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Faz-me muita impressão a quantidade de moralistas por aí a julgar os pais dos alunos da escola de Famalicão por terem princípios e quererem aplicá-los na educação dos seus filhos. Esquecem-se que a coerência é a única maneira de nos fazermos entender com as crianças. Toda esta novela que ainda não acabou, é uma lição de amor condenada ao sucesso (a felicidade dos filhos), porque estes miúdos são uns privilegiados - têm pais que olham por eles.
Mal andam os pais que delegam acriticamente a responsabilidade da formação dos seus filhos ao Estado e às modas das maiorias ruidosas de circunstância.
Um tipo de que eu nunca tinha ouvido falar, num artigo publicado no Expresso (que às vezes mais parece o órgão oficial do regime) acusa o manifesto “Em defesa da liberdade de educação” de pretender “o regresso dos dogmas bafientos, 'familistas' (!) e anti-liberdade que ainda são herança do Estado Novo”. Apesar de o autor esgrimir insultos no lugar de argumentos, eu vou tentar explicar porque é que ele está errado.
Parece-me cristalino que no nosso sistema de ensino centralista há disciplinas mais atreitas a manipulação ideológica pelo Estado do que outras, e conhecendo-se o seu curriculum, a de “Educação para a Cidadania e o Desenvolvimento” é a mais paradigmática nesse duvidoso préstimo. Talvez a maioria das pessoas nos dias de hoje não se lembre que durante o Estado Novo nas salas de aulas do “ensino oficial” público (que eu frequentei desde a primária) não havia qualquer pudor na doutrinação das crianças, mesmo em idade precoce: os manuais estão aí em reedições saudosistas para quem duvidar do que eu digo. Por isso tenho dificuldade em compreender os meus amigos que me afiançam que há que conceder o benefício da dúvida à doutrina de agora porque é do “lado certo”, tanto mais que também tenho bons amigos que reclamam que era a educação de antigamente que incutia os bons valores civilizacionais. Em sua homenagem convém aqui recordar o meu saudoso Pai, que por mais que uma vez, no seu modo truculento, antes e depois do 25 de Abril deu o peito às balas pelos seus filhos confrontando os nossos professores a propósito de afirmações e matérias que ele considerava ultrapassarem as competências da escola.
Não sendo possível eliminar totalmente o risco de doutrinação pela escola, restam-nos duas hipóteses: a dos pais escolherem para a sua criança um colégio alinhado com os seus princípios éticos e morais, uma opção só acessível a umas poucas famílias privilegiadas; ou a conceção da opção de "Objecção de Consciência" para a disciplina de “Educação para a Cidadania e o Desenvolvimento” como é defendido no referido manifesto - coisa que seria sempre uma esmolinha em favor da Liberdade. Quanto aos restantes conteúdos das chamadas "Ciências Sociais", e porque a família é de facto a célula base duma sociedade saudável, e resta a possibilidade dos pais os confrontarem e debatê-los em casa com os filhos, em plena liberdade. Esse sim é um dever cívico inalienável, na defesa duma comunidade plural, em que convivam diferentes ideias e sensibilidades. Porque como já todos devíamos saber, muitos dos nossos costumes e valores hoje na moda serão no futuro consideradas bárbaros ou anacrónicos. Esperemos que não se dê esse caso com a Liberdade, que não podemos desistir de defender.
Por que razão dois alunos naturais de Famalicão, ambos com média de 5 valores, foram obrigados a retroceder dois anos escolares? Por causa do pai, no uso do seu direito de objecção de consciência, não ter autorizado os seus filhos a frequentarem as aulas de "Cidadania e Desenvolvimento" (o que quer que isso seja!).
Os jesuítas comunicaram hoje o encerramento do seu prestigiado Colégio da Imaculada Conceição. Inaugurado em 1955, este estabelecimento de ensino localizado em Cernache, no Concelho de Coimbra, encerrará a sua actividade no final deste ano lectivo devido à “grave situação financeira” que a instituição atravessa. A insanável crise é justificada pelos seus responsáveis com a conjuntura “desencadeada em 2016 com final dos contratos de associação com o Estado português, em vigor há 40 anos".
Assim se desbarata a já precária liberdade no ensino, no coração da democracia. Alegremente vamos percorrendo este plano inclinado a comprometermos as gerações vindouras.
Agradeçamo-lo ao socialismo que nos asfixia.
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E isto porquê? Porque o Pad teima em não falar abe...
Se o PSD ganhar as eleições com maioria relativa, ...
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