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Se Aguiar Branco for tão inteligente e fino como aparenta, negociará o que tem a negociar antes da sua anunciada 6.ª feira (e não apresentará a sua candidatura) ou apresentará a sua candidatura, negociará depois (a permanência como líder parlamentar, por enquanto, ou ministro da Justiça, mais tarde, são boas ideias) e desistirá em favor de Rangel à boca das directas do PSD.
Se o PSD for o partido de regeneração e mudanças que já foi, apostará no candidato que se apresenta com a palavra mais oportuna («ruptura») e o lema mais urgente («libertar o futuro») e traz um projecto capaz de mobilizar o eleitorado.
Melhor: se o PSD não fora nada disso, quem vota nele como mal menor ficará definitivamente livre dessa canga.
E entretanto: quem anda acabrunhado com o fosso económico e financeiro a que nos conduziu este governo, quem anda indignado com os que exortam ao optimismo enquanto pregam mais pregos no caixão do presente e do futuro, quem se envergonha do estado da justiça, do fosso das desigualdades, dos PIN e dos negócios de bastidores, do descrédito internacional, do primeiro-ministro que temos, quem sente tudo isso e gosta de política (que não é o que faz Sócrates), pode ao menos admitir, ao menos em surdina, que vai agora ser estragado com mimos, e conhecer a resposta a vários enigmas:
- como pode este governo Sócrates manter-se mais tempo?
- e, caindo Sócrates, teremos um governo Teixeira Santos (visto que, ao contrário de Santana Lopes, António Costa não embarcará nisso e vai primeiro estragar Lisboa)?
- e quanto durará esse governo? Ao menos até Dezembro, como quer Cavaco e lhe convém em absoluto? Ou menos? (E qual será, então, a sorte de Cavaco?)
- e como responderão os eleitores à necessidade de mudança, porém dolorosa e abrupta, a que Rangel os convocará? De forma absolutamente maioritária? Ou com uma maioria tímida?
Há, ao menos, uma luz ao fundo do túnel, pode haver uma festa ao fundo do túnel, que consistiria em sermos adultos e resolvermos os nossos problemas. E há, até, no imediato, um delicioso aperitivo: que mais nos revelará o Sol na 6.ª feira?
O papel de Manuela Ferreira Leite na negociação do Orçamento de Estado conforta-me. Discreta e de poucas palavras, Manuela Ferreira Leite faz depender a sua posição da consagração de princípios gerais de combate ao défice, ao endividamento e à asfixia económica. Deixa a Paulo Portas - também dito CDS - o caminho livre para brilhar com um acordo de curto-prazo que poderá tolher-lhe o passo no futuro. Deixa a si própria e ao seu partido a liberdade de abster-se ou mesmo votar contra uma governação em que não acredita - votar contra, por exemplo, se o governo Sócrates insistir nas grandes obras públicas.
Os comentadores que vêem o Mundo em cor-de-rosa identificam em tudo isto uma «lição bem estudada do CDS» (também chamado Paulo Portas) e «hesitações» do PSD.
Ao contrário, o que me conforta na atitude de Manuela Ferreira Leite é ter preservado para o seu partido o campo e a liberdade de fazer oposição, que será muito necessária muito em breve.
Quiseram levantar uma vaga de fundo, acabaram encharcados. Quiseram ir na crista da onda, mas por agora andam aos rebolões. O Duque deu banho ao baronato e, no fim do dia, a candidatura de Passos Coelho ficou mais forte. Qualquer outro que não Marcelo – e que venha desta facção – terá sobre si o peso de ser segunda ou terceira escolha…se é que vem algum.
Com um novo Governo e tantos novos Ministros, só um e um motivo apenas levará Paulo Rangel a ir à RTP. Só o futuro do maior partido da oposição importa mais do que os tantos novos Ministros que irão preencher a programação da Grande Entrevista durante umas boas semanas.
Concordo com o Pedro Correia. Até porque a eleição de Pedro Passos Coelho deve ser disputada. Uma eleição albanesa não interessa ao PSD e muito menos ao país.
(Quanto à forma, diria que Rangel seria mais de primeiro anunciar ao partido e só depois ao País. Serão os novos óculos um sinal de novos e arejados olhares sobre a política?).
O PSD parece que continua com dificuldade em perceber o que os portugueses esperam dele. Completamente divorciado do país real, que voltou a confiar a Sócrates os destinos aqui do burgo, no seu interior revela-se como uma família disfuncional, alinhando a sua batuta política por um registo impossível de compreender.
Se cá fora não é escutado, lá dentro falam todos ao mesmo tempo. Ou melhor, falavam. É que da tal balcanização, tão comentada há uns tempos, com o partido todo partido e os ismos e as tendências e as sensibilidades a assumirem-se, já pouco se ouve.
E tão pouco se ouve, que até parece que há um cartel, conjuntural e tacticista, que se prepara para deixar Pedro Passos Coelho sem concorrência no caminho para a liderança. Candidato único, com a eleição assegurada. Um presente dos da “coerência” e da “credibilidade”.
- "Queres ser Presidente, companheiro? Então toma lá. E agora desembrulha-te, que o Sócrates tem dois anos pela frente e tu ainda tens que cair antes disso".
Em 31 de Maio, Manuela Ferreira Leite mereceu este bouquet de flores de José Pacheco Pereira, seu admirador número um. Motivo: a conceituadíssima senhora iria finalmente meter em ordem a casa laranja, virada do avesso pelo "populismo" de Santana Lopes. Como diria outro ilustre social-democrata, noutro contexto, a "boa moeda" expulsava a "má moeda" da Rua de São Caetano à Lapa. Restabelecia-se a respeitabilidade no partido, abalado pelas "trapalhadas" de Santana. As setas laranjinhas podiam enfim retomar a sua vocação ascendente.
Isso era dantes. Afinal, vejam lá, Ferreira Leite confirmou hoje o apoio à candidatura de Santana à presidência da Câmara Municipal de Lisboa. O perigoso populista é o nome que a coerentíssima líder tinha na manga para a mais importante autarquia do País. Logo ela, que em entrevista à Sábado, em Maio passado, fez esta espantosa revelação: “Quando fui votar no boletim de voto não estava lá o nome do Pedro Santana Lopes (...) Se lá estivesse o nome de Santana Lopes não votava. Só que no boletim estava PSD. E eu sempre votei PSD”.
Aposto que a esta hora as flores de Pacheco já murcharam.
Numa época de assumpção plena do relativismo dos valores fundadores da nossa sociedade, sempre em benefício do imediato interesse do mais forte, o casamento civil vem sendo progressivamente esvaziado dos seus frágeis fundamentos. Transformado num precário acto burocrático e muitas vezes pretexto para burlescos regabofes à moda de Las Vegas, decadentes exibições de intemperança, a admissão de pares do mesmo sexo na mesma caldeirada será a prazo a machadada fatal na instituição. Assim se vai afirmando ao mundo o Ocidente, berço da civilização, hoje terra da opulência e da ganância, cada vez mais agrilhoada a um decadente hedonismo.
Tenho uma dúvida.
Houve os cavaquistas, os nogueiristas, os marcelistas, os barrosistas, os santanistas, os mendistas, os menezistas. Como se chamarão os apaniguados da nova "líder" do PSD?
Serão manelistas?
António Preto vai ter um cargo de responsabilidade no "novo" PSD.
Estamos mais que conversados quanto aos deméritos de Santana Lopes, Francisco. Mas creio que valorizas em excesso aspectos da peculiar campanha santanista que o eleitorado certamente não valorizou tanto como muitos de nós imaginamos nas redacções de jornais. Os eleitores votam essencialmente com a carteira: se o Governo de coligação PSD/CDS tivesse culminado a sua prestação com saldo positivo nesta matéria, jamais Sócrates teria conquistado maioria absoluta. Acontece que isso não aconteceu: enquanto ministra das Finanças de Durão Barroso, Manuela Ferreira Leite, de acordo com o Banco de Portugal, deixou o défice público em 6,8% - era o tempo do discurso da "tanga", lembras-te? Este facto e a inesperada deserção de Barroso para Bruxelas também pesaram na decisão dos eleitores em 2005. Naturalmente.
Manuela Ferreira Leite não é uma personagem excepcional. Não "transmite energia", não traduz os clássicos, não tem ideias geniais. Ainda bem.
MFL foi convencidapor personalidades notáveis que na hora certa não a deixarão sozinha. Nessa altura poderá apresentar uma equipa governativa repleta de especialistas das mais variadas áreas. O que é preciso é um rosto decente sem ambições cósmicas; o que é preciso é trabalho de equipa e não um chefe iluminado entretido por uma cáfila de secretários obedientes.
Filipe Nunes Vicente no Mar Salgado
Pedro Passos Coelho, ouço dizer e vejo escrito a todo o momento, é demasiado jovem e inexperiente para poder liderar o PSD e ainda mais para assumir o cargo de primeiro-ministro. Vai fazer 44 anos. Recordo: Francisco Sá Carneiro tinha 39 anos quando fundou o PPD e 44 anos quando chegou a primeiro-ministro. Aníbal Cavaco Silva tinha 40 anos quando assumiu a pasta das Finanças no primeiro Governo da Aliança Democrática e 45 quando chegou a líder do partido. Durão Barroso ascendeu à presidência dos sociais-democratas com 42 anos. E olhemos para Espanha: Rodríguez Zapatero assumiu a liderança do PSOE em 2000, com 39 anos. Quatro anos depois, venceu as legislativas e tornou-se presidente do Governo espanhol. Sem ter desempenhado funções governativas até então.
Daqui se conclui que, ao contrário do que garantem os "analistas" dos costume, Pedro Passos Coelho não é demasiado jovem nem a sua alegada inexperiência governativa o diminui politicamente, como o exemplo de Zapatero tão bem demonstra. E o facto de não ter sido ministro de Barroso e de Santana acaba por funcionar afinal a seu favor. Direi mais: é um verdadeiro atestado de competência.
"O PSD bateu no fundo."
Rui Rio, há poucos minutos, na RTP
Apoiou o dirigente que mandou convocar uma conferência de imprensa à meia-noite para anunciar a suspeita sobre uma jornalista devido a uma ligação ao primeiro-ministro - ligação que os próprios não assumem publicamente.
Agora, grita de indignação perante a exposição da vida privada do seu líder - exposição essa cujo principal promotor foi o próprio.
Para ser justa, tenho que recordar aqui a figura de Ângelo Correia nos Prós e Contras, tremendo de indignação enquanto Zita Seabra brandia a revista que causara a derrocada do líder.
Maça-me mais ainda este assomo de paixão exorcista por se tratar de uma mulher que eu admiro. Está a envergonhar-me, Zita.
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