se uma jornalista.
O episódio do vereador bloquista-capitalista-usufruidor-da lei-que-critica, bem como as suas esfarrapadas explicações, tem o seu quê de pitoresco e cómico. Mas não devemos esquecer outros pontos importantes da novela:
O QUE LEVA A SEGURANÇA SOCIAL A VENDER A UM VEREADOR DA CÂMARA LISBOETA, PELO BLOCO DE ESQUERDA, POR APENAS 350 MIL EUROS, UM PRÉDIO COM ESTE POTENCIAL? NINGUÉM PERGUNTA? NINGUÉM RESPONDE? O QUE TEM A DIZER O MINISTRO? O QUE TEM A DIZER O PRIMEIRO-MINISTRO? QUE GESTÃO É ESTA?
Há que não esquecer esta parte da história.
De tempos a tempos a comunicação social queixa-se de que ninguém a vê, ninguém a lê, ninguém a ouve, ninguém a compra. E chora, chora, chora, lamentando-se do seu público alvo, que não presta. A comunicação social portuguesa nunca imagina nem admitiria que quem não presta é ela e que as pessoas não a vêem, não a lêem, não a ouvem ou não a compram porque não acreditam nela e porque ela não presta. Mas é assim mesmo.
Hoje ouvi na rádio (não sei se na Antena 1 se na TSF) que a Comissão Técnica que realizou o relatório sobre os fogos (e que afecta mortalmente o governo da geringonça) admitiu que havia “informação não totalmente correcta no relatório dos incêndios de outubro”, pondo assim em causa o seu próprio relatório. Achei estranho. Cheguei a casa e bisbilhotei os jornais na net e aparecia esse título em vários deles, até no Observador.
Fui então à fonte, por desconfiar da canalização, e apercebi-me que aquilo que foi dito, na verdade, foi que a Comissão não podia (obviamente) garantir que fossem verdadeiros os dados em que se baseou para elaborar o Relatório, mas apenas garantir que o seu Relatório se sustentou, todo ele, em “documentos oficiais”.
Ora isto é completamente diferente daquilo que os títulos e chamadas de atenção pretenderam fazer crer.
A comunicação social portuguesa lamenta-se porque ninguém a lê, a vê, a ouve e compra? Eu acho extraordinário é que neste país alguém a leia, veja, oiça e compre.
É simplesmente extraordinário que se divulgue esta notícia e opinião como se fosse coisa natural.
Mas estará tudo doido?!?...
Vamos lá ver se a gente se centra no essencial.
Há uma IPSS que desenvolve uma actividade importante e muito meritória, a Raríssimas. Como acontece com várias IPSS, das suas receitas constam dinheiros públicos, muitos, mecenato e a clássica generosidade dos portugueses. Ao que parece, e nenhum facto concreto foi negado pela principal visada (não confundir com a instituição), a sua dirigente (Paula Brito Costa) atribuía-se ordenados e regalias que se afiguram a todos enormemente exagerados para quem lidera este tipo de IPSS e fazia despesas que fariam corar Salomão. E meteu lá o filho (que curiosamente dá pelo nome de César mas parece não haver ramificações familiares açorianas), o marido (gestor de armazém?!?...) e até um amigo com quem viajava amiúde e que veio a ser Secretário de Estado do Governo Socialista de António Costa (aquele apoiado pelo BE e pelo PCP). Há quem possa querer ver nisto má língua mas as respectivas foram mostradas por ambos em fotografias brasileiras de que não sou responsável. Seja como for, a coisa tornou-se pública.
Perante este cenário, e todos sem negar as alegações, João Galamba acusou o Governo anterior; a arguta jornalista de investigação que não vê um palmo à frente do seu nariz (e não será por falta de espaço) quando as coisas são com ela e o namorado em Formentera apressou-se a acusar Maria Cavaco Silva por apoiar a IPSS; e o Ministro Vieira da Silva declarou-se de consciência tranquila.
Vamos lá ver. Esquecendo o Galamba e as suas imbecilidades habituais de empurrar tudo o que há de negativo nos dias de hoje para o Governo anterior, há que explicar a Câncio que Maria Cavaco Silva apoiar uma IPSS importante não quer dizer nada. O facto de a IPSS Raríssimas ser apoiada por Maria Cavaco Silva, Ramalho Eanes, a Rainha Letícia, Marcelo Rebelo de Sousa e muitas outras pessoas de boa fé não inocenta Paula Brito Costa de qualquer acto ilegal, se é que existe, nem transforma aqueles em cúmplices de qualquer atitude menos própria da dita senhora. O facto de diversas pessoas darem a cara ou emprestarem o seu nome por uma IPSS que parece (e será) meritória não se confunde com actuações menos próprias da pessoa que dirige a IPSS. E o que fica dito vale também para Vieira da Silva enquanto Vice-Presidente da mesa da assembleia geral da dita instituição: nessas funções, ele não tinha necessariamente de se aperceber de qualquer irregularidade ou excesso que porventura se tivesse verificado na actuação da dirigente da Raríssimas. Isto parece-me evidente.
Posto isto, temos que nos centrar no essencial e aí Vieira da Silva não escapa. Foram feitas várias denúncias a organismos e instituições e ao próprio Ministério tutelado por Vieira da Silva de factos graves que constituem sérias acusações sobre a actuação de Paula Brito Costa à frente daquela IPSS. Denúncias feitas desde Agosto de 2017 e cujo teor não deixa margem para dúvidas. O Ministro Vieira da Silva nunca foi claro nas declarações que proferiu mas ficámos a saber uma de duas coisas: ou os serviços que tutela foram incompetentes na posterior actuação de investigação que fizeram (isto é uma evidência) ou houve tentativa de nada fazerem e concluírem (esta é a única segunda hipótese). Em qualquer dos casos, o responsável é ele.
E em qualquer dos casos, atenta a ligação de Vieira da Silva e seus familiares à pessoa responsável pela Raríssimas, a suspeita é grave e o responsável último é ele. E está de consciência tranquila?!?
Todo o assunto da Raríssimas já metia nojo. Uma vez mais, a solidariedade e generosidade dos portugueses não chega às vítimas ou aos que delas necessitam (tal como às vítimas dos incêndios). Isto é tão repugnante que só encontra igual no silêncio dos bloquistas e dos comunistas, bem como de parte da comunicação social, relativamente a estes assuntos.
Pensei que se tinha batido no fundo mas veio agora o Ministro Vieira da Silva cavar mais fundo. Vieira da Silva acusa os serviços de fiscalização da Segurança Social de enorme incompetência. Os serviços ficam-se. Vieira da Silva, que os tutela, também. Todos sem vergonha nenhuma, na linha da colisão entre a dirigente do Infarmed e o Ministro respectivo. Ou da discussão entre Catarina Martins e António Costa. Tudo na mesma: cospem-se na cara uns dos outros e não se passa nada. É como se nada fosse, é como se adorassem ser escarrados.
No entretanto, aqueles que deviam ser beneficiados com a generosidade gratuita dos portugueses e com os impostos dos contribuintes continuam à míngua, e são alguns quantos ou algumas quantas que se abarbatam com a massa. Nós vivemos actualmente num país miserável, com governantes miseráveis, tendo-se perdido por completo o sentido de honorabilidade, de seriedade, de honestidade.
Foi ao que se chegou.
...sobre a forma como o PS vai conseguir passar no orçamento a medida que colocará os comentadores da comunicação social do Bloco, do próprio PS e mesmo do PCP, esses trabalhadores e pensionistas que ainda acumulam como profissionais liberais em regime de recibos verdes, dentro do regime simplificado que existia. Rui Tavares, depois de um artigo inflamado no Público, há umas semanas atrás, calou-se misteriosamente entretanto. Já saberá da medida que o protegerá e aos amigos? E Daniel Oliveira? E Louçã? E Fernando Rosas? Estou para saber.
Os profissionais liberais em regime de recibos verdes (onde me incluo, fica aqui a declaração de interesses) são já o grupo mais desprotegido no mundo do trabalho (sim, sim, sim, comunistas e bloquistas…: muito pior do que funcionários públicos em geral e professores em particular) e agora ainda levam mais uma enorme cacetada, obrigados a inúmeros trabalhos e despesas para terem uma contabilidade organizada. Todos? Não!... Parece que uns quantos ficam de fora – agricultores e pequenos comerciantes e aqueles que não aufiram a enorme fortuna de 27.000 euros anuais (em 12 meses, não em 14 com apenas 11 de trabalho). E sabe-se lá por que assim se decide, mas deverá ser apenas mais uma politiquice politiqueira para aguentar António Costa num lugar que não conquistou, sempre com o apoio dos bloquistas e dos comunistas, que se estarão nas tintas para as pessoas em regime de recibos verdes.
Estou ansioso para ver como bloquistas e comunistas vão defender esta proposta no parlamento, essa maltosa que anda sempre com os “trabalhadores” na boca, que agora só lhes sabe a sapo, mas que agora se evidencia serem apenas defensores dos que trabalham para o estado (a minúscula é propositada).
Mas…, sabem eles? Cerca de setecentos a novecentos mil profissionais liberais vão ter de passar a ter uma contabilidade organizada, com todas as despesas inerentes a isso, sempre em seu prejuízo, sem estabilidade, sem subsídios de desemprego, sem nada. Pode ser que esses profissionais ainda se não dêem conta disto mas, quando tiverem de pagar as despesas ou os impostos em Agosto de 2019, estes 700 a 900.000 profissionais liberais irão aperceber-se da triste realidade desta medida da geringonça socialista, bloquista e comunista.
Tenho por certo uma coisa. Se o PS vai para a frente com esta medida orçamental é porque não conta ir a eleições em 2019, quando deveria ser, e depois de toda esta gente ter levado bordoada: António Costa vai querer eleições antecipadas e os comunistas e bloquistas nem estão a perceber isto. Nem os profissionais liberais que não se insurgem.
Acabo de ouvir na SIC Notícias João Ferreira do PCP a dizer que este governo da geringonça acabou com a sobretaxa. É mentira! Ela está aí, há muito boa gente que ainda alomba com a sobretaxa e João Ferreira, do PCP, não pode ignorar tal coisa, pelo que quando diz tal (perante o silêncio habitual daquelas supostas jornalistas) que este governo acabou com a sobretaxa está a mentir.
João Ferreira, do PCP, é mentiroso.
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