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Ni chicha ni limonada

por Pedro Quartin Graça, em 26.10.10

Chávez não perdeu tempo. De regresso a Caracas, e entusiasmado pela viagem a Viana do Castelo, olhou de novo para os assuntos internos e decidiu. E vai mais uma expropriação! Sempre em directo nas televisões, desta feita a "sorte" coube à sucursal no país da empresa norte-americana Owens Illinois, líder mundial no fabrico de frascos de vidro para bebidas, cosméticos, medicamentos e alimentos.
O presidente da Venezuela falava no palácio presidencial de Miraflores durante uma longa mensagem transmitida em simultâneo e de maneira obrigatória pelas rádios e televisões do país, em que explicou o alcance dos acordos assinados no périplo que realizou pela Rússia, Bielorrússia, Ucrânia, Irão, Síria e Portugal.
"Owens Illinois, exproprie-se (...) uma empresa de capitais americanos, que há anos explora os trabalhadores, destruindo e levando o dinheiro dos venezuelanos", disse Hugo Chávez dirigindo-se ao vice-presidente da República, Elias Jahua, para este executar a ordem.

Na plateia algumas personalidades ocidentais (?) aplaudiam.

Será que Sócrates sabia disto?

Aí vem ele!

por Pedro Quartin Graça, em 09.10.10

Já só cá faltava o "Comandante" para a confusão ser total! Ei-lo que chega!

«Eu fui o primeiro-ministro que mais veio à Venezuela»*

por Pedro Quartin Graça, em 30.05.10

Quanto à afirmação supra ninguém tinha dúvidas. Estas surgem todavia quando se pergunta o que lá foi fazer. É que ninguém vê os resultados...

 

* José Sócrates

Palpites (2)

por Tiago Moreira Ramalho, em 16.02.09

Parece que não me enganei. Hugo Chávez ganhou o referendo e pode agora perpetuar a sua estadia no poder. Viva la revolución!

Palpites

por Tiago Moreira Ramalho, em 14.02.09

Amanhã faz-se, na Venezuela, o referendo para mudar a Constituição, a fim de terminarem os limites de mandatos para os presidentes. Acho que sei qual vai ser o resultado.

Ver para crer

por Tiago Moreira Ramalho, em 17.01.09

 

Cheguei a este vídeo através do Filipe Nunes Vicente. É impressionante e eu simplesmente não tenho palavras. É ver para crer.

Hugo Chávez y el Niño Jesús

por Pedro Correia, em 26.12.08

Fé em Marx e devoção a Cristo - tudo metido no mesmo cocktail populista, ao serviço das ambições de poder do caudilho de Caracas. A mensagem de Natal de Chávez, transmitida em cadeia por todos os canais televisivos venezuelanos, pode ser vista e ouvida aqui. Se fosse em Portugal, logo saltaria a patrulha laica, de dedo em riste, a clamar contra a violação do sacrossanto princípio da separação radical entre religião e estado. Como é na Venezuela socialista, não lhes ouviremos nem um sussurro. Porque não é de religião que se trata neste cardápio de indignações selectivas - é de política. No princípio e no fim de tudo.

Vermelho e negro

por Pedro Correia, em 23.12.08

Hugo Chávez apoia Robert Mugabe. Os admiradores de Chávez, incluindo os portugueses, têm mais um excelente motivo para louvar o tenente-coronel que estreita num abraço solidário o mais repugnante ditador do planeta.

A retórica do caudilho

por Pedro Correia, em 18.09.08

 

Hugo Chávez, herói de alguma da mais envernizada esquerda ocidental, vai perdendo a cada dia que passa o pouco que ainda lhe restava de credibilidade. A sua recente catilinária grosseira contra os Estados Unidos, que encontrou eco em todo o mundo, não teve consequências no plano económico. O caudilho venezuelano apressou-se já a declarar que a expulsão do embaixador norte-americano - em assumida solidariedade com a vizinha Bolívia, que fizera o mesmo 24 horas antes - não implica a quebra dos laços comerciais com Washington. Percebe-se porquê: 85% das exportações de petróleo venezuelanas são pagas pelos Estados Unidos, o que permite a Chávez distribuir o "ouro negro", gratuitamente, por vários outros países - com destaque para Cuba - em nome do "internacionalismo" bolivariano. Isto enquanto a economia venezuelana, fora do sector petrolífero, se vai deteriorando com sérias consequências no plano doméstico - a começar pela distribuição de géneros essenciais, como o pão e o leite.

Sobra a retórica anti-ianque, que tanto entusiasma os populistas de esquerda e até alguns de direita. Infelizmente para a Venezuela, os discursos flamejantes, polvilhados de linguagem de caserna, não criam riqueza nem contribuem para a coesão social. Como já vimos, vezes de mais, em tantas outras épocas e tantas outas latitudes.

Sexismo de esquerda

por Pedro Correia, em 12.09.08

«Vayanse al carajo yankees de mierda, que aquí hay un pueblo digno»

Hugo Chávez

O Doutor Estranhoamor de Caracas

por Pedro Correia, em 20.08.08

Nos últimos dois anos, Hugo Chávez importou da Rússia quatro mil milhões de dólares em armamento: comprou helicópteros, caças, kalashnikovs... Mas ainda acha pouco: na última emissão do seu programa dominical anunciou que vai adquirir mais armamento russo, incluindo submarinos e aviões Antonov. Como se a Venezuela estivesse em guerra e não abundasse a pobreza por lá.

O tenente-coronel também falou da guerra do Cáucaso. Para dizer que a culpa é... dos Estados Unidos. As tropas da Geórgia, acentuou, "degolaram, mataram mulheres e crianças e incendiaram cidades com a aprovação norte-americana", criticou. Já os russos, segundo Chávez, não degolaram nem mataram: "Os russos fizeram o que tinham que fazer. Expresso daqui o meu reconhecimento à coragem do Presidente Medvedev e do primeiro-ministro Putin. Estamos com a Rússia." Parecia o Doutor Estranhoamor em directo de Caracas.

É raro ver uma flagrante violação do direito internacional ser aplaudida com tanto entusiasmo: não me lembro de nenhum outro dirigente internacional que tenha incentivado desta forma o largo rasto de destruição e pilhagens que Moscovo já deixou na Geórgia. O melhor amigo de Mário Soares na Venezuela tem pelo menos este mérito: prefere dizer ele próprio as maiores alarvidades, sem pedir a outros que falem por ele. Enquanto vai comprando armas. E mais armas. E mais armas. Mesmo assim, ainda há por aí quem lhe chame pacifista. Sem sorrir.

Gorilas de Caracas

por Pedro Correia, em 25.07.08

Os gorilas de Hugo Chávez encarregaram-se ontem, em Lisboa, de mostrar a verdadeira face do regime venezuelano. Impediram jornalistas de fazer o seu trabalho. Travaram o passo a cidadãos portugueses nas imediações dos locais onde o grande chefe se mostrou rodeado de guarda-costas e do habitual aparato propagandístico. Fizeram esperar Mário Soares quase duas horas à entrada da sua fundação (o que talvez tenha irritado o maior amigo de Chávez em Portugal) e depois entraram lá com o ímpeto de comandos israelitas ao assalto a Beirute. Impediram até o chefe do protocolo da Presidência da República de Cabo Verde de aceder a um gabinete.

Portaram-se aqui como se estivessem em território conquistado após uma operação militar. Imagine-se só como se comportarão lá, na terra do soba inundado de petróleo "socialista".

Na Avenida da Liberdade houve meia-dúzia de tugas, acometidos de febre idolátrica, que acorreram a vitoriar Chávez. Nem estes puderam aproximar-se muito, devido ao cordão sanitário dos gorilas de Caracas. Chávez bem poderia recompensá-los, oferecendo-lhes agora um bilhete de avião para a Venezuela. Só de ida.

O amigo de Soares

por Pedro Correia, em 07.07.08

Ouço Hugo Chávez na televisão - o "Mussolini venezuelano", como lhe chamou o escritor mexicano Carlos Fuentes. Fala na cimeira dos países não-alinhados (pensava que esta organização já não existia, afinal sempre existe reencarnação...). O que diz ele? Que Che Guevara foi um dos maiores pensadores de sempre. Blablablablá. Fala dos "grandes profetas Maomé e Jesus". Blablablablá. Diz que África, e não a Europa, é que é a "mãe" da América Latina. Blablablablá. Diz que o Caribe é "a nova Esparta". Blablablablá. Diz que "nenhum soldado imperialista" voltará a pisar a América do Sul. Blablablablá. Diz que é tempo de expulsar os investidores europeus do subcontinente. Blablablablá. Proclama: "Neste século acabará o império norte-americano." Blablablablá.

Ouço-o e penso: como pode Mário Soares ser hoje o maior avalista deste demagogo incontinente na União Europeia?

Porque não fechas a matraca?

por Pedro Correia, em 18.03.08

 

Andam aí uns admiradores do proto-ditador venezuelano lamentando ainda a “falta de educação” do rei de Espanha na cimeira chilena em que mandou calar Hugo Chávez. Admiro a candura deste clube de fãs do tenente-coronel que em 1992 liderou um movimento golpista contra o governo constitucional de Caracas. Basta passar em revista o que Chávez tem dito de outros políticos para se perceber que ele é hoje o recordista mundial da mais grosseira arrogância.

Chamou “Hitler”, “burro”, “alcoólico”, “cobarde”, “assassino”, “genocida” e “diabo” ao presidente americano George W. Bush.

Chamou “lacaio”, “cachorro do império” e “fascista” ao ex-primeiro-ministro espanhol José María Aznar.

Chamou “ignorante” e “burro” ao presidente mexicano Felipe Calderón.

Chamou “cão” ao ex-presidente mexicano Vicente Fox.

Chamou “ladrão” e “insignificante lacaio” ao presidente peruano Alan García.

Chamou “prepotente” e “mentiroso” ao ex-presidente chileno Ricardo Lagos.

Chamou “mentiroso” e “desavergonhado” ao presidente colombiano Alvaro Uribe.

Chamou “excremento” ao líder da oposição espanhola, Mariano Rajoy.

Não admira que a popularidade de Juan Carlos continue a subir em flecha, um pouco por toda a parte, depois de o ter mandado fechar a matraca – ao vivo, em directo e a cores. Até os mais empedernidos republicanos aplaudiram esta exclamação real que ficará como uma das frases mais sonantes da década: “Por qué no te callas?”

Há quem lhe chame democrata...

por Pedro Correia, em 06.12.07


"Una victoria de mierda!"
HUGO CHÁVEZ, reagindo - bem ao seu estilo - à derrota que sofreu e antecipando novas etapas rumo ao "socialismo".

(Via A Origem das Espécies)

O último referendo

por Pedro Correia, em 04.12.07
A derrota do golpe de Estado constitucional que Hugo Chávez tinha em marcha por via referendária foi uma boa notícia para a Venezuela? Foi. E deve deixar os venezuelanos descansados? Não. O próprio presidente advertiu, logo após ter conhecido os resultados, que o projecto de Constituição destinado a conferir-lhe poderes equivalentes aos de um monarca absoluto acabará por passar, de uma forma ou de outra. A única certeza que temos, a partir de agora, é que os referendos chegaram ao fim: Chávez jamais correrá o risco de uma nova humilhação eleitoral. Até para evitar ser expulso do círculo de amigos íntimos de Fidel Castro.
......................................................................................................................
Ler também:
- O referendo na Venezuela, do Tiago Barbosa Ribeiro, no Kontratempos
- Venezuela, e agora?, do Tomás Vasques, no Hoje Há Conquilhas
- Venezuela, dia seguinte, do Francisco José Viegas, n' A Origem das Espécies
- Azar de Chávez, de João Miranda, no Blasfémias
- Imprevisibilidade, do João Gonçalves, no Portugal dos Pequeninos
- "Nestas condições", do Filipe Nunes Vicente, no Mar Salgado
- A liberdade está a passar por aqui, de António de Almeida, no Direito de Opinião
- Lo han callado, de Carlos do Carmo Carapinha, na Atlântico

... E ele calou-se mesmo

por Pedro Correia, em 13.11.07

Coitados dos venezuelanos. Como se não lhe bastasse terem um proto-ditador que quer mudar a Constituição para se perpetuar no palácio presidencial e poder decretar o estado de excepção a qualquer momento, que encerra canais de televisão à medida dos seus caprichos, que manda a polícia de choque carregar sobre os estudantes universitários que protestam contra as suas arbitrariedades, que funde os partidos existentes numa caricata "união nacional", que proíbe de actuar no país um cantor espanhol que teve a ousadia de criticá-lo, que ameaça suprimir qualquer propriedade privada "por motivos de utilidade pública ou interesse social", que financia com o dinheiro dos contribuintes a decrépita tirania cubana, que já é duramente criticado pelo camarada de armas que o acompanhou desde os tempos de golpista contra o governo legítimo da época, que fala horas seguidas nos canais de propaganda do regime num crescente monólogo que constitui um perfeito quadro do país... como se já não lhes bastasse tudo isto, os venezuelanos vêem ainda o proto-ditador receber uma humilhante ordem do rei de Espanha para fechar a matraca. "Por qué no te callas?", atirou-lhe Juan Carlos, na recente cimeira ibero-americana, já enjoado de ouvir as arengas insultuosas do tenente-coronel.
E a verdade é que ele calou-se, batendo a bola baixa perante o representante máximo da antiga potência colonial. Humilhante mesmo. O Simón Bolívar, a estas horas, deve estar às voltas na tumba: andou ele a bater o pé à coroa espanhola no século XIX para agora o seu disparatado herdeiro que entoa hossanas ao "socialismo do século XXI" fazer uma triste figura destas na cimeira do Chile. Entradas de leão, saídas de sendeiro...


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