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O Mondego navega (a República)

por João-Afonso Machado, em 30.03.23

«- Na noite em que explodiram as primeiras rebeliões contra o tratado, um homem depois de tomar o chá com a família, pôs os dois sobrolhos carrancudos, levantou a gola do casaco, e preparou-se a sair para as barricadas. Sobressalto da esposa, que branca de morte lhe pergunta, da cancela, o que vai ele fazer.

- O que vou fazer? Juntar-me aos meus irmãos: a pátria agoniza: saberei morrer, se for mister.

Ela lhe suplica pela Virgem, que suba, e não exponha o repouso dos filhos: o que ainda mais aziuma o ardor marvótico do bravo. Mas já na rua, mirando os ares nublados:

- Cuidas então tu que isto pode ficar assim? Com mil demónios, nunca! Ouves? Manda-me cá abaixo o guarda-chuva.»

Este é um trecho de Os Gatos de Fialho de Almeida, pelo autor intitulado «Caricatura da valentia alfacinha». Frise-se: por ele, não por mim. Até porque não é sobre alfacinhas que vou estender um pouco mais as palavras - antes sobre o inenarrável "navio NRP Mondego".

Já li, vi e ouvi quaisquer coisas sobre essa embarcação fantasma e desobediente que se recusa fazer ao mar, que mete água e fumega parecida com um motor gripado. Persiste atracada no Funchal, já lá levou o almirante Gouveia e Melo e outras altas patentes da Marinha, recambiou a tripulação insubmissa para o continente, criou facções, contratou o Garcia Pereira, silenciou Marcelo por cognome O Trovador, e deu voz a sargentos-mores da Armada, lembrando os tenebrosos tempos da I República e do Arsenal donde os marinheiros saíam atrás dos eclesiásticos e dos monárquicos.

Confesso, não tenho opiniões formadas sobre esta epopeia de amarras ao cais. Afinal o navio afunda ou não afunda? O almirante da pandemia é, ou não, um chefe sensato? Estará ou não estará o pré em dia? É o Mondego que mete água ou será o Ministério da Defesa com os cofres vazios? E a NATO continua a contar com ele, ou apontar-lhe-á os arrozais lá para a Figueira?

Nada sabemos. Profetizo mais uma comissão para analisar o caso. E uns tantos discursos, deslizando rapidamente da exaltação para uns ténues dizeres. Depois a escuridão total e o escandalo que se segue. Tal é a República e a sua tradição de marinhagem.

 

O merendeiro

por João-Afonso Machado, em 18.03.23

Partiram de toda a parte, hoje de manhã, rumo a Lisboa em protesto contra o Governo. Dezenas e dezenas de autocarros, vai ser o maior escarcéu na Capital. A vida está cara...

E o Governo merece depois do seu sinuoso percurso entre a Geringonça e a maioria parlamentar. Há que desmascarar as suas mentiras.

Entretanto gostei de ver os preparativos. Os manifestantes, com ar descontraído, os farneis - o "merendeiro" diz-se por aqui - e um "adeus, até amanhã" porque o regresso não será decerto hoje.

Em uma das imagens televisivas, um belo leitão assado, modelo bairradino muito tostadinho no porão do autocarro, em berço rectangular de cartão. Repasto de nos fazer água na boca - oxalá o tapem e a poluição do combustivel não o mate mais do que ele já está morto... Seja como for, são estas e outras que começam a fazer-me simpatizar com os credos da CGTP. Qualquer dia também participo - a partir da Mealhada. 

Vão com Deus, estremeçam S. Bento e santuários políticos quejandos. Já agora, tragam numa bandeja a cabeça de Costa, expurguem-nos dessa parasitagem.

Ah! E por falar nisso, língua de Marcelo para esta mesa, fax'avor.

O "virar de página" dos socialistas

por João-Afonso Machado, em 07.03.23

«As sociedades secretas (...) foram também usadas pelo Estado para combater a oposição política. As suas redes controlavam os empregos e os recursos do Estado. Nas suas fileiras, extorsionistas e assassinos conviviam com a elite» (A Maçonaria, John Dickie).

Tudo corria bem, não fora a bisbilhotice da Imprensa. Afinal, uma alta responsável da TAP ia porta fora, não se percebe bem porquê mas carregando às costas meio milhão indemnizatório de euros.

Descoberta a marosca, foi necessário virar a página. Chamando a intervir a Inspecção-Geral das Finanças - o caso era grave, toda a gente percebeu que o Governo estava metido nele até às orelhas, e o Governo é sobretudo Costa e o seu ministro das Finanças.

Ontem soube-se do relatório da DGF. Os bodes expiatórios, "exonerados" com justa causa (!!!), foram a CEO e o Chairman da nossa Companhia Aérea. E houve conferência de imprensa onde Medina, o ministro das Finanças, se defendeu (e se traiu) repetindo não três, mas trinta vezes, «vamos virar a página». Os analistas, por maldade e para azar do Governo, insistem nas «responsabilidades políticas» deste. Isto é, no seu conhecimento e na sua conivência com o sucedido.

Este o modus operandi da sociedade maçónica que legisla e administra em Portugal. 

Em 2015 "viraram a página" da «austeridade». Vê-se o resultado: a TAP suportou a reversão da privatização, a Esquerda mais, assim acalmada, deu luz verde ao PS; sobreveio a maioria absoluta, a TAP (ou seja: o caos) tornou a inclinar-se para os privados. Com o nosso - dos contribuintes - dinheiro a circular caladinho entre todos estes dislates.

Sobrevirá ainda uma comissão parlamentar. Para quê? Quando muito lá irá abaixo mais um secretário de Estado ou outro. Mas num ministro das Finanças não se toca. E no Venerável Irmão Costa muito menos.

O estalinismo, herdeiro do finado sovietismo

por João-Afonso Machado, em 25.02.23

Quando deparamos com a edição de ontem do L'Humanité, que foi o porta-voz do defunto Partido Comunista francês, evocando na capa "Une anée en enfer" causado pela "agression russe" sempre desfrutamos um momento de esperança, brevíssimo embora. E vamos percebendo algumas coisas importantes.

Desde logo, a bizarria portuguesa traduzida eleitoralmente em meia duzia de parlamentares que, na sua cegueira, ainda vai atirando palavrosos mísseis, culpas atómicas aos EUA e à NATO. Outras avis raras roufenharão por aí sem que não se reconheça o mérito folclórico (apenas) que lhes assiste. Ou um aliviante intervalo no discurso dos direitos dos trabalhadores, essa cegarrega.

Depois a voz uníssona do mundo civilizado em torno daquilo que é óbvio. Somente - uma voz que poderia ter força para se impor... e não tem. É essa voz, de um lado, e, do outro, o olhar cerrado e determinado do expansionismo russo.

Neste passo se entende, enfim, em que consistiu e consiste o estalinismo, o grande sobrevivente da derrocada do império soviético. O estalinismo - uma ideologia baseada apenas na força das armas e no terror que elas impõem, hoje tendo por seguidores os agentes do KGB de ontem. Como se percebe, bem vivo e actuante. E sedentos das regalias com que sempre se banquetearam.

Finalmente, a comprovação da garra usurpadora e tentacular do estalinismo, no presente putinista: a heróica resistência ucraniana à perpetrada invasão. Quer através da oposição pelas armas ao longo de um ano, quer pelos esforços diplomáticos desenvolvidos para se integrar no mundo livre. A Ucrânia, depois de décadas calcada como uma reles entre outras muitas repúblicas soviéticas, é, na realidade, uma grande nação. Ou seja: um território, um povo, uma cultura com identidade própria. O estalinismo de hoje não conseguirá tornar a subjugá-la. Mas os tempos que se avizinham continuarão a ser de ansiedade, medo e sofrimento.

Sim, está bem, mas...

por João-Afonso Machado, em 31.01.23

Nunca li o diploma que anda cá e lá entre a AR e o TC e nada tenho a comentar ou ajuizar sobre as pessoas que querem morrer - pela sua própria mão ou com a ajuda de outrém.

Já quanto a estes "outréns" serão eles, penso eu, médicos apenas, daqueles que eu não consigo entender: porque ainda que consentidamente (mesmo a pedido), estão a matar um ser humano, no exercício e por causa da sua profissão que consiste (creio) sobretudo em salvar vidas e garantir a a saúde e o bem-estar possiveis. Residirá aí uma primeira questão prática a que nunca ouvi aludir: ou muito me engano, ou a esmagadora maioria dos médicos invocará a objecção de consciência para se escusarem a intervir na "morte assistida" dos seus doentes terminais. Os restantes - uma minoria, na minha previsão, - ficará conhecida por tal, por essa faceta de carrasco amigo. Não advirá por este caminho uma nova distinção entre os profissionais da Saúde? E com que consequências?

A segunda questão prática que a moda da eutanásia levanta ainda consegue ser mais preocupante. Neste "mundo cão", quem defende os doentes (sobretudo os do foro psiquiátrico) de qualquer tipo de estímulo, mais ou menos rebuscado, a optarem pela morte voluntária como meio de pôr cobro ao seu sofrimento e (principalmente) às maçadas que causam a tantos?

Se esta questão não fosse pertinente, o incentivo ao suicídio não estaria previsto nem seria punível pelo Código Penal...

E quem se lixa são os católicos

por João-Afonso Machado, em 27.01.23

Como membro da Igreja Católica Romana devo dizer que não gosto - não gosto de uma certa ingenuidade ou distracção sistemática que vão muito pela sua Hierarquia. Os factos recentes têm, obviamente, a ver com o célebre palco dos cinco milhões. E a discussão divide-se entre o Governo, a autarquia e - suponho - a Diocese lisboetas. Todos falando muito depressa, com o prelado Marcelo no lugar que D. Américo Aguiar devia ocupar firmemente.

Quero acreditar, a Diocese foi olhando o projecto de relance apenas, dizendo repetidos sins e alheada dos números. Mas eles estavam lá, obra e graça, por um lado, da prodigalidade socialista, e do seu laicismo jacobino por outro. Para chegarmos onde agora chegámos.

Quando, afinal, a Igreja tem assuntos seriíssimos com que se preocupar. A pedófilia, à cabeça, pois além da acumulação de males em relação às vítimas, levanta questões da maior seriedade no que respeita ao entendimento das vocações sacerdotais. E a própria realidade da inocultável falta destas. E tudo o que envolve, v.g., o casamento, seja de leigos seja de clérigos. E etc, etc.

O escândalo do dia, o palco onde Sua Santidade celebrará e falará aos jovens, é assim um pormenor empolado e assaz previsível. Tanto que, uma vez mais, é um papel tonto a que a Igreja se sujeita, em prejuízo de si mesma. A fazer lembrar há anos, quando, "sem saber ler nem escrever", se envolveu no projecto TVI.

Na cadeira do Poder - já com uma nalga de fora

por João-Afonso Machado, em 16.01.23

Já aqui deixei escrito, muitas vezes, quanto não gosto de greves orquestradas, tresandando a CGTP e com finalidades meramente políticas de arruaça. Mas esta, a greve dos professores e pessoal auxiliar, apresenta uma sintomatologia completamente diferente que cativa simpatias. Além de corresponder a um tema já de longas e alvíssimas barbas.

Tudo vai muito além do arcano Nogueira e da sua Fenprof, aliás, como sempre, postados em frente da AR. Não, a greve de que falo estende-se ordeiramente pelo País todo, distrito por distrito, sem barulho que nos perturbe e arrebanhando a totalidade dos docentes. Os próprios pais, naturalmente aflitos com a vida dos filhos, a compreendem e apontam as suas criticas não para os professores - mas para o Governo.

E porque o conjunto é vasto - docentes, auxiliares escolares, pais - e o problema quase pré-histórico, não pertencerá a razão ao Estado com certeza.

Costa destruiu os contratos de associação com o ensino particular. O que ofereceu em troca aos portugueses? E, mais precisamente, à Educação?

Ao formular estas perguntas, ocorre-me sempre - já também aqui o escrevi - a monumental manifestação contra o Governo de Sócrates em Março de 2011, Av. da Liberdade abaixo. É, enfim, para onde estamos indo. (Por muito que Costa se tente sentar com uma nalga de fora na cadeira do Poder em capas de revista).

Cromos prá troca

por João-Afonso Machado, em 10.01.23

Ignoro se já não têm mais para trocar. Mas conforme o jornal i não quiseram trocar. De ministra na pasta da Agricultura e pela singela razão de que, um nadica antes, Pedro Nuno Santos tinha ido borda fora.

Percebe-se agora, chutar um secretário de Estado é uma coisa; rasteirar um ministro outra, bastante mais sonora. E não convinha, o Governo ainda quase saído do ovo despovoa-se aceleradamente. Talvez ao ritmo das greves que nos antolham o andar: as dos funcionários judiciais, dos comboios, dos professores, na (e da) Saúde. À boa maneira socialista, Portugal vai caminhando para tempos similares aos de Março de 2011, em que na iminência da bancarrota Sócrates caiu - não é exagero - na rua, berrando que o País estava em boa ordem.

Podemos (e devemos) ir ponderando estes sinais de semelhança. Mesmo - oh Costa! - porque a prometida bazuca entupiu algures, a gente por cá não há meio de vislumbrar os dinheiros europeus. Todavia, que fique ao menos esta imagem torpe de um Governo sem quaisquer escrúpulos; a ministra não serve; mas o momento não convinha, não aconselhava: e a ministra foi ficando, ainda se mantém, à frente das hortas, do gado, das vinhas e - Santo Deus! - do azeite nacionais. A escorregadela está para breve, Costa, forreta, não quis abrir mão do cromo. 

 

Com votos de um Bom Ano Novo

por João-Afonso Machado, em 02.01.23

Evidentemente, escasseava pachorra para ouvir por inteiro a epístola de Marcelo aos portugueses neste início de ano. Mas os bocados que apanhai depois, já recessos, ainda assim gaurdavam bastante bom sabor. Sem aqueles maçadores preparados gourmet.

Marcelo limitou-se a dizer ao socialistas que os maiores inimigos deles são eles próprios e a sua incontrolável atracção pela trafulhice. Os casos têm-se sucedido e a maioria absoluta PS não lhes vale total imunidade. A Oposição fez destes avisos o uso que bem quis, para os lados que mais lhe interessava, e Costa houve que esboçar um sorriso amarelo e tartamudear umas palavras que não podiam ser de afronta.

Esta consciência de uma certa inclinação auto-destruidora talvez não andasse na cabeça dos mais desanimados. Mas, na realidade, deixando os casos que envolvem dinheiros e secretários de Estado, ministros como Cabrita e Pedro Nuno Santos não há quimioterapia que os erradique. Atrás deles outros virão até ao ansiado desfecho final.

Assim depois os substituam gente de coragem e mérito. É o que se deseja, como é usual dizer nesta época, meus amigos, - Um Bom Ano!

Costa, o esmoler

por João-Afonso Machado, em 14.12.22

Consta esta tarde virá a público uma nova medida governamental aprovada em Conselho de Ministros. Qual seja ela, uma nova prestação extraordinária de 240 euros destinada às famílias mais «vulneráveis». Cerca de um milhão delas...

Ignoram-se os parâmetros da selecção. E não se põe em causa que, para imensos, 240 euros acrescidos sejam uma dádiva indesprezível. Mas é também um marco a reter no barómetro eleitoral. Vale dizer, o nosso Costa descobriu algo mais a mantê-lo no poleiro.

Desde logo porque as Finanças Públicas tratarão, o mais subtilmente possível, de se reequilibrarem face a tal baixa. Decerto onerando o sector empresarial. Mas veremos como, sabido que é Costa dá com uma mão o que tira com a outra.

E depois a superficialidade da medida. Literalmente a sua superficialidade, num momento em que o País - mormente o País mais pobre - se afoga em águas pluviais.

Assim os 240 euros - surpresa natalícia - consolem quem tão mal vive. Mas a realidade persiste, de esmola em esmola até à fatal ausência de reformas estruturais.

Ou seja, até à próxima esmola. E a social-democracia em nada corresponde a esta política do PS de olhos postos apenas em hoje.

Descendo à cidade

por João-Afonso Machado, em 17.11.22

O programa de vacinas Casa Aberta, anunciado como está, parece uma maravilha. É entrar, apanhar a 4ª dose num braço e a da gripe do outro. Zás! - e vir de regresso cheio de acautelada saúde.

Não é assim. O Casa Aberta não vai além das 100 doses diárias, afora as pessoas que tenham marcações mediante as sms's recebidas dos competentes serviços.

E não é assim, e assim não será até 24 de Novembro, devido às greves dos enfermeiros e dos funcionários públicos. Ante o desconhecimento dos muitos que se deslocaram esta manhã ao Quartel de Transmissões no Porto e bateram com o nariz na porta. Como foi o meu caso.

É claro, não perdi o ensejo de dizer, aos seguranças e a quem quis ouvir, as necessárias verdades sobre a República. E sobre esta democracia. E sobre o Governo de Costa que já vive apenas uma realidade que é só sua.

É um mundo atarantado onde o talvez único ministro decente, o da Economia, se vê desrespeitado e incomodado por um bando de meninos rabinos, de súbito preocupados com o clima (decerto privados por ora de praia) e saturados de noites de cerveja em copos de plástico até ser dia, com umas naifadas à mistura. Meninos rabinos que se colam ao chão e para isso usam produtos altamente tóxicos e poluentes...

E Costa nada diz. Nem manda calar o Pedro Nuno. Nem vai além de promessas e mais promessas, como não explica nem aplica a massa europeia que já não sabemos onde está.

O que realizou o Governo em concreto? Qual a sua obra na Saúde, no Ensino, na Justiça? O que está para além dos projectos anunciados com pompa, às catadupas, o modo ideal de os portugueses não fixarem nenhum e o Governo se aguentar no regabofe?

Feitas as contas, fiz 70 quilómetros para uma vacina que não tomei. Paguei portagens e, claro, gastei combustivel; ou melhor - paguei taxas e impostos para manter o Costa Pança.

Descer à cidade é o que dá. Ah!  - se eu visse a víbora e o Costa não teria mesmo qualquer hesitação. Calcava-o e tornava a calcar, pelo sim pelo não.

A nacional conferência revivalista

por João-Afonso Machado, em 13.11.22

Foi uma manhã toda de entrevistas e discursos. De análise política e de um auditório pintado de vermelho garrido onde se agitavam muitas bandeiras comicieiras. Deviam estar lá quase todos e oradores não se cansaram de invocar a grande participação nesta extraordinária autodenominada «Conferência Nacional». Afinal não se tratava de um decisivo congresso, conquanto a encenação lembrasse esses inesquecíveis do PCUS e, mesmo sem lá estar, sentia-se a presença de Lenine invectivando as massas - os soldados e os marinheiros, os operários e os camponeses. Não faltando, de resto, a alusão às conclusões do 21º, as quais peço desculpa por não recordar.

Era o solene momento da tomada de posse de Paulo Raimundo, o novo secretário-geral do PCP. O sucessor do já mais idoso e adoentado Jerónimo de Sousa que as câmaras televisivas não esqueceram no seu lugar entre os notáveis comunistas.

A plateia prossegue a sua frenética agitação de estandartes, repleta de bolcheviques à antiga - boina na cabeça, barba de revolucionário e lunetas de intelectual - muitos deles ainda jovens e sonhadores com o proletariado de todo o mundo unido.

A voz de Paulo Raimundo procura transmitir esse elan renovador. O PCP é imortal... A caminhada para a sociedade socialista imparável também. Os proletários é que foram banidos da terminologia comunista que insiste em batalhar pelos «direitos dos trabalhadores e do povo». Deixando fugir boca fora, de vez em quando, os «explorados e oprimidos».

João Ferreira e João Oliveira acederam à entrevista da locutora de serviço. Evidentemente, os seus postos na luta não os afastam do Parlamento Europeu e da nossa AR. Para Paulo Raimundo os sindicatos e a agitação na rua. E todos lhe agradecemos a turbação possível (e impossível...) do Governo de Costa com quem, num passado recente, acamaradou no processo revolucionário.

O PCP reafirma-se um partido de classe. As bandeiras vermelhas são como ventoínhas no pavilhão repleto. (Ocorre-me a imagem de uma assembleia geral de boavisteiros caturras, destilando raivinhas ao arquirrival, o poderoso F. C. do Porto.) - Venceremos!, venceremos!

Gozou merecidamente um longo momento de palco, o PCP. Passaram já muitos anos e todos esquecemos os boicotes e a arrogância, a legitimidade revolucionária e a ameaça de uma ditadura do proletariado. Os perigos são agora outros, provêm de outras bandas e mais melifluamente. Eu gostei de assistir à grande «Conferência Nacional», foi uma bela manhã revivalista.

Lá no sertão

por João-Afonso Machado, em 31.10.22

Lula ganhou as eleições e o Brasil perdeu. Fique bem claro, se a vitória eleitoral de Bolsonaro, pela mesma margem de 1%, tivesse ocorrido, o desfecho seria o mesmo. O grande País está dividido em dois, o que, na América do Sul, é péssimo prenúncio. Foi criado um conflito dos mais complicados.

Espantosamente, digladiaram-se o pior e o pior. De um lado, um personagem cuja cara diz tudo - que é o zero além de medíocre actor de uma novela de córonel: arrogante, de péssima oratória e nenhuma sensibilidade política. Do outro, um sindicalista a vir por aí acima tresandando a corrupção. (Ante a satisfação do nosso Sócrates.)

De um lado a demagogia da autoridade e da ordem - que não são nada disso; do outro, a também demagogia dos salários mais altos e do inexistente conhecimento do que sejam a economia e - sobre o sobretudo - as finanças brasileiras.

Num País imenso, a proeza de Lula foi gerada no exterior, em Portugal particularmente (vergonhosa a campanha pró dos media...) e pela Europa fora. Esses os apoios que lhe garantiram 2 milhões de votos (em mais de 156 milhões) de vantagem. Os tais que o asseguram na administração do Brasil, o país mais rico do mundo e o mais hilariante desde o fim do Império. E o Império caiu porque o Imperador quis abolir a escravatura e os córonel não. Questões comezinhas de mão-de-obra barata... O resto é carnaval e o eterno  gerúndio - Tá vendo?

Se vai haver guerra civil no Brasil, como já se prenúncia? Creio que não. Apenas o mais rico País do mundo continuará a viver na favela. Sem solução à vista de lava-jacto - sempre indo lavando-jactando...

 

Maseratis, Porsches e democratas assim

por João-Afonso Machado, em 28.10.22

O Sr. Américo Santos e o seu filho Pedro Nuno, ministro do actual Governo da República. Tema da minha última leitura da Visão, espero que não esquecendo alguma página importante e por isso não incorrendo em faltas de gravidade.

S. João da Madeira. Mais uma história de self made men. Até aqui tudo certo. A já proverbial atitude do ministro, sem outras demonstrações, está antecipadamente explicada. Por isso, depois do fim, o princípio:

Américo Santos, nascido pobre e com o curso profissional por completar. Homem de esquerda, mais da esquerda do que o filho. Vestindo-se caramente, ao volante do seu Maserati, pára para almoçar, o povo tira a barretina. - Aqui todos me conhecem, sou uma figura popular... - É o que ele diz. Depois a história: as suas indústrias, os apoios que recebeu da famigerada Europa, o sucesso, os seus gostos e desgostos com a evolução da política partidária.

Pelo meio, o ateísmo filosoficamente construído sobre os caixões dos camaradas da Guerra Colonial que foi somando. Os bastantes, que os das demais guerras no mundo já do seu tempo não tinham chegado...

Muita prosa, o Maserati excepcionalmente sem pressa de acelerar. E um pormenor a final: mas as empresas do Sr. Américo Santos pautam-se, ou não, pelo deprimente e humilhante salário mínimo nacional? E de que mais regalias beneficiam os seus trabalhadores?

Alguém de boa vontade complete, esclareça estas interrogações. Só para o o Sr. Américo Santos não se desnivelar de Rui Nabeiro ou - aqui na minha terra - do social-democrata Armindo Costa que, além do mais, criou um infantário para a miudagem das operárias das suas fábricas. Absolutamente gratuito, é claro.

Muppet Show

por João-Afonso Machado, em 18.10.22

Eu não acredito vá para a frente. Mas que se fala, isso fala - de um projecto de lei do PS em que nas escolas, a partir de certa idade, os alunos masculinos poderão optar por usar um nome feminino ou roupa de meninas, assim como utilizar os sanitários destas. E vice-versa.

Nem me apetece dissertar sobre o tema que abrange crianças de idade inferior a 16 anos. Por duas razões: porque, no que escrevo, passo ao lado da Moral e porque seria - é - pura perda de tempo.

Digo apenas que, tivesse eu 15 anos, embarcaria no programa: mantinha o João (quantas meninas Joões não conhecemos?) e as calças (como a maioria delas) mas daria preferência às casas-de-banho das pequenas. A não ser que estas começassem a dirigir-se às da rapaziada. Tudo visando rigorosamente o contrário do que o mundo jacobino-esquerdista intenta. Para bom entendedor, meia palavra basta - quem, nessa idade, não continuará a gostar de espreitar pelo buraco da fechadura?

A não ser que já esteja tudo aberto. Mas não será cedo demais?

Há doze anos

por João-Afonso Machado, em 05.10.22

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Talvez não fossemos tantos como os que agora se abrigam debaixo do barraco posto na Câmara Municipal de Lisboa. Mas o Governo é opulento em ministros e secretários de Estado; as Forças Armadas têm mais altos cargos do que propriamente militares; os autarcas são às dúzias; o Corpo Diplomático vasto; os "convidados" mais que muitos; e a Banda da GNR, toda ela, também se acolhe sob o dito barraco. A "ética republicana" tem um protocolo que não deixa comilão algum de fora.

Em Lisboa, a comemorar a República, só faltam mesmo os populares. Excepção feita a uma manifestação de protesto de professores, ludibriada por um ministro que deu a volta por trás e os evitou.

Em 2010, na nossa Guimarães, não houve entidades oficiais. Houve povo que espontaneamente se juntou e percorreu a cidade par a par com SS. AA. RR os Duques de Bragança. Comemorando o 5 de Outubro de 1143, o nascimento de Portugal.

No Largo da Oliveira, o aglomerado de gentes tornou-se maior.

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Era uma manifestação apartidária contra o Governo de Sócrates. O caixão que os manifestantes traziam dizia tudo do 5 de Outubro republicano.

Se forem à televisão agora, constatarão o triste espectáculo que referi. Comentado por repórteres capazes das maiores enormidades históricas.

Boa sorte Meloni!

por João-Afonso Machado, em 27.09.22

É o assunto do dia. Georgia Meloni ganhou as eleições em Itália e logo a manada se alvoroçou sob o pretexto do regresso ao fascismo. Porque a Esquerda ainda manda (e mandará...) na Comunicação Social em Portugal, assim como pela Europa fora. O povo é soberano mas também (ao que parece) é estúpido também.

Duas palavras sobre Georgia Meloni: alguém vislumbra na sua aparência uma fascista?

Parece que é amiga de familiares de Mussolini. E então? O primeiro Presidente da AR local, o digno Henrique de Barros, socialista, era cunhado (e davam-se bem) de Marcelo Caetano...

Se Meloni é contra o casamento homossexual e a «adopção homoparental» é o seu direito. O mesmo direito, porventura, dos que nela votaram. Que uma coisa é o laboratório parlamentar e minorias ruidosas, outra as gentes. Idem quanto à imigração ilegal, está em causa precisamente o contrário da legal, essa que cumpre a lei. E confrontando a animadversão islamita... quem não, senão por falta de coragem?

O caso Meloni (mais os seus coligantes), repete-se Europa fora, ultimamente na impoluta Suécia. O Continente está em mudança acelerada e o universo socialista vê perigado o seu domínio traduzido na soit disant UE em que ninguém acredita e todos tentam buscar nela somente bazocas financeiras.

Caiamos na realidade: a UE é isso e só isso. Os povos estão cansados, sentem o pesado encargo da tributação e do discurso oco, distante e anónimo. A fatal mudança já começou e nem a lacaia Comunicação Social a impedirá. Mesmo com o rótulo de neo-fascista e populista invariavelmente atribuído à Direita vencedora.

Na minha apartidária qualidade de social-democrata convicto lá vou guardando um sorriso para quando (e se) Montenegro for bem sucedido eleitoralmente. Assistiremos nessa altura a mais uma manigância do polvo socialista: Montenegro, o «populista radical de Direita».

E, por fim (e já agora), "Deus-Pátria-Família", qual o problema? De Deus, deuses e anti-deuses está a Esquerda cheia; de apelos a "pátrias" também; e da Família ou famílias, navegamos há muito em águas estéreis de experiências tontas e discussões orçamentais!

Haja coerência e dignidade! E respeito pelo eleitorado e pelas suas razões de «protesto»!

Hoje ainda é mais dia de folga parlamentar

por João-Afonso Machado, em 23.09.22

O pretexto é a Constituição de 1822. A real motivação oscila entre alguma ideologia e a total demagogia. Como se Portugal tivesse dado um salto de 200 anos, daqueles limpinhos, sem um tropeção sequer.

Quando, afinal, a sua vigência durou meses apenas. Quando, depois, foi outorgada a Carta Constitucional. Quando, enfim, o reino voltou ao Legitimismo porque «A legitimidade de D, Miguel estava na unanimidade com que foi aclamado; essa a legitimidade do Mestre de Avis» (Oliveira Martins in Portugal Contemporâneo). Quando, finalmente, a paz nacional foi conseguida com a reposição da Carta, o «Foral dos forais», como lhe chamou Luís de Magalhães.

E quando tudo findou com a Constituição republicana de 1911 e a ditadura de 16 anos do Partido Democrático. A que se seguiu a Constituição de 1933 e toda a II República oportunisticamente chamada o Estado Novo; e a Constituição de 1976, logo a necessitar de ser lavada das suas muitas manchas PREC-socialistas.

É, os documentos que os nossos Reis outorgavam e concediam às muitas terras do Reino chamavam-se forais e continham todo o normativo por que se havia de reger este ou aquele povo. Aceita-se perfeitamente que tais disposições se colijam num documento só, chamado "constituição". O que não se pode admitir é que à sombra dela, da "Constituição", - e quase sem excepções - uma classe de endinheirados se vá mantendo e engordando à custa dos portugueses. Dir-se-ia, de há 200 anos a esta parte - não se desse o caso de a AR não festejar hoje a Constituição de 1822, somente apanhar a boleia para se auto-elogiar perante o povo.

Rainha morta, Rei posto - eis a questão que os mói

por João-Afonso Machado, em 10.09.22

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É evidente, em República um Chefe do Estado em funções durante sete décadas só poderá personalizar uma ditadura e das mais ferozes; na férrea mão que aos 90 anos de idade ainda a consiga manter - a mão férrea, a autocracia.

Ao invés, em Monarquia, igual duração de um reinado (ou de chefia do Estado-Nação) sempre consolidará a relação entre o rei e o seu povo (senão seria a resignação ao trono, como sucedeu em Espanha), assim garantindo e fomentando o andamento das instituições democráticas. É o exemplo que colhemos de Isabel II, a grande Senhora que ainda não era rainha e já servia os britânicos, conduzindo camiões na Guerra Mundial.

Decerto contrariados (ou levados pelo "politicamente correcto"), os republicanos esmeraram-se no enaltecimento das virtudes da Rainha morta, nas peripécias do seu longo reinado ora findo. - Com ela acabou o século XX! - acrescentam ainda, a enfiá-la à pressa nas gavetas de um Passado sem continuidade.

A rápida e serena substituição de Isabel II com a entronização do seu filho, o Rei Carlos III, - no Reino Unido, aqui a dois passos da atenção dos portugueses, - é algo que aterroriza a República e já pôs a sua imprensa a ganir disparates.

Coleccionam-se fraquezas do novo Rei, Diana foi exumada, Camilla enterrada com o pescoço de fora, lançam-se suspeições e boatos tablóides. A confundir Portugal, dando da notável Rainha a ideia de uma ilha perdida no oceano..

Mas no Reino Unido a Monarquia é firme e Isabel II viveu o bastante para a firmar ainda mais. Os britânicos choram-na quanto já dão vivas a Carlos III.

Essa ópera bufa e peçonhenta fechou a minha televisão. Assisti ao bastante. Quem puder, dê um salto à Grã-Bretanha e constate, aprecie, tire conclusões.

A cinematografia dos telemóveis

por João-Afonso Machado, em 01.09.22

Um dado incontestável é o aumento da criminalidade violenta - os homicídios e as ofensas corporais graves, havendo quem adiante o fenómeno se deve essencialmente às disputas entre gangs de traficantes de droga e aos disturbios verificados na diversão nocturna do quotidiano - na chamada "noite".

Outrossim, uma notícia de hoje escalava em cinco a média diária de agentes de autoridade feridos no exercício das suas funções.

Por outro lado, sabe-se que a influência da Esquerda nos media pôs termo - verdadeiramente proibiu! - a existência de conflitos étnicos que todos sabemos serem frequentes nos bairros mais pobres. Não, nada se passa além de meras questiúnculas entre familias, com consequências mais ou menos graves. Assim mesmo, estalinianamente definido e imposto.

E imagens de tudo isto são o pão nosso de cada dia nas televisões. Normalmente ocupando uma tarja a meio do ecrã, produções cinematográficas feitas a partir dos telemóveis. De notar, é sempre muito mais patente o gosto de filmar do que a tentativa de ajudar.

Depois essas imagens são levadas à CMTV e similares. E, constando do cardápio a pancadaria dos agentes da autoridade, temos garantida a prelecção do Prof. Rui Pereira sobre eventuais usos excessivos de força.

O tema poderá ser considerado empolado, "populista", apocalíptico. Mas é só enquanto cada um que assim o considera não for vítima de uma embrulhada destas - na rua, ao sair de casa, ao chegar a casa, dentro da própria casa. Então, aqui d'El-Rei, anda o contribuinte a pagar para não ser protegido, a Policia não presta.

Mas de um modo quase total a Policia presta. Abnegadamente presta. Exceptuando casos pontuais de corrupção que têm vindo a ser descobertos com relativa facilidade e devidamente punidos. Somente a Polícia tem medo: dos telemóveis e das redes sociais. E dos inquéritos e das comissões do Governo. A Polícia acima de tudo teme a opinião pública ou, como dizia o nosso D. Carlos, a opinião que se publica.

Estamos, por isso, quase entregues a nós próprios.

 



Corta-fitas

Inaugurações, implosões, panegíricos e vitupérios.

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