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Depois de um primeiro e forte embate provocado pela emergência pandémica, já temos informação e tempo suficientes para análises mais serenas e informadas.
Em 26 de Março foi publicado este estudo muito oportuno, interessante, que vale a pena ler e que faz uma análise do que se passou nos Estados Unidos durante a epidemia de gripe Espanhola. As conclusões são claras: as medidas de confinamento, quanto mais rápidas e severas, melhores resultados produziram. Quer em termos sanitários (menos mortes), quer na recuperação económica que permitirão depois da epidemia.
Apesar de completamente convencido do valor deste estudo e da bondade das suas conclusões, assusta-me que estas conclusões sejam indevidamente generalizadas.
Existem muitas diferenças entre o que se passou em 1918 e a atual pandemia. A mais relevante é o facto de a gripe espanhola ser francamente menos discriminatória relativamente aos seus efeitos, não permitindo demarcar um grupo restrito de risco, como acontece atualmente com o Coronavírus.
Sabemos, hoje, que a quase totalidade das vítimas mortais do Covid 19 são os maiores de 70 anos e os portadores de um leque de doenças crónicas já identificadas.
Compreendem-se as medidas de confinamento gerais e severas como as que estão a ser usadas, quando não existia o conhecimento de qual a extensão e comportamento da epidemia. Parece ser pouco razoável não fazer evoluir as medidas em função da nova informação.
O que se deveria pretender combater são os malefícios da infecção, não a infecção. O objectivo é prevenir mortes, não doentes assintomáticos ou que recuperam sem mazelas importantes. Valerá a pena arrancar todos os dentes a alguém que só tem um dente infectado? Não seria mais adequado, de forma cirúrgica, garantir a proteção ao grupo realmente vulnerável e que já foi delimitado? Direcionando todos os meios necessários para garantir o seu conforto e segurança?
Para quem considere ser insuportável uma discriminação entre cidadãos, lembro que quem discriminou o grupo vulnerável não foi a sociedade, foi o vírus.
Certo é que até à vacina ou tratamento, vamos ter Covid19 e as medidas de confinamento gerais são insustentáveis a longo prazo. Abordagens alternativas precisam-se. Esta poderá ser uma delas.
A fome, subnutrição e desespero também matam. E sacrifícios desnecessários são absurdos.
José Miguel Roque Martins
Convidado Especial*
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