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Não temos só o centro, há mais dois grupos.
O dos fartos, descrentes e indiferentes, que já nem votam, e que são quase a maioria dos Portugueses. Fazem mal.
Os poucos que querem mesmo mudança e reformas, a que se chama esquerda ou direita, são relativamente insignificantes, agrupados em pequenos nichos ideológicos. Temos muitas tendências. Só a social democracia, a verdadeira, não tem um representante alternativo. De, resto continuamos com o decadente e monolítico PCP, uma reminiscência histórica falida, o bloco de esquerda, uma espécie de travesti do comunismo, um CDS esgotado, e a jovem iniciativa liberal, que propõe o pouco tradicional e contra natura liberalismo em Portugal. Temos ainda o Chega e o PAN, com ideologias difíceis de entender ( se é que existem) , uma espécie de franchising de movimentos copiados de êxitos eleitorais de partidos Europeus semelhantes, que reúnem pessoas que se sentem inapelavelmente excluídas da sociedade, que estão zangados, ou se dedicam a causas particulares, deixando o resto aos outros.
Estes partidos poderão influenciar o poderoso “centro”, por natureza, pouco inclinado a avançar com mudanças. Mas muito pouco. Essa influencia poderá ser mais imediata ( e fugaz), através da sua força eleitoral e na viabilização de governos mas, mais importante e permanente, na forma como conseguirem influenciar, de forma duradoura, as ideias do tempo. Apenas têm importância na forma como podem promover uma alteração da forma de pensar do centro e, dessa forma, promover mudança real no País. Não sendo adepto, pelo contrario, do Bloco de esquerda, há que reconhecer ter sido este pequeno partido o mais eficiente na imposição de transformação da sociedade Portuguesa a partir de uma posição de quase irrelevância eleitoral. Não pelo apoio ao PS, mas pelo trabalho constante de luta pelo seu extenso e muitas vezes excêntrico cardápio de causas fracturantes. A geringonça caiu, mas ideias do Bloco, na generalidade más ou muito más, ficaram.
À esquerda e à direita, existe apenas uma esperança: os mais novos, aqueles que vão pagar os privilégios dos instalados, os ainda mais generosos e abertos ao bem comum, aqueles que não têm nada a defender, porque nada lhes foi ou será dado. Aqueles que não podem enfrentar o grande capital, que já não existe. Aqueles que apenas são vitimas dos pequenos privilégios de quase todos os mais velhos.
Deste grupo destacam-se, como possíveis faróis ideológicos, capazes de mobilizar os jovens, o Bloco e a Iniciativa Liberal. Representam as propostas de mudança mais claras e antagónicas. O confronto entre o colectivismo igualitário de Estado e a ditadura dos iluminados, por um lado, e uma sociedade mais livre e prospera, por outro. A clássica luta entre opostos, em que cada um oferece a possibilidade de uma luta heróica ( e por isso atraente) aos seus (poucos) eleitores. A eterna luta entre o bem e o mal, em que cada lado está, aos seus próprios olhos, do lado certo.
A sua importância, mais do que na esfera económica, será sobretudo na esfera dos direitos individuais e na importância da democracia que, no limite, poderá ser ignorada por imposição de necessidades mais prementes. O inverno está a chegar. As doutrinas de 50 anos, vão ter que mudar.
(continua)
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