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É agora: a RTP tem nova administração, a privatização e a concessão já foram à vida, já podemos com segurança começar a discutir o serviço público.
Acho que as coisas estão maduras para que alguém, com toda a frontalidade, venha finalmente dizer a verdade que os portugueses ainda ignoram: concursos, talk-shows, casamentos reais, "prós e contras" no Convento do Beato e muito futebol são todos imprescindíveis no serviço público de qualidade que o País merece. E não esquecendo que programas em que as estrelas da TV "ajudam instituições que necessitam de ajuda e apoio" a fazer "remodelações", "com o instinto de solidariedade no ar", irão "reforçar esta aposta no serviço público de televisão".
O amplo debate que se espera gerar na sociedade portuguesa deve ter por base o princípio de que ninguém, na RTP ou fora dela, pode ficar de fora do serviço público.
A História de Portugal, Rui Ramos e Manuel Loff
Por várias vezes, no decurso das últimas semanas, fui surpreendido por escritos alusivos à História de Portugal da autoria de Rui Ramos (coordenador), Bernardo Vasconcelos e Sousa e Nuno Gonçalo Monteiro, publicada em 2009. A maior parte desses textos apareceram no PÚBLICO e o seu principal autor é Manuel Loff. Sei bem que a liberdade de expressão não pode ser limitada de ânimo leve, nem sequer pela qualidade. Mas é sempre triste ver que a inteligência, o rigor e a decência têm por vezes de ceder perante essa liberdade última que é a de publicar o que se pensa.
Quando tive a honra de apresentar o livro, na Sociedade de Geografia, anunciei o que para mim era um momento histórico. Com efeito, esta História de Portugal quebrava finalmente o duopólio fanático estabelecido há muito entre as Histórias ditas "da esquerda" e da "direita".
As várias formas de "nacionalismo" e de "marxismo" e respectivas variantes tinham dominado a disciplina durante décadas. Apesar de algumas contribuições magistrais (e a de José Mattoso é das principais), ainda não se tinha escrito uma História global, compacta e homogénea que rompesse com a alternativa dogmática, que viesse até aos nossos dias e que, especialmente para o século XX, "normalizasse" a interpretação da 1.ª República e do Estado Novo. Ambos estavam, mais do que qualquer outro período, submetidos à tenaz de ferro das crenças religiosas e ideológicas e ao ferrete das tribos.
Com esta História, estamos longe daquela tradição que cultiva e identifica inimigos na História. Agora, deixa de haver intrusos e parêntesis. Os regimes políticos modernos e contemporâneos, de Pombal à Democracia, passando pelos Liberais, pelos Miguelistas, pela República e pelo Salazarismo, eram finalmente tratados com igual serenidade académica, sem ajustes de contas.
Um dos feitos desta História consiste na "normalização" do século XX, marcado por rupturas e exibindo feridas profundas. Por isso me curvava diante dos seus autores, homenageando a obra que ajuda os portugueses a libertarem-se de fantasmas. Mas, sinceramente, já não esperava que ainda houvesse demónios capazes de despertar o pior da cultura portuguesa.
António Barreto,
Um excerto do debate na comissão parlamentar, em que o presidente da RTP responde a uma pergunta de Adolfo Mesquita Nunes sobre os custos da televisão pública na sequência do novo plano de reestruturação da empresa. Registo o exemplo da perfeita inversão de conceitos que contamina o "debate" sobre a RTP que ocorre por volta do minuto 5: Oliveira da Costa, depois de num curioso aparte nos informar que "como gestor gosta muito de ter numeros que permitam o benchmarking das suas operações", lamenta a perda anual de 114 milhões sofrida pela RTP em resultado das restrições de publicidade a que está sujeita, considerando a gestão da televisão do Estado inteiramente por referência às lógicas dos operadores privados que lhe deviam ser alheias.
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