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Primeiro este selo apareceu nas redes sociais divulgado pela mão da esquerda chic para salientar o mau gosto do logótipo das Jornadas Mundiais da Juventude, sem quererem saber que não se trata dum logótipo, mas de um selo emitido pelos correios da Cidade do Vaticano – o logótipo, de que não gosto particularmente por ser pouco versátil aparece no canto superior esquerdo. Além disso estou em crer que o boneco é desenhado por alguém que estará longe de conhecer o Modernismo do Estado Novo e Cottinelli Telmo em particular. Quanto à técnica usada na ilustração, andará próxima do estilo da linha clara que reinou na banda desenhada da Europa do pós-guerra, nomeadamente a franco-belga. Mas a crítica mais disparatada que circula nas redes foi a classificação do boneco como “fascizóide”. Pode-se gostar ou não gostar do resultado que para mim só peca por ser demasiado óbvio – não gosto particularmente da saliência da bandeira verde-rubra, cá por coisas. Mas classificar o desenho de fascizóide (O Papa Francisco em pose no lugar do Infante D. Henrique guiando um conjunto diverso de jovens às JMJ em Lisboa) desautoriza qualquer crítica. Eu percebo o jeito que dá às vidas indolentes e aburguesadas alimentar fantasmas, mas já era tempo de certa malta da minha geração comprar umas sessões de psicanálise para “matar de vez o pai”. É que com a idade a coisa (preconceitos e obsessões) piora. Quanto à opinião do Bispo D. Carlos Azevedo, o que nos vale é que o bom ou mau gosto não são matéria doutrinária ou dogma de fé na Igreja.
Há mais de quatro anos, quando foi decidido, que venho seguindo com alguma atenção as notícias da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) que decorrerá em Lisboa no início de Agosto e que reunirá mais de um milhão de jovens de todo o Mundo na cidade e concelhos limítrofes. Que ninguém se iluda, nunca nada de semelhante aconteceu em Portugal – trata-se de um evento absolutamente excepcional, o maior à escala planetária que, a par da visibilidade que promove da mensagem cristã, comporta uma logística complexa e exigente, em mobilidade e espaços para os múltiplos eventos, que urge por a funcionar. Para se ter uma ídeia, para acolher todos os visitantes juntos, será necessário um espaço correspondente a 10 santuários de Fátima ou dezasseis estádio da Luz. Com ou sem o Palco, com ou sem a colossal esplanada do Parque Tejo arranjada para a Missa Campal no dia 5 presidida pelo Papa Francisco, nada permanecerá na mesma na cidade, que quase triplicará os habitantes durante uma semana – a maior parte da operação será pouco visível decorrerá em regime de voluntariado – alojamento, refeições etc..
Para além dos incómodos que toda esta agitação inevitavelmente irá criar aos lisboetas, é de prever que surjam muito mais polémicas mais ou menos artificiais e o habitual aproveitamento político das facções radicais do nosso espectro político. Escândalos e feridas serão “descobertos” ou reavivados aos católicos. Na mesma proporção que for o sucesso da JMJ, haverá uma vozearia tonitruante a contrapor maledicência e contraditório. É assim que acontece, justa ou injustamente, numa sociedade liberal e extremamente laicizada como a nossa. Procurem-se notícias do que foi a JMJ em 2011 em Madrid, por exemplo.
Mas o que me admira por estes dias nas redes sociais é a quantidade de católicos acriticamente, mal informados, a surfarem a onda do “escândalo do palco-altar". Há muito tempo que este grandioso encontro católico está previsto, no entanto até há poucos meses não estavam definidas as responsabilidades das partes envolvidas - Lisboa, Loures e Governo. Desde então, com as verbas definidas, a seis meses do acontecimento, a CML tudo está a fazer para que o acolhimento se faça com toda a dignidade que nos merecem os visitantes. Dito isto, parece-me importante que se construa um consenso entre os portugueses de boa-vontade para levarmos a JMJ a bom porto. Com os outros já não contávamos, sempre estiveram do lado da ruptura, e sempre que puderam fecharam as igrejas e até mataram o nosso Rei.
PS.: Peço desculpa se desiludo alguém, mas pensava que este assunto já tinha ficado esclarecido com o colapso da Cortina de Ferro: não haverá menos pobres por não haver JMJ ou se o evento for mais modesto. Como não haverá menos pobres se o Vaticano oferecer os seus bens, igrejas, palácios e obras de arte. Esse sempre foi o argumento dos comunistas para expropriar as pessoas. Haverá menos pobres, estou certo, com uma Igreja mais robusta, mais santa, com mais presença na vida das nossas cidades. A ideia de que o dinheiro para o Altar cicula em vazos comunicantes entre instituições/organismos e que poderia ser gasto em caridade ou na construção de casas para os pobres é no mínimo infantil. A pobreza franciscana é um caminho de exigente espiritualidade, como outros uma escolha individual. Para mais a Igreja não é uma mera ONG, a sua fundação principal é evangelizar, ensinar a mensagem de Cristo. Para isso necessita de meios.
Quando um Estado apoia a organização dum campeonato de futebol ou outro circo para entreter o pagode, os jornalistas fazem cálculos aos proveitos em turismo, restauração, propaganda e outros ocultos nas brumas do futuro. Quando mais de um milhão de católicos de todo o mundo se deslocam por uma semana a Madrid, o cuidado da imprensa é com as despesas do erário público. E se fossem à fava?!
À chegada a Madrid para as Jornadas Mundiais da Juventude, onde é aguardado por mais de um milhão de jovens de todo o mundo, Bento XVI pediu-lhes que não se envergonhem de Deus. Denunciando a “perseguição velada” que os cristãos sofrem nos Estados laicos afirmou que "É urgente ajudar os jovens discípulos de Jesus a manterem-se firmes na fé e a assumirem a bela aventura de a anunciarem e de a testemunharem abertamente com a sua própria vida". Sim, o desafio cristãos não está tanto nas palavras, antes numa prática de vida.
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