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Esta imagem tem uma história anterior a ter chegado aqui.
Luis Carloto Marques publicou a fotografia de cima, fazendo referência ao seu autor, Artur Pastor, à data aproximada, pelos anos 50 do século XX e admitiu-se que se trataria de uma imagem algures na serra da Freita ou Arada.
Paulo Fernandes publicou uma fotografia posterior aos fogos de 2016, nas serras de Freita e Arada, que admitia ser um outro ponto de vista da mesma cumeada, eu tentei encontrar mais ou menos o mesmo ponto de vista da fotografia original no google earth, e João Mariares Vasconcelos, não estando convencido da localização proposta, andou umas horas à volta do assunto até encontrar as aldeias certas no Marão. Depois, Paulo Fernandes produziu a imagem de baixo, mais próxima do ponto de vista da fotografia original que a que João Mariares Vasconcelos tinha usado para mostrar de onde era a fotografia original.
Independentemente desta história, que ilustra bem as razões pelas quais gosto das economias colaborativas e de partilha (e que espero que o Observatório de Paisagem da Universidade do Porto venha um dia a pôr de pé de forma generalizada para as fotografias de paisagem), o que verdadeiramente me interessa no resultado final é a demonstração, de forma muito intuitiva e clara, do que tem vindo a ser dito (também por mim, mas por muitas outras pessoas) sobre a evolução da paisagem, a recuperação dos sistemas naturais e consequente acumulação de combustíveis, tudo partes de um processo que é a base para a compreensão do problema dos fogos em Portugal.
Só quando as políticas públicas e a economia encararem de frente a gestão de combustíveis, encontrando mecanismos privados e públicos para ganhar controlo sobre o fogo através de acções sustentáveis de gestão da vegetação que substituam a economia de miséria que a fotografia original reflecte, e que deixou de ter capacidade para gerir as áreas marginais, é que teremos uma relação serena com o fogo, sem dramas excessivos.
As duas imagens explicam bem de onde vimos e para onde caminhamos, resta-nos ser capazes de encontrar os mecanismos adequados para chegarmos onde queremos, o que forçosamente passa por pagar os serviços de gestão de ecossistemas que são de interesse geral e que a economia actual deixou de assegurar.
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