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Não vos costumo maçar com estas coisas, mas acontece que de vez em quando publico aqui umas novidades da minha colecção de gravações antigas de música portuguesa.
Curioso é este disco, com uma interpretação anónima de guitarra solo do célebre “Fado Robles” no lado A - melodia composta em 1879-1880 pelo guitarrista-fadista e Sargento de Cavalaria J. R. Robles – e no lado B variações sobre o Fado Corrido, “Fado Corrido Maior”. Editado pela pouco conhecida marca Jumbo (ligada à editora alemã Odeon) que foi descontinuada em 1912 é de presumir que a interpretação das duas peças seja da autoria de Luís Petroline em gravações de 1910, segundo uma tese de Pedro Jorge, estudioso dos primórdios do Fado com quem tive o privilégio de trocar correspondência.
Este e muitas outras gravações portuguesas antigas podem ser escutadas aqui.
Sobre o fadista Lino Teixeira que se redescobre neste disco de 1929, ficamos a saber através de uma entrevista de J.O. Vidal num número do Jornal "Guitarras de Portugal" de 1932 encontrada aqui, que era um “cantador dos mais antigos, dos mais fadistas e dos mais conscientes”, um homem de aspecto “esguio, magro, negro” de feitio ”sempre falador”. Nascido num meio ligado ao Fado, acompanhava-se a si próprio à guitarra, instrumento que conheceu desde muito novo, por via de um tio com o mesmo nome. Influenciado por nomes como Júlia Florista e Manuel da Mota, o versátil artista não só cantava “à fadista” sem “pieguices” como versejava pela própria pena, tendo obtido um prémio do Diário de Lisboa por conta duma quadra.
Nessa entrevista, é curioso como Lino Teixeira assume ter sido o “momento mais emocionante da sua vida” a primeira vez que gravou a sua voz, que dessa forma “perduraria através de longos anos” (!!!). Com mais de 14 discos gravados à época para as casas Brunswick e Odeon, Lino Teixeira não esconde o orgulho de ter sido sempre bem pago por isso, “pois embora sinta mais o Fado quando canta de livre vontade, não está disposto a deixar-se explorar em benefício dos exploradores da Canção Nacional”. Com incursões no fado humorístico, foi consagrado numa modalidade de Fado inédita, as rapsódias (das quais aqui partilhamos a nº 1 e nº 2), “um número interessante, com variante de que o público gosta mais do que ele.”
Assim se resgata mais uma voz ao baú do esquecimento – ora escute.
Publicado originalmente aqui.
Fado do Anto, (de Francisco Menano - António Nobre) por Edmundo Bettencourt com Artur Paredes e Albano de Noronha nas Guitarras, Mário Faria da Fonseca à Viola . Disco Columbia wp 331 gravado no Porto em Fevereiro de 1928, no Palácio das Carrancas, antiga Casa Real.
Olhó beijinho que atrás da porta de dei
Foi tão repenicadinho que gritaste “aqui del rei!”
Olhó segredo que atrás da porta eu te disse
Que até tu tiveste medo
que eu fizesse uma tolice.
Gostavo Leal por volta de 1920 Aqui
Começa assim:
A Menina foi multada, mesmo p’la tabela antiga,
Por ter vendido a pescada assoprada na barriga.
Esta é a minha última aquisição: um curioso disco do inicio dos anos 20 com uma cançoneta de revista chamada "Peixeira e o Polícia" com assinatura de F. Rezio e Gustavo Leal. Sobre estas duas criaturas já vi que não será fácil encontrar referências publicadas. Quanto ao mais, os dois primeiros versos já os decifrei - se alguém conhecê-los na integra ou conseguir entender, mesmo que uma linha ou uma estrofe só, ficarei muito grato se me fizer o favor de redigir na caixa de comentários.
Publicado originalmente aqui
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