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Em relação à tomada do poder pelas esquerdas unidas, Nuno Garoupa, numa nota publicada no Facebook refere que o sistema político português "parlamentarizou-se", naquilo que interpreta como um processo que vem de trás por via da eliminação progressiva do centro. Descontada o exagero da metáfora, talvez seja isso. Mas tal significa que podemos concluir que ao tempo do XVI governo de Santana Lopes, quando a coligação possuía uma sólida maioria absoluta e Jorge Sampaio, do alto da sua cátedra em Belém, dissolve parlamento deu-se o fenómeno da "presidencialização" do regime? Aqui entre nós, o que seria se Cavaco Silva impusesse a sua autoridade não dando posse a António Costa?
Já percebemos que o nosso semipresidencialismo presta-se a toda a sorte de equívocos, e interessa saber qual a facção que por norma se presta a manipular e conspirar nos limites do sistema. Para os mais distraídos (que não eu) a esquerda terá por estes dias perdido a inocência e a aura poética com que gosta de se travestir entre golpadas e revoluções. O País esse continua adiado, sequestrado pelas anquilosadas oligarquias de sempre. Somos assim, temos o que merecemos.
Inquieta-me o cinismo de uma certa "direita", que talvez inebriada com os vapores de um copo de Gin exótico da noite lisboeta, se mostra levianamente conformada com a solução da Frente de Esquerda, com a tese disso ser a vacina que nos livrará dela por muitos anos. O problema são os danos e a dor que tal provocará a todos aqueles (e ainda são muitos) que não vivem de rendas garantidas e cujo trabalho depende de uma actividade económica estimulada pela confiança. Desconfio até que este sentimento se tenha apoderado dalguns estrategas da coligação, dispostos a ceder o poder por uns meses, apostando num retorno triunfal a breve trecho. Tudo isto me faz lembrar o que acontecia passados uns meses sobre o 25 de Abril, quando em pleno assalto do Partido Comunista ao poder, a maior parte dos democratas inebriados dançando ao som das canções de protesto, escarneciam dos avisos e aflições daqueles mais expostos ou experimentados. Até se encontrarem atónitos poucos meses mais tarde, expropriados do seu ganha-pão, cercados por uma manifestação, sequestrado num congresso ou universidade, ou presos em Caxias sem culpa formada. Lamento, meus amigos, mas suspeito que o que nos espera não será muito menos do que uma tragédia grega: duzentos anos de História permitem-me conhecer o ódio e a intolerância daqueles de quem que o "Governo de Esquerda" dependerá. O perigo hoje obviamente já não é o comunismo... são os comunistas perigosos.
Acho que o facto de António Costa não gostar do debate político (não é calhado para isso, como se pode ver na Campanha) e de não gostar de estar dependente dos media para tudo e mais alguma coisa (condição de quem está na oposição), não ajuda a desembaraçar o impasse político.
António Costa passou de Ministro a Presidente da Câmara, está habituado a consensos ditados por si, não está para estar a ajudar a consensos liderados por outros e que ainda por cima perpetuem essa sua condição de mero líder da oposição que não lhe agrada nada.
António Costa gosta de inaugurações, de ser convidado, de ser procurado, de ser ouvido, de tomar decisões. Ele meteu-se nisto quando tinha a certeza que o PS ia ganhar as eleições, nunca pensou que o povo português não o elegesse. Agora já a Câmara de Lisboa está a ser gerida por Fernando Medina, portanto já não pode voltar para o seu antigo posto.
António Costa está nesta situação por engano e quer emendar a mão, e por isso o motor da sua decisão, quanto a consensos à esquerda ou à direita para que um Governo tome posse, está intimamente ancorado a esse seu desejo de definir o seu futuro próximo profissional.
Cavaco Silva tem de pôr ordem nisto e indigitar Pedro Passos Coelho a formar governo. Não se pode dar margem a equívocos porque há sempre quem os aproveite.
A coligação ganhou as eleições deve governar e o PS perdeu e deve fazer os acordos necessários para o viabilizar. É simples.
Por uma questão de sanidade mental nos próximos tempos não darei grande importância à endiabrada actividade politica que emana dos resultados eleitorais; truques, jogos, manobras, simulações e manifestos. Mas não escondo que me incomoda a força que a esquerda revolucionária possui no meu País, tanto em votos como expressão mediática. Acontece que tenho uma família e filhos para criar.
Afinal de contas foram as empresas de sondagens, tão mal tratadas na campanha, que ganharam estas eleições.
Gostava de ter aqui champanhe e caviar para beber à saúde do Rui Tavares e do .Daniel Oliveira.
Espera-nos um ano parlamentar de grande conflitualidade, uma governação que ainda será austera negociada aos limites. Com o PS pressionado à esquerda e em perigo de dissolução, não acredito que este parlamento resista muito tempo. Pela minha parte mantenho que é um facto extraordinário a robusta vitória da coligação após uma conjuntura tão difícil - até há três semanas eu não acreditava. O PSD e o CDS estão de parabéns, vêm aí tempos de política a sério. A questão António Costa vai ser o primeiro capítulo.
Ou como se perdem umas eleições. Com tanta aselhice parte do ex. 1º ministro preso até deixa de ser importante.
Não há dúvida de que domingo haverá horas de enorme expectativa, porque é imensa a relevância destas eleições e decisiva a vantagem de uma maioria absoluta — deixando para segundo plano o quantificar da derrota socialista.
O que está em causa é o rumo do país e não uma guerra entre partidos, com domínios e humilhações.
Claro que se o PS ficar pelos 21% já indicados isso será um duro golpe, exigindo-lhe uma renovação que ele não parece capaz de operar, atendendo às figuras em destaque. Vão partir a loiça uns dos outros, mostrando também que a ambição política prevalece sobre qualquer interesse comum.
Vai Costa ser cordial e elegante, felicitando no primeiro momento Coelho e Portas?
Pela maneira arrogante como desdenhou Seguro na noite da sua vitória eleitoral, é bem capaz de não.
Seria um derradeiro tiro no pé — se acaso lhe sobra algum...
Posted by João Távora on Sexta-feira, 2 de Outubro de 2015
Tenho muitas dúvidas que o abuso de adjectivos que por estes dias roça a ofensa no combate político, para além de animar as hostes acríticas, tragam alguma vantagem a um partido que não seja de "protesto". Estranho que ao final de quarenta anos de democracia na campanha eleitoral sobrevenha tamanha cacofonia feita de intolerância e insulto, que mal disfarça a falta de argumentos razoáveis. Como se algo próximo da realidade pudesse caber numa frase maniqueísta de dez palavras. A confirmarem-se no Domingo os fracos resultados dos socialistas, isso dever-se-há à linguagem adoptada por Costa que teve o mérito de mascarar de radical um programa político razoavelmente moderado. Pela minha parte não tenho grande saco para esta coisa chamada de “campanha eleitoral” e estou em crer que a berraria que por estes dias domina as redacções eufóricas passa ao lado da maior parte dos portugueses, que vivem preocupados com o seu quotidiano familiar, de trabalho e contas para pagar.
Se esta legislatura fica definitivamente marcada pela capacidade de resistência de um executivo que apesar de alguns tropeções levou a bom termo um doloroso programa de resgate financeiro, também ficou-o pelo inédito ambiente democrático e de total independência que permitiu a uma rádio pública como a Antena 1, com o apoio de Nicolau Santos, o mais fanático socialista dos jornalistas comentadores, tenha durante toda a legislatura, diária e militantemente cavalgado em horário nobre toda a sorte de descontentamento dos mais variados lobbies e grupos de pressão atingidos (ou não) pela crise. O mesmo espírito que permite a três dias do final da campanha a mesma rádio, com base numa denúncia anónima, acusar o governo de interferência na gestão de uma empresa do Estado - cuja administração já teve o cuidado de negar. É curioso verificar como afinal é "a direita radical" que dá lições de como se vive em democracia com uma cândida tolerância, que por contraste realça os tristes tempos do "animal feroz" que tudo e todos quis controlar, e nos trouxe a todos à quase falência, a triste miséria de que estamos finalmente a emergir devagar.
Assisto com espanto à discussão que se tem desenrolado à volta das sondagens de voto para as próximas eleições de 4 de Outubro. Discute-se na praça pública a fé nas sondagens.
Parece incomodar sobejamente o facto de a coligação estar à frente em algumas sondagens. Inicialmente quando as sondagens davam vitória ao PS, ninguém comentava o simples facto de as sondagens serem feitas por ... telefone fixo. De repente é tema em cada fórum o facto de as sondagens só abrangerem o universo de pessoas que têm telefone fixo.
Suspeito que, não fosse a coligação de direita estar à frente das sondagens, e eu nunca teria descoberto essa nuance técnica: o universo de sondados têm telefone fixo. Mas alguém alguma vez exigiu em nota de rodapé a explicação de que a sondagem não é representativa porque só abrange pessoas com telefone fixo? Não, nunca. Mas essa é agora a explicação que todos os portugueses de esquerda (que têm a arrogância de achar que o povo está sempre maioritariamente com eles) e alguns de direita (que não acreditam na popularidade da sua direita) parecem ter encontrado para este fenómeno bizarro "a coligação PSD/CDS está à frente das intenções de voto dos portugueses". Como é que é possível?! É só porque contactam pessoas com telefone fixo, dizem.
As pessoas discutem hoje as sondagens como se discute religião: "eu acredito nas sondagens", ou "eu não acredito nas sondagens". Como se fosse uma questão de fé.
Os pivots dos telejornais questionam os directores das empresas de sondagens e insistem em plantar a dúvida: "Isto pode ser pouco viável, não é? Isto tem uma credibilidade relativa não é?"
Os humoristas fazem piadas. Como é possível que a coligação esteja à frente das sondagens? Não é por mérito da coligação, é por desmérito, do PS, ou... das empresas de sondagens.
É este o pensamento dominante!
Adaptando a frase metafórica do MRPP: Morte ao pensamento único! Caramba.
Realmente, que concepção é essa de vida cultural em que o dirigente dum partido político convoca «agentes culturais» para uma almoçarada de propaganda eleitoral em que a cereja sobre o bolo é um programa de governo cultural (já de si uma aberração) pobre, mal escrito e estúpido, mas o bagaço servido como mata-bicho é um protesto grosseiro que revela sobretudo a dependência do estado desses tais figurantes da agenda política...
Nunca, mas nunca, por nunca, e por ninguém, um criador literário e artístico pode e deve ser muleta dum político, mesmo que a cor ideológica (digamos assim) seja aparentada.
Nesta mesa todos se enganaram e, eventualmente trôpegos, se empararam. Mas caíram todos, porque sem independência absoluta e liberdade radical nada feito, e sem autonomia dada aos criadores pior.
Ainda não perceberam isso, todos eles entrados na idade.
Homessa!!!
É obra — nem artística nem literária. Obra. Essa mesma.
Acho extraordinário que o PS considere que as pessoas se esqueceram de José Sócrates, que gozou em Paris de meios milionários que lhe foram estranhamente concedidos por um amigo empresário, enquanto o país sofreu os fortes apertos consequentes da bancarrota criada pelo mesmo nababo, que na hora do anúncio da calamidade começou por se preocupar com o ângulo narcísico da filmagem....!
Este Governo elogiou repetidas vezes os sacrifícios pessoais e das famílias para que a dependência de credores fosse minimizada.
O PS, pelo seu lado, apenas soube refilar contra uma tirania que ele próprio criou, ao gerir mal os destinos nacionais. As limitações da vida das pessoas nunca lhe interessou, porque não as soube evitar, mas quis fazer delas um capital político afinal gerado por erros partidários — jamais assumidos.
Sócrates não tem de estar no centro da vida política, mas quando a acusação judicial vier apresentar a vastidão das suas redes clientelares, nacionais e internacionais, os meios públicos desviados em favor pessoal ou outro, e os montantes das «comissões» em causa, astronómicos para o dia a dia dos portugueses de classe média e não só, ninguém vai ter dúvidas de quem foram os pais da enorme crise — que este Governo conseguiu sacudir.
Bem podem os advogados do ex dirigente socialista se esforçarem para exigir a libertação imediata dele, essa chalaça propagandística que os tarimbeiros do direito gostam de manobrar para hipnotizar ingénuos.
O que nem esses advogados, o seu cliente nem o PS vão querer que apareça até sexta-feira é o auto da Acusação. Seria um tsunami eleitoral! ...
Comunicação social em bloco rasga contratos com empresas de sondagens e contrata Pacheco Pereira e Jorge Coelho!
Eu compreendo que travestis de jornalistas ou agentes políticos mascarados de comentadores – uns e outros com a agenda socialista escondida – digam que não sabem que programa a coligação Portugal À Frente tem para o país. Eestão desalentados, estão desiludidos, desesperam, precisam de manipular para promover quem os alicia e desvalorizar quem barra aos socialistas o caminho do poder.
Já para os distraídos, os desinteressados, os mal-informados e os simplesmente burros que, no entanto, queiram saber, há esperança. É que a explicação do programa da coligação tem sido feita todos os dias pela coligação e é extremamente simples: mais do mesmo.
O que é mais do mesmo? É mais do que tem resultado. É continuar o que produz efeitos positivos para o país. É mais do seguinte:
Enriquecimento. Pela primeira vez desde o 25 de Abril, Portugal (o país, não um PM, um governante ou um amigo) está a enriquecer. Porquê? Porque pela primeira vez o saldo orçamental primário (antes de juros e amortizações) é positivo; porque pela primeira vez a balança comercial é positiva, contribuindo o aumento consistente das exportações (e não os gastos ou o endividamento interno) para 85% do crescimento do PIB. Ou seja, pela primeira vez Estado e Economia estão a ganhar mais do que gastam.
Iniciativa. Ao contrário de todos os governos socialistas ou socializantes, a coligação não acredita no «Estado empreendedor» de António Costa, que é o mesmo Estado gastador que nos levou à ruína com muito «dinamismo», «inovação» e obras para «reanimar a economia». A coligação acredita, sim, na liberdade dos cidadãos e no trabalho das empresas. Foi por isso que elaborou uma reforma do IRC (que o PS revogaria) a qual atrai investimento privado para o país. É por isso que as exportações sobem e o emprego cresce mais que em toda a Europa. É por isso que Portugal vem subindo no índice de competitividade nos últimos três anos.
Estado Social. Ao contrário de todos os governos socialistas ou socializantes a coligação não confia em improváveis milagres, esmolas ou «solidariedades» futuras, e sabe que o Estado Social tem quer ser sustentável. Foi por isso que, como disse a OCDE, na saúde se fez «mais com menos dinheiro». Idem na Educação, e com mais exigência (que os socialistas varreriam daqui). É por isso que a coligação quer reformar a Segurança Social, onde existe um problema grave que os socialistas preferem fingir que não existe.
Liberdade. Ao contrário de todos os governos socialistas ou socializantes, a coligação prefere destruir ou deixar morrer as centrais de negociatas e compromissos obscuros (como eram o BES e a PT), em vez de as aproveitar. Ao contrário do último governo socialista de que Costa foi o número dois a coligação não assalta bancos nem empresas de comunicação – embora tendo de algumas delas sólidas e reiteradas razões de queixa por manipulação, omissão e intoxicação.
Racionalidade. Ao contrário de todos os governos socialistas ou socializantes a coligação não finge estar a dar aos Portugueses um grande presente do mesmo passo que lhes saca dinheiro para pagar rendas, prejuízos e prebendas na TAP, nos transportes públicos, nas «SCUTs», nas energias renováveis. Prefere boa gestão, eficiência e lucro legítimo, em resumo, privatização. À cristalização de interesses e grupos organizados de saque do dinheiro dos contribuintes os governos socialistas e socializantes costumam chamar «interesses estratégicos». A coligação chama-lhes outro nome, e prefere privatizar.
Boas Contas. Ao contrário de todos os governos socialistas ou socializantes a coligação não espera que «a Europa» lhe venha resolver os problemas que criou, enviando dinheiro às cegas ou, nos momentos piores, fazendo-o acompanhar de uma troika de vigilantes e credores. A coligação prefere respeitar o Tratado Orçamental, reduzir a dívida pública, e, entretanto, proceder a uma discreta reestruturação dessa dívida mediante a substituição de parcelas de curto prazo e juros elevados por parcelas de longo prazo e juros menores.
Por fim, e em boa verdade, também se há-de dizer que o programa socialista se pode resumir de forma igualmente simples: é o contrário de tudo isto.
Estive ontem a ouvir o Paulo Baldaia director TSF na campanha das 22,00h da SIC Noticias (com o Pedro Adão e Silva a fazer contraditório) a desenvolver a extraordinária teoria de que o "empate técnico" será a seu tempo desfeito pelos indecisos, que são afinal eleitores de esquerda disfarçados na expectativa de que se defina a abertura do PS para uma aliança alargada com os blocos e os livres.
É preciso animar as hostes, pois claro.
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