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Não queria escrever sobre o 11 de Setembro, porque já tudo foi escrito e dito. Mas é o tema do dia - ou de há vários dias... Acresce que, passados dez anos, tenho ainda dificuldade em compreender o que foi que me impressionou tanto naquela sequência de acontecimentos. Não foi, penso eu, a perda de vidas, porque a História é fecunda em tragédias desta ou de maior dimensão e já quase nos insensibilizou aos grandes números. Sei que não foi o seu carácter terrorista. O terrorismo contemporâneo ensinou-nos a não esperar dele senão a mais absoluta desumanidade. Suponho que tenha sido a vulnerabilidade daquilo que julgava indestrutível: as duas torres, dignas representantes da solidez arquitectónica do moderno «International Style», ruindo como castelos de cartas (algo que sugere o episódio Titanic...). E terá sido a dúvida, que desde então me desassossega, sobre o que distingue o que é do que parece ser, uma espécie de desconfiança «metódica» de tudo e todos, corolário da impressão de que o terrorismo tem expressões pouco evidentes, porque quem edifica torres que abatem como castelos de cartas (adulterando, avaramente, as estruturas ou os materiais) não é, talvez, menos «terrorista» (ou aterrorizante) do que quem lança contra elas um par de aviões.
(Na «Grande Maçã»...)
Evadindo-nos de uma Europa coberta de cinzas em viagem de sofá (a possível), recordemos estas palavras de Eça: «Se você sai do seu hotel e encara algumas das ruas grandes de New York fica aterrado: - aquela agitação, estrondo, ruído, febre, rostos consumidos e secos, toilettes únicas, carruagens nos passeios (trottoirs), ónibus aos lados, caminhos-de-ferro por cavalos no centro da rua, caminhos-de-ferro à máquina por cima das ruas, junto aos tectos das casas, o aparato imenso da polícia, a excentricidade dos anúncios, - o rumor apressado de todo o mundo, - compreende logo – que está num povo bárbaro que aprendeu a civilização de cor. Mas bárbaro como é – que força, que originalidade inventiva, que perseverança, que firmeza!» (Em carta a Ramalho Ortigão).
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