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Progressivamente acantonado à extrema-esquerda, esquecendo as precauções do próprio Álvaro Cunhal nesta matéria, o PCP sonha com a insurreição da rua para derrubar as instituições burguesas. Veja-se o editorial desta semana do Avante!, cada vez menos órgão central do partido, cada vez mais órgão de facção: não se vislumbra uma só referência à actuação dos comunistas no plano parlamentar, mas sobram as alusões à "luta de massas" e à classe operária, reproduzindo no Portugal de 2008 o quadro político-social da Petrogrado de 1917.
"É aí, nas empresas e locais de trabalho – portanto na ligação do Partido à classe operária e aos restantes trabalhadores – que se situa a fonte de força essencial do Partido. É aí, por isso, que deve centrar-se a nossa atenção prioritária e que devem incidir os nossos esforços essenciais", lê-se neste editorial. Gostaria muito de saber se figuras bem conhecidas do PCP, daquelas que surgem diariamente nas televisões, como os deputados Honório Novo e António Filipe, o ex-líder parlamentar Octávio Teixeira ou o vereador portuense Rui Sá, se revêem neste palavreado de partido sindical que pretende impor as suas teses à margem do quadro institucional, preconizando "a intensificação e o alargamento da luta de massas", como se vivêssemos em mil novecentos e troca-o-passo e o presidente do Conselho de Ministros se chamasse António de Oliveira Salazar. Só falta mesmo uma réplica da múmia de Lenine a presidir às reuniões de estratégia política na Rua Soeiro Pereira Gomes.
Ângelo Alves, membro da Comissão Política do PCP, protesta contra a prisão de cubanos. Nos Estados Unidos.
Jerónimo de Sousa convertido ao marketing eleitoral de Barack Obama. O imperialismo norte-americano contamina tudo.
Agostinho Lopes, o último moderado que sobrava nos organismos executivos do PCP, abandona a Comissão Política. Albano Nunes e Luísa Araújo, de uma ortodoxia inabalável, transitam para o poderoso Secretariado comunista. O ultra-ortodoxo José Casanova deixa a Comissão Política mas permanece como director do Avante!, o que chega e sobra para manter a influência. O que sai deste congresso no Campo Pequeno? Um partido cada vez mais "expurgado", cada vez mais monolítico, com votações cada vez mais unânimes, dignas do antigo aparelho soviético. Sai um PCP que funciona como aliado estratégico da direita política, que há muito deixou de o criticar, o que facilmente se entende. A direita odeia o Bloco e convive amenamente com o PCP. Por saber muito bem que este partido fechado sobre si próprio à espera de uma "revolução" que jamais chegará não contribui um milímetro para uma alternativa de esquerda. Ser perpetuamente de oposição à esquerda que não controla nem tutela é o seu espaço vital. Não esqueceram nada, não aprenderam nada.
Na abertura do congresso comunista, Jerónimo de Sousa propôs, como sempre o PCP faz, uma "alternativa de esquerda" à actual "política de direita" (para o PCP, as políticas são sempre "de direita"). No mesmo discurso, desancou o BE por ter um "carácter socialdemocratizante" e a ala esquerda do PS por "alimentar ilusões". Conclui-se que o PCP quer construir a "alternativa de esquerda"... com os "Verdes". Ou seja: está disposto a manter tudo na mesma, perpetuando assim as "políticas de direita".
Entenderam? Eu também não. Nada de novo no Campo Pequeno.
Ler também:
- O partido enquistado. De Luís Rainha, no Cinco Dias.
- Clareza ideológica. De Daniel Oliveira, no Arrastão.
- Do valor da necrofilia como energia partidária. De João Tunes, na Água Lisa.
Honório Novo, deputado do PCP e uma das figuras com maior impacto mediático dos comunistas. Vítor Dias, ex-membro da Comissão Política e antigo braço direito de Carlos Carvalhas. António Abreu, outro destacado ex-colaborador de Carvalhas, que foi vice-presidente da Câmara de Lisboa, membro da Comissão Poliítica comunista e candidato à Presidência da República em 2001. Maria do Carmo Tavares e José Ernesto Cartaxo, dois históricos dirigentes da CGTP-Intersindical que se notabilizaram como membros da sua Comissão Executiva.
O que têm de comum estes cinco comunistas? Vão deixar de integrar o Comité Central a partir deste fim de semana. Se o PCP fosse tratado com os padrões noticiosos que se aplicam aos restantes partidos portugueses, não faltariam múltiplas notícias sobre estas saídas, colunas de opinião a procurar interpretá-las e até editoriais a questionar esta súbita "renovação" no Comité Central comunista, onde se mantêm vários membros da velha guarda mais ortodoxa, como o "operário" Domingos Abrantes, o "intelectual" Albano Nunes e o "operário" José Casanova.
Mas o PCP, que há 32 anos não se apresenta a eleições com a sua própria sigla, é um partido diferente. Até nisto. Tudo se passa dentro das "paredes de vidro", mais opacas que nunca, sem correntes de ar que transpirem para o exterior nem a maçada das "dissidências", sempre incómodas. Por isso o congresso comunista se realiza à porta fechada, ao jeito do PSD-Madeira: Alberto João Jardim havia de gostar.
O PCP vai reunir em congresso, a partir de amanhã, para aprovar umas Teses que defendem isto:
E isto:
E mais isto:
E ainda isto:
Leio que estas Teses foram aprovadas por unanimidade no Comité Central comunista. Pasmo com esta unanimidade: como é possível que deputados prestigiados como Agostinho Lopes, António Filipe e Honório Novo, autarcas de mérito como Ruben de Carvalho e Rui Sá, sindicalistas combativos como José Ernesto Cartaxo e Maria do Carmo Tavares, o ex-secretário-geral do partido, Carlos Carvalhas, e até um poeta como Manuel Gusmão possam subscrever parágrafos como os que acima transcrevi? Que partido é este que sacrifica o debate interno à regra da unanimidade em defesa de modelos ditatoriais, verdadeiras perversões do ideal socialista?
O Avante! desta semana é um oceano de nostalgia. Dirigentes históricos do PCP, como Albano Nunes e José Casanova, choram o eclipse do defunto regime soviético, a pretexto do 91º aniversário da Revolução de Outubro, e erguem as suas preces a Marx e Lenine (as loas a Estaline, um nome chato de invocar, ficam apenas nas entrelinhas) num estilo gongórico que deliciaria o camarada Brejnev e outras caquéticas luminárias do "socialismo real".
Em benefício dos leitores, deixo aqui algumas citações da impagável dupla Nunes & Casanova, vanguarda intelectual deste nostálgico Partido Comunista. Podem ser lidas com o faduncho 'Ó tempo volta para trás' como música de fundo. Tem tudo a ver...
"A Revolução de Outubro será sempre fonte de inspiração para os comunistas e quantos combatem o sistema de exploração capitalista e lutam para colocar ao serviço, não de uma classe parasitária mas dos trabalhadores e dos povos de todo o mundo, as magníficas conquistas da inteligência e do trabalho humano."
"Nunca é demais sublinhar o significado histórico da Revolução de Outubro e do empreendimento pioneiro de uma sociedade nova a que deu lugar."
Albano Nunes, Viva a Revolução de Outubro!
"O significado e as consequências da Revolução de Outubro – traduzidas nos mais importantes avanços civilizacionais alguma vez alcançados pelos trabalhadores e pelos povos – fazem dela o mais relevante acontecimento ocorrido no século XX."
"A União Soviética, nascida da Revolução, foi o primeiro país do mundo a pôr em prática todo um vasto conjunto de direitos humanos."
"Lembrar a Revolução de Outubro, impõe necessariamente ter em conta essa tragédia para toda a humanidade que foi a derrota do socialismo e a destruição da URSS."
José Casanova, 7 de Novembro é amanhã
Como o PCP, apoiante do ditador Kim Jong-il, desqualifica os 63 milhões de votantes de Barack Obama.
A CDU é uma espécie de coligação do PCP consigo próprio para esconder a foice e o martelo dos boletins de voto. Há Os Verdes, claro. Mas Os Verdes mais não são do que um apêndice do Partido Comunista. Criados há cerca de um quarto de século, ainda não tinha caído o muro de Berlim, nunca disputaram um acto eleitoral sozinhos: a vocação deles é servirem de muleta. Não espanta, por isso, que a deputada "verde" Heloísa Apolónia se tenha apressado a declarar hoje disponível para a reedição da "coligação" nas três eleições previstas para 2009 - europeias, legislativas e autárquicas. Fê-lo "a título pessoal", sublinhou, por fazer "uma avaliação muito positiva da aliança entre o PCP, Os Verdes e a Intervenção Democrática", coisa que ninguém sabe o que é. "Alarga mais do que o PCP e Os Verdes isolados", acentuou. O que acho divertidíssimo. Como é que um partido que nunca foi a votos isoladamente faz ideia se alarga ou encolhe a votação da coligação vitalícia em que se integra? Vou ler umas páginas de Marx a ver se consigo decifrar este enigma.
Vira o disco e toca o mesmo. As teses para o XVII Congresso do PCP recuperam tudo quanto já foi dito e escrito pelo partido sobre a necessidade de haver "diálogo à esquerda", enquanto se bloqueia a todo o passo esse mesmo diálogo. Isto porque os comunistas julgam ver "direita" em todo o lado. PS? Tem "políticas de direita". BE? É um "partido socialdemocratizante", com "uma atitude determinada em muitos casos pelo anticomunismo". Fica a certeza que, à esquerda, o PCP só "dialogará" com um partido-muleta, tão domesticado quanto nulo, como Os Verdes, herdeiros espúrios do MDP/CDE. Nenhuma solução governativa é possível com eles, o que estas teses só confirmam.
Isto força o PS a pedir em 2009 a renovação da maioria absoluta aos eleitores para poder governar como alternativa à chamada "direita". Curiosa ironia: se Sócrates repetir a maioria, será em grande parte devido ao PCP, que - como os eleitores não ignoram - se nega por sistema a contribuir para um Executivo que possa governar à esquerda, tornando-o inútil para esse efeito. Embora não se tenha importado de contribuir para a maioria de Rui Rio na Câmara do Porto, por exemplo. Sempre em nome do "diálogo à esquerda", claro.
Pensava que o líder parlamentar do PCP já não conseguia espantar ninguém. Engano meu. Em entrevista à última edição do semanário Sol, Bernardino Soares bateu o seu próprio recorde pessoal conseguindo não responder a uma só pergunta sobre a Coreia do Norte (depois de ter levado nas orelhas, de vários sectores, quando há uns anos admitiu que a ditadura mais feroz do planeta pudesse ser uma democracia).
Reparem só nestas pérolas:
Ainda pensa que a Coreia do Norte é uma democracia?
Essa pergunta já não merece resposta.
Mas é ou não?
Já disse o que tinha a dizer sobre isso.
Relembre.
Não. Essa pergunta já está gasta.
Preferia almoçar com Kim Jong Il ou com George Bush?
Nem com um, nem com outro.
Mas, se tivesse oportunidade de conhecer algum deles, qual escolheria?
Não escolho nenhum.
Qual dos dois é mais democrata?
Essa pergunta é idêntica à primeira. Também não vou responder.
Desculpe, mas esta pergunta é diferente.
No fundo é a mesma.
Sem me dizer qual, no seu íntimo considera um deles mais democrata do que o outro?
Não respondo.
Avancemos, então. Sei que nos últimos tempos voltou a andar de bicicleta.
Sim.
E por aí fora...
Os meus parabéns ao José Fialho Gouveia, autor da entrevista. Quanto ao camarada Bernardino, mais parece um gato fedorento. Um génio do humor involuntário, como há poucos em Portugal. Não dá mesmo para levar a sério.
O PCP prepara mais um congresso. Que será enfim "normalizado", domesticado, sem as críticas internas registadas nos anteriores, em 2000 e 2004. A quase totalidade dos críticos foi expulsa ou saiu pelo seu pé, confrontada com a asfixia do debate interno. Foi, pois, sem surpresa que tomei conhecimento da votação unânime que o projecto de teses do XVIII Congresso do Partido Comunista Português mereceu no Comité Central: 180 votos favoráveis, sem a mínima sombra dissidente. Na Albânia de Enver Hoxha as coisas também se passavam nesta santa unanimidade agora enfim reposta na Soeiro Pereira Gomes.
Leio com atenção estas intermináveis "teses" - escritas no habitual jargão do partido, entre hossanas a Marx e Lenine - concentrando-me no primeiro capítulo, consagrado à situação internacional. E o que vejo é uma despudorada defesa das ditaduras comunistas que subsistem no planeta, começando pela Coreia do Norte, a par de uma indisfarçável nostalgia pelo fim da URSS, que mantém o PCP em visível estado de orfandade quase duas décadas depois.
Respigo algumas pérolas:
- "Importante realidade do quadro internacional, nomeadamente pelo seu papel de resistência à 'nova ordem' imperialista, são os países que definem como orientação e objectivo a construção duma sociedade socialista - Cuba, China, Vietname, Laos e RDP da Coreia."
- "A contribuição da URSS e, posteriormente, do campo dos países socialistas, para os grandes avanços da civilização verificados no século XX foi gigantesca."
- "A caminhada da humanidade para o socialismo e o comunismo sofreu profundos reveses no findar do século com a destruição da URSS e as derrotas do socialismo no Leste da Europa."
O que concluir destes louvores póstumos ao totalitarismo soviético e desta defesa assolapada das ditaduras vermelhas? Que revelam uma confrangedora pobreza intelectual e são de uma indigência política arrasadora, só agravada por trazerem desta vez o selo da unanimidade. Uma tristeza, enfim.
LER TAMBÉM
- Rumo ao inconcebível. De Rui Bebiano, n' A Terceira Noite
- Amanhãs que choram. De Pedro Picoito, n' O Cachimbo de Magritte.
- Teses com melamina. De João Tunes, na Água Lisa
- O fim do "socialismo real" segundo o PCP. De Daniel Oliveira, no Arrastão.
- O PCP tem vergonha de nomear as FARC, mas não lhe falta pudor em defendê-las. De Carlos Manuel Castro, na Câmara de Comuns.
É acutilante sem jamais ser deselegante. Estuda as matérias, sabe argumentar, é uma das presenças mais assíduas no hemiciclo. E, sem dúvida, um dos deputados que mais trabalha: na sua bancada, que tem poucos elementos, é especialista em diversas áreas. É uma pessoa de convicções, mas ao longo destes anos nunca o vi resvalar para o insulto a um adversário político - e muito menos a um camarada de partido que pense de maneira diferente da direcção. O PCP fez muito bem em designá-lo vice-presidente da Assembleia da República, função que cumpre com todo o mérito.
Há quem entenda que todos os deputados são iguais. Eu não. Por isso voto nele.
A novidade vem no Avante!
O PCP foi o único partido parlamentar português que recusou criticar as FARC na Assembleia da República. Até o Partido Ecologista Os Verdes, partido irmão do PCP, se associou ao voto conjunto apresentado pelas bancadas do PS, PSD e CDS (e votado igualmente pelo Bloco de Esquerda) que exprimia a congratulação do Parlamento pela libertação de Ingrid Bettancourt e criticava o bando terrorista que deteve durante mais de seis anos, na selva colombiana, a ex-candidata presidencial. Bernardino Soares, o mesmo que já admitiu classificar a Coreia do Norte como um regime democrático, recusa catalogar as FARC como terroristas.
Dominado pela sua ala mais ortodoxa, o PCP continua cego e surdo às mais bárbaras violações de direitos humanos quando são cometidas por aliados ideológicos - como são as FARC, neste caso. Isto acontece quando o próprio Fidel Castro, nas páginas do jornal comunista cubano Granma, considerou "injustificável" o sequestro de Ingrid e saudou a sua libertação, demarcando-se dos bandoleiros extorsionários de fachada comunista.
"Nunca deveriam ter sido sequestrados os civis, nem mantidos como prisioneiros os militares na selva. Foram factos objectivamente cruéis. Nenhum propósito revolucionário poderia justificar isto", sublinhou Castro, congratulando-se com a libertação dos reféns, "por elementar sentimento de humanidade", até porque "dificilmente poderiam ter resistido mais tempo", dadas as suas precárias condições de saúde.
E o insuspeitíssimo José Saramago demarcou-se sem sofismas dos terroristas colombianos declarando ao Diário de Notícias: "As FARC não são um movimento revolucionário. Começaram por sê-lo, mas há muitos anos converteram-se noutra coisa, porque um grupo armado que a partir de certa altura vive substancialmente do narcotráfico e do sequestro pode chamar-se tudo menos revolucionário." (sem link disponível).
Palavras que deveriam merecer reflexão na Soeiro Pereira Gomes. Se a sede do PCP não fosse o que é: um muro impermeável aos ecos do exterior. Mesmo aos ecos daqueles que lhes são mais próximos.
Um dos dados políticos mais relevantes do nosso tempo é o progressivo desaparecimento dos partidos comunistas – incluindo nos países da Europa Ocidental que durante décadas tiveram uma forte representatividade eleitoral vermelha. Em França, nas presidenciais ganhas por Sarkozy em 2007, a candidata comunista não conseguiu melhor que 1,5%. Nas legislativas de 9 de Março em Espanha, os comunistas só conseguiram eleger um deputado (com 3% nas urnas). Agora, em Itália, também os comunistas se afundam, caindo para metade da percentagem anterior: estão abaixo dos 3% a nível nacional, perdendo a representação parlamentar. Portugal é uma excepção a esta regra da Europa latina: aqui o PCP está cada vez mais duro e cada vez mais forte. É um sintoma evidente do nosso atraso. E um sinal claro de que José Sócrates, por meros desígnios eleitoralistas, continua a desguarnecer toda a ala esquerda. É bom que os militantes verdadeiramente de esquerda no PS percebam isto. Para que a esquerda portuguesa não se torne refém do PCP, o mais ortodoxo da Europa.
O PCP justifica a repressão chinesa no Tibete. Só podia. Para se manter fiel ao velho princípio de que uma ditadura, se for vermelha, é sempre boa. De Cuba à Coreia do Norte, do saudoso bloco soviético à nova China comunocapitalista que proclama: "Enriquecer é glorioso." Desde que seja um partido "irmão" a mandar a tropa de choque carregar nos costados do povo, a Soeiro Pereira Gomes exprime o apoio em jeito de reflexo condicionado. E em nome do "socialismo", palavra que tem sido pervertida como nenhuma outra de há um século para cá.
ADENDA: como lembra aqui Arnaldo Gonçalves, e muito bem, o Tibete é uma questão de direito internacional - não uma questão interna chinesa.
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