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A benevolente desplicência com que muitos "analistas" encaram o PCP enquanto debitam as mais assombrosas vacuidades a propósito deste partido, como não fariam com nenhum outro, ficou há dias bem patente num debate televisivo, realizado logo após o congresso comunista. Cinco jornalistas, quatro dos quais na pele de comentadores, debitaram pérolas como estas que fui anotando:
"O PCP está bem consigo mesmo, gosta de si. É um partido sereno."
"Tem uma máquina perfeitamente oleada."
"O crescimento do PCP implicará o enfraquecimento do BE."
"O partido mais aberto que Carlos Carvalhas formatou era mais vulnerável."
"O PCP tem o seu 'core business' muito bem estruturado."
"As pessoas choram a ouvir Odete Santos."
"Ninguém entrou atrasado. Toda a gente falou exactamente o tempo que estava previsto."
"No final do congresso as pessoas arrumaram as próprias mesas."
"É importante ver que os comunistas na blogosfera estão claramente alinhados com Jerónimo de Sousa."
"O PCP é o que é."
Conclusão a condizer: a "análise" política, em Portugal, muitas vezes é o que é. Isto. A bola é redonda e quem mais marca é quem ganha.
O nosso Francisco vai estar daqui a bocado, a partir das onze, nos estúdios do Rádio Clube Português, como convidado do programa Ao Fim do Dia, para debater os temas mais recentes com Afonso Azevedo Neves, da Atlântico. Em análise aposto que estará o Benfica e a sua claque ultimamente cada vez mais aguerrida, como já aqui sublinhou o João Villalobos. E talvez possa até comentar-se este interessante postal do João Gonçalves...
Na condução da emissão, Alexandre Honrado e Sofia Frazoa - excelentes anfitriões, como já tive ocasião de comprovar. Em 104.3.
Sob o olhar atento do Pedro Rolo Duarte.
"Gostava mais de ser como você, que pensa. Eu trabalho."
Lobo Xavier para Pacheco Pereira,
na Quadratura do Círculo
Na última Quadratura do Círculo, António Costa disparou contra "o submundo da blogosfera" e Pacheco Pereira garantiu que dos blogues "só se aproveita um por cento". Concordo com ambos. Tanto que deixo aqui um exemplo de um desses produtos do submundo, ainda por cima congelado. Ugh.
Pedro Marques Lopes estreou-se ontem com o pé direito (como já se esperava) no Eixo do Mal, onde confirmou os seus dotes de grande comunicador, que já eram bem visíveis na blogosfera. Gostei. Os restantes estiveram iguais a si próprios, incluindo Clara Ferreira Alves, que se mostrou muito preocupada com os 72 anos de John McCain, aparentemente demasiado velho para ocupar a Casa Branca, na opinião dela. A mesmíssima Clara que apoiou a candidatrua presidencial do jovem Mário Soares, em 2006, com uns viçosos 81 aninhos...
Os critérios editoriais dos canais de TV generalistas portugueses não deixam de me espantar: hoje, à hora do almoço, a TVI esperou 62 minutos para dar um vislumbre do discurso da "utraconservadora" Sarah Palin, "pró-armas e antiaborto", avisando os espectadores que a senhora ainda poderá trazer problemas a McCain. Entre outros temas que mereceram a prioridade noticiosa da TVI, incluiu-se este: "seis cágados foram devolvidos à vida selvagem no zoomarine".
"Quem hoje se sente mais seguro em Portugal são os ladrões."
Augusto Cymbrom, presidente da ANAREC
"O PSD encolheu muito na sua influência social."
José Pacheco Pereira, ontem, na Quadratura do Círculo
Marcelo Rebelo de Sousa mantém o espaço de comentário político mais interessante da televisão portuguesa.
O que disse o ex-presidente do PSD no seu programa do passado domingo na RTP?
Disse que apoia Manuela Ferreira Leite na corrida para o posto de comando na São Caetano à Lapa, como já se esperava.
Mas de caminho foi anotando isto:
1. É a quarta vez que "o destino bate à porta" da ex-ministra das Finanças. "Nem toda a gente tem quatro hipóteses."
2. Esta candidatura representa "um regresso à geração Cavaco Silva" - dez anos mais velha que a geração de Fernando Nogueira e do próprio Marcelo, vinte anos mais velha que a de Durão, Santana, Mendes e Menezes.
3. Principal ponto fraco de Manuela Ferreira Leite: ser apoiada por "barões a mais do barrosismo". Os mesmos que estiveram com Santana quando Barroso rumou a Bruxelas. "Não pode aparecer com mais do mesmo", advertiu Marcelo.
4. A candidata precisa de um "discurso novo", que mobilize eleitorado jovem. "Tem que ter um discurso de futuro. As pessoas querem um suplemento de alma, de esperança."
5. Última observação, talvez a mais importante para refrear tanto entusiasmo que por aí anda, como se Ferreira Leite fosse a Padeira de Aljubarrota: "A um candidato a primeiro-ministro não basta ganhar o partido - tem que ganhar o País."
Todas estas observações confirmam que Marcelo está em plena forma. Para ele, ao contrário de outros, o comentário político não se confunde com adulação servil a gregos ou troianos.
No momento em que escrevo, Nuno Morais Sarmento fala há cerca de meia hora na SIC Notícias, entrevistado por Mário Crespo. É a segunda entrevista numa semana ao mesmo canal: há poucos dias, também em horário nobre, tinha sido entrevistado por Ana Lourenço.
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