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A síndrome Marinho Pinto

por Pedro Correia, em 26.05.09

 

José Pacheco Pereira, num lamentável artigo no Público, parece acometido pela síndrome Marinho Pinto. À falta de melhor assunto, dispara contra o convite feito pelo eurodeputado social-democrata Carlos Coelho - seu companheiro de partido - a um grupo de autores de blogues que se deslocou recentemente a Bruxelas. Pacheco parte do princípio, como qualquer bom populista partiria, de que esta brigada de bloguistas estava sedenta de ser obsequiada com uma corrida à sede da União Europeia e veio de lá agradecida por uns jantarinhos e umas tantas visitas guiadas ao Parlamento Europeu. António Marinho Pinto, provavelmente, não diria nada de diferente, pronunciando-se contra a "promiscuidade" entre quem escreve, em blogues ou jornais, e quem faz política. Partindo do princípio de que, até prova em contrário, todas as pessoas são venais - algo próprio de quem alimenta o maior dos pessimismos sobre a natureza humana.

O ex-eurodeputado delira nestes seus considerandos que roçam a injúria. É um perfeito disparate imaginar que autores de blogues tão diversos como este, este, este ou este, feitos por pessoas habituadas a pensar pela própria cabeça e que não precisam do convite de ninguém para jantarem onde lhes apetece ou viajarem ao estrangeiro quando lhes dá na real gana, se deixariam instrumentalizar facilmente pelos correligionários de Pacheco Pereira em Bruxelas. O autor do blogue Abrupto, que foi deputado europeu, sabe bem que os grupos parlamentares representados em Bruxelas e Estrasburgo têm verbas comunitárias específicas ao dispor para a divulgação das instituições da UE junto dos líderes de opinião nos diversos estados-membros. Esta verba deve ser dispendida até ao fim da legislatura, sob pena de não ter servido para nada. Quando Pacheco lá estava, que eu saiba, nunca a usou para este fim. Fez bem o eurodeputado Carlos Coelho em ter adoptado outro critério, adaptado aos novos tempos, o que só confirma a crescente importância dos blogues na formação da opinião e a influência que exercem junto dos próprios jornais.

Alguns visados, como o João Villalobos e o João Gonçalves, já responderam a Pacheco Pereira - e fizeram bem. Outros optaram por não lhe dar troco - e talvez não tenham feito tão bem. A conversa não me diz directamente respeito, pois não integrei a referida delegação bloguista, mas entendo que vai sendo tempo de Pacheco deixar de exibir a sua pretensa autoridade moral nas mais diversas matérias lançando sempre as maiores suspeitas sobre quem faz opinião sem se submeter ao seu diktat. Todos são influenciáveis, todos são maleáveis, todos pecam por falta de convicções - menos ele. Marinho Pinto não diria melhor. Com tanta falta de razão como Pacheco Pereira.


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