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Um supermercado socialista, já!

por José Mendonça da Cruz, em 09.03.23

A Sic anda ocupada a tentar provar que no sector com mais assanhada concorrência, e, consequentemente, melhores resultados para os consumidores, há «especulação» e privados cruéis que só querem o lucro. A Sic não apresenta provas, nem tem dados sobre a tal especulação, nem os procura. Toma como pressuposto que a subida de preços não tem a ver com a inflação em Portugal e a ausência de medidas do governo. Toma como pressuposto que a subida de preços não tem a ver com o preço dos adubos ou dos combustíveis, que, estes, devem 60% do custo ao governo. Não toma como pressuposto, evidentemente, nem o vírus, nem a guerra, que essas só servem para desculpar o desgoverno. E nem menciona os países que baixaram o IVA dos produtos alimentares, ao contrário do governo português que prefere sorver mais impostos. E tudo isto é normal, porque a Sic está apenas a dar fôlego a uma campanha do governo, com recurso ao braço armado da ASAE, que serve para muitas actividades. Assim -- disfarça o governo, e pretende a Sic -- a culpa é dos agentes privados de um sector onde a concorrência é mais acesa, «os privados» que só pensam no lucro.

Assim, hoje, a Sic decreta que há uma ideia de especulação «cada vez mais forte», o que é engraçado, porque a «ideia» nasceu no governo, foi plantada na cabecinha da Sic que a vem cultivando há dias, e só nela é que é «mais forte». (É um truque velho do mau jornalismo: «Há a ideia geral de que...», diz o jornalista aldrabão que pretende passar por realidade uma ideia sua sem fundamento.)

No próximo episódio, a Sic defenderá que os socialistas deviam fazer supermercados públicos, talvez com uma reversão tão boa como a do Hospital Beatriz Ângelo, talvez com uma nacionalização tão boa como a da TAP,  uns novos supermercados tão eficazes como os serviços públicos, tão capazes como os transportes, tão funcionais como a escola pública.


11 comentários

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De Luis a 10.03.2023 às 00:56

Costa brother's a virar frangos
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De Anónimo a 10.03.2023 às 07:24

...e uma ideia tão boa como a nacionalização das casas, que está em curso.
(acho que estamos a ser assaltados por tiranetes e celerados).


Ai portugueses, se continuais sentados e quietos â espera, ides parar à fila dos próximos perus de Natal que vos serão distribuídos pelo Estado venezu... , perdão, socialista.  
Em alternativa, não era má ideia tratar _de vez_ desta gente (não esquecendo os perus) e "pôr-lhes  as perninhas a tremer, para todos se porem finos" _ como dizia o outro.
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De passante a 10.03.2023 às 09:00

Para combater os "boatos da reacção", perdão, tenho o 1975 à mostra, quero dizer para combater a "desinformação", podia-se nacionalizar a SIC.


Depois despediam-se os empregados e metiam-se funcionários do partido. Ou isso já aconteceu e não deram a notícia?
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De Anonimo a 10.03.2023 às 09:21

Como foi calculada essa margem de lucro (e foi discriminada o tipo de margem?)?
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De Paula Dias a 10.03.2023 às 09:56

"A Sic anda ocupada a tentar provar que no sector com mais assanhada concorrência, e, consequentemente, melhores resultados para os consumidores, há «especulação» e privados cruéis que só querem o lucro."



Em primeiro lugar, ainda bem que a SIC "anda ocupada" com alguma coisa, é sinal de que nem todos andarão a "ver passar navios"... (Não tenho qualquer interesse particular na SIC).


Em segundo lugar, só quem não faz compras nos hipermercados é que poderá acreditar que não exista "especulação". 


Existe e é escandalosamente evidente. E também existe "cartelização", também ela escandalosamente manifesta... Que dúvidas poderão existir sobre esses dois aspectos?


O problema é que eu, enquanto cidadã comum, não tenho os meios necessários para conseguir provar que existe especulação e cartelização...


Mas que elas existem, existem... É assim como afirmam os Espanhóis em relação às bruxas: "Yo no creo en brujas, pero que las yay, las hay"...


E, já agora, o anterior nunca poderá ser considerado como "melhores resultados para os consumidores". 


Os consumidores estão, efectivamente, "presos" aos hipermercados, sem possibilidade de escolha. A suposta concorrência entre hipermercados, que deveria beneficiar os consumidores, na realidade, é só aparente e enganosa.


A mais do que provável "concertação de acções" entre hipermercados é danosa para os consumidores e retira-lhes qualquer (genuína) possibilidade de escolha.
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De Anónimo a 10.03.2023 às 13:00

Porque continua "presa" aos hipermercados, sem possibilidade de escolha?
Pode ir, por exemplo, cavar batatas, etc. e tal.
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De Paula Dias a 10.03.2023 às 15:46

Caro Anónimo, putativo candidato a "engraçado da semana":


Afirmo-lhe  apenas isto, que o seu comentário não merece outra resposta:


"Ainda não percebi se os ponho doidos, ou se atraio doidos"...


(Ruobado da Internet, de autor desconhecido).


E está com sorte, porque hoje até estou bem disposta, o meu Sporting ía ganhando ao Arsenal...
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De Anónimo a 10.03.2023 às 17:39

Há supermercados e mercearias. E mercados. A mim ninguém me obriga a ir ao Hiper... andam sempre com o comércio tradicional na boca, têm bom remédio. 
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De Paula Dias a 10.03.2023 às 19:13

Supermercados e mercearias? Claro que sim, vou, pelo menos, uma vez por semana fazer compras no comércio tradicional e não dispenso essa possibilidade...


Mas isso não invalida nada do que referi no comentário anterior. Os hipermercados andam, definitivamente, a enganar os consumidores e isso não pode deixar de ser denunciado. 


Não é pelo facto de ninguém ser obrigado a ir aos Hipermercados que se deva "fechar os olhos" e fazer de conta que não se passa nada...
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De JPT a 10.03.2023 às 10:54

O nível de ignorância (e até de estupidez) de uma população vê-se quando o director da ASAE e as "Carmos Afonsos" assentam a campanha a acusar as grandes superfícies de especulação com base na diferença de 50% entre o preço de compra e o preço de venda das cebolas, cenouras e laranjas, precisamente as três coisas que lá em casa mais se estragam. Amigos, 50% de margem bruta (ou seja, sem considerar os custos de comercialização) em produtos que, em grande parte, se estragam sem ser vendidos não é muito, é pouco. Aliás, é por isso mesmo (por, com uma margem dessas, as grandes superfícies terem de comprar produtos de escassa qualidade) que eu pago bem mais para comprar a fruta e os legume na mercearia do Sr. Celestino.
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De Anónimo a 11.03.2023 às 17:10

A direita sempre em defesa dos parasitas, sejam eles senhorios ou especuladores. Pelos aumentos dos preços nos supermercados eu ia pensar que Portugal faz fronteira com a Rússia... Filhos da Putin...

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