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Não há muito tempo, foi publicado o livro vermelho dos mamíferos de Portugal Continental.
Há muitos anos que lido com este e outros assuntos conexos, nomeadamente censos e atlas de biodiversidade - que deveriam alimentar as revisões periódicas dos estatutos de ameaça das espécies - ao ponto de ser um dos principais responsáveis pela criação de um Cadastro Nacional dos Valores Naturais Classificados no regime jurídico de conservação da natureza.
Por um dos principais responsáveis quero dizer que fui um dos principais redactores desse diploma jurídico e nas discussões sobre essa matéria, Pedro Gama, jurista que é outro dos pais das propostas desse diploma, sugeriu a figura do cadastro para resolver uma série de problemas de registo e protecção legal de valores naturais, sem dependência de decisões comunitárias, tendo nós os dois desenvolvido a solução base que foi proposta (há alterações da versão final publicada em relação ao proposto, como é natural, propõe quem tem de propor, decide quem tem de decidir).
Devo dizer que a acumulação de frustrações relacionadas com estes assuntos só não me esmaga porque eu não sou muito de ficar esmagado por coisas dessas.
Quando saiu agora mais este livro vermelho, fui ver e, como eu já esperaria, fui ficando cada vez mais incomodado, não por ver o que me parecem erros, isso acho normal, mas porque os erros são sempre os mesmos, não aprendemos porque não avaliamos nem discutimos resultados.
Comecei a escrever um texto de opinião, mas como o queria bem fundamentado, o texto foi crescendo até às sete ou oito páginas.
Com isso na mão, fui ter com o Observador, perguntando se não queriam publicar o que tinha escrito, como ensaio.
Confesso que esperaria uma resposta simpática a mandar-me dar uma curva: um texto longo, sobre o um assunto que deve interessar a menos de 50 pessoas, que voluntariamente se afasta do dramatismo e das previsões catastróficas, sem apostrofar ninguém e responsabilizar os interesses pelo apocalipse ambiental e a extinção das espécies, até a mim me parecia um texto impublicável.
Enganei-me, o Observador publicou-o ontem, e tiro o chapéu à decisão.
Só tenho dúvidas das razões para ser um texto reservado a assinantes: que diabo, são tão poucos os interessados nele, que se ainda assim se restringe a leitura aos que, ao mesmo tempo, assinam o jornal, torna-se difícil que alguém o leia.
Paciência, é um comentário lateral, o que queria fazer ressaltar é mesmo a decisão de um jornal publicar uma coisa destas.
Obrigado.
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