Saltar para: Post [1], Comentar [2], Pesquisa e Arquivos [3]
Recomendo vivamente a entrevista de Teresa de Sousa ao cientista político Jacques Rupnik, no Público de hoje. É um belo exemplo de como se pode e deve pensar o populismo, exercício muito recomendável porque, na pressa de condenar o fenómeno, muitos decidem ignorar as suas causas. A esquerda, geneticamente moldada pela abstracção das utopias, revela, como sempre, especiais problemas em olhar para a realidade. A célebre crítica de Marx (os filósofos têm tentado compreender o mundo em vez de o mudar) esquece que o primeiro passo para mudar o mundo é compreendê-lo. Mas até Max Weber, um pensador usualmente contraposto a Marx, concorda com ele, em certo sentido, quando distingue a ética de convicção, que procura o bem absoluto, da ética de responsabilidade, que aceita um certo compromisso com o mal para "mudar o mundo". A primeira pertenceria à ciência e à religião, a segunda à política. Sucede, porém, como diz Ralf Dahrendorf num comentário à dicotomia weberiana, que a ética da responsabilidade deixa de ter sentido e eficácia quando se torna neutralidade perante o mal. O que nos leva à relação da direita com o populismo. Despida dos últimos escrúpulos da democracia cristã e do conservadorismo liberal, a direita corre hoje o sério risco de ficar refém de palavras antigas como povo, nação e comunidade, que têm um sentido perverso na boca dos novos paladinos do Ocidente branco e cristão. Talvez a condição básica para combater o populismo seja encontrar uma "ciência" comum a todos os seus adversários, de esquerda, de direita ou de centro. Faz-nos mesmo muita falta "compreender o mundo".
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.
Reescrevem-nos a História, rasuram-nos o passado,...
Obrigado pela dica. Sou covilhanense e não conheço...
Criar um Museu temático dos Descobrimentos Portugu...
Os afamados produtos da reputada Fábrica Renova, ...
La Palisse , em voz baixa : "Os EUA já não existe...