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A bola é redonda (na política também)

por Pedro Correia, em 09.12.08

A benevolente desplicência com que muitos "analistas" encaram o PCP enquanto debitam as mais assombrosas vacuidades a propósito deste partido, como não fariam com nenhum outro, ficou há dias bem patente num debate televisivo, realizado logo após o congresso comunista. Cinco jornalistas, quatro dos quais na pele de comentadores, debitaram pérolas como estas que fui anotando:

"O PCP está bem consigo mesmo, gosta de si. É um partido sereno."

"Tem uma máquina perfeitamente oleada."

"O crescimento do PCP implicará o enfraquecimento do BE."

"O partido mais aberto que Carlos Carvalhas formatou era mais vulnerável."

"O PCP tem o seu 'core business' muito bem estruturado."

"As pessoas choram a ouvir Odete Santos."

"Ninguém entrou atrasado. Toda a gente falou exactamente o tempo que estava previsto."

"No final do congresso as pessoas arrumaram as próprias mesas."

"É importante ver que os comunistas na blogosfera estão claramente alinhados com Jerónimo de Sousa."

"O PCP é o que é."

 

Conclusão a condizer: a "análise" política, em Portugal, muitas vezes é o que é. Isto. A bola é redonda e quem mais marca é quem ganha.

Argumento arrasador

por Pedro Correia, em 21.11.08

 

"Manuela Ferreira Leite tem uma verdadeira patrulha em cima de cada respiração dela."

Pacheco Pereira, Quadratura do Círculo

Em 104.3

por Pedro Correia, em 17.11.08

 

O nosso Francisco vai estar daqui a bocado, a partir das onze, nos estúdios do Rádio Clube Português, como convidado do programa Ao Fim do Dia, para debater os temas mais recentes com Afonso Azevedo Neves, da Atlântico. Em análise aposto que estará o Benfica e a sua claque ultimamente cada vez mais aguerrida, como já aqui sublinhou o João Villalobos. E talvez possa até comentar-se este interessante postal do João Gonçalves...

Na condução da emissão, Alexandre Honrado e Sofia Frazoa - excelentes anfitriões, como já tive ocasião de comprovar. Em 104.3.

Blogues na rádio

por Pedro Correia, em 15.11.08

Sob o olhar atento do Pedro Rolo Duarte.

O coice da semana

por Pedro Correia, em 17.10.08

"Gostava mais de ser como você, que pensa. Eu trabalho."

Lobo Xavier para Pacheco Pereira,

na Quadratura do Círculo

A mordaça envergonhada

por Pedro Correia, em 13.10.08

 

“Há três semanas que tenho esperado dela uma intervenção de fundo, como tiveram os líderes das oposições em Inglaterra e Espanha. [Ela] tinha condições únicas para isso. Os portugueses esperam que fale da crise, que dê confiança, que convide o primeiro-ministro a conjugar esforços com os partidos da oposição, como disse [David] Cameron em Inglaterra e muito bem. Ela tem um estilo e uma estratégia que não contavam com a crise. Mas a crise é a crise. Não percebo como ela e a sua direcção política não perceberam qual era a intervenção política que os portugueses esperavam dela.”
Palavras duras e cáusticas visando Manuela Ferreira Leite. Palavras ontem pronunciadas por Marcelo Rebelo de Sousa no seu programa de análise semanal na RTP, agora estupidamente amputado por decisão da ERC, com a sua inefável fita métrica. Como se fosse possível comparar Marcelo, que não hesita em criticar as sucessivas direcções do PSD, com António Vitorino, que jamais belisca José Sócrates. Estranha concepção de pluralismo esta, que mete no mesmo saco o simpático mas disciplinado socialista e o social-democrata que é um dos espíritos mais livres da política portuguesa. Como se estivesse a comparar tempos de propaganda em antena.
Significa o que escrevi acima que Manuela Ferreira Leite não merecia ouvir o que Marcelo disse dela? Nem por sombras. A crítica foi bem merecida. Significa apenas que não é possível comparar o incomparável, como a ERC faz. Ao cortar parcialmente o comentário de Marcelo, um dos melhores comunicadores da TV portuguesa, mostrou-se uma digna herdeira da escola Rui Gomes da Silva. Ainda por cima, uma herdeira envergonhada: em vez de o calarem por completo, os cronometristas da ERC calaram-no por metade. Talvez na secreta esperança de que Marcelo desista sem que eles fiquem com o ónus oficial de lhe terem posto a mordaça.

A Quadratura congelada

por Pedro Correia, em 05.10.08

Na última Quadratura do Círculo, António Costa disparou contra "o submundo da blogosfera" e Pacheco Pereira garantiu que dos blogues "só se aproveita um por cento". Concordo com ambos. Tanto que deixo aqui um exemplo de um desses produtos do submundo, ainda por cima congelado. Ugh.

Velhos são os trapos

por Pedro Correia, em 07.09.08

Pedro Marques Lopes estreou-se ontem com o pé direito (como já se esperava) no Eixo do Mal, onde confirmou os seus dotes de grande comunicador, que já eram bem visíveis na blogosfera. Gostei. Os restantes estiveram iguais a si próprios, incluindo Clara Ferreira Alves, que se mostrou muito preocupada com os 72 anos de John McCain, aparentemente demasiado velho para ocupar a Casa Branca, na opinião dela. A mesmíssima Clara que apoiou a candidatrua presidencial do jovem Mário Soares, em 2006, com uns viçosos 81 aninhos...

Os cágados

por Pedro Correia, em 04.09.08

Os critérios editoriais dos canais de TV generalistas portugueses não deixam de me espantar: hoje, à hora do almoço, a TVI esperou 62 minutos para dar um vislumbre do discurso da "utraconservadora" Sarah Palin, "pró-armas e antiaborto", avisando os espectadores que a senhora ainda poderá trazer problemas a McCain. Entre outros temas que mereceram a prioridade noticiosa da TVI, incluiu-se este: "seis cágados foram devolvidos à vida selvagem no zoomarine".

O coice da semana

por Pedro Correia, em 03.09.08

"Quem hoje se sente mais seguro em Portugal são os ladrões."

Augusto Cymbrom, presidente da ANAREC

Para mais tarde recordar

por Pedro Correia, em 28.08.08

"O que a sensatez exige é que o Estado e a lei não se metam no que não é do Estado e da lei."

Francisco Louçã

Encolheu muito

por Pedro Correia, em 25.07.08

"O PSD encolheu muito na sua influência social."

José Pacheco Pereira, ontem, na Quadratura do Círculo

No meio do futebol, um pouco de cultura geral

por Pedro Correia, em 06.06.08

 

                                                        

"Na Suíça, os limites de velocidade são mesmo para cumprir."

Repórter do RCP, muito admirado, em directo de Neuchatel

Marcelo em plena forma

por Pedro Correia, em 29.04.08

 

Marcelo Rebelo de Sousa mantém o espaço de comentário político mais interessante da televisão portuguesa.

O que disse o ex-presidente do PSD no seu programa do passado domingo na RTP?

Disse que apoia Manuela Ferreira Leite na corrida para o posto de comando na São Caetano à Lapa, como já se esperava.

Mas de caminho foi anotando isto:

1. É a quarta vez que "o destino bate à porta" da ex-ministra das Finanças. "Nem toda a gente tem quatro hipóteses."

2. Esta candidatura representa "um regresso à geração Cavaco Silva" - dez anos mais velha que a geração de Fernando Nogueira e do próprio Marcelo, vinte anos mais velha que a de Durão, Santana, Mendes e Menezes.

3. Principal ponto fraco de Manuela Ferreira Leite: ser apoiada por "barões a mais do barrosismo". Os mesmos que estiveram com Santana quando Barroso rumou a Bruxelas. "Não pode aparecer com mais do mesmo", advertiu Marcelo.

4. A candidata precisa de um "discurso novo", que mobilize eleitorado jovem. "Tem que ter um discurso de futuro. As pessoas querem um suplemento de alma, de esperança."

5. Última observação, talvez a mais importante para refrear tanto entusiasmo que por aí anda, como se Ferreira Leite fosse a Padeira de Aljubarrota: "A um candidato a primeiro-ministro não basta ganhar o partido - tem que ganhar o País."

 

Todas estas observações confirmam que Marcelo está em plena forma. Para ele, ao contrário de outros, o comentário político não se confunde com adulação servil a gregos ou troianos.

Som estereofónico

por Pedro Correia, em 29.02.08

No momento em que escrevo, Nuno Morais Sarmento fala há cerca de meia hora na SIC Notícias, entrevistado por Mário Crespo. É a segunda entrevista numa semana ao mesmo canal: há poucos dias, também em horário nobre, tinha sido entrevistado por Ana Lourenço.

Não há jantares grátis. E entrevistas à hora de jantar também não.

A direita de que a esquerda gosta

por Pedro Correia, em 14.02.08
"Prefiro uma maioria absoluta do Partido Socialista a uma maioria [relativa] do PSD [em 2009]."
Lobo Xavier, na 'Quadratura do Círculo'

Com esta chuva

por Pedro Correia, em 13.01.08

Apetece-me ouvir Hélène Grimaud.

Parafraseando Jorge Coelho

por Pedro Correia, em 04.10.07
munta fraca memória na política e nos políticos.

Ouvir os outros

por João Távora, em 12.07.07
Ontem lá me liguei com o Rádio Clube Português, (através da Internet que as frequências modeladas desta estação não chegam ao Estoril) mesmo a horas para ouvir o nosso João Villalobos a comentar com o Alexandre Honrado uma série de noticias e assuntos na ordem do dia. E o melhor do programa foi mesmo ouvir o meu homónimo serenamente a falar do que sabe, nunca cedendo ao cinzentismo do politicamente correcto, da cultura de magazine imperante. Desempoeiradamente falou de Budismo sem ter de desancar o Papa, como tão insistentemente pretendia o apresentador. Falou da sua profissão, consultadoria de imagem, com pragmatismo e objectividade surpreendentes. Sem prescindir do sentido de humor. Anunciou-nos que se prepara para, uma vez mais, contrariar a generalizada infertilidade nacional, desta vez com um livro de poesia: “As mulheres bonitas não viajam de autocarro”. Prevê-se o parto lá para Setembro.
Concluindo, não foi um João Villalobos narciso, das criadas em lingerie, das Vampiras Lésbicas ou de outros irreverentes fetiches. Gosto de quando o João Villalobos prescinde um pouco das suas máscaras. E de facto nunca me incomodaram verdadeiramente os nossos diferentes alinhamentos filosóficos e opções existenciais. Antes do mais partilhamos a admiração por duas decisivas bênçãos divinas: a inteligência e... essa fatal e sempre perturbadora atracção, a beleza feminina.


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