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Em minha defesa...

por João Távora, em 24.11.22

ideotas.jpg

Como prova de que sou um bom português (não gosto muito do termo "cidadão", que me lembro logo da guilhotina francesa) começo por fazer um aviso prévio: por minha vontade não existiriam autocracias nem ditaduras, regimes que por principio deploro, todos os países do mundo seriam culturalmente tolerantes e democráticos, lastimo o preconceito racial e a exploração do homem pelo homem, nomeadamente imigrantes, a desigualdade de género, o tráfico humano, detesto a estigmatização e repressão dos homossexuais, e por último sou visceralmente contra a corrupção. A par disto tudo, refira-se que compreendo a importância da diversidade cultural e religiosa no planeta apesar de conceder que tudo seria mais fácil se toda a gente se regesse pelos meus sofisticados princípios judaico-cristãos, mas isso levar-nos-ia a reflexões demasiado complexas para este post. Também não tenho a culpa que Marcelo Rebelo de Sousa não prescinda duma ida ao Qatar para se promover a si na zona mista do estádio – a instituição que representa por estes dias está nas lonas (alguma vez não esteve?), não promove nada nem ninguém – e que não tenha optado por ficar a ver o jogo da selecção sossegado no Palácio de Belém.
 
Dito isto, assumo que tenho seguido o campeonato do Mundo no Qatar com curiosidade e sem qualquer remorso. Estando o certame a ser organizado há doze anos naquele exótico destino agora é tarde para o seu cancelamento ou outras impertinências, que a boa educação e a diplomacia têm regras. Mais, acho que a vulgarização do aproveitamento político de grandes eventos desportivos por certas causas é uma caixa de pandora, que um dia acaba mal: vai chegar o dia em que os torneios só serão possíveis entre paróquias, quanto mais entre nações. Muitos boicotes ao longo da história têm sido realizados entre países e culturas desavindas, mas por princípio esse não me parece um bom caminho. Claro que hoje ninguém sabe o que é o Espírito Olímpico, muito menos quem foi Pierre de Coubertin. E se algum leitor depois deste último parágrafo tiver dúvidas de que, apesar de tudo, eu sou bonzinho, que volte ao início do texto. E não me venham chatear com moralismos.

Qatar 2022

por João Távora, em 20.11.22

O futebol é importante nas nossas vidas, porque entre outras coisas, ajuda a juntar pessoas de diferentes sensibilidades, nacionalidades, origens culturais. Juntar é sempre melhor do que dividir. A "pátria" de cada um terá sempre diferentes nuances e cumplicidades: familiares, políticas, históricas e estéticas - porque é que haveremos de estar sempre a querer afirmar a nossa originalidade "pessoal"? Essa experiência de unidade (na bancada de um estádio) é fascinante, mesmo com a reserva de quem não prescinde da racionalidade a olhar o mundo - não há perigo de diluição.
Pobres de espírito são aqueles que, de bicos de pés, na sua mediocridade, se acham superiores a tudo isto.
Aos mais renitentes, aconselha-se a que durante o campeonato do mundo de futebol, em vez de se sentarem em frente à televisão a remoer, leiam livros, muitos livros. Desse modo, no fim, nos entenderemos melhor certamente.

Agora deixem o povo ver a bola…

por João Távora, em 18.11.22

Qatar.jpg

O que é que mudou desde a Cimeira do Clima ocorrida no Qatar em 2012, sob os auspícios das Nações Unidas?

Ao menos o Mundial de Futebol tem a virtude de ter ajudado, mesmo que tardiamente, o jornalismo em geral e muitos virtuosos comentadores em particular, a descobrir que o Qatar não é uma democracia liberal, antes pelo contrário. Um escândalo de que ninguém suspeitava...

E o que se pretende agora, além da exibição de virtudes piedosas, com a ostracização daquele regime autoritário com uma cultura anacrónica, que nos últumos anos vem preparando com tanto empenho o Mundial perante o silêncio cúmplice de (quase) toda a gente?  


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