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Um elogio justo

por henrique pereira dos santos, em 16.05.24

Vi grande parte do debate quinzenal de ontem, na Assembleia da República, também para aferir a distância entre o que se tinha passado e a imagem que os jornais e televisões fazem do que se passou (o que li e ouvi depois confirma que a visão dos jornais sobre o debate é, não só intelectualmente pobre, como bovinamente semelhante).

Gostei do debate, por exemplo, Pedro Nuno Santos levantou questões relevantes sobre o ruído dos aviões decorrente do aumento de movimentos por hora previsto na decisão do Governo sobre o aeroporto (a que Montenegro não conseguiu responder de forma clara, o que acho normal).

Ao contrário do que disse inicialmente Pedro Nuno Santos, o problema não será tanto a impossibilidade de aumentar o número de movimentos, mas o medo de que não haja autorização ambiental para isso (é o que escreve no famoso despacho que determina o avanço das obras no Montijo, para gerir a transição, e que leu ontem no plenário, sem se aperceber de como estava a demonstrar que o medo da opinião pública tolhia a acção do governo anterior).

Foi também interessante ver que o BE e Mariana Mortágua estavam mais preocupados com os eventuais lucros da Vinci, que com a substância das decisões sobre o aeroporto, numa demonstração muito clara de que ao BE incomoda mais que alguém tenha lucro que a discussão sobre se esse alguém, para ter lucro, resolve um problema a terceiros (ao BE não interessa muito se o merceeiro exerce bem a sua função de assegurar o abastecimento alimentar dos fregueses, o que interessa ao BE é saber se os lucros que motivam o merceeiro a ter uma mercearia aberta podem servir para combate político baseado no ressentimento).

Mas o que me surpreendeu, e na verdade motiva o post, foi ter ouvido de Montenegro uma coisa que não era novidade mas me tinha passado completamente ao lado: a aprovação da duplicação da consignação do IRS.

A medida é genericamente ignorada pela imprensa e não sei quanto representa de perda de receita para o Estado, sem ganho para o contribuinte e sem visibilidade sobre a ligação entre o financiamento dos beneficiários e a decisão do governo, ou seja, é uma medida politicamente inútil, do ponto de vista de quem olha para a política como o conjunto de esquemas usados para ganhar votos.

Considerando uns 18 mil milhões de receita do IRS, 0,5% do IRS serão 90 milhões de euros (se não me enganei quer nos dados, quer nas contas, que isto não é o meu mundo), mas na verdade será menos porque muita gente não usa a faculdade de consignar 0,5% do IRS a um conjunto de organizações a quem o Estado reconhece interesse público (calculo que os estatistas mais militantes achem sempre que mais vale ser o Estado a distribuir o dinheiro dos impostos que serem eles próprios a destinar parte desses impostos a organizações concretas cujo trabalho conheçam e apreciem).

Em qualquer caso, não são trocos.

Há muito tempo que defendo esta duplicação da consignação do IRS e no debate Paulo Núncio deu destaque a esta medida, escolhendo o ponto de vista do que ela representa de duplicação do financiamento das instituições de solidariedade social, isto é, de apoio aos mais frágeis.

Montenegro respondeu-lhe na mesma linha (uma das partes mais chatas dos debates são estas partes gagas em que há uma espécie de perguntas combinadas entre amigos) mas acrescentou aquilo que verdadeiramente me interessa e que esteve sempre na base dos meus argumentos, quando tentei incluir esta medida em programas políticos sobre os quais me pediram opinião: permitir às pessoas que consignem parte dos seus impostos reforça a liberdade de cada um apoiar quem acha que merece, e reforça a necessidade das instituições estarem mais próximas das pessoas que dos centros de poder.

Esta é a grande virtude desta medida, que passará despercebida para muita gente, que só tem efeitos aquando da entrega do IRS do ano que vem, que não permite as simulações de que a imprensa tanto gosta, que não serve para números mediáticos e demagógicos e que diminui o poder no Estado na alocação de recursos, transferindo 0,5% do poder que advém da cobrança do IRS para as pessoas comuns.

Tiro o chapéu ao governo por ter tomado esta medida, veremos depois se ela acaba concretizada ou não, e em que termos, mas a opção, em si mesmo, merece o meu sonoro aplauso.


32 comentários

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De balio a 16.05.2024 às 09:35


o medo de que não haja autorização ambiental para [aumentar o número de movimentos]



o medo da opinião pública tolhia a acção do governo anterior



Então afinal é o medo da opinião pública, ou o medo de que não haja autorização ambiental?


(É verdade que a autorização ambiental depende parcialmente da opinião pública, mas trata-se de uma dependência ténue e indireta, creio eu.)
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De cela.e.sela a 16.05.2024 às 10:10

sobre o aeroporto 'general Coca cola' podiam aproveitar a pista de Figo Maduro.
ninguém se importa com o ruido em Alverca.
nas discussões políticas da AR e comentários da CS «Ficando apenas nos burros e nos homens, sempre admirei aquele ditado atribuído aos latinos: um burro coça outro. No vernáculo romano: "asinus asinum fricat»
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De marina a 16.05.2024 às 10:58

nunca consignei nem consignarei . engraçado como  já gosta de esmola estatal  por causa da montis 
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De M.Sousa a 16.05.2024 às 12:28

Não é esmola estata! É dinheiro do próprio. Que o próprio decide atribuir por sua livre escolha. E este é o ponto que não cabe na cabeça quadrada de um socialista: livre escolha.
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De marina a 16.05.2024 às 14:02

mas tenho escolha no que se refere a pagar irs ? não sabia.  vou começar a escolher não pagar 
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De M.Sousa a 16.05.2024 às 15:55


Estamos a falar de uma parte do IRS que, por escolha do contribuinte, pode ser atribuído a uma dada instituição. Não se trata de escolher pagar, ou não, IRS; por isso se designa de imposto.
Claro que, além de ser uma resposta típica de quem não tem argumentos, é também uma resposta típica de troll avençado. Ou então, de mentecapto ... 
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De marina a 17.05.2024 às 11:19

escolha era se pudesse consignar esse dinheiro a mim própria , pagando menos irs.  pago mais irs , não tenho escolha, a contar com a pedinchice e eu embirro tanto com lucratistas como com pedinchões.
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De henrique pereira dos santos a 17.05.2024 às 11:33

Ou seja, na sua opinião, como todos temos de comer, não existem escolhas alimentares
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De henrique pereira dos santos a 16.05.2024 às 17:35

Sim, entregar 0,5% (com esta proposta, 1%) do seu IRS ao Estado ou à amnistia internacional, a associação de paralisia cerebral de Lisboa ou à Montis é uma opção voluntária sua.
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De balio a 16.05.2024 às 16:00


Não é esmola estata! É dinheiro do próprio.


Não. É de facto dinheiro do Estado. A partir do momento em que eu sou obrigado (por lei) a pagar um certo imposto ao Estado, esse dinheiro é, de facto, do Estado. Ele (Estado) tem o direito de ficar com ele. Pode prescindir desse direito, concedendo-me a mim o direito de o dar a uma instituição, mas o dinheiro é, de facto, do Estado.
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De M.Sousa a 16.05.2024 às 21:40

Errado. O dinheiro é do contribuinte. O Estado administra o dinheiro que os contribuintes lhe entregam. Existe coercividade na cobrança, pois de outro modo ninguém contribuiria. Mas isso não transforma o Estado em dono do dinheiro dos contribuintes. 
Claro que para a cabeça quadrada de um socialista, isto é demasiada areia...
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De Anónimo a 17.05.2024 às 07:40

"pois de outro modo ninguém contribuiria"


Como assim? E a solidariedade?
Só falta dizer que as pessoas não sabem gerir o seu dinheiro, e que será preciso um "Estado" para alocar verbas a bens comuns.
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De Anónimo a 17.05.2024 às 10:55

Os socialistas tem a cabeça quadrada, ... Pronto vou conseguir identificar os socialistas segundo o teu brilhante critério. Já agora, sabes qual a forma da tua, que és um 8421.
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De s o s a 16.05.2024 às 22:54

mas olhe que a sua cabeça  é demasiado circular.  Mas circulo reduzido.
De outro modo estaria a reivindicar que em vez de 1% o contribuinte pudesse consignar mas os 100 %...por exemplo ao infantario do benfica ou do belenenses. 
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De henrique pereira dos santos a 16.05.2024 às 13:43

E sobre o post, tem alguma coisa a dizer, ou prefere ficar-se pela má-língua sobre pessoas que não conhece de lado nenhum?
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De marina a 16.05.2024 às 14:09

sim : quem quer festa , sua -lhe a testa .  cotizem entre os associados , aumentem  o número dos mesmos.
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De henrique pereira dos santos a 16.05.2024 às 14:33

A sua opinião sobre como deve ser gerida a Montis é o que é, mas não foi esse o comentário que fez, foi sobre mim, não foi sobre a Montis, o que disse é que a minha opinião sobre consignação de IRS (que tenho há dezenas de anos, muito antes de sequer haver Montis) resulta de eu querer financiar a Montis.
É este tipo de comentário pessoal sobre mim que me faz a maior confusão, porque não percebo onde quer chegar.
Quer dizer que eu não presto? Força nisso, pode ser que estejamos de acordo sobre isso, embora eu não veja utilidade nessa discussão.
Se não é isso, o que pretende com o comentário?
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De Anonimus a 16.05.2024 às 12:20

A consignação devia ser até x%. E devia dar para consignar ao próprio (seria interessante ver os números neste caso).
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De anónimo a 16.05.2024 às 13:03


Não ficou claro, nem podia ficar, o magno problema do "sem custos para o contribuinte" nas obras faraónicas: novo aeroporto, reforçar o de Lisboa, nova ponte, TGVs nacionais e internacionais....


Governos socialistas anunciam obras "sem custos para o contribuinte" e o resultados é conhecido.

Governos centro direita deveriam pura e simplesmente definir, em termos gerais, projectos ditos com interesse e porquê. 
De forma genérica e deixar os privados concorrer e apenas, previamente, fiscalizar factores de ordem ambietal, social, implicações a montante e a juzante das soluções apresentadas...como reza a Lei. 
Se não aparecem privados interessados é porque os projectos não fazem sentido aos privados. Se não fazem sentido aos privados não fazem sentido num País, não socialista. Ou será que esta "AD" continua com alma socialista?.
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De Anónimo a 16.05.2024 às 13:16

Pois eu consigno sempre. Vou variando a instituição. Pode ser que este ano decida pela Montis (está na lista). Gosto da liberdade de decidir um pouco para onde vão os impostos que pago. 
Catarina Silva 
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De Alda a 16.05.2024 às 14:58

Desculpem, mas não percebi esta da consignação a duplicar. Eu faço a a consignação de 0,5% no meu IRS que, segundo li no jornal um dia destes ainda não tinha sido distribuído há não sei já quantos anos e as instituições estavam à espera. (não sei se é verdade pois não tenho possibilidades de saber). Mas duplicação? O Estado pode/deve dar a parte dele e eu dou a minha parte. Não vejo duplicação. Será que me está a passar algo?
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De henrique pereira dos santos a 16.05.2024 às 17:37

A Montis recebeu há poucas semanas a consignação do ano anterior.
Tem sido 0,5% mas o governo aprovou a duplicação para 1% nos próximos anos.
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De Anónimo a 17.05.2024 às 09:37

Obrigada pela explicação. Não tinha ouvido o Governo e pelo texto não me tinha apercebido como se dava essa duplicação.
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De Not Now a 16.05.2024 às 15:02

No meu entender estas " responsabilização" de cada um distribuir o que quer disfarça um pouco a falta de capacidade do Estado em distribuir e executar programas de melhoria dos serviços de todas as entidades que sem fins lucrativos respondem ao desafio do "bem comum e social".

Mas o reverso da medalha é premiar  os nossos próprio interesses, ou  porventura atribuir aqueles que tem capacidade de divulgar nos media, noticiários, redes sociais e afins os seus próprios NIF, e com isso aumentando a possibilidade de arrecadar uma fatia maior do contributo.

Ainda que o faça nunca tive real consciencia do beneficio que estou a fazer, nem sei medir a  justiça do mesmo.

Faço como alguem já disse aqui de forma mais ou menos aleatória, para uns bem pequenos que nem sequer sei o real serviço que fazem nem nunca passei a km das suas portas, tambem estou certo que já beneficiei aqueles que aparecem na TV... por isso sejá 0.5 .. 1% ou que fossem 10..ou 20 ou 100% estou certo que nunca seria mais justo que o estado e certamente seria mais cego.

Estas entidades deveriam ter condições, próprias ou financiadas pelo estado para a sua existência... deixar cada um de nós decidir para onde vão os impostos??? Não creio que eu sozinho, seja melhor.
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De henrique pereira dos santos a 16.05.2024 às 17:38

Como digo no post, os estatistas acham sempre que o Estado gere melhor o seu dinheiro que os próprios.
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De Anónimo a 16.05.2024 às 21:51

Há quem ache isso, ê verdade. Daí a ser verdade...
Mas quem tem a máquina das etiquetas é que define os rótulos. 
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De s o s a 16.05.2024 às 22:57

incrivel, voce dá uma resposta destas a um leitor que de forma totalmente correta expoe e manifesta duvida !!!!!!!
Que se passa consigo hoje ?
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De Anónimo a 17.05.2024 às 07:41

Hoje?


Olhe que não, olhe que não. 
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De s o s a 16.05.2024 às 22:49

apesar de nao ter conseguido ler o primeiro paragrafo sobre a abordagem á Consignaçao, só posso espantar por aplaudir o circo, a palhaçada. 
Primeiro, e no geral, sao instituiçoes já pagas pelo estado !
Segundo, as instituiçoes fazem campanhas nacionais de angariaçao, logo quem pode pode, e assim ficam esquecidas as instituiçoes vizinhas. 
Terceiro : pelos vistos nao consegue imaginar quando recebem mais as dez maiores recebedoras, e que percentagem corresponde á receita de cada uma delas. 
Nao esperava do autor tao pouco.  Nem sequer ilusionista. 
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De Anónimo a 17.05.2024 às 07:48

Sempre que consignei, foi a instituições locais, e cujo trabalho conheço pessoalmente. Vale o que vale, na realidade não sei o uso que fazem do dito. Podem ir todos jantar fora, não sei.
Claro que as Fundações Benfica têm vantagem mediática, mas igualdade é um conceito abstracto. 
Ainda assim, esta consignação traz uma carga de "donativo" que saltita entre solidariedade e caridade, por isso agrada da direita à esquerda. 
O conceito de utilidade pública também é o que é; gostaria de "bancar" clubes desportivos locais, que não só substituem o Estado na área do exercício como ainda têm função social a nível de comunidade. 
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De marina a 17.05.2024 às 11:20

tal e qual o que penso. mas cada um puxa a brasa a sua montis  
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De henrique pereira dos santos a 17.05.2024 às 11:35

Insiste na canalhice de fazer processos de intenções em vez de discutir argumentos.

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