Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Chávez não perdeu tempo. De regresso a Caracas, e entusiasmado pela viagem a Viana do Castelo, olhou de novo para os assuntos internos e decidiu. E vai mais uma expropriação! Sempre em directo nas televisões, desta feita a "sorte" coube à sucursal no país da empresa norte-americana Owens Illinois, líder mundial no fabrico de frascos de vidro para bebidas, cosméticos, medicamentos e alimentos.
O presidente da Venezuela falava no palácio presidencial de Miraflores durante uma longa mensagem transmitida em simultâneo e de maneira obrigatória pelas rádios e televisões do país, em que explicou o alcance dos acordos assinados no périplo que realizou pela Rússia, Bielorrússia, Ucrânia, Irão, Síria e Portugal.
"Owens Illinois, exproprie-se (...) uma empresa de capitais americanos, que há anos explora os trabalhadores, destruindo e levando o dinheiro dos venezuelanos", disse Hugo Chávez dirigindo-se ao vice-presidente da República, Elias Jahua, para este executar a ordem.
Na plateia algumas personalidades ocidentais (?) aplaudiam.
Será que Sócrates sabia disto?
Já só cá faltava o "Comandante" para a confusão ser total! Ei-lo que chega!
Quanto à afirmação supra ninguém tinha dúvidas. Estas surgem todavia quando se pergunta o que lá foi fazer. É que ninguém vê os resultados...
Parece que não me enganei. Hugo Chávez ganhou o referendo e pode agora perpetuar a sua estadia no poder. Viva la revolución!
Amanhã faz-se, na Venezuela, o referendo para mudar a Constituição, a fim de terminarem os limites de mandatos para os presidentes. Acho que sei qual vai ser o resultado.
Cheguei a este vídeo através do Filipe Nunes Vicente. É impressionante e eu simplesmente não tenho palavras. É ver para crer.
Fé em Marx e devoção a Cristo - tudo metido no mesmo cocktail populista, ao serviço das ambições de poder do caudilho de Caracas. A mensagem de Natal de Chávez, transmitida em cadeia por todos os canais televisivos venezuelanos, pode ser vista e ouvida aqui. Se fosse em Portugal, logo saltaria a patrulha laica, de dedo em riste, a clamar contra a violação do sacrossanto princípio da separação radical entre religião e estado. Como é na Venezuela socialista, não lhes ouviremos nem um sussurro. Porque não é de religião que se trata neste cardápio de indignações selectivas - é de política. No princípio e no fim de tudo.
Hugo Chávez apoia Robert Mugabe. Os admiradores de Chávez, incluindo os portugueses, têm mais um excelente motivo para louvar o tenente-coronel que estreita num abraço solidário o mais repugnante ditador do planeta.
Hugo Chávez, herói de alguma da mais envernizada esquerda ocidental, vai perdendo a cada dia que passa o pouco que ainda lhe restava de credibilidade. A sua recente catilinária grosseira contra os Estados Unidos, que encontrou eco em todo o mundo, não teve consequências no plano económico. O caudilho venezuelano apressou-se já a declarar que a expulsão do embaixador norte-americano - em assumida solidariedade com a vizinha Bolívia, que fizera o mesmo 24 horas antes - não implica a quebra dos laços comerciais com Washington. Percebe-se porquê: 85% das exportações de petróleo venezuelanas são pagas pelos Estados Unidos, o que permite a Chávez distribuir o "ouro negro", gratuitamente, por vários outros países - com destaque para Cuba - em nome do "internacionalismo" bolivariano. Isto enquanto a economia venezuelana, fora do sector petrolífero, se vai deteriorando com sérias consequências no plano doméstico - a começar pela distribuição de géneros essenciais, como o pão e o leite.
Sobra a retórica anti-ianque, que tanto entusiasma os populistas de esquerda e até alguns de direita. Infelizmente para a Venezuela, os discursos flamejantes, polvilhados de linguagem de caserna, não criam riqueza nem contribuem para a coesão social. Como já vimos, vezes de mais, em tantas outras épocas e tantas outas latitudes.
Nos últimos dois anos, Hugo Chávez importou da Rússia quatro mil milhões de dólares em armamento: comprou helicópteros, caças, kalashnikovs... Mas ainda acha pouco: na última emissão do seu programa dominical anunciou que vai adquirir mais armamento russo, incluindo submarinos e aviões Antonov. Como se a Venezuela estivesse em guerra e não abundasse a pobreza por lá.
O tenente-coronel também falou da guerra do Cáucaso. Para dizer que a culpa é... dos Estados Unidos. As tropas da Geórgia, acentuou, "degolaram, mataram mulheres e crianças e incendiaram cidades com a aprovação norte-americana", criticou. Já os russos, segundo Chávez, não degolaram nem mataram: "Os russos fizeram o que tinham que fazer. Expresso daqui o meu reconhecimento à coragem do Presidente Medvedev e do primeiro-ministro Putin. Estamos com a Rússia." Parecia o Doutor Estranhoamor em directo de Caracas.
É raro ver uma flagrante violação do direito internacional ser aplaudida com tanto entusiasmo: não me lembro de nenhum outro dirigente internacional que tenha incentivado desta forma o largo rasto de destruição e pilhagens que Moscovo já deixou na Geórgia. O melhor amigo de Mário Soares na Venezuela tem pelo menos este mérito: prefere dizer ele próprio as maiores alarvidades, sem pedir a outros que falem por ele. Enquanto vai comprando armas. E mais armas. E mais armas. Mesmo assim, ainda há por aí quem lhe chame pacifista. Sem sorrir.
Os gorilas de Hugo Chávez encarregaram-se ontem, em Lisboa, de mostrar a verdadeira face do regime venezuelano. Impediram jornalistas de fazer o seu trabalho. Travaram o passo a cidadãos portugueses nas imediações dos locais onde o grande chefe se mostrou rodeado de guarda-costas e do habitual aparato propagandístico. Fizeram esperar Mário Soares quase duas horas à entrada da sua fundação (o que talvez tenha irritado o maior amigo de Chávez em Portugal) e depois entraram lá com o ímpeto de comandos israelitas ao assalto a Beirute. Impediram até o chefe do protocolo da Presidência da República de Cabo Verde de aceder a um gabinete.
Portaram-se aqui como se estivessem em território conquistado após uma operação militar. Imagine-se só como se comportarão lá, na terra do soba inundado de petróleo "socialista".
Na Avenida da Liberdade houve meia-dúzia de tugas, acometidos de febre idolátrica, que acorreram a vitoriar Chávez. Nem estes puderam aproximar-se muito, devido ao cordão sanitário dos gorilas de Caracas. Chávez bem poderia recompensá-los, oferecendo-lhes agora um bilhete de avião para a Venezuela. Só de ida.
Ouço Hugo Chávez na televisão - o "Mussolini venezuelano", como lhe chamou o escritor mexicano Carlos Fuentes. Fala na cimeira dos países não-alinhados (pensava que esta organização já não existia, afinal sempre existe reencarnação...). O que diz ele? Que Che Guevara foi um dos maiores pensadores de sempre. Blablablablá. Fala dos "grandes profetas Maomé e Jesus". Blablablablá. Diz que África, e não a Europa, é que é a "mãe" da América Latina. Blablablablá. Diz que o Caribe é "a nova Esparta". Blablablablá. Diz que "nenhum soldado imperialista" voltará a pisar a América do Sul. Blablablablá. Diz que é tempo de expulsar os investidores europeus do subcontinente. Blablablablá. Proclama: "Neste século acabará o império norte-americano." Blablablablá.
Ouço-o e penso: como pode Mário Soares ser hoje o maior avalista deste demagogo incontinente na União Europeia?
Andam aí uns admiradores do proto-ditador venezuelano lamentando ainda a “falta de educação” do rei de Espanha na cimeira chilena em que mandou calar Hugo Chávez. Admiro a candura deste clube de fãs do tenente-coronel que em 1992 liderou um movimento golpista contra o governo constitucional de Caracas. Basta passar em revista o que Chávez tem dito de outros políticos para se perceber que ele é hoje o recordista mundial da mais grosseira arrogância.
Chamou “Hitler”, “burro”, “alcoólico”, “cobarde”, “assassino”, “genocida” e “diabo” ao presidente americano George W. Bush.
Chamou “lacaio”, “cachorro do império” e “fascista” ao ex-primeiro-ministro espanhol José María Aznar.
Chamou “ignorante” e “burro” ao presidente mexicano Felipe Calderón.
Chamou “cão” ao ex-presidente mexicano Vicente Fox.
Chamou “ladrão” e “insignificante lacaio” ao presidente peruano Alan García.
Chamou “prepotente” e “mentiroso” ao ex-presidente chileno Ricardo Lagos.
Chamou “mentiroso” e “desavergonhado” ao presidente colombiano Alvaro Uribe.
Chamou “excremento” ao líder da oposição espanhola, Mariano Rajoy.
Não admira que a popularidade de Juan Carlos continue a subir em flecha, um pouco por toda a parte, depois de o ter mandado fechar a matraca – ao vivo, em directo e a cores. Até os mais empedernidos republicanos aplaudiram esta exclamação real que ficará como uma das frases mais sonantes da década: “Por qué no te callas?”
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.
na sua centena de heterónimos desdobrou-se em ser ...
inventa o direito de toda a gente a ir à praia à b...
> os donos não conseguem perceberPonha-se a hip...
Excelente texto.
A conclusão a tirar é que o valor de que o autor f...