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Eu percebo que a associação Animal promova esta carta, querendo acabar coercivamente a transmissão de touradas num canal de televisão, até porque a associação Animal nunca teve muito apreço pela liberdade e pela democracia.
De resto, toda a lógica de defesa dos direitos dos animais é uma lógica totalitária, no sentido em que há umas pessoas que decidem o que é o melhor interesse dos animais, sem que os visados, claro, possam discutir essa definição, o que inviabiliza qualquer discussão racional sobre limites e ponderações de direitos e deveres.
Como entre os seus subscritores estão várias pessoas que conheço e respeito, não deixa de me fazer confusão a confusão que é feita entre defender o fim das touradas e defender o fim da liberdade de programação de um canal de televisão.
Quando digo que conheço alguns dos subscritores nem me estou a referir à Vera Kolodzig que não via há anos e com quem me cruzei no ano passado num estacionamento de praia - contra todas as minhas expectativas, quando me ouviu cumprimentá-la pelo nome, hesitou cinco segundos com cara de quem não está para aturar mais um chato, antes de finalmente me perguntar se não era o pai de fulana (durante anos eu praticamente não tinha nome, era sempre o pai de alguém) - mas cujas ideias sobre o que quer que seja desconheço.
Também não me refiro à minha amiga de infância Natália Luiza, que sei bem melhor o que pensa sobre o mundo, mesmo não falando com ela há anos.
Há duas pessoas nessa lista, no entanto, que conheço bem profissionalmente, e que provavelmente são um bom exemplo do que me parece ser um equívoco fundamental sobre o valor da liberdade.
Carla Castelo e Adolfo Luxúrias Canibal (na verdade quem conheço bem profissionalmente é Adolfo Macedo, meu colega no ICNF e um dos mais criativos juristas com quem trabalhei, com um mais que sólido bom senso na escrita de diplomas legais) são duas pessoas que respeito imenso, independentemente de terem ideias sobre o mundo bem diferentes das minhas.
Não estranho nada que sejam contra touradas, bem pelo contrário, é o que esperaria de qualquer um deles.
O que estranho é que perfilhem a ideia de que um canal de televisão deve ser condicionado, pela força da lei, a definir o seu conteúdo a este nível.
Note-se que a lei já condiciona muitas das opções das televisões, não permitindo alguma publicidade em algumas circunstâncias, não permitindo a transmissão de alguns conteúdos sem indicação de que são violentos, ou inadequados a determinados públicos, etc., mas o que se pede é um bocado mais que isso e está longe, muito longe, de ser matéria consensual: a proibição de um determinado tipo de espectáculos.
A associação Animal, com a forma absurda como tentou impedir a realização de touradas em Portugal, é co-responsável por um aumento de espectadores num espetáculo que estava a agonizar por falta de público Ao dar motivos para que algumas franjas da população para as quais a tourada não tinha grande interesse a passassem a encarar como um símbolo da defesa de um mundo rural minoritário, que tenta resistir ao rolo compressor das culturas urbanas, criaram razões para mais pessoas frequentarem mais frequentemente touradas.
Penso que esta carta será mais uma acha para a mobilização de algumas pessoas para a defesa das touradas, não está portanto em causa, para mim, o efeito prático desta carta.
O que não deixa de me espantar é a facilidade com que profissionais habituados a lidar com os limites legais da liberdade, se mobilizam para concidionar a liberdade editorial de um canal de televisão.
Se a carta fosse para parar todo o financiamento público a canais de televisão, encantado, por mim, nada contra, agora a pretexto de que há dinheiros públicos envolvidos pretender condicionar conteúdos, não entendo como não se vê nisso uma desvalorização evidente da liberdade de expressão.
A evidência e o óbvio são coisas muito subjectivas.
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