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1 - Capa_Machinas_Falantes.jpg

"Machinas Falantes" constitui, sem qualquer dúvida, um marco. Espera-se que inspire outros investigadores, e sobretudo desperte o interesse do público em geral, ou ajude a elucidar mais um curioso como eu, que um belo dia me vi seduzido por este fascinante mundo dos sons antigos, ao descobrir numa arrecadação de família um velho fonógrafo de Edison com dezenas de cilindros de cera, que depois de reabilitado, pôde encantar-me com ecos de ambientes e sonoridades do tempo dos avós dos nossos avós. *


*A minha recensão da obra "Machinas Falantes" de Leonor Losa aqui no Observador

Coon song

por João Távora, em 07.01.14

Aqui partilho mais uma Coon Soong, num cilindro de cera Edison de 1908 imaculado da minha colecção, com o tema "Dixie Dan" interpretado pelo Billy Murray (1877 – 1954) cantor norte americano extremamente popular nas primeiras décadas do Século XX da autoria Arthur Collins, o Rei do ragtime. 

 

Dixie Dan

By Arthur Collins

 

Way down south where i was born
In the land of cotton and the land of corn
I saw the light on a monday morn
And they called me Dixie Dan
In an old burnt stump of an old burnt tree
The doctor he discovered me
And my mammy shook her sides with glee
And she called me Dixie Dan
Now a gal down there with cork-screw hair
She won my heart and i declare
I must have been slow
When i let her go
A traveling round with a minstrel show
Oh


Dixie, oh Dixie Dan
'Ambling, rambling, gambling minstrel man
Coal-black color all except my teeth
With a loving disposition underneath
My heart pines for the girl I left behind
Oh Trixie, oh Trixie An
My heart beats for you to beat the band
Way down south is the land of cotton
Tell me you have not forgotten
Dixie, oh Dixie Dan
(Bis)

Coisas giras

por João Távora, em 31.12.13

Novidades do coleccionador de sons, aqui

 

 

"For historical purposes only”

por João Távora, em 21.12.13

Designa-se como "Coon Songs" um género musical cómico popularizado nos Estados Unidos da América nas últimas décadas do século XIX e caído em desuso no princípio do século XX quando o seu pendor racista começou a ser malvisto. 
Leia e conheça mais aqui »»»»

 

 

Um mundo maravilhoso

por João Távora, em 05.11.13

A montante do meu caprichoso prazer de coleccionar os sons antigos e de saborear sofisticados sistemas de reprodução sonora está uma enorme paixão. Neste blog que agora vos apresento reuni uma selecção de textos, imagens e vídeos com que aqui no Corta-fitas venho prestando tributo a essa que considero a mais divinal forma de expressão humana: a música.

Unicamente por amor

por João Távora, em 31.10.13

Este fabuloso senhor "qualquer coisa Colonel", partilha diariamente no Youtube vídeos (filmados aparentemente com uma câmara que usa na testa) de discos antigos a tocar num gramofone e cenário absolutamente indescritíveis... o facto é que há dois anos para cá ohomem, fanático por gramofones, vem granjeando imenso sucesso com esta receita: para cima de dois milhares de clips já contam 1 073 478 visualizações sempre com o mesmo plano e umas piadinhas de circunstância ao estilo vitoriano. Agora chamem-me maluco a mim.

 

Coleccionador de sons (2)

por João Távora, em 28.10.13

Quando no início do Século XX a indústria fonográfica florescia na forma de cilindros de cera ou de discos de goma-laca gravados em série, era comum algumas editoras de segunda categoria produzirem gravações “descritivas”, em que se reproduziam teatralmente os sons de um quadro invulgar, como a partida das tropas para a guerra ou como acontece no caso vertente, o socorro a um incêndio “interpretado” pela Empire Guards Band.

Double sided

por João Távora, em 26.10.13

Já aqui publiquei diversa informação referente aos primitivos discos em goma-laca com um lado só fabricados até ao final da primeira década do século XX. Se a ilustração de um lado "não gravado" é visualmente pouco reveladora, talvez o não seja a imagem deste “moderno” espécime de 1912 da etiqueta britânica The Twin que aqui hoje desvendo. 

Coleccionador de sons

por João Távora, em 01.10.13


Da editora do anglo-alemão Emile Berliner, a E. Berliner's Gramophone, o inventor dos ditos. Gravado em Londres editado em Hanover, final do século XIX. Mr Charles Foster canta "Why did i leave my little black room"... e encanta.

Isto anda tudo ligado

por João Távora, em 24.09.13

 

"I'll Say she Does" pelo All Star Trio gravado em 1919 para a Victor HMV é um primitivo Foxtrot, uma música de dança popularizada depois da I Guerra Mundial e com o seu auge na louca década de 1930 quando era tocada pelas célebres “big bands”. É curioso como as editoras discográficas rotularam os primeiros discos de “rock and roll” como sendo Foxtrot, um ritmo inicialmente mal recebido na Europa, onde foi visto como uma perniciosa “americanada”.

Modernices

por João Távora, em 17.09.13

 

Louis Armstrong - "Blues for yesterday" em gravação de 1949
a tocar num Perpetuum Ebner - musical 2V, de 1958 a válvulas

 

Os velhinhos discos de goma-laca mantiveram-se muito populares até meados dos anos 50, o advento da alta-fidelidade das micro espiras em vinil. Acontece que os mais modernos 78 rpm's com gravação ortofónica (eléctrica e equalizada) soam mal no gramofone de amplificação mecânica (campânula) e surpreendentemente bem num gira-discos portátil de válvulas. A performance desses aparelhos era perfeitamente adequada à amplitude de frequências gravadas dos profundos e resistentes sulcos desses discos. 

Seven and Eleven, Foxtrot 1923

por João Távora, em 01.09.13

 

Dá balanço, esta! Para ouvir bem alto.

Seven and Eleven, Foxtrot 1923 - W. DONALDSON
Corona Dance Orchestra

Music Hall

por João Távora, em 30.08.13

 

 

Edison Gold Moulded Record - 9000

Patent 1902

 

THE PREACHER AND THE BEAR

 

The preacher went out a huntin', it was on one Sunday morn'

It was against his religion, but he took a shotgun along

He got himself a mess o' mighty fine quail and one old scraggly hare

And on the way home he crossed the path of a great big grizzly bear

Well the bear got down lookin' ready to charge

The preacher never seen nothin' quite that large

They looked each other right smack in the eye

Didn't take that preacher long to say bye

 

The preacher, he run till he spotted a tree

He said, "Up in that tree's where I oughta be"

By the time that bear made a grab for him

The preacher was a sittin' on top a that limb

Scared to death, he turned about

He looked to the sky and began to shout

 

"Hey lord, you delivered Daniel from the bottom of the lion's den

You delivered Jonah from the belly of the whale and then

The Hebrew children from the fiery furnace

So the good books do declare

Hey lord, if you can't help me,

For goodness sake don't help that bear"

 

Yea, look out preacher!

 

Well, about that time the limb broke off

And the preacher came tumblin' down

Had a straight razor out of his pocket

By the time he lit on the ground

He landed on his feet right in front a that bear

And Lord, what an awful fight

The preacher and the bear and the razor and the hair

Flyin' from left to right

 

Well first they was up and then they was down

The preacher and the bear runnin' round an' round

The bear he roared, and the the preacher he groaned

He was havin' a tough time holdin' his own!

He said, "Lord if I get out a here alive

To the good book I'll abide

No more huntin' on the Sabbath day

Come Sunday I'm headin' to the church to pray"

 

Up to the heavens the preacher glanced

He said, "Lord won't you give me just one more chance"

So the preacher got away, he looked around

Seen a tree where he'd be safe and sound

Jumped on a limb, turned about

Looked to the sky and began to shout

 

"Hey lord, you delivered Daniel from the bottom of the lion's den

You delivered Jonah from the belly of the whale and then

The Hebrew children from the fiery furnace

So the good books do declare

Hey lord, if you can't help me,

For goodness sake don't help that bear"

 

(Popular/Joe Arzonia)

Cujus Animam - by Mr. E. Keneke

por João Távora, em 29.08.13

 

Como prometi há dias, aqui reproduzo um disco de 1888/89 com 7 polegadas (exactamente o tamanho de um single de 45 rpm) da marca Zon-O-Phone. O tema é “Cujus Animam” de Rossini num solo de corneta pelo Senhor E. Keneke (informação “cinzelada” ao centro) de quando a indústria fonográfica vivia uma fase experimental, assim como o disco de baquelite, ainda sem “rótulo” e sem um tamanho padrão, que se veio a fixar nas 10 polegadas a partir de 1907.

O império do fonógrafo

por João Távora, em 26.08.13

 

Os fonógrafos popularizaram-se muito no final do Século XIX: eram bastante funcionais e, além de muito competentes na reprodução, eram vendidos com um kit para gravação coisa que tornava o objecto muito mais completo e interessante do que os gramofones, ainda algo toscos. Concebidos numa cera castanha bastante frágil em que o registo se degradava em pouco mais de dez audições, originalmente os cilindros tinham de ser gravados, cada um deles, ao vivo. Posteriormente desenvolveu-se uma solução interligando os fonógrafos com tubos de borracha, um sistema não satisfatório mas suficientemente eficaz para a comercialização e venda de cilindros gravados em série. Tal obrigava os artistas, músicos e cantores a desgastantes sessões em que repetiam incessantemente o tema até produzirem um lote suficiente para satisfazer a procura. Dava-se o caso curioso de uma mesma edição inevitavelmente exibir ligeiras diferenças nas interpretações.

Ao longo dos anos, o tipo de cera utilizada nos cilindros foi melhorado e endurecido de modo que pudessem ser tocados mais vezes sem se degradarem tanto. Em 1902, a Edison Records lançou uma nova gama de cilindros de cera prensada, os Edison Gold Moulded. Muito aperfeiçoado, o progresso consistia na criação de um cilindro principal revestido com ouro que permitia a reprodução de várias centenas de cópias. O Disco da empresa Gramphone de Emile Berliner então emergente ainda teria uns anos para se impor definitivamente.

Aqui partilhamos uma cançoneta de 1907 de Ada Jones, uma actriz e cantora britânica emigrada para os Estados Unidos, que muito se popularizou - a solo e em duetos com Billy Murray e Len Spencer - através dos cilindros e discos gravados no início do século XX.

Mais um cilindro

por João Távora, em 22.08.13

 

(...) “Ao longo da década de oitenta (do século XIX), o fonógrafo tomaria cada vez mais contacto com a alta sociedade lisboeta, através das visitas que esta fazia às inúmeras exposições que se realizavam no estrangeiro. O próprio rei D. Carlos, em visita à Exposição Universal de Paris em 1889, ficou fascinado com a reprodução da sua voz num dos cilindros de Edison.

Alguns anos mais tarde, em 1894, o rei oferece o iate ‘Lia’ a D. Amélia, e numa das melhores salas de bordo, o salão das senhoras, podia ouvir-se o som dos cilindros de um fonógrafo.“ (...) 

 

Luís Cangueiro in “Fonógrafos e Gramofones” – Edição Quinta do Rei Lazer e Cultura, Lda. 2008 

Zon-O-Phone

por João Távora, em 21.08.13

Surgida ainda no final do século XIX de uma cisão na equipa de Emile Berliner que então laborava arduamente nos melhoramentos técnicos do gramofone e do disco, a "Zon-o-Phone" é uma marca fundada pelo vendedor de máquinas de escrever Frank Seaman. No fundo trata-se de um dos primeiros rótulos discográficos a surgir no mercado e a competir com o cilindro de cera de Edison. Aqui vos deixo em primeira mão a reprodução dum disco de 1903 “Bonnie Sweet Bessie” (ainda com 7 polegadas – o formato mais tarde normalizado fixou-se nas 10 polegadas). Após resolvidos os múltiplos diferendos com a justiça a Zon-o-Phone veio a ser integrada na Gramophone Company de Emile Berliner e de Eldridge Reeves Johnson como marca “económica” que irónicamente hoje ainda publica como marca de culto nos catálogos da EMI.

Prometo um dia destes partilhar uma gravação desta "etiqueta rebelde" produzida em 1898. 

Margarida

por João Távora, em 14.08.13

Daisy - R. G. Goates, Sterling Record - 3019 (Vaudeville, Orchestral Acct.)

Um disco fora do vulgar

por João Távora, em 14.08.13

Aqui vos desvendo um dos primeiros discos gravados, produzido em 1898 pela empresa americana "Gramophone" do anglo-alemão Emile Berliner (que os inventara dez anos antes). Trata-se de um solo de clarinete por A.P. Stengler "Blue Bells Of Scotland". De notar que 1901 é considerada a data "oficial" (in história do Séc. XX de Martin Guilbert) do início da comercialização dos discos que vieram mais tarde destronar os cilindros de cera prensada. Ainda não consegui encontrar nada deste género a um preço razoável para a minha colecção.

 

Foi quando expirou a patente de Thomas Edison dos seus cilindros gravados em 1904 que Louis Sterling lançou em Inglaterra uma nova produtora de nome "Sterling Record Company". Ao fim de 22 semanas de operação as vendas atingiam um milhão de cópias vendidas, sucesso atribuído à qualidade do som obtido através duma solução de cera prensada muito suave que (quase) competia com os discos, formato que desde 1901 se vinha impondo no mercado da gravação sonora. Pelo curioso exemplo exposto nota-se como tudo valia para lançar novas publicações. 


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