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Um editorial exemplar

por henrique pereira dos santos, em 08.02.21

Manuel Carvalho escreve hoje um editorial no Público em que começa por falar sobre este video.

No essencial, trata-se de um homem que, com ou sem razão, procura defender-se do que considera uma compressão dos seus direitos individuais e da iniquidade da actuação do Estado.

Não usa de violência, não se recusa a identificar-se, mantém procedimentos básicos de protecção em relação à epidemia, em especial o distanciamento físico. É um homem isolado, desarmado, frente a dois polícias, num primeiro momento, mais meia-dúzia de polícias num segundo momento, chamados pelos dois primeiros, limita-se a desobedecer de forma não violenta perante o que lhe parece ser um abuso da autoridade do Estado.

É completamente irrelevante se tem razão ou não, isso ver-se-á mais tarde nos tribunais, se a tanto chegar o caso.

Perante um homem isolado que contesta pacificamente o poder, dentro da longa tradição de desobediência civil que está associada à defesa dos direitos individuais contra o abuso de poder do Estado, com ou sem razão (friso bem este aspecto), o que tem a dizer Manuel Carvalho, o director de um dos diários mais influentes do país?

Que "em circunstâncias normais, a atitude desse homem mereceria uma condenação sem reservas. Nos dias que correm não faltou quem apoiasse a insolência perante a autoridade".

Quando a imprensa está, por definição, a favor do poder e contra os indivíduos que, pacificamente, se manifestam pelo que consideram os seus direitos individuais inalienáveis, condenando a sua "insolência perante a autoridade", estamos conversados.

O editorial exemplar na demonstração das razões profundas da crise do jornalismo.


23 comentários

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De Anónimo a 08.02.2021 às 18:42

Parabéns Prof HPS, por nos informar. Deixei de ler jornais e quase não vejo TV, mas não deixarei de acompanhar a sua luta contra quem deixou, há muito, de ser o 4º poder.
Obrigado
A Lopes
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De voza0db a 08.02.2021 às 19:04


Pelo menos há outras manadas de escravos menos MANSAS que a Tuga!


"World News
Hundreds march through Copenhagen to protest Covid-19 lockdown & plans for vaccination passports

On Saturday night, hundreds of demonstrators walked through central Copenhagen in front of the parliament building, carrying torches and flares, chanting slogans and playing music."
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De Rui Filipe a 08.02.2021 às 19:58

Um óptimo exemplo do nosso "jornalismo de deferência".
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De Anónimo a 08.02.2021 às 20:01


Num caso destes, os agentes deveriam estar treinados para uma actuação mais pedagógica, sublinhando para a necessidade deste cidadão se autoproteger. E  uma abordagem para o acalmar, pois via-se nitidamente que  estava stressado com o confinamento, aliás, ele disse que só queria apanhar ar. Não desafiou, não foi insurrecto e até pareceu bastante ciente dos seus direitos individuais. ( Mas nada disto fez soar as campainhas do referido jornalista...)
Ele só cometeu um pequeno "erro" que o pode tramar em tribunal (se quiserem) é que não usava a máscara. Pelo menos poderia trazê-la consigo.


Avaliando o comportamento do cidadão, dos agentes e do director do jornal, este foi, sem hesitação, o que teve a pior qualificação. Melhor dizendo, não tem qualificação! O que escreveu  ultrapassa tudo! Confesso que ainda não me tinha apercebido que já tínhamos chegado a este ponto de desprezo pela liberdades e pelos direitos dos cidadãos. Embora desconfiasse, vemos diariamente os sinais de degradação da democracia.
Mas é um sintoma de que isto está do pior, quando um responsável de um jornal de grade divulgação toma esta posição.

Quer dizer que estamos tramados. ´E para ditaduras já nos chegou uma.
AP
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De Anónimo a 09.02.2021 às 01:09

Caro Anónimo das 20:01,


O nosso concidadão levava pela mão uma máscara. 
Temos falta de formação na polícia, ou excesso de exercício de autoridade. Nem sei. Fiquei perplexa com a atitude da polícia. Quanto ao director do "jornal" Público, nem vale a pena. Há já muito tempo que os seus editoriais não têm explicação (pelo menos, não a conheço).


Catarina Silva
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De Anónimo a 09.02.2021 às 11:23

Catarina Silva, têm explicação estes editoriais: chegou-se à subversão total da finalidade do jornalismo e do seu dever de imparcialidade ; tempos perigosos, estes, que vivemos, em que um jornalista "faz política" e se coloca ao serviço dos poderosos, com manifesto desprezo pelos cidadãos. 

Li esse editorial do público e a 2ª parte é um branqueamento descarado dos falhanços do governo e este MCarvalho não quis, literalmente, parar um segundo para questionar a discricionariedade e a irracionalidade de algumas das medidas que nos estão a ser impostas.(Este vídeo é disso exemplo).


 Julgará o MC que faz "da gente parva" como se costuma dizer, o que denota uma enorme falta de perspicácia para avaliar o leitor de "hoje". O leitor actual deixou (há muito) de ser o alvo fácil da manipulação dos "manueis carvalhos" que se curvam por aí. A falta de isenção e de seriedade deste tipo de jornalistas, tornou as pessoas muito mais lúcidas e exigentes.  Os leitores não são as entidades passivas que ele julga, mas avaliam e reagem. Hoje já ninguém se deixa enganar, toda a gente sabe distinguir (e detectar) o jornalismo pouco sério, servil e "correia de transmissão". 


Também muito me admirou que o afamado jornalista não tenha tido a capacidade de ver "mais além" e não tenha reparado BEM naquele vídeo: 
  estava ali um homem a precisar de ajuda, com uma notória "fadiga pandémica", e era mais que evidente o seu enorme cansaço e o sufoco de estar há muito fechado.( Repare-se que ele repetiu várias vezes que teve de cortar a si próprio o cabelo). Se ninguém viu que estava ali um homem trancado há muito tempo (a "passar-se" por causa disso) e PORTANTO que   «tem estado»  a cumprir rigorosamente as medidas de confinamento...


Muito provavelmente vai ser alvo de queixa por desobediência. Num Estado Policial que ninguém se "atreva" a levantar a crista às medidas de repressão.   O MC podia ter ido por aí ... mas não quis.
Há coisas que rendem mais.
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De JPT a 09.02.2021 às 18:16

O cidadão tem todo o direito a andar sem máscara, sozinho, à beira-mar, desde que a traga consigo e que a coloque quando não consiga observar o distanciamento físico. O uso da máscara é excepcional e somente é imposto nas estritas condições determinadas pela Lei - é, literalmente, o que lá está escrito, e em Portugal aplica-se a Lei, e não as ordens arbitrárias da polícia e as bacoradas proferidas pelos apresentadores dos telejornais (enfim, esqueça esta última frase).
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De Anónimo a 09.02.2021 às 09:22


Quando as medidas são irracionais... depois dá nisto.


https://observador.pt/programas/contra-corrente/quando-o-jornalista-faz-de-policia-tenham-medo/
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De Carlos Guerreiro a 10.02.2021 às 08:09

O Público não tem como missão informar. O Público é a paz social no Continente em troco do prejuízos suportados pela SONAE. Existem protestos contra o continente como existem contra o Pingo Doce? O BE e socialistas mais radicais encontram-se amestrados pelo dizimo pago pela SONAE no Público.

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