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Umas eleições pouco interessantes

O povo é que mais ordena

por Jose Miguel Roque Martins, em 27.12.21

Sou dos que querem mudança e reformas. Que detesto viver num País pouco livre, que não me conformo pela escolha da pobreza colectiva e com a falta presente de futuro que deixamos aos nossos filhos e netos que não emigrarem. Não gosto de viver numa realidade que me parece delirantemente virtual. Mas de falta de democracia não me queixo.

Cada vez mais estou convencido que o Povo é que mais ordena. Os nossos políticos, sistema político e partidos, podem ser acusados, com razão, de tremendas e até incompreensíveis barbaridades, mas entregam democracia.

O que conta é a  vontade profunda dos Portugueses e, qualquer fuga a essa realidade, independentemente das circunstâncias, qualquer que seja o líder o partido ou a ideologia proclamada, é fortemente punida em termos eleitorais e rapidamente corrigida. Não que nenhum cidadão goste de tudo o que acontece, das trapalhadas e escândalos. Mas nada disto tem a ver com aquilo que de facto conta na hora das eleições. O mais recente exemplo do que pretendo transmitir, foi a queda de Passos Coelho, ainda hoje um pária para a grande maioria dos portugueses e especialmente para pensionistas e funcionários públicos. Para muito poucos fez o que devia, começou a reformar. Para a maioria, feriu vacas sagradas e, em particular, as suas vacas. Para quase todos, cometeu a ousadia de ser honesto, o que também não é bem visto em Portugal. Político apreciado, tem que prometer o céu.  Pode não cumprir, mas tem que prometer. Palavra dada, não tem que ser honrada. Que isto, na política tem que obedecer à etiqueta, tem regras. Não admira por isso,  que as suas reformas tenham sido anuladas em tão pouco tempo. O país quer mesmo o que tem. A democracia, não há duvida, triunfou e funciona. Os Portugueses, nas questões essenciais, não querem mudar!

Quem ousar afrontar as linhas vermelhas da maioria, está destinado ao fracasso.

PS e PSD, como Portugal, estão encalhados, condicionados, presos ao seu eleitorado. Será possível esperar que, mesmo que o queiram, façam reformas? Não me parece. Seria ir contra o que a maioria realmente quer. Não há reformas sem ferir interesses e convicções. E no nosso caso, há demasiados interesses e convicções de fé, tão cristalizadas como por vezes eventualmente  absurdas. Os partidos de poder, sabem com clareza, por experiência própria, que ofenderem os interesses reais dos Portugueses, os seus minúsculos mas letais direitos adquiridos, as suas convicções dogmáticas, só trará a derrota eleitoral e o rápido regresso ao ponto de partida, realizado por outro partido.  O que conta é dar um ar de progresso, mesmo que poucochinho, de esperança, de prudência, de que alguém vai ao leme e que o Estado lá estará, sempre capaz de amparar.

Certo é que temos um Pais menos livre do que o desejável e exigível, mais pobre do que o possível, mas temos o País que a maioria quer. Temos democracia.

 

 

 (continua)


27 comentários

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De Manuel da Rocha a 01.01.2022 às 15:59

O memorando foi assinado por 4 pessoas: Aníbal Cavaco Silva (Presidente), José Sócrates (primeiro-ministro demissionário), Pedro Passos Coelho (líder do PSD) e Paulo Portas (líder do CDS, convidado por Pedro Passos Coelho). 
Grande parte das medidas lá impostas, foram OFERECIDAS PELO PSD/CDS!!!! É que Sócrates não queria nenhum memorando com a Troika... curiosamente, quem lhe tirou o "tapete" foi o BES (recusou participar numa emissão de dívida pública sindicada, depois de a ter liderado até ao momento da subscrição), Montepio (não quis participar) e o BCP (junto com o BES, organizaram e não subscreveram nenhum capital), por querem eleições, pois o governo não permitia obterem os 1200 milhões de euros de comissões, pelos serviços. Principalmente a taxa de levantamento (2 euros, por cada operação, e limite de 100 euros, por cada levantamento)... curiosamente, BCP, Novo Banco, BPI e CGD já tinham um acordo para começarem a cobrar 3 euros por cada operação feita em máquinas multibanco, com o governo PSD-CDS, em Setembro de 2015, para se começar a aplicar logo a partir de 1 de Janeiro de 2016. 
Esse foi um, dos vários, acordos que foram destruídos na noite de 3 de Novembro de 2015... quando o governo mandou incinerar a carga de 18 camiões, no incinerador dos Olivais. Só acho estranho é ninguém perguntar o que iria nessas cargas de pastas e documentação...  

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