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A motivação para a disputa política (em termos latos) na assunção de cargos de relevo público é um tema que me vem merecendo reflexão. O que atrai um individuo a ir à luta dentro de um partido ou organização cívica? É possível a criação de incentivos para envolver “os melhores” da nossa comunidade para as maçadas e sacrifícios que implicam as causas públicas?
Sou daqueles que considera ser importante uma justa remuneração dos altos cargos políticos, algo que não acontece nos nossos dias. Actualmente a assunção de um cargo de responsabilidade num governo ou autarquia implica, para uma pessoa habilitada e perfil para as funções, um sacrifício pessoal em matéria de vencimento. Mal comparado, como no séc. XIX em que só aqueles que tinham fortuna familiar podiam ambicionar a uma carreira política. Esse facto provavelmente afastava muita gente com muito mérito e apetência.
Mas confesso que não acredito que o dinheiro tenha assim tanto peso na discriminação dos “melhores”. A vida tem-me demonstrado que a grande maioria das pessoas que alcançaram cargos de relevância pública o fizeram movidas por um instinto de combatividade, um “bichinho” indomável, acompanhado por mais ou menos idealismo. Algo que nasce com as pessoas. Ou seja, parece-me que a principal motivação, para diferentes funções e graus de responsabilidade e escala de relevância pública, quem na sociedade civil se envolve neles o faz por inconformismo. Por causa duma inquietação existencial inata, que na maior parte das vezes vai conduzir o individuo a funções de liderança ou de relevância social. Não me parece de todo que a motivação material seja o factor preponderante na escolha dum percurso desses.
Naquilo em que eu acredito é no peso do prestígio das instituições para a atracção dos melhores. A escolha de despender energias, de devotar e sacrificar a vida num determinado cargo público, tem principalmente a ver com a autoridade que emana dessa função. Definitivamente a atracção da glória, do reconhecimento social, é um factor muito mais determinante que o material.
Daí que, antes de tudo o mais, o mais importante, e, no entanto, o mais difícil para a atracção dos melhores, seja o prestígio das instituições a que se concorre. Sei bem como é difícil inverter a lógica da “má moeda que afasta a boa moeda”, da rampa deslizante em que se vêm desgastando o prestígio das mais importantes funções do Estado.
E como bem sabem V. Exas., quanto a mim devíamos salvaguardar desta lógica mesquinha e imponderável o mais alto magistrado da Nação.
A vozearia sobre a viabilidade do governo AD sem maioria absoluta ainda vai aumentar mais uns decibéis. Se a esquerda à espera de melhores dias se distancia higienicamente dos “retrocessos” e de fantasmas fascistas (sempre assim foi), do outro lado, André Ventura vitimiza-se por não lhe darem lugar numa dança que na verdade não quer dançar. Se é verdade que para um Tango são precisos dois, definitivamente não é nesses maus modos que se pede a uma senhora para dançar, insultando-a, caluniando-a sistematicamente em público. É preciso mostrar boas maneiras e um módico de empatia para inspirar confiança num parceiro de dança. O esforço do Chega tem sido no sentido contrário, num jogo de equilibrismo tático da vitimização e reivindicação, ostracizado pelas linhas vermelhas que são o seu seguro de vida. O irrevogável “não é não” de Montenegro constitui o seguro de vida do Chega, que vive dessa marginalidade. Marginalidade em relação aos media tradicionais que são irrelevantes para o seu eleitorado, marginalidade em relação ao parlamento que os seus eleitores desprezam, marginalidade a qualquer solução de governo que tornaria o partido cúmplice do sistema que os seus militantes execram. O Chega é o único partido que está onde quer, por isso é que se chama “chega”. Não tem razões de queixa, o descontentamento (pobreza, desencanto) tende a ser maioritário e vêm aí umas eleições para o Parlamento Europeu.
Vêm aí tempos interessantes.
Sabe-se que nos Estados Unidos a polícia tem de lidar com diversos tipos de criminalidade, entre eles alguma muito violenta. Tal não é manifestamente o caso da cena visível nestas imagens em que um polícia foi gravado no momento em que esmurrou na cara uma jovem de 17 anos que estava a deter numa rua da baixa de Seattle. É mais um triste caso exemplificativo de muita da violência policial desnecessária que existe nos EUA mas que, desta feita, foi filmado ao vivo para espanto de muitos dos presentes.
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