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Não serei a pessoa mais indicada para defender a estética da bandeira nacional que nos legou a revolução republicana mas o ponto não é esse. Admito que talvez se não devesse valorizar este vídeo com um energúmeno a tecer considerações ofensivas sobre os símbolos que a nossa bandeira ostenta – o que de melhor nela se aproveita, porque reflecte a nossa História como comunidade com quase de 900 anos de caminho. Mas o facto é que este discurso, proferido na manifestação que juntou uma multidão de 50 apoiantes (mais ou menos o número de amigos que reúno no meu aniversário no pico de Agosto) de Joacine Katar Moreira em São Bento há dias, é intolerável e deve deixar-nos apreensivos com que o que aí vem em matéria de ruído e distracção com o novo parlamento. Perante afirmações como estas: “uma bandeira que exalta uma determinada forma de encarar o mundo racista e imperialista, (…) falamos das quinas que representam supostamente as chagas de uma determinada entidade que me escuso de referir (…) o império representado pela Esfera Armilar que representa a exaltação da conquista que na perspectiva de milhões e milhões de homens e mulheres assassinados significou destruição da civilização”… depois digam-me que o grande problema em Portugal é André Ventura - que ao lado destes marginais a instigarem o ódio e a fractura afinal é um menino.
E não, não me parece que haja razões para rir, desconfio que nesta nova legislatura vai ser difícil o bom senso e a moderação fazerem-se ouvir, lá isso vai.
Agora a Rua Sésamo veio negar esse disparate do Egas e o Becas serem um casal, esclarecendo que são apenas dois bonecos consequentemente sem vida sexual. Em 2018 andamos nisto. Ao menos na Idade Média a bizantina discussão do sexo dos anjos era um pouco mais elevada.
Entretanto na Assembleia da República os deputados preparam-se para discutir a proibição da caça ao Saca Rabos.
Ora digam lá se isto não anda tudo ligado?
O blazer, essa marca retrógrada de atavismo intelectual. Isto é que é informação objectiva.
No outro dia em conversa com a minha filha de 13 anos tentava contrariar a sua ingenuidade maniqueísta explicando-lhe a complexidade das múltiplas interacções de mais ou menos legítimos interesses e motivações que tantas vezes conduzem o ser humano à mais cruel violência e à guerra fratricida. Na altura ainda não tinha visto este vídeo lançado pelos Mão Morta de Adolfo Luxúria Cabral que vem corroborar a ideia da minha filha: é verdade que o ódio circula livremente da forma mais primária, personificada em seres de trevas, à espreita da possibilidade de se manifestar em forma de enorme tragédia. Não sei se isto é legal ou ilegal, mas do que estou certo é que não é poesia nem arte, é apenas um exemplo de patológico exibicionismo e pura malvadez.
Sobre o assunto ler também a Domadora de Camaleões
Tempos houve que a mulher portuguesa vestida de preto com bigode e pelos no queixo representava o atraso civilizacional do nosso País. Era por essa obscura época que todos os anos numa noite de Maio Portugal inteiro suspendia a respiração em frente ao televisor para assistir ao Festival da Eurovisão, na esperança que o seu representante a bater-se com a Europa elegante não ficasse em último lugar - diga-se de passagem que a Simone de Oliveira nem ía nada mal.
Ironia do destino - após décadas de globalização pop, cinema americano e publicidade a cremes franceses, terem metamorfoseado a lusa fácies feminina nas mais cândidas carinhas-larocas - vinda da sofisticada e melómana Áustria uma figura feminina, Conchita Wurst, arrebata a Europa das cantigas e ganha o Festival Eurovisão, exibindo uma densa pilosidade facial, capaz de provocar inveja ao nosso Pedro Barroso ou até a Pacheco Pereira. Nunca mais acertamos.
Maria Teresa Horta disse que sempre considerou «inexplicável que um homem como o Vasco Graça Moura fosse de direita». (…) «Para mim era contranatura», acrescentou.
A escritora, do pedestal da sua tacanhez acredita genuinamente numa superioridade moral por via ideológica. Na unanimidade no pensamento. Depois de Hitler e de Estaline porque será que tantos tardam aprender a viver em Liberdade?
A ler também aqui o Filipe
A tentação do Estado moldar o homem segundo o modelo de uns poucos. A tarefa começa nas Escolas e depois invade as nossas casas.
Em França há gente de coragem que assume as suas convicções e em pleno respeito pelo jogo democrático vai à luta. Assim se justifica que o governo francês tenha deixado cair o programa "ABC da igualdade" do ministro Vincent Peillon que previa a implementação das chamadas “teorias do género” com iniciativas como as escolas deixarem de comemorar o dia do pai ou da mãe e a sugestão de no Carnaval os rapazes e raparigas se mascararem no seu sexo oposto. É aliás com grande frontalidade que o mesmo ministro considera que “não se pode construir um País de liberdade com a Igreja Católica” e que "é preciso liquidar o catolicismo".
De resto, convém termos presente que, atreitos à moda francesa como são os políticos portugueses, é de prever que "a coisa" mais dia menos dia bate-nos assim à porta também.
Vincent Peillon "é preciso liquidar o catolicismo"
A consagração em lei da adopção gay e o do aborto livre têm apenas em comum o facto de provirem da pretensão do legislador hoje pretender regular o que é a natureza. A bitola da civilização agora é o individuo e as suas circunstanciais conveniências. E isso é assustador, Henrique.
"Um referendo é um espaço privilegiado de expressão cívica, que estimula o debate e a difusão de informação sobre questões relevantes, e cuja necessidade é reforçada no caso de não haver, face à questão a referendar, homogeneidade na base social de apoio de cada partido."
Paulo Trigo Pereira e Paulo Côrte-Real
(Via Blasfémias)
Se achas que as "reenvidicações fracturantes" são "direitos humanos" não sei o que te diga. Nem parece teu.
P.S. Estão vedados os comentários aos teus posts... vai por este meio.
As touradas agora fazem-se no exterior da praça e sem touros. Faz falta uma organização humanitária que defenda as pessoas do ridículo.
Parece, mas não é muito antiga esta propaganda: há pouco mais de sessenta anos, era possível um unúncio com um bébé a elogiar os beneficios do tabaco Marlboro e pôr uma mulher deleitada no meio dos tachos e caçarolas “Panex”. Claro que um dia destes seremos nós julgados por outras aberrações… de que não temos consciência?
* Emil Cioran
Publicado originalmente aqui
As modas passam. Os princípios não. E importa lembrar que em matéria de princípios não se evolui. Ou se aprofunda. Ou se transige. Porque os princípios são como o eixo da roda, que acompanha e permite toda a mudança, desde que, como eixo, não saia do lugar. Ler mais »»»
O eleitor do CDS mais fiel é aquele que vota por princípios. Aqueles que agora estão em crise. Filipe Anacoreta Correia
Acontece que não é só a economia, estúpidos! O crescimento dum sentimento de revolta, de epifenómenos de extrema-direita e do alheamento pela política por uma parte cada vez mais significativa da população, são factos intimamente ligados com a falta de coragem da Direita democrática em assumir os seus valores naturais: na ânsia de conservar o poder sendo aceite pela cultura dominante nos media, ela domestica-se à Esquerda, agrilhoada num discurso filosoficamente anódino.
Insisto que ao CDS exige-se um especial cuidado com a sua identidade axiológica pois ele arrisca-se a ser redundante, pelo simples facto de disputar o mesmo espaço político do PSD.
Alcançada a maioria absoluta alternativa ao desastroso governo Sócrates afirmei o meu desejo de que a direcção do CDS pugnasse por um rigoroso respeito pelo seu ideário, que interpretasse a sua ascensão ao poder como uma oportunidade de afirmação do seu património ideológico; conservador, personalista e cristão, enquadrando-se desse modo ao duríssimo programa económico que está destinado a implementar. Com o inevitável degradar da situação política e o consequente desgaste da governação, a alternativa que sobra ao partido é pugnar pelos seus valores humanistas, tão ferozmente agredidos pelas duas últimas fracturantes legislaturas. Jamais uma “evolução” para a diluição.
Sobre esta matéria ler ainda:
José Ribeiro e Castro na Avenida da Liberdade
Filipe Anacoreta Correia no Cachimbo de Magritte 1
Filipe Anacoreta Correia no Cachimbo de Magritte 2
Filipe Matias santos no Senatus
Filipe Anacoreta Correia no Cachimbo de Magritte 3
Ainda sobre as fracturas expostas no último Conselho Nacional do CDS em Leiria, não me deixa de surpreender o ensurdecedor silêncio do Francisco Mendes da Silva face face ao pedido de esclarecimento de Gonçalo Moita sobre qual a origem dos juizos de inetenções que lhe são imputadas pelo blogger. Há silêncios que não só desonram quem os assume como falam gritantemente por si...
Algumas contribuições para um debate prioritário:
Filipe Matias Santos no Senatus O essencial do último Conselho Nacional do CDS
Marcos Teotónio Pereira no Senatus: O CDS e a matriz ideológica
Samuel Paiva Pires no Estado Sentido: CDS - um partido de ideias, mais do que de pessoas
João Monge de Gouveia no Senatus: O Conselho Nacional do CDS e as suas várias versões
Francisco Mendes da Silva 31 Armada: A notícia da morte do CDS decretada (...)
Nortadas - José Gagliardini Graça: PP I; José Mexia: PP II
Paulo Pinto Mascarenhas no ABC do PPM: Há Gostos Para Tudo
Diogo Santos Nunes no Senatus: CDS sai reforçado
Samuel Paiva Pires no Estado Sentido: A falácia da alegada mudança do CDS
Filipe Anacoreta Correia no Cachimbo de Magritte: Momento CDS
Francisco Mendes da Silva 31 Armada: Revólveres ao nascer do sol
Nuno Lobo no Cachimbo de Magritte: O Relativismo moral no CDS?
Miguel Félix António no Forte Apache: Ainda a propósito do CDS
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