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Há uns anos luta de classes ficou seriamente comprometida quando o meu pai comprou um Volkswagen. Agora a empregada lá de casa é freguesa do cabeleireiro da minha mulher, os jogadores de futebol chamam-se Simão, Diogo ou Gonçalo e depois até há uma Cátia na TV que se apresenta como "Tia". Já perceberam a utilidade política dos migrantes?
Afinal Passos Coelho quando chamou a "Troika' foi aconselhado por Mário Soares!
Preciso de imprimir um trabalho e encontro a impressora sem papel e depois o agrafador sem agrafes.
Ao desligar o "portátil" com pressa para sair do escritório o sistema operativo inicia uma interminável série de actualizações.
Os meus clientes mais importantes me ligam para o telemóvel estando eu na casa de banho. (Esta última maldição tem-me acontecido crescentemente nos últimos tempos).
Com a idade passou a precisar duns comprimidos para não se esquecer de tomar os comprimidos para a memória, que quase nunca se lembrava de tomar.
A febre já me atacou,
Sinto frio horrivelmente.
Com muita dor de cabeça,
Uma enorme dor de dente,
Está me dando a erisipela,
Já sinto o corpo dormente.
in As Proezas de um Namorado Mofino, de Leandro Gomes de Barros
SETEMBRO DE 2018
O ex-presidente francês François Hollande desmentiu hoje em entrevista ao Wall Street Journal que tenham existido no ano de 2017 tentativas de concertação entre o governo francês e os governos de Portugal e Itália para revisão do Pacto Orçamental e a mutualização das dívidas soberanas de França e dos países periféricos. Contrariando notícias atribuídas a fontes do Ministério dos Negócios Estrangeiros de Seixas da Costa, Hollande disse que houve, de facto, algumas conversas informais sobre temas europeus, mas de nenhuma forma um acordo ou convergência sobre algum tema específico. O antigo presidente não deixou, porém, de manifestar a sua compreensão e solidariedade com as dificuldades e os esforços dos fraternos partidos português e italiano.
SETEMBRO DE 2018
Em directo da Assembleia da República, a repórter da Sic Anabela Neves considerou que o passado debate quinzenal abrilhantado pela participação de António Costa se saldou por uma ímpar vitória do primeiro-ministro.
OUTUBRO DE 2018
O Financial Times prevê hoje que o governo português dirija ainda este mês um pedido de resgate à Comissão Europeia, ao Banco Central Europeu e ao Fundo Monetário Internacional. Citando quebras de tesouraria, um défice de 12,7%, a ultrapassagem da barreira dos 160% pela dívida pública portuguesa e o salto dos juros, o F.T lamenta o «melting point» português e prevê que o país necessite de um empréstimo de 105 mil milhões de euros, condicionado a um programa de austeridade de 5 anos com corte imediato de 50% da despesa pública, nomeadamente de pensões e salários. Em entrevista à RTP, o presidente da república, António Guterres, considerou que «há-de haver vida para além do resgate».
Perguntei-lhe: alma quem és?
Disse ela: tua amiga
Vim te dizer que te mandes
Aqui não dá nem intriga
Quer ir para o céu comigo?
Lá é que se bota barriga
in Uma viagem ao céu, de Leandro Gomes de Barros
AGOSTO DE 2018
O ministro das Finanças desmentiu hoje categoricamente que o governo tivesse solicitado a peritos financeiros internacionais uma discriminação entre parcelas da dívida pública detidas por entidades nacionais ou por entidades estrangeiras, ou que tivesse consultado qualquer organização no sentido de avaliar as consequências a 2 anos da saída do euro. Pedro Santos classificou a notícia do Jornal de Negócios de «irresponsável e anti-patriótica». Fontes da World Wide Securities, citada, não quiseram comentar as declarações.
SETEMBRO DE 2018
Manuel Salgado, ministro do Ambiente e do Urbanismo, anunciou hoje a criação de portagens em todos os acessos e saídas das cidades capitais de distrito. As tarifas serão de 5 euros para entrada e saída em Lisboa e Porto, e de 3 euros nas restantes cidades. António José Teixeira considerou na SicNotícias que se trata de uma medida de amplo alcance, quer em termos ambientais, quer como contribuição para o rigor orçamental, que sucedeu à austeridade. Rui Moreira saudou o reconhecimento implícito da paridade entre as duas maiores cidades portuguesas. Eduardo Vítor Rodrigues, presidente socialista da Câmara de Gaia, defendeu que a portagem de saída do Porto em direcção ao seu município deve ser considerada não como portagem de saída do Porto, mas como portagem de entrada em Gaia, embora mantendo o valor de 5 euros.
Mas da segunda em diante
O repertório esgotou,
O povo deixou de ir
O circo se esvaziou
E o tempo das vacas gordas
Rapidamente passou...
in Valentim Martins Quaresma Neto
JULHO DE 2018
O primeiro-ministro António Costa desmentiu hoje nos termos mais veementes a notícia avançada pelo Correio da Manhã de que o Banco Europeu de Investimento teria recusado «por insuficientemente fundamentado» um pedido do governo português para um plano de urgência de 2 mil milhões de euros destinados à modernização administrativa das autarquias. Extremamente irritado e transpirando visivelmente, António Costa disse que eram «fantasia» as notícias sobre a existência de tal plano e tal pedido, e «mentiras alucinadas» as sugestões de que ele se destinaria a resolver problemas prementes da tesouraria pública. No mesmo dia, a ministra dos Assuntos Sociais, Isabel Alçada tranquilizou os pensionistas explicando que o atraso de três dias nos pagamentos da Segurança Social se deveu a problemas informáticos resultantes da incúria do anterior governo.
AGOSTO DE 2018
O ministro da Justiça, João Tiago Silveira, anunciou hoje uma reforma do mapa judiciário. Segundo o novo projecto, o país fica dividido em 23 comarcas, com 23 grandes tribunais judiciais com sede em cada uma das capitais de distrito; dos tribunais existentes, 264 são convertidos em 218 secções de instância central e 290 secções de instância local; são extintos 20 tribunais e 27 serão transformados em secções de proximidade; passará a haver 390 secções especializadas nas áreas do cível, criminal, trabalho, família e menores, comércio e execução e instrução criminal. A reforma foi muito aplaudida na generalidade da comunicação social. Em comentário na Sic, Miguel Sousa Tavares comentou que «deve atribuir-se à distracção da silly season que seja aplaudido como grande reforma um conjunto de medidas que reproduz ipsis verbis as medidas já implementadas pela antiga ministra da Justiça e em vigor há 4 anos». Maria João Varela, a substituir Rodrigo Guedes de Carvalho, em férias, contrapôs que só agora, com a renovação total do sistema informático encomendada à J.P. Sá Couto, fabricante do Magalhães, «é que se pode falar verdadeiramente de reforma».
Sempre adotei a doutrina
Ditada pelo rifão,
De ver-se a cara do homem
Mas não ver-se o coração,
Entre a palavra e a obra
Há enorme distinção.
in As proezas de um namorado mofino, de Leandro Gomes de Barros
JANEIRO DE 2018
O Banco de Portugal prevê no seu relatório trimestral uma desaceleração da taxa de crescimento do país, num dia negro para o governo que coincidiu com a divulgação de dados do INE que revelam a manutenção da taxa de desemprego nos 11%. Jorge Lacão, que substituiu Marques Mendes no comentário de sábado na Sic, explicou que o arrefecimento da actividade económica é meramente circunstancial e se deve a factores climatéricos.
MARÇO DE 2018
A CGTP anunciou que vai desconvocar a greve geral prevista para o próximo mês e congratulou o governo por demonstrar «abertura e capacidade negocial». O êxito vem no seguimento do anúncio feito pelo primeiro-ministro da contratação de 30 000 novos funcionários públicos, classificada como «um passo na reposição da operacionalidade do Estado», sobretudo nos sectores dos transportes, educação e saúde.
Na sua entrevista semanal à Visão, Mário Soares comentou que «como vêem e eu sempre disse, quando se trata de fazer uma política para as pessoas o dinheiro aparece sempre».
De um ponto de vista mais pessimista, os juros da dívida pública portuguesa deram hoje um novo salto em todas as maturidades, fixando-se em valores superiores a 2011.
MAIO DE 2018
Em directo da Assembleia da República, a repórter da Sic Anabela neves considerou que o mais recente debate quinzenal a poder celebrar a participação de António Costa se saldou por uma estrondosa vitória do primeiro-ministro.
Ao chegar no meio da sala
Olhando pra cima apontou
- "Tá vendo o meu telhado
E a situação como estou?
A casa pode cair
Ainda ninguém ajudou!"
in O sonho de um novo tempo, de Francisco Diniz
OUTUBRO DE 2017
O Orçamento de Estado para 2018 apresentado hoje pelo governo contempla uma diminuição dos escalões do IRS para quatro escalões, e uma taxa de 65% para os contribuintes com rendimento colectável superior a 40 000 euros. Os rendimentos sujeitos a taxas liberatórias, como os juros de depósitos e os rendimentos de capital passarão a ser tributados a uma taxa de 45%, em vez dos actuais 28%. O OE prevê ainda um aumento de 39% no IUC para carros de alta cilindrada, considerados todos os que disponham de motores de cilindrada superior a 1200 cc. O director do Expresso, Pedro Santos Guerreiro, considerou em editorial que «trata-se de um OE corajoso. Sem artifício. Não será justo. Mas. É necessário. Acabou-se o tempo do fingimento. E.»
NOVEMBRO DE 2017
Em directo da Assembleia da República, a repórter da Sic Anabela Neves considerou que o décimo oitavo debate quinzenal a beneficiar gloriosamente da participação de António Costa se saldou por uma extraordinária vitória do primeiro-ministro.
DEZEMBRO DE 2017
A ministra da Saúde Ana Catarina Mendes anunciou um plano para reforçar o investimento em medicamentos experimentais, a reabertura de centros de saúde e de proximidade encerrados pelo anterior governo, e a compra de 57 novas ambulâncias e três helicópteros para o INEM. A ministra afirmou que estão em fase de conclusão os estudos de viabilidade financeira e que serão anunciadas oportunamente as datas de implementação das medidas.
O bem estar desta vida
De mim desapareceu
Não é assim que se faz
Com quem tão feliz nasceu
O mais miserável ser
É mais feliz do que eu
in O martírio de Genoveva, de Leandro Gomes de Barros
SETEMBRO DE 2017
O ministro das Finanças, João Ferreira do Amaral, pediu hoje a demissão após 2 anos na pasta das Finanças, alegando motivos pessoais. Substitui-lo-á no cargo o antigo deputado Pedro Nuno Santos. O politólogo André Freire afirmou hoje na Sic que esta saída não deve ser dramatizada, e que a saída de um ministro das Finanças «entre nós é, de certa forma, uma normalidade».
OUTUBRO DE 2017
O novo ministro das Finanças, Pedro Nuno Santos anunciou hoje em conferência de imprensa o lançamento de uma taxa de 25%, cobrável imediatamente, sobre todos os depósitos bancários de montante superior a 50 000 euros. Em resposta a uma pergunta, Pedro Santos considerou irrelevante o recuo da Standard & Poors, que, contrariando rumores recentes, decidiu manter a classificação de «lixo» para a dívida portuguesa. O ministro recordou que ainda recentemente o primeiro-ministro classificara tais entidades como associações de gangsters ao serviço dos malefícios dos mercados. Comentando a nova taxa sobre grandes fortunas, o director de informação da Sic Notícias, António José Teixeira, classificou-a de «medida extremamente corajosa». «A frontalidade no ataque aos problemas», disse o comentador, «contrasta com os artifícios do anterior governo». Teixeira disse ainda que esta forte tomada de posição lança para trás das costas todos os receios resultantes da «desistência de Ferreira do Amaral».
A mente do nosso povo
Muitas vezes é enganada
Com especialidade
Quando é mal informada
E a vítima com as notícias
É a mais prejudicada.
in A carta do pistoleiro Mainha à sociedade, de Guaipuan Vieira
AGOSTO DE 2017
Um estudo de opinião da Eurosondagem apresentado por José Alberto Carvalho no jornal da noite da TVi revela que a ministra da Igualdade, Isabel Moreira, é considerada por 78% dos inquiridos no largo do Rato «a melhor governante feminina portuguesa dos tempos da democracia». A sondagem vem na esteira de outra, citada por Pedro Adão e Silva, na Sic, na qual uma amostra de espectadores do Fundão considerou António Guterres «o melhor primeiro-ministro desde o 25 de Abril» (assim emparelhando com António Costa, «melhor ministro da administração interna e primeiro ministro contemporâneo», segundo Judite de Sousa; António Vitorino, «melhor comissário europeu de sempre», segundo Constança Cunha e Sá; Ferro Rodrigues, «melhor ministro dos Assuntos Sociais do séc. XX», segundo um editorial do Público; Teixeira dos Santos, «melhor ministro das Finanças de todos os tempos», segundo o caderno de economia do Expresso; Jorge Sampaio, «melhor presidente e profeta anti-défice», segundo a TSF; e Mário Soares, «melhor pessoa do global universo e da eternidade em nós transcendentemente», segundo Boaventura Sousa Santos).
A sondagem foi realizada no seguimento da publicação no jornal i de um artigo da mesma ministra Isabel Moreira sob o título «Os animais domésticos e os afectos». Embora críticos mal-intencionados tenham pretendido ver na peça uma alusão à bestialidade, a ministra repudiou a ideia, chamando a atenção para outros assuntos mais urgentes como o da eutanásia, de que Sérgio Sousa Pinto se tem feito recentemente arauto. Numa breve declaração que teve pouco eco na comunicação social, João César das Neves ironizou perguntando se «a repentina e renovada atenção às chamadas questões fracturantes indicia que se passa algo de anormal no domínio económico e financeiro».
Coronel, a minha mãe
De criação me ensinava
Que S. António é meu padrinho
E a ele me entregava
Eu tomava a bênção ao santo
À noite quando rezava
in As quatro órfãs de Portugal, de João Melquíades da Silva
SETEMBRO DE 2016
O primeiro-ministro António Costa decidiu hoje que serão canceladas todas as concessões de transportes públicos a privados, e que os sistemas de transportes passarão a ser administrados centralizadamente por uma nova Administração Pública dos Transportes e Mobilidade, entidade autónoma que será chefiada por Mário Lino, assistido por Ana Paula Vitorino, que a TSF considera «a maior especialista em transportes públicos de toda a Europa». A nova APTMobil contará com um staff de 3000 novos funcionários públicos. Pela voz do seu secretário-geral, a CGTP aplaudiu a decisão por devolver «ao comum o que é comum riqueza» e contribuir para a baixa do desemprego. Recuperando o plano enunciado quando presidente da Câmara de Lisboa, Costa pretende financiar os transportes públicos com parte das receitas do ISP, uma parcela do IMI, uma fracção do Imposto de Circulação, uma percentagem das portagens nacionais, e com receitas da publicidade em outdoors cuja exploração será exclusivamente pública. Para cada uma das fontes de receita será criada uma subadministração, que estudará os valores e estabelecerá os circuitos de cobrança e distribuição.
NOVEMBRO DE 2016
Um painel de economistas prevê hoje no Jornal de Negócios que o défice do Estado em 2016 ultrapassará os 10%. Um porta-voz do governo ouvido pela Sic classificou de «atoardas» essas previsões, que atribuiu ao «habitual pessimismo» dos «adversários e maus perdedores» em relação à governação socialista. Na mesma Sic, Bento Rodrigues investigou e desacreditou um dos economistas por ter maltratado um pardal em pequenino e outro por não ter pedido factura a um canalizador em 1999. A revista Economist referiu, no entanto, a existência de «preocupações no FMI, no BCE e na Comissão Europeia» sobre o novo rumo português, e perguntava-se em peça da página 18: «Portugal at the crossroads … again?».
Alguém marcou a dieta
Para deixar de engordar
Mas foi mesmo se esbaldar
Comer é que foi a meta
Pança cheia lá e cá
Agora quer renovar
Promessa tão indiscreta.
in As mudanças no mundo com o Feliz Ano Novo, de Walter Medeiros
MAIO DE 2016
O ministro do Turismo e Tempos Livres, Paulo Campos, apresentou hoje dois novos projectos turísticos de grande dimensão para a zona da Comporta e para a área protegida da Ria Formosa. O projecto do Eco-Resort da Formosa, um projecto PIN em que o ministro se empenhou pessoalmente, deverá contar com capitais argentinos, angolanos e de antigos membros do governo PêTista brasileiro. Os dois investimentos, no total de 600 milhões de euros deverão, segundo Campos, criar 15000 novos postos de trabalho, e contam com o acompanhamento da Caixa Geral de Depósitos na pessoa do seu presidente, Armando Vara. No seu comentário de domingo na RTP, João Galamba celebrou o dinamismo do governo, questionou a reacção fortemente negativa dos ambientalistas e perguntou se não seria tempo de estes abandonarem os seus interesses retrógrados e limitativos quando está em questão o progresso do país.
MAIO DE 2016
Em directo da Assembleia da República, a repórter da Sic Anabela Neves considerou que o décimo debate quinzenal que acolheu entusiasticamente a participação de António Costa se saldou por uma esmagadora vitória do primeiro-ministro.
Protegendo o povo simples
Com um saber divinal
Seu verso estará presente
Defendendo o social
Contra a ganância e a maldade
Que existe no Capital.
in Valentim Martins Quaresma Neto
FEVEREREIRO DE 2016
Maria de Lurdes Rodrigues, ministra da economia do governo de António Costa, apresentou hoje o novo plano de crescimento e emprego. Além de TGV e aeroporto, da subida do salário mínimo para 600 euros e da reposição do IVA da restauração em 13%, o programa prevê a «reanimação do Banco de Fomento», a abertura de «uma nova linha de crédito de 2 mil milhões de euros para as PMEs» e o investimento de mil milhões em obras de recuperação urbana, a sortear pelas autarquias. Embora Vasco Pulido Valente tenha classificado o plano de «uma cópia do antigo plano de Álvaro Santos Pereira, acrescido de dois projectos ruinosos», o jornal das 13 da Sic dá honras de abertura ao tema, sob o título «Primavera Socialista». Na TVi, Perez Metelo, que se despediu dos espectadores antes de aceitar o cargo de chefe de gabinete do ministro das Finanças, previu que o plano fará o crescimento do PIB saltar para os 2%. No Expresso, Nicolau Santos titulava a sua coluna «O Novo Milagre Português».
MARÇO DE 2016
O primeiro-ministro António Costa nomeou hoje o engenheiro José Sócrates como embaixador económico itinerante do seu governo. Em conferência de imprensa, o ministro de Estado Carlos César disse que o governo se sente honrado com a aceitação da missão por parte do antigo primeiro-ministro, cujos esforços de intercâmbio económico deverão começar por concentrar-se na Argentina de Cristina Kirchner e na Bolívia de Evo Morales, tendo em conta a menor simpatia que suscita o novo governo brasileiro.
Disse ele: eu uma vez
Fui de encontro a mil guerreiros
Entrei pela retaguarda,
Matei logo os artilheiros,
Em menos de dez minutos
O sangue encheu os barreiros
in As proezas de um namorado mofino, de Leandro Gomes de Barros
NOVEMBRO DE 2015
Embora tenha sido festejada a tomada de posse daquele a que o primeiro-ministro António Costa chamou «o mais dinâmico e operacional governo da democracia», teve ainda maior impacto o anúncio feito pelo chefe de governo de que o orçamento de 2016 incluirá aumentos substanciais de investimento na educação e saúde. Ana Catarina Mendes, titular da pasta da saúde, não se pronunciou ainda sobre o destino do aumento de verbas, mas o novo ministro da educação, Augusto Santos Silva explicou que no seu sector elas serão aplicadas na conclusão da renovação do parque escolar, em substituição de material informático das escolas com renovada aposta nos Magalhães, e na contratação de 300 funcionários especificamente para a área de contratação e colocação de professores. Mário Nogueira, da Fenprof, considerou que a nova política indicia maior atenção à escola pública, mas que ela nada significará se não forem melhoradas substancialmente as condições de vida dos docentes, nomeadamente com a redução da carga horária para metade e do número de alunos por turma, que não deveria ultrapassar os 17.
DEZEMBRO DE 2015
Em directo da Assembleia da República, a repórter da Sic Anabela Neves considerou que o primeiro debate quinzenal a contar com a participação de António Costa se saldou por uma retumbante vitória do primeiro-ministro.
DEZEMBRO DE 2015
À saída da Fundação Mário Soares, onde se deslocou para formalizar um financiamento de 500 mil euros para um estudo sobre «Finanças e Democracia na Primeira República» (uma escolha que Pulido Valente considerou curiosa por «não haver na 1.ª República nem uma coisa nem outra»), o primeiro-ministro António Costa respondeu às críticas da Comissão Europeia sobre o aumento do défice previsto no Orçamento de 2016 dizendo que «as situações anómalas têm que ter respostas que só mentes anómalas podem considerar estranhas». O chefe do executivo escusou-se, porém, a responder sobre quando tenciona repor integralmente as pensões e os salários da função pública, dizendo que necessita de tempo para avaliar plenamente «as consequências dos últimos 4 anos de desgoverno». A capa da Visão de amanhã abordará o tema do orçamento, com uma chamada para a peça principal da revista, intitulada «O Fim da Humilhação Austera».
Trago meu outro projeto
Que nesse eles bota fé
Não garanto lucro certo
Adere se você quisé
No terreno lá do Embú
Nós vamos prantá xuxu
Seja lá o que Deus quisé.
in Tere Penhabe
OUTUBRO DE 2015
António Costa e o Partido Socialista conseguiram ontem a maioria absoluta nas eleições legislativas com 51% dos votos – embora menos que os 72% previstos pela Eurosondagem. O jornal inglês Guardian comenta em editorial que os resultados da austeridade nos países periféricos estão bem patentes na literal euforia com que a generalidade da comunicação social celebrou o novo governo. O jornal cita com alguma complacência os títulos entusiásticos dos noticiários de imprensa e televisão, com títulos glosando slogans como Mudar Portugal, Ousar Vencer, Renovada Esperança, etc. O diário, próximo do Partido Trabalhista, atribui o que considera «uma aparência de excesso» aos anos de aperto impostos por Bruxelas e a Alemanha.
NOVEMBRO DE 2015
Ainda antes de ser conhecida a composição do governo do primeiro-ministro António Costa, fontes próximas do chefe do governo indicaram ontem ao jornal Expresso que o titular da pasta das Finanças será João Ferreira do Amaral. Em comentário na Sic Notícias, o politólogo António Costa Pinto considerou que a nomeação constitui «um poderoso aviso a Bruxelas», visto a nomeação de um conhecido defensor da saída do Euro trazer acrescida pressão em favor da intenção de António Costa de reestruturar a dívida e não cumprir os limites do défice. No entanto, o Financial Times de hoje, sob o título «Portugal on the way out?» recorda o processo instaurado por políticos alemães ao governador do Banco Central Europeu apenas por ter excedido as suas funções ao comprar títulos de dívida pública a países em dificuldades. O jornal cita ainda fontes da Comissão que recordam a má prestação económica de França e Itália apesar da violação do Pacto Orçamental e apontam as penalizações e restrições de acesso a fundos a que ficaram sujeitos os dois países. Apesar do sobressalto dos mercados e do agravamento dos juros da dívida, hoje ainda, e numa coincidência curiosa, o editorial do Público e a abertura do jornal das 20 da TVi dão o mesmo título à anunciada decisão do novo governo socialista de relançar o projecto do TGV e do novo aeroporto de Lisboa: «Regresso aos Carris do Futuro». Vieira da Silva, novo ministro das Obras Públicas e Comunicações, considerou que a ideia de uma linha de mercadorias do porto de Sines para o centro da Europa era uma mera «manobra dilatória» e insistiu em que ambos os investimentos são reprodutivos e criarão muitos milhares de postos de trabalho na construção civil, tão duramente atingida pela crise.
NOVEMBRO DE 2015
A não inclusão de Rui Tavares no elenco do governo lançou ondas de choque no Partido Livre. Há notícias de uma dupla cisão naquela formação política, com três militantes a romperem para formar o Partido Ainda Mais Livre, Rui Tavares a manter-se como líder da agora rebaptizada Liga do Centro da Extrema-Esquerda, e os restantes dois militantes a saírem para formar o Grupo de Reflexão Para a Nova Esquerda à Direita do Centro do Extremo. Na sua crónica do Público, Tavares lamentou que os socialistas continuem a ignorar as lições da história e que o país inteiro se mostre ainda renitente à iluminação das ideias inelutáveis do antigo Livre, agora Liga.
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É exactamente isso que tenho vindo a dizer: da mes...
se a imprensa funcionasse sempre assim, [...] não ...
Haverá eleitores e cidadãos que pouco se importam ...
É claro que responder a quem não faz ideia de que ...
"Here’s a True Believer insisting it’s *no big dea...