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Tirar aos pobres, para dar aos ricos...

por henrique pereira dos santos, em 23.12.22

... e, para os meus muitos amigos ambientalistas, subsidiar a mobilidade baseada em energias fósseis.

Por razões que desconheço - com certeza de elevado interesse público - o governo resolveu que as portagens não deveriam subir o que resultaria dos contratos que o Estado celebrou.

Como acontece quando o Estado resolve evitar as consequências de contratos que livremente estabeleceu, como no caso da velhinha portagem da ponte 25 de Abril, o Estado renegoceia contratos em posição de fragilidade.

Desta vez o governo, como não queria que as portagens subissem 10%, permitiu uma subida de 4,9%, pressionou os concessionários a abdicarem de dois pontos percentuais da subida e impôs aos contribuintes o pagamento dos restantes três pontos percentuais da subida, tenham ou não carro, tenham ou não meios para se deslocarem nos sítios onde moram, tenham ou não recursos mais baixos que os da generalidade dos beneficiados, ao mesmo tempo que criava um incentivo negativo para o uso do automóvel face às alternativas.

Do ponto de vista moral, este acordo é vergonhoso, por pôr os mais pobres a contribuir para pessoas mais ricas que eles.

Do ponto de vista ambiental, é um absurdo.

Do ponto de vista político, é catita, o governo dá uns trocos que não são seus, e os jornalistas falam das medidas de combate à inflação, como se o Estado subsidiar preços fosse uma política de combate à inflação e o pessoal pensa que mais vale estes que sempre dão qualquer coisinha que os outros que são uns perigosos neo-liberais.

Parabéns à prima.


8 comentários

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De JPT a 23.12.2022 às 14:28

E acresce o pormenor de o aumento não ser de 5%, mas de 4,9%, como os preços dos supermercados. Mestres.
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De entulho a 23.12.2022 às 15:26

'o estado a quisto xigou' é o 'júlio' dos contribuintes privados, porque até consegue dar lucro
 «algo vai mal no reino da Dinamarca»,homelete

 «ter ou não ter, eis a cuestão.»
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De Anonimo a 23.12.2022 às 18:41

As alternativas, quando as há...
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De mariam a 23.12.2022 às 18:45

Costa o « Sr. poderoso» não consegue renegociar os contratos?
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De Luis a 24.12.2022 às 09:00

Ele é poderoso connosco e pia muito e grosso com a plebe...com os outros também pia, mas pia baixinho, muito baixinho e então se forem os rapazes do pilim da "Erôpa" então até se prosta diante deles se preciso for (quem não se lembra da vénia ridícula ao pm holandês ou da pergunta à Von der Leyen para ir ao banco? Ou até dá bajulação ao sr Orban quando estava em risco de não vir uma série de carcanhol caso o húngaro não aceitasse certos pormenores?). Este sujeito é um miserável que apenas sabe fazer populismo, eleitoralismo e demagogia barata e cujo governo mais não tem feito do que nos distanciar ainda mais da Europa e de nos brindar com ultrapassagens de países do leste europeu que há 20/30 anos eram miserabilissímos à beira de Portugal, mas continuemos com as políticas socialistas que estamos no bom caminho enquanto esses países as abandonaram e crescem, nós é que estamos bem e eles mal como é óbvio. 
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De uidade e a 24.12.2022 às 05:49

É assim que funciona a ditadura das maiorias. Habituem-se!
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De uidade e a 24.12.2022 às 05:55

« No seu gentil primitivismo, o povo que os elege é que pode não perceber a piada e enervar-se. Contudo, ressalva o prof. Marcelo, o povo não se enervará demasiado. Manifestações a sério, insurreição geral, motins não são para nós. Embora burros o bastante para, acidentalmente, recriminar o dr. Costa em lugar do sr. Putin, os portugueses, prosseguiu o antigo docente, possuem “uma sabedoria de 900 anos”, logo “muito do que os outros estão a descobrir nós já conhecemos”. Ninguém perguntou de que modo tamanha sapiência nos deixou na indigência actual, atrás de 95% do Ocidente cristão. Ainda bem. O importante é compreender que, se a experiência de 900 anos não nos deu grande prosperidade, liberdade ou juízo, deu-nos o valor supremo do “civismo”. » A.Gonçalves
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De Francisco Almeida a 24.12.2022 às 18:45

O maior problema de renegociar os contratos era poder pôr em causa quem os celebrou.

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