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Hoje em Inglaterra, a mais antiga democracia parlamentar de todas, vai a votos um referendo sobre a permanência ou não do país na União Europeia. É curioso que sejam os mesmos que nos últimos anos vêm vilipendiando a tirania de Bruxelas que nos impõe regras e condições, aqueles que mais se insurgem contra o atrevimento do governo inglês fazer depender do veredicto popular a decisão sobre um assunto que classificam como demasiado melindroso e intrincado, o abrir de uma caixa de pandora que pode conduzir à debacle da periclitante geringonça que sempre foi a Europa. A democracia tem afinal um preço que as domésticas elites nem sempre se dispõe a pagar.
Estou convicto que a sabedoria dos britânicos resultará numa vitória clara da permanência, que passará a estar legitimada pelo voto e cujas condições os seus representantes saberão, comos sempre souberam, negociar. Se o exacerbar dos nacionalismos é um inegável potenciador de conflitos e de bloqueio económico num mundo em imparável processo de globalização, subestimar as particularidades e o caracter de cada nação europeia em troca de uma federação artificial e antidemocrática é um atalho para a queda no abismo do visionário projecto de Jean Monet.
É nesse sentido que estou convencido que devemos confiar no bom senso reformista e conservador dos britânicos, que em muitos aspectos deveríamos ter como exemplo.
As sondagens das eleições britânicas tiveram o mérito de, durante semanas, além de ajudarem a vender jornais e aumentar os shares, de promover uma exploração catastrofista do tema, anúncio de uma épica punição às políticas de austeridade e contra o Estado Social dos conservadores. Mas a realidade é mesmo traiçoeira: David Cameron conquistou sozinho uma maioria absoluta, e agora os Media terão que se agarrar ao resultado dos nacionalistas escoceses para manter a esperança num cataclismo que faça a nossa política parecer virtuosa, e mantenha a chama acesa na revolução.
Consolem-se os nossos sábios comentadores que os bifes são mesmo assim: uns bárbaros masoquistas. Além de guiarem à esquerda, estimarem a sua rainha, às vezes são conservadores, e, imagine-se, não se submetem sem luta ao eixo Paris – Berlim; o mesmo é dizer, à Senhora Merkel. Afinal, a falta que fazem os britânicos na União Europeia está na sua saudável reserva para com Bruxelas e serem uma escancarada janela para o atlântico. São uns patuscos estes bifes, pois claro.
A partir de agora será o filho primogénito, independentemente do género, que terá prioridade de sucessão ao trono do Reino Unido e foi levantada a proibição do monarca se casar com um Católico: o sucesso da monarquia britânica tem sido a capacidade de se adaptar aos tempos.
Lembra-se de Sir Humphrey Appleby, Chefe do Funcionalismo Público britânico nas séries Sim, Senhor Ministro e Sim, Senhor Primeiro Ministro? Então deverá saber que, ainda que Sir Humphrey seja uma personagem de ficção, o lugar de Chefe do Funcionalismo Público britânico existe mesmo. A verdade é que o cargo é ocupado por Deus ou GOD, em inglês. Isto porque o ocupante actual de uma das mais poderosas figuras do sistema administrativo e político britânico é, nada mais nada menos, do que Sir Gus O'Donnell, identificado popularmente pelas suas iniciais, ou seja, GOD! E esta?
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Pedro, já se subiu outro patamar. ao que consta ta...
Continuação Para esta manipulação do parlamento co...
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Por essa lógica, mais depressa votaria um holandês...