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“A Liberdade Portuguesa”, de Henrique Barrilaro Ruas, numa 2ª edição, que conta com mais quatro textos inéditos e um prefácio de Augusto Ferreira do Amaral, é a mais recente publicação da chancela Razões Reais da Real Associação de Lisboa, na sua missão de promover a Causa Real e as ideias que a sustentam. Adquira e conheça esta e outras obras de doutrina monárquica, aqui.
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
Naquele tempo, Jesus tomou consigo Pedro, João e Tiago e subiu ao monte, para orar. Enquanto orava, alterou-se o aspecto do seu rosto e as suas vestes ficaram de uma brancura refulgente. Dois homens falavam com Ele: eram Moisés e Elias, que, tendo aparecido em glória, falavam da morte de Jesus, que ia consumar-se em Jerusalém. Pedro e os companheiros estavam a cair de sono; mas, despertando, viram a glória de Jesus e os dois homens que estavam com Ele. Quando estes se iam afastando, Pedro disse a Jesus: «Mestre, como é bom estarmos aqui! Façamos três tendas: uma para Ti, outra para Moisés e outra para Elias». Não sabia o que estava a dizer. Enquanto assim falava, veio uma nuvem que os cobriu com a sua sombra; e eles ficaram cheios de medo, ao entrarem na nuvem. Da nuvem saiu uma voz, que dizia: «Este é o meu Filho, o meu Eleito: escutai-O». Quando a voz se fez ouvir, Jesus ficou sozinho. Os discípulos guardaram silêncio e, naqueles dias, a ninguém contaram nada do que tinham visto.
Palavra da salvação.
Às vezes, com os inclementes apertos da vida, até o mais esclarecido crente, cede perante a fraqueza e reza pedindo a Deus que intervenha a seu favor. Como se o seu interlocutor fosse um maquiavélico arquitecto do destino de cada um, calculista ou indiferente à interferência que cada fenómeno terá nos infindáveis destinos que interagem na Criação, que cada criatura integra. Sou incapaz de julgar com severidade esta atitude, porventura ingénua, inocente, a que se usa chamar uma relação de cariz mercantilista com o Criador. O risco desse perfil de relação, com as situações pessoais mais trágicas, é a revolta e a zanga, perante o silêncio tornado ausência de Deus. Por isso somos convidados a confiar, a atender com humildade à passagem do Pai Nosso “Seja feita a Vossa Vontade”, a entrega incondicional da soberania da nossa vida ao Pai. Ou, no mesmo sentido, à resposta de Nossa Senhora ao Anjo Gabriel ‘Eis aqui a serva do Senhor. Faça-se em mim segundo a tua palavra” (Lc 1,26-38).
Mesmo que muitas vezes isso vá contra os meus “interesses”, tidos como designação da “ordem” que eu gostava de ver à minha volta, no meu país e no mundo, tenho para mim que o Deus dos Cristãos é um Deus de Liberdade; ou seja não intervencionista. Mesmo que essa “abstenção” se confunda, nos momentos mais sombrios da existência, com ausência. A Liberdade que Jesus Cristo nos concedeu, únicos e irrepetíveis, desde logo em aderir ao seu Amor, de escolher o bem ou o mal, certamente estende-se a toda a criação, ao Universo. Uma coisa difícil de conceber, se atendermos às guerras ou desastres naturais e tantas trágicas injustiças, a que, por mais devotos que sejamos, nos constatamos impotentes para evitar.
Apesar de tudo isto, ou talvez também por isso, a oração, o diálogo com Deus, é absolutamente estruturante a quem pretenda permanecer crente na sua filiação. Em primeiro lugar, porque rezar é relação. Como no amor romântico ou filial, como numa amizade que se preze, a relação tem de ser alimentada, aprofundada, cultivada. Rezar é para isso fundamental. Interpelar Jesus Cristo, Deus nosso Senhor, na partilha das alegrias com que somos agraciados ou nas angústias que nos assaltam, é fazer relação, tirar a cabeça para fora da gruta de sombras e alienações que a nossa precaridade humana nos condiciona. Até o acto mecânico de rezar, continua e repetidamente, como acontece tantas vezes com um Terço oferecido a Nossa Senhora, ao final de um dia extenuante de trabalho, oferece-nos o benefício gratuito de libertação e relaxe das ansiedades e do fechamento.
Gosto muito da designação "Criador". Os Cristãos entendem que a relação do Criador com a Criatura é de Amor. A liberdade que outorga à Criação é também ela prova disso. Imagine-se que era ao contrário, que éramos condicionados, como marionetas, nos nossos gestos e atitudes, em prol de um quadro idílico… E depois, os crentes, assim como acreditam no poder da oração, acreditam que, sendo extremamente raros, os milagres, acontecimentos extraordinários que, incompreensíveis à luz dos sentidos, da inteligência e do conhecimento científico, acontecem.
Afinal a esperança acontece.
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
Naquele tempo, Jesus, cheio do Espírito Santo, retirou-Se das margens do Jordão. Durante quarenta dias, esteve no deserto, conduzido pelo Espírito, e foi tentado pelo Diabo. Nesses dias não comeu nada e, passado esse tempo, sentiu fome. O Diabo disse-lhe: «Se és Filho de Deus, manda a esta pedra que se transforme em pão». Jesus respondeu-lhe: «Está escrito: ‘Nem só de pão vive o homem’». O Diabo levou-O a um lugar alto e mostrou-Lhe num instante todos os reinos da terra e disse-Lhe: «Eu Te darei todo este poder e a glória destes reinos, porque me foram confiados e os dou a quem eu quiser. Se Te prostrares diante de mim, tudo será teu». Jesus respondeu-lhe: «Está escrito: ‘Ao Senhor teu Deus adorarás, só a Ele prestarás culto’». Então o Diabo levou-O a Jerusalém, colocou-O sobre o pináculo do templo e disse-Lhe: «Se és Filho de Deus, atira-Te daqui abaixo, porque está escrito: ‘Ele dará ordens aos seus Anjos a teu respeito, para que Te guardem’; e ainda: ‘Na palma das mãos te levarão, para que não tropeces em alguma pedra’». Jesus respondeu-lhe: «Está mandado: ‘Não tentarás o Senhor teu Deus’». Então o Diabo, tendo terminado toda a espécie de tentação, retirou-se da presença de Jesus, até certo tempo.
Palavra da salvação.
Acho que já aqui o disse, mas não faz mal repetir-me: a política está uma coisa cada vez mais desagradável de seguir. É verdade que esteve bastante mais feia no período do PREC, mas a emergência que então se vivia, obrigava-nos a seguir os acontecimentos, mesmo que por vezes assustados. Hoje, a concorrência desenfreada dos inúmeros canais de notícias a transmitir “conteúdos” baratos em directo, ou seja, comentários repetitivos e previsíveis sobre o escândalo do momento, causa-me um enorme enfado. O problema é que o modelo de negócio das notícias capturou para a mesma lógica os partidos políticos, que de forma mais ou menos histriónica ou populista, num círculo vicioso, vão alimentando este circo infernal. Para mais, as pessoas mais interessantes de ouvir, que não gostam de insultos e berrarias, vão-se retirando desta ribalta contaminada – como os melhores na política.
Para um país cada vez mais disfuncional como o nosso, carente de tantas profundas reformas e de soluções de longo prazo (experimente-se andar de comboio, acorrer a uma urgência de hospital, ou a tantos outros serviços públicos) o fenómeno é dramático. A agressividade tóxica que vem invadindo o debate público, tornou-se numa cortina de fumo. Se por um lado isso aliena muitos dos protagonistas dedicados nesse jogo fatal, indiferentes às soluções quase sempre complexas, unicamente centrados em desqualificar o adversário, pelo outro afasta aqueles poucos que desinteressadamente resistem preocupados com a coisa pública.
Para todos esses, interessará saber que sucesso lhes reserva este estado de coisas, na sua luta quotidiana, pelo seu emprego, pelo seu negócio ou empresa, pela educação e saúde dos seus filhos e mais velhos. Esse mundo de fora da bolha não quer ser incomodado com intrigas, politiquices estéreis e escândalos insondáveis. Nada disso nos fala de soluções, de alternativas, de futuro. Nem da demografia, nem da sustentabilidade do país que ambicionávamos.
Se, sobre os comportamentos e opções da vida privada do primeiro-ministro recai suspeita de alguma ilegalidade, que o Ministério Público investigue tudo até ao osso. A devassa é uma legítima prerrogativa da Justiça.
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
Naquele tempo, disse Jesus aos discípulos a seguinte parábola: «Poderá um cego guiar outro cego? Não cairão os dois nalguma cova? O discípulo não é superior ao mestre, mas todo o discípulo perfeito deverá ser como o seu mestre. Porque vês o argueiro que o teu irmão tem na vista e não reparas na trave que está na tua? Como podes dizer a teu irmão: ‘Irmão, deixa-me tirar o argueiro que tens na vista’, se tu não vês a trave que está na tua? Hipócrita, tira primeiro a trave da tua vista e então verás bem para tirar o argueiro da vista do teu irmão. Não há árvore boa que dê mau fruto, nem árvore má que dê bom fruto. Cada árvore conhece-se pelo seu fruto: não se colhem figos dos espinheiros, nem se apanham uvas das sarças. O homem bom, do bom tesouro do seu coração tira o bem; e o homem mau, da sua maldade tira o mal; pois a boca fala do que transborda do coração».
Palavra da salvação.
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
Naquele tempo, Jesus falou aos seus discípulos, dizendo: «Digo-vos a vós que Me escutais: Amai os vossos inimigos, fazei bem aos que vos odeiam, abençoai os que vos amaldiçoam, orai por aqueles que vos injuriam. A quem te bater numa face, apresenta-lhe também a outra; e a quem te levar a capa, deixa-lhe também a túnica. Dá a todo aquele que te pedir e ao que levar o que é teu, não o reclames. Como quereis que os outros vos façam, fazei-lho vós também. Se amais aqueles que vos amam, que agradecimento mereceis? Também os pecadores amam aqueles que os amam. Se fazeis bem aos que vos fazem bem, que agradecimento mereceis? Também os pecadores fazem o mesmo. E se emprestais àqueles de quem esperais receber, que agradecimento mereceis? Também os pecadores emprestam aos pecadores, a fim de receberem outro tanto. Vós, porém, amai os vossos inimigos, fazei o bem e emprestai, sem nada esperar em troca. Então será grande a vossa recompensa e sereis filhos do Altíssimo, que é bom até para os ingratos e os maus. Sede misericordiosos, como o vosso Pai é misericordioso. Não julgueis e não sereis julgados. Não condeneis e não sereis condenados. Perdoai e sereis perdoados. Dai e dar-se-vos-á: deitar-vos-ão no regaço uma boa medida, calcada, sacudida, a transbordar. A medida que usardes com os outros será usada também convosco».
Palavra da salvação.
Era o que faltava, para a percepção de um mundo cada vez mais desconexo, refém dum sistema mediático atomizado e caótico como a própria geopolítica, que o Chefe de Estado do velho aliado do Ocidente, a terra das oportunidades, depois de ter sugerido que se evacuassem os dois milhões de pessoas que vivem na Faixa de Gaza para a transformar numa “Riviera do Médio Oriente” (uma solução quase tão fantasista quanto a dos dois estados), viesse agora reclamar à provecta, decadente e estéril Europa que, em matéria da invasão da Ucrânia, o mau da fita afinal é Zelensky. Pior, pôs em causa a sua legitimidade democrática que é o argumento base de Putin para umas possíveis negociações de paz, um grande soco no tabuleiro do conflito. As peças voaram pelo ar, e o discurso dos líderes europeus embatucou na triste realidade da sua impotência.
Há muito que a política das democracias liberais deslaçou, se navega à vista, num plano inclinado de empobrecimento e de referências culturais. Há muito tempo que bons argumentos, as razões justas, foram capturados pelos mais obscuros arrivistas, energúmenos que ocuparam o espaço vago das verdadeiras elites que se demitiram de lutar na lama e higienicamente se recolheram a cuidar das suas vidas. É a proletarização do cargo público, que por cá promove a mediocridade e os políticos de estufa. Os resultados não se farão esperar.
Descoberta a frivolidade da abundância alcançada no final do século XX, cansámo-nos de ser felizes, e principalmente desprezou-se a fórmula para alcançar essa felicidade. Ninguém lhes disse que a felicidade é como a linha do horizonte. O mérito do esforço, da perseverança, um ideal comunitário que justificasse a permanente prorrogação duma recompensa sempre adiada. JD Vance afirmou recentemente que o inimigo da Europa está no seu seio “uma ameaça interna – a perda de alguns de seus valores mais fundamentais”. Estou plenamente de acordo, mas essa frase esquece que grande parte dessa doença chega-nos importada justamente das universidades norte-americanas. Lá como cá, sem geração, centrados nos direitos individuais e tantas inalcançáveis fantasias, cimentámos uma sociedade niilista, sem compromissos, sem pertenças, e repito – sem geração.
Como referia há dias Patrícia Fernandes no Observador: “(…) é por termos uma família que fazemos muitas das coisas que fazemos, nomeadamente, todo o tipo de sacrifícios para lhe deixarmos um mundo melhor, seja uma vida mais confortável e com menor sofrimento, seja um regime político mais democrático e livre. Até muito recentemente na história da humanidade, a família constituía o primeiro ponto a partir do qual nos pensávamos no mundo – o entendimento individualista do homem é um produto da modernidade, e o individualismo exacerbado um subproduto muito recente.” Como bem sabemos, a família fecunda, conceito retrógrado, está em vias de extinção.
Olho para o mundo e ele parece-me virado de pernas para o ar. Sei bem que a enorme complexidade dos desafios em jogo neste lado do planeta jamais nos permitirão uma perceção satisfatória (realista) do que nos espera. É nessa a nesga de esperança que me permito acreditar num futuro próspero para os meus filhos. Mas no imediato não encontro saída satisfatória do imbróglio criado.
Terá a democracia liberal em que crescemos resultado num rotundo falhanço?
Desde tenra idade que nutro especial gosto por jornais, revistas, jornalismo e pelo mundo editorial em geral. Foi por isso para mim uma boa surpresa a descoberta tardia de Jacinto Ferreira (1906 – 1995) e do Jornal “O Debate” que fundou e que se veio a tornar numa referência entre os muitos portugueses que não se conformavam com a cristalização da república que o Estado Novo ia promovendo depois dos anos aziagos da Primeira República. Nesse sentido, a Real Associação de Lisboa através da sua Chancela “Razões Reais”, associada à família do indómito monárquico, promoverá no próximo dia 14 de Fevereiro pelas 18:30 no Grémio Literário o lançamento da Antologia “Deus Pátria Rei” que contará com a apresentação do Prof. Manuel Braga da Cruz.
De facto, a resistência monárquica em Portugal teve, ao longo dos últimos mais de cem anos, muitos rostos que correm o risco de serem esquecidos pela História. O que queremos com esta antologia é prestar homenagem a um dos mais importantes protagonistas dessa luta, Jacinto Ferreira, que com o seu pensamento e escrita pautou toda uma geração de monárquicos.
Do muito que escreveu, chamou-nos a atenção este trecho tão realista, aos nossos dias uma verdade dura como punhos: «A doutrinação é a pedra angular de toda a actividade política, não só porque ela contém em si a garantia da expansão de princípios, como também porque só mediante ela é possível criar vontades decididas e convicções capazes de dar corpo aos princípios abraçados. É da adesão das inteligências mais do que das inclinações sentimentais, que há-de resultar a profunda transformação em geral desejada e considerada indispensável para a redenção de Portugal» (Fevereiro de 1956).
Foi imbuído nesse ideal que, com persistência e arrojo, Jacinto Ferreira por ocasião da Revisão Constitucional e da morte do Marechal Carmona em 1951, quando subitamente era recolocada na agenda a questão do regime, fundou o jornal “O Debate”, o mais relevante órgão de comunicação monárquico do século XX, que subsistiu com grande tiragem até 1974. Idealista e lutador, fiel ao ideário integralista, senhor de uma inusitada independência, o cientista e Professor Catedrático da Escola Superior de Medicina Veterinária jamais poupou forças na dedicação à Causa Monárquica, de que são testemunho as páginas deste livro, cujos textos surpreenderão todos aqueles que pensam que não havia debate e confrontação de ideias dentro do regime. Quantas vezes alvo de censura, “O Debate” promovia uma intensa disputa de ideias e opiniões sobre os mais variados temas políticos em agenda na época, realçando sempre com a bandeira realista e proclamando a lealdade à Casa de Bragança na pessoa do Senhor D. Duarte Nuno.
Nestes tempos de exacerbado individualismo, «pobre é quem não tem a quem servir», um empreendimento gratuito, uma utopia que dê sentido e ilumine mais fundo uma existência inevitavelmente árdua. Deus, Pátria e Rei foram esse sentido para Jacinto Ferreira, tornando as suas horas extra dedicadas a “O Debate” um contributo que se revelou fundamental para que possamos aos dias de hoje manter viva a nossa Causa Real. Neste livro, com prefácio de Manuel Braga da Cruz, em quase 400 páginas encontram-se alguns dos seus textos mais significativos, que a chancela Razões Reais publica com orgulho e cujo lançamento a todos se convida presenciar.
Publicado originalmente aqui
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
Naquele tempo, estava a multidão aglomerada em volta de Jesus, para ouvir a palavra de Deus. Ele encontrava-Se na margem do lago de Genesaré e viu dois barcos estacionados no lago. Os pescadores tinham deixado os barcos e estavam a lavar as redes. Jesus subiu para um barco, que era de Simão, e pediu-lhe que se afastasse um pouco da terra. Depois sentou-Se e do barco pôs-Se a ensinar a multidão. Quando acabou de falar, disse a Simão: «Faz-te ao largo e lançai as redes para a pesca». Respondeu-Lhe Simão: «Mestre, andámos na faina toda a noite e não apanhámos nada. Mas, já que o dizes, lançarei as redes». Eles assim fizeram e apanharam tão grande quantidade de peixes que as redes começavam a romper-se. Fizeram sinal aos companheiros que estavam no outro barco, para os virem ajudar; eles vieram e encheram ambos os barcos, de tal modo que quase se afundavam. Ao ver o sucedido, Simão Pedro lançou-se aos pés de Jesus e disse-Lhe: «Senhor, afasta-Te de mim, que sou um homem pecador». Na verdade, o temor tinha-se apoderado dele e de todos os seus companheiros, por causa da pesca realizada. Isto mesmo sucedeu a Tiago e a João, filhos de Zebedeu, que eram companheiros de Simão. Jesus disse a Simão: «Não temas. Daqui em diante serás pescador de homens». Tendo conduzido os barcos para terra, eles deixaram tudo e seguiram Jesus.
Palavra da salvação.
O assassinato do Rei Dom Carlos e do Príncipe Real Dom Luiz Filipe em 1908 foi um dos acontecimentos mais perturbadores e fracturantes na História de Portugal, cujas repercussões nos chegam até hoje e nos exigem a persistência de uma condigna homenagem anual pelas almas dos dois augustos mártires.
Participe na Missa de Sufrágio, junte-se à Família Real Portuguesa, logo ao final da tarde na Igreja de São Vicente de Fora.
“Tenho Alojamento Local, mas não vou ser eu que vou resolver o problema de habitação desta cidade. No dia em que a Câmara Municipal de Lisboa decida, eu deixo de ter. Mas não é cada um que, individualmente, tem de resolver um problema colectivo”. Esta declaração não é de Ricardo Robles, é de um ex-assessor do BE e de José Sá Fernandes na CML, detentor de duas unidades de Alojamento Local e proprietário de uma livraria onde promoveu “recolha de assinaturas” para o defunto referendo com vista à proibição do Alojamento Local “em todos os apartamentos privados destinados à habitação na cidade de Lisboa”.
Pois eu acho que o caminho para a resolução de problemas colectivos deveria começar sempre através do exemplo e mudança de atitude e coerência de cada indivíduo, principalmente quando assume posições publicas sobre o assunto. Vejamos: se defendermos publicamente que o automóvel é um nefasto causador de poluição, teremos de esperar sentados ao volante nos engarrafamentos da cidade por uma lei que nos proíba a circulação? Se tivermos uma posição pública contra as touradas, fará sentido comercializarmos touros para a faena? Ou ainda, se formos activistas de esquerda pelos direitos das mulheres faz sentido fazer uso das leis capitalistas para despedir duas trabalhadoras, mães recentes em período de amamentação?
Este é mais um caso exemplar da tão propalada ética republicana. Do excesso de confiança na lei e na mudança dos comportamentos pela via ortopédica. Ou uma profunda desconfiança pelo livre-arbítrio e liberdade individual. Uma velha e conhecida tentação dos progressistas com clara genealogia tirânica.
As sociedades ocidentais foram sujeitas à mais extraordinária de todas as experiências. As necessidades de mão-de-obra barata são reais. Mas tentou-se satisfazê-las abolindo as fronteiras. Nações antigas viram-se sob a ameaça de serem reduzidas a uma espécie de aeroportos internacionais, por onde as pessoas passassem sem nada mais terem em comum do que o acatamento de certas regras. Mas o fundamento das democracias liberais ou do Estado social não é simplesmente a obediência à lei, mas a comunhão de valores a que chamamos “nação”. As nações não são dados naturais: são o resultado da história, de séculos de conflito e compromisso. Na sua origem, não está qualquer homogeneidade, mas uma pluralidade que, sem desaparecer, chegou a um sentimento de solidariedade e destino comum que faz pessoas muito diferentes identificarem-se entre si. É a nação que explica que possamos ser diversos sem cairmos sempre em guerras civis. É um património que subjaz a quase tudo o que é precioso no Ocidente: a liberdade, a igualdade, a coesão social, o pluralismo. É a isso que chamamos “segurança”, que não é apenas a contenção da criminalidade, mas o sentimento de estarmos em casa.
Nada disto tem a ver com a cor da pele, dos olhos ou dos cabelos ou com origens geográficas, nem com todas as religiões ou ideologias. É uma questão de valores comuns. O problema das migrações descontroladas não é só a chegada de pessoas que não partilham tais valores, mas a proposta woke, que pareceu dominar os regimes ocidentais, de que não deveríamos pedir nem esperar adesão ou sequer respeito por esses valores. Foi o projecto woke, inspirado pelo ódio da extrema-esquerda ao Ocidente, que acima de tudo criou insegurança. O resto são tremendas dificuldades logísticas, que agravaram a falta de habitação e o colapso dos serviços públicos. O caos migratório não é compatível com qualquer integração. Através da imigração nestas condições, aquilo que a oligarquia fez foi reconstituir a massa de trabalhadores pobres e pouco qualificados que antigamente dava muito jeito à burguesia para arranjar criadas e moços de fretes. Em Lisboa, segundo os jornais, haverá em breve novos bairros de barracas para substituir os que foram eliminados há vinte anos. É isto o “progresso”?
Ler Rui Ramos no Observador na integra aqui
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
Já que muitos empreenderam narrar os factos que se realizaram entre nós, como no-los transmitiram os que, desde o início, foram testemunhas oculares e ministros da palavra, também eu resolvi, depois de ter investigado cuidadosamente tudo desde as origens, escrevê-las para ti, ilustre Teófilo, para que tenhas conhecimento seguro do que te foi ensinado. Naquele tempo, Jesus voltou da Galileia, com a força do Espírito, e a sua fama propagou-se por toda a região. Ensinava nas sinagogas e era elogiado por todos. Foi então a Nazaré, onde Se tinha criado. Segundo o seu costume, entrou na sinagoga a um sábado e levantou-Se para fazer a leitura. Entregaram-Lhe o livro do profeta Isaías e, ao abrir o livro, encontrou a passagem em que estava escrito: «O Espírito do Senhor está sobre mim, porque Ele me ungiu para anunciar a boa nova aos pobres. Ele me enviou a proclamar a redenção aos cativos e a vista aos cegos, a restituir a liberdade aos oprimidos e a proclamar o ano da graça do Senhor». Depois enrolou o livro, entregou-o ao ajudante e sentou-Se. Estavam fixos em Jesus os olhos de toda a sinagoga. Começou então a dizer-lhes: «Cumpriu-se hoje mesmo esta passagem da Escritura que acabais de ouvir».
Palavra da salvação.
Enganam-se os simpatizantes do Chega que reclamam para si o feito do discurso da imigração descontrolada estar a alcançar o espaço político do centro-esquerda. Na realidade julgo que a estratégia histriónica de André Ventura foi contraproducente. As causas políticas e as grandes reformas alcançam-se na conquista do centro político, não há outra forma. (Foi isso que fez Salazar nos anos 30 e 40 quando para a recuperação de Portugal tinha do seu lado a imensa maioria dos portugueses - o centro político - acossados pela decadência e repressão da esquerda republicana.)
O facto é confirmado hoje com a surpreendente entrevista de Pedo Nuno Santos ao Expresso, que, com um contorcionismo surpreendente, admitiu ter sido um erro a política socialista da “Manifestação de Interesse”, que sinalizava para o exterior um país de fronteiras escancaradas, impreparado para os fluxos de imigrantes que se verificaram. A adopção dum discurso anti-imigração alarve por André Ventura, só serviu para protelar uma abordagem séria deste complexo problema que nos anos da geringonça se avolumou em Portugal, sem que a trágica experiência de outros países europeus nos tenha servido de alguma coisa. O resultado do discurso de tasca foi o acantonamento dos socialistas no outro extremo, e constituiu por demasiado tempo uma dificuldade da direita moderada pegar no assunto sem ser imediatamente ostracizada pela comunicação social há muito capturada pelo “progressismo” populista. Durante demasiado tempo, enquanto os problemas causados por uma “entrada intensa de trabalhadores estrangeiros num país impreparado para o fenómeno em matérias como o SNS, a educação ou a habitação”, (para citar Pedro Nuno Santos) foi impossível um debate racional e consequentes medidas preventivas.
Na suspeita de que a emancipação da liderança socialista em relação aos “encostados à parede”, o bloco da esquerda radical, já não chega a tempo de emendar a mão, deixa-lhes livre o terreno para surfar o seu catecismo Woke. Vamos ver qual será o posicionamento do PS nas eleições autárquicas, onde a realidade da rua e a proximidade com os eleitores, dispensa demasiados preconceitos ideológicos. Para já a boa notícia é que os socialistas parecem já não querer estar virados para a parede. A política não se faz assim, e falta agora o Ventura perceber isso.
Leitura da primeira Epístola do apóstolo S. Paulo aos Coríntios
Irmãos: Há diversidade de dons espirituais, mas o Espírito é o mesmo. Há diversidade de ministérios, mas o Senhor é o mesmo. Há diversidade de operações, mas é o mesmo Deus que realiza tudo em todos. Em cada um se manifestam os dons do Espírito para o bem comum. A um o Espírito dá a mensagem da sabedoria, a outro a mensagem da ciência, segundo o mesmo Espírito. É um só e o mesmo Espírito que dá a um o dom da fé, a outro o poder de curar; a um dá o poder de fazer milagres, a outro o de falar em nome de Deus; a um dá o discernimento dos espíritos, a outro o de falar diversas línguas, a outro o dom de as interpretar. Mas é um só e o mesmo Espírito que faz tudo isto, distribuindo os dons a cada um conforme Lhe agrada.
Palavra do Senhor.
Podemos debater a importância da aparência de um candidato a um cargo político? É evitável que o eleitor estabeleça juízos com base no aspecto físico de um candidato? Não será a elegibilidade, popularidade de um candidato dependente do cruzamento de diferentes factores, para além da eloquência, inteligência, assertividade e empatia? A beleza não conta? Todos sabemos que sim.
De pouco nos serve menosprezar a natureza humana, e o eleitor ainda não responde aos estímulos como um algoritmo gerado pelos critérios equidistantes e racionais (?) da bolha duma redacção de jornal. Evidentemente que, na hora de adesão a um determinado candidato, se a ideologia – o modo como vê o mundo - com que ele se reveste para cativar um determinado segmento de eleitorado é relevante, muitos outros factores serão marcantes.
Como acontece numa carreira profissional, o que contribui para o sucesso, não é só a acuidade técnica ou grau de inteligência, o triunfo de um político depende do entrecruzar de muitos factores de carácter. Se o grau de combatividade e a resistência à frustração podem mitigar algumas falhas, a capacidade de liderança, de convencer os outros, desde logo os seus confrades, da bondade dos seus métodos e razões; a empatia, capacidade de cativá-los, para lá de questões objectivas – a aptidão empática também é um dado objetivo – será um factor determinante no sucesso dessa empreitada. Se tudo isto é importante no jogo da vida profissional, os defeitos físicos são determinantes nesse concurso. Evidentemente que no fim das contas, o “bom aspecto” também contribui para o sucesso: isso facilita as relações, abre portas e pontes, promove a boa vontade. Evidentemente, que num microcosmo de uma empresa ou instituição, as “falhas físicas” com mais ou menos esforço do individuo são superáveis, pela gestão das suas relações e persistência do seu redobrado esforço de afirmação interpessoal. O ser humano, mediante os seus handicaps “constrói-se” quase sempre dotado de habilidades que compensam e superam as suas deficiências. Como bem sabemos, uma pessoa muito estrábica, muito baixa, ou demasiado gorda, só para dar alguns exemplos, não está condenada ao fracasso profissional ou sentimental.
Mas estou convencido que na disputa política as coisas não se jogam exatamente assim. O desafio da afirmação pessoal no espaço público torna-se exponencialmente ampliado. Que qualidades são necessárias para compensar uma baixa estatura de um candidato presidencial, o estrabismo exagerado dum aspirante a presidente da Câmara, ou a obesidade duma candidata a primeira-ministra?
De nada serve fazer-se tabu dos defeitos físicos de um líder político porque na sua profissão eles serão sempre exageradamente exibidos pelas circunstâncias e natureza do “negócio” eleitoral. Essas imperfeições, se demasiadamente marcadas, na impossibilidade de uma relação pessoal com os interlocutores, ampliarão sempre a má vontade de quem não esteja convencido das virtudes do personagem.
É da natureza humana. E a democracia...
Leitura dos Atos dos Apóstolos
Naqueles dias, Pedro tomou a palavra e disse: «Na verdade, eu reconheço que Deus não faz aceção de pessoas, mas, em qualquer nação, aquele que O teme e pratica a justiça é-Lhe agradável. Ele enviou a sua palavra aos filhos de Israel, anunciando a paz por Jesus Cristo, que é o Senhor de todos. Vós sabeis o que aconteceu em toda a Judeia, a começar pela Galileia, depois do batismo que João pregou: Deus ungiu com a força do Espírito Santo a Jesus de Nazaré, que passou fazendo o bem e curando todos os que eram oprimidos pelo demónio, porque Deus estava com Ele».
Palavra do Senhor.
Desconfio que por detrás da grande adesão popular à candidatura de Gouveia e Melo revelada pelas sondagens, está um sentimento de orfandade de muitos portugueses do seu Rei, pátria em figura humana, reserva moral de um povo inconscientemente à procura de um sentido superior de existência, acima da mesquinhez das inevitáveis bravatas entre facções e disputas entre partidos e grupos de interesses.
Parece-me que a figura de Gouveia e Melo, por enquanto em silêncio – e muito por causa disso - em certa medida corresponde a esse imaginário, o de um Chefe de Estado, sóbrio, austero e patriota – em tudo diferente ao actual incumbente. Mas o Almirante não tem a legitimidade de um rei, e em breve ver-se-á obrigado a despir a garbosa farda e descer ao ringue para enfrentar os outros candidatos para uma luta intestina, a esgrimir golpes baixos, às vezes na lama.
Se a república nos provou alguma coisa é que os portugueses aguentam tudo, até terem o Rato Mickey como Chefe de Estado se a tal forem obrigados.
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
Tinha Jesus nascido em Belém da Judeia, nos dias do rei Herodes, quando chegaram a Jerusalém uns Magos vindos do Oriente. «Onde está – perguntaram eles – o rei dos judeus que acaba de nascer? Nós vimos a sua estrela no Oriente e viemos adorá-l’O». Ao ouvir tal notícia, o rei Herodes ficou perturbado e, com ele, toda a cidade de Jerusalém. Reuniu todos os príncipes dos sacerdotes e escribas do povo e perguntou-lhes onde devia nascer o Messias. Eles responderam: «Em Belém da Judeia, porque assim está escrito pelo Profeta: ‘Tu, Belém, terra de Judá, não és de modo nenhum a menor entre as principais cidades de Judá, pois de ti sairá um chefe, que será o Pastor de Israel, meu povo’». Então Herodes mandou chamar secretamente os Magos e pediu-lhes informações precisas sobre o tempo em que lhes tinha aparecido a estrela. Depois enviou-os a Belém e disse-lhes: «Ide informar-vos cuidadosamente acerca do Menino; e, quando O encontrardes, avisai-me, para que também eu vá adorá-l’O». Ouvido o rei, puseram-se a caminho. E eis que a estrela que tinham visto no Oriente seguia à sua frente e parou sobre o lugar onde estava o Menino. Ao ver a estrela, sentiram grande alegria. Entraram na casa, viram o Menino com Maria, sua Mãe, e, prostrando-se diante d’Ele, adoraram-n’O. Depois, abrindo os seus tesouros, ofereceram-Lhe presentes: ouro, incenso e mirra. E, avisados em sonhos para não voltarem à presença de Herodes, regressaram à sua terra por outro caminho.
Palavra da salvação.
Imagem: Adoração dos Reis Magos - Albrecht Dürer, 1504
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