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A ânsia sanguínea de aproveitamento político do hediondo crime de Abdul Bashir - estrangeiro, afegão, muçulmano - por parte de André Ventura só tem paralelo com o denodo da comunicação social respondendo-lhe a deitar água na fervura com a vitimização do refugiado, afinal assassino das duas jovens mulheres, potenciando uma reacção ao contrário. Nestes padrões salta à vista a grande fragilidade da democracia, avessa à complexidade e refém de emotividades e excitações, vulnerável aos clichés de cada momento. É difícil lidar com excitação à volta da fixação dos preços nos supermercados, da condenação dos Padres por pedofilia, das casas devolutas por maldade do senhorio ou o medo dos estrangeiros miseráveis. A exploração de sentimentalismos é tentação em tempos de decadência que atrai mais justiceiros que a necessária racionalidade.
Pior mesmo são as agendas mal disfarçadas. Ou que a Comunicação Social supostamente séria não perceba quão voláteis são os instintos da turba. Do mesmo modo acho estranho que os jornalistas ditos “sérios” se recusem a olhar sob diferentes ângulos o relatório da Comissão Independente e as perversas consequências que dele emergem. Os populistas usam a mesma técnica para públicos mais ou menos básicos, alimentando-os dos bodes expiatórios de ocasião, sacrificados na fogueira da praça pública para alívio das suas frustrações e pobres vidas. O André Ventura pretende ganhar votos, a Comunicação Social audiências, de pessoas zangadas ou com medo.
Quando a tensão chegar ao máximo e a rua imperar, a primeira coisa a ceder será a liberdade que tomamos por garantida. Ou o Terror de Paris.
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