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Confesso que, na minha ignorância (muitas vezes desviamos os olhos daquilo que não gostamos) pensava que o Boxe era um desporto intrinsecamente ligado à estupidez masculina. Claro que pensando melhor, concluo que a alarvidade, como o bom senso, é a coisa mais bem distribuída do mundo e não escolhe sexo, nação ou raça. E assim chegamos à descoberta de um combate de Boxe Olímpico (que tem a vantagem estética dos capacetes na cabeça dos praticantes) feminino de -66kg, entre a italiana Angela Carini e a argelina Imane Khelif. Ora acontece que a atleta da Argélia, é um caso raro de hermafroditismo a que agora chamam “intersexo”. O facto é que a Senhora (salvo seja) Khelif, que tinha sido impedida de participar no Mundial da modalidade do ano passado, por falhar os “critérios de elegibilidade” nos testes, que revelaram níveis de testosterona não permitidos pelos regulamentos da Associação Internacional de Boxe, espetou dois peros que despacharam a italiana aos 46 segundos de combate. Ora, por alguma razão as competições desportivas são segregadas pela biologia dos atletas. Se assim não fosse, as mulheres ficariam a perder na maioria das modalidades (acho que no hipismo concorrem com o sexo masculino sem prejuízo da justiça desportiva).
Dando de barato que Khelif não seja um homem apesar de ter os cromossomas XY, parece claro tratar-se de um raro caso de DSD (Disorder of Sexual Development), que ocorre em 1/20.000-25.000 nados-vivos. Certo é que o Comité Olímpico deveria ter médicos e biólogos na génese das regras dos JO, para que se evitem estas injustiças, ou até algum acidente de consequências mais graves. Impõe-se o respeito pelas diferenças.
Como vimos, a esteticamente vergonhosa cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos celebrou, além da desconstrução da história e dos valores fundacionais cristãos, por meio do protagonismo dado a drag queens e quejandos, a “fluidez” de género. Como se verifica neste caso é um caminho perigoso para a sustentação da competição desportiva, que terá de se cingir, privilegiar e respeitar a biologia dos participantes. O mesmo se exige à medicina, e já agora, na semântica.
Se este caso de olímpica iniquidade teve alguma virtude foi a de revelar para os mais desatentos a importância da biologia na questão de género. Talvez por isso seja de estranhar (ou talvez não) a ausência deste tema nos espaços de comentariado da Comunicação Social convencional.
A ver como decorrerão os próximos combates de Imane Khelif.
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