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O "caso" da transparência da Ana Moura tem uma dimensão estética, discussão essa na qual não tenho interesse em participar.
Mas tem também uma dimensão de discussão acerca dos limites da liberdade individual que, essa sim, me interessa.
Saber se é legítimo, e socialmente aceitável, envergar, num evento supostamente glamoroso, um vestido/ transparência que permite deslindar os seios é motivo de discussão. Para mim é claro que sim, usar uma transparência num momento glamoroso, ou fazer topless na praia, deveria ser entendido como algo normal, sendo que normal significa, neste contexto, algo parte da liberdade individual, que não deveria levantar ondas, nem discussões que ultrapassassem as do domínio da estética.
Regressando ontem de uma viagem vi que, por cá, não é bem assim e que o FB estava ao rubro com a indumentária de Ana Moura.
Uma discussão destas é uma discussão acerca de normas sociais. Em vários países muçulmanos, ainda que moderados, as normas sociais impedem que as mulheres andem de cabelo destapado. Já em culturas muçulmanas mais restritivas impede-se mesmo que a mulher mostre o rosto. Eu gosto de viver num país onde as normas sociais concedem a homens e mulheres um espaço de liberdade relativamente amplo.
Lamentavelmente, estamos a assistir no Ocidente a uma restrição progressiva das liberdades. Essa restrição é provocada por uma pinça que tem uma haste esquerda assim como uma haste direita. A esquerda propõe-nos uma cultura de cancelamento e higienista. Muita da direita, moralista e cheia de falsos pudores, também não preza especialmente a liberdade.
Curiosamente, as maiores críticas que ouvi à indumentária de Ana Moura partiram de mulheres. E, reforço, não me estou a referir a críticas com base estética, estou-me a referir a críticas em matérias "de costumes". Conforme a História já demonstrou muitas vezes, a ideia de que as pessoas querem ser "libertadas" é, em muitos casos, uma ficção. Há, quase sempre, um certo síndroma de Estocolmo que leva o prisioneiro a apaixonar-se por quem, ou por aquilo, que o aprisiona.
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