De Comunista a 08.05.2016 às 17:51
O regime é republicano, não monárquico.
O regime consagra a universalidade do ensino.
O regime é laico.
Há uma separação entre o Estado e a Igreja.
Chama-se a isso secularização.
Portugal não é uma teocracia.
Portanto, o dinheiro dos contribuintes não tem que pagar escolhas dos cidadãos que estejam fora dos princípios basilares da laicidade do Estado.
Por outro lado, como a direita repete como um mantra, com alguma verdade, mas de um ponto de vista errado, os dinheiros públicos devem ser controlados e deve haver contenção (acrescentaria eu, que essa contenção não deve entrar em confronto com os rendimentos dos indivíduos, sem cuja valorização, a economia nacional tende a estagnar e a definhar).
Ora, se uma escola pública, paga por todos nós, garante o ensino em dada região, porque se hão de multiplicar estabelecimentos particulares à volta, pagos uma segunda vez pelos nossos impostos?
Só há uma resposta. É por motivos ideológicos, os quais foram bem patentes na atuação do governo neo-salarista e neo-liberal de Passos Coelho, com o regresso grotesco de exames da 4ª classe (porque não também da palmatória?), e com o florescimento de incentivos a escolas que por motivos religiosos ou empresariais (a Ferrari agradece o aumento do número de veículos vendidos aos empresários da GPS e outra gente dessa), se reivindicaram não apenas como alternativa ao que já existia e precisava de ser rentabilizado, mas também como futuros donos disto tudo, face ao crescente desinvestimento do Estado na escola pública. O governo e a Fenprof, com enorme coragem, e apesar de todas as difamações e campanhas vergonhosas ad hominem, até, estão no caminho certo, não no caminho fácil, e a pouco e pouco, têm reparado todas as injustiças de qeu a escola pública foi vítima desde que a paf nos precipitou numa aventura anticonstitucional.