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Um passeio na Graça

por Luísa Correia, em 14.04.14
Cumpriu-se o programa, apesar do intenso nevoeiro matinal.
O passeio iniciou-se na Senhora do Monte, onde encontrei, finalmente, a porta da Igreja aberta. Posso assim dar testemunho de que a cadeira de S. Gens não é um mito. Remeto para terceiros a prova das suas virtualidades...
Seguiu-se a visita a algumas das típicas vilas da Graça, operárias ou não. O Bairro Estrella d'Ouro, por exemplo...
... com as suas calçadas estreladas...
...e o seu cinema, hoje dado a outra serventia.
E a Vila Berta...
...sempre cuidada e florida.
O passeio terminou no Miradouro da Graça, onde o nevoeiro continuava a encurtar horizontes.
Mas nem os horizontes enevoados tiram à Graça a graça que tem. 

Ad Amicos

por Luísa Correia, em 07.04.14
Em vão lutamos. Como névoa baça, 
A incerteza das coisas nos envolve. 
Nossa alma, em quanto cria, em quanto volve, 
Nas suas próprias redes se embaraça. 

 

O pensamento, que mil planos traça, 
É vapor que se esvae e se dissolve; 
E a vontade ambiciosa, que resolve, 
Como onda entre rochedos se espedaça.

 

Filhos do Amor, nossa alma é como um hino 

À luz, à liberdade, ao bem fecundo, 

Prece e clamor d'um presentir divino; 

 

Mas n'um deserto só, árido e fundo, 

Ecoam nossas vozes, que o Destino 

Paira mudo e impassível sobre o mundo. 

 

Antero de Quental

Na Lapa

por Luísa Correia, em 04.04.14
Estava a ler, a boa velocidade, o vencedor do Grand prix du roman de l'Academie française de 2012, La verité sur l'affaire Harry Quebert, da autoria do jovem suíço Joël Dicker, quando, subitamente, dei por que tinha entrado nas páginas do diálogo amoroso e travei para reflectir. Trouxe à memória outras páginas com outros diálogos amorosos, elaborados, elegantes, oitocentistas, pensei em Eça e Flaubert, e compreendi, no mesmo instante, do que pode privar-nos a verdura dos anos. Julgo ter compreendido também por que razão Dicker falhou o Prix Goncourt e arrebatou apenas o Prix Goncourt des lycéens.
PS: Ainda só li um terço da obra e não perdi a convicção de que serei, lá mais para diante, agradavelmente surpreendida.

No Mercado de Campo de Ourique

por Luísa Correia, em 03.04.14
Passei pelo Mercado de Campo de Ourique e fiquei encantada com o que vi: um excelente trabalho de reformulação de um espaço agora ordenado, esteticamente atractivo, colorido e «gourmet», onde apetece estar, petiscar e beber um sumo de laranja.

 

Mas foi precisamente no ponto do sumo de laranja que a porca torceu o rabo. Ao balcão de um estaminé de salgadinhos, pedi um croquete de alheira e a dita bebida. Responderam-me que sumos não tinham, que só vendiam comes. «Então, vai outro croquete de alheira», suspirei, logo consciente de que a alternativa clássica do copinho de vinho branco também não era viável.

 

Não me parece boa ideia que tenhamos de percorrer vários balcões ou distintos fornecedores para conseguir um prato e seus naturais acompanhamentos líquidos.

 

Dizem-me que no Mercado da Ribeira, também em processo de reabilitação, este erro já não será cometido.

Num dia de chuva...

por Luísa Correia, em 01.04.14
No suelen ser nuestras ideas las que nos hacen optimistas o pesimistas, sino que es nuestro optimismo o nuestro pesimismo, de origen fisiologico o patologico quiz, tanto el uno como el otro, el que hace nuestras ideas. (Unamuno)

... e o rio (2)

por Luísa Correia, em 31.03.14
... «E por tanto vinham de desvairadas partes muitos navios a ela, em guisa que com aqueles que vinham de fora e com os que no reino havia jaziam muitas vezes ante a cidade quatrocentos e quinhentos navios de carregação; e estavam a carregar no rio de Sacavém e à ponta do Montijo da parte de Ribatejo sessenta e setenta navios em cada lugar, carregando de sal e vinhos; e por a grande espessura de muitos navios que assim jaziam ante a cidade, como dissemos, iam antes as barcas de Almada aportar a Santos, que é um grande espaço da cidade, não podendo marear por entre eles». (Fernão Lopes, Crónica de D. Fernando).

A cidade... (1)

por Luísa Correia, em 31.03.14
«Havia outrossim mais em Lisboa estantes de muitas terras não em uma só casa, mas muitas casas de uma nação, assim como genoveses, e prazentins, e lombardos, e catalães de Aragão e Maiorca, e de Milão, que chamavam milaneses, e corcins e biscainhos, e assim de outras nações, a que os reis davam privilégios e liberdades, sentindo por seu serviço e proveito; e estes faziam vir e enviavam do reino grandes e grossas mercadorias, em guisa que afora as outras coisas que em esta cidade abastadamente carregar podiam, somente de vinhos foi um ano achado que se carregaram doze mil tonéis, afora os que levaram depois os navios na segunda carregação de Março.»...

Lisboa em acção (2)

por Luísa Correia, em 27.03.14
A propósito de pequenos empreendedorismos e economias sustentáveis, não queria deixar de dar conta de um fenómeno, descoberto no Castelo «intra-muros», chamado Geladaria Portuguesa, onde se servem sabores tão surpreendentes como pastel de nata (polvilhado com canela), ginginha de Óbidos e vinho do Porto (com álcool). Haverá, por essa Lisboa ou por esse Portugal, outras Geladarias Portuguesas que nos façam momentaneamente felizes, ou há só ali?

Da Ribeira das Naus

por Luísa Correia, em 27.03.14
Fazia-me falta este rio de prata.

Na Ribeira das Naus

por Luísa Correia, em 27.03.14

Asseguraram-me no quiosque - como gosto dos quiosques de Lisboa! - que o café que aí tomei era o melhor café da cidade. Não posso confirmá-lo, porque percebo pouco de cafés e tendo a açucará-los excessivamente, o que, presumo, adulterará os sabores. Mas posso confirmar, sim, que um café tomado naquele lugar, à beira-Tejo, é, no mínimo, um café muitíssimo agradável e estimulante.

Não fora o Mar!

por Luísa Correia, em 26.03.14
(Castelo)

 

Não fora o mar, 

e eu seria feliz na minha rua, 

neste primeiro andar da minha casa 

a ver, de dia, o sol, de noite a lua, 

calada, quieta, sem um golpe de asa. 

[...]

 

Fernanda de Castro

Sobre o meridiano

por Luísa Correia, em 25.03.14
"O Terreiro do Paço, excluído o rei, passava a Praça do Comércio, epíteto hoje pouco usado, apesar de evidente nas placas das esquinas. A via central evocava a Augusta Majestade, e é das poucas que se mantém, embora poucos lisboetas saibam de que Augusta se trata." (José Sarmento de Matos e Jorge Ferreira Paulo, Um sítio na Baixa)

Do Arco da Rua Augusta

por Luísa Correia, em 25.03.14
A Pequena Alface está muito compostinha. Do topo do arco, o panorama sobre o meridiano da Rua Augusta é surpreendente. E o Terreiro do Paço está - ou é - indiscutivelmente, uma praça magnífica.

"Place du Commerce. La plus grande place de Lisbonne et une des plus belles de l'Europe. Elle mesure 177 m. sur 92 m. formant un rectangle dont la partie méridionale s'ouvre sur la Tage [...]." (Marquês de Bombelles, Journal d'un Ambassadeur de France au Portugal)

À beira-rio...

por Luísa Correia, em 17.04.11

 

 

Quando me acontece acompanhar um debate televisivo sobre a nossa situação actual, dou por mim a pensar como há tanta gente que sabe tanto sobre o que nos aflige e age tão pouco para o remediar. E recordo, a propósito, o que leituras recentes me revelaram sobre as consequências da guerra franco-prussiana no desenvolvimento da saúde pública no país a que fomos, durante séculos, procurar as nossas referências culturais. Nesses primeiros anos de setenta do século XIX, a guerra e a varíola disputavam a primazia na ceifa de vidas no exército francês. Como a doença acabasse por levar a melhor, a classe médica, penitenciando-se por não ter rendido os poderes constituídos à necessidade da vacinação, decidiu enveredar pela política, vindo a formar o grupo profissional com a segunda maior representação no Parlamento até 1914. E em 1902, o mesmo Parlamento promulgava uma lei que tornava obrigatória a vacinação e a revacinação ou «rappel» contra a varíola, riscando-a, assim, do «mapa» epidémico.
Sei que este tipo de atitudes tem um nome. Mas de momento não me ocorre e ainda bem, porque, em política, dar um nome a uma atitude só faz que a atitude se perca no uso e abuso do nome. E para nomes vazios e inúteis já ninguém tem paciência... Nem eu que, se fosse especialista em mais do que ideias gerais, hoje mesmo fundava um «partido», palavra de honra!

No Beco dos Contrabandistas...

por Luísa Correia, em 16.04.11

 

 

Manifesto de uma votante para a temporada de Abril-Junho, 2011:

1. Tenho por objectivo prioritário fazer uso de todas as armas democráticas ao meu alcance – lamentavelmente reduzidas a uma cruz num papelucho introduzido numa urna em cada meia dúzia de anos – para afastar do poder o homem que, pela gritante incompetência e pelo deliberado e sistemático engano, conduziu o país à situação de falência e de vergonha em que se encontra.

2. Nestes termos, o meu voto será dado ao partido que, no próximo momento eleitoral, se encontrar em melhor posição para garantir tal afastamento.

3. Até esse momento, não direi mal de nenhum dos partidos ou líderes em que possa, pelas razões referidas em 2., ter de votar. Nem vou especular sobre o que poderá acontecer, mas apenas reflectir no que já aconteceu, ou seja, centrar-me na avaliação e repúdio da acção governativa que conheço.

Fotografias de Lisboa

por Luísa Correia, em 13.07.10

(Em São Vicente de Fora...)

Fotografias de Lisboa (teste)

por Luísa Correia, em 02.07.10

(Na Rua da Emenda...)

Fotografias de Lisboa

por Luísa Correia, em 30.06.10

(Das Escadinhas do Duque...)

 

 

Pedi à sentinela para entrar.

Eu ia um pouco à toa, sem saber

Se era fácil poder justificar

O meu desejo de espreitar o dia

E ver nascer o Sol desse Castelo

Que domina Lisboa no mais belo

E surpreendente quadro de beleza!

[...]

 

António Botto

Fotografias de Lisboa

por Luísa Correia, em 25.06.10

(Largo de Santo Estêvão...)

 

Só as casas explicam que exista

Uma palavra como intimidade.


Ruy Belo

As fotos desconhecidas do III Reich

por Pedro Quartin Graça, em 04.06.10

Estas fotos, fazendo parte de um conjunto mais alargado que aqui não podemos reproduzir por falta de espaço, são documentos raros e dizem respeito ao III Reich de Adolf Hitler. Publicadas pela Revista Life, as fotos foram tiradas por um fotógrafo daquela revista em Berlim mas estiveram desaparecidas por mais de 50 anos. O fotógrafo, de nacionalidade americana, desapareceu no início do conflito, juntamente com a sua máquina e os diapositivos originais (utilizados na época para reprodução em revistas) a maioria em 6 x 9 polegadas. Os cromos foram encontrados por uma enfermeira alemã de um hospital em Berlim que os guardou todos estes anos. Após a sua morte, a sua filha encontrou-os de novo e devolveu-os ao actual editor americano que tem os direitos da marca Life Magazine, revista esta que não se publica desde o início dos anos 70. Fantásticos retratos estes.


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