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Uma terrível invenção do Demo

Sobre a chegada do fonógrafo (e do telefone) a Portugal

por João Távora, em 13.11.20

edison1878.jpg

Em 1878, no ano em que Edison patenteou o seu primeiro fonógrafo, um "senhor de casaca" foi fazer uma demonstração do invento Rei Dom Luís I no Palácio da Ajuda. É o que nos descreve Thomás de Mello Breyner com muita graça a páginas tantas nos seus diários que eu transcrevo aqui

Viva Portugal!

por João Távora, em 02.12.17

Publlicado originalmente aqui

La Marseillaise

por João Távora, em 24.08.15

Eu que sou um pacato conservador geralmente até gosto de canções revolucionárias talvez pelo seu lado romântico, uma estética a que ninguém é imune nestes dias de modernidade. Não é o caso da belicosa e feroz “Marselhesa” que os franceses adoptaram como hino, aqui numa performance de 1905 pela Garde Républicaine, gravada num cilindro de cera da minha colecção, que apesar de partido se consegue ouvir até meio.

 

Mais curiosidades, aqui

Intervalo

por João Távora, em 21.08.15

 

No início do Século XX os cilindros de cera prensada pré-gravados ganharam um enorme impulso comercial com a nova gama "Edison Gold Moulded" lançados pela Edison Records definitivamente mais resistentes. Por um curto período iriam concorrer com os discos de Emile Berliner que os destronaram.

Vídeo: uma canção sentimental pela soprano australiana Marie Narelle de 1906 acabadinha de chegar de terras de Sua Majestade... Muito mais encontra-se aqui

1 - Capa_Machinas_Falantes.jpg

"Machinas Falantes" constitui, sem qualquer dúvida, um marco. Espera-se que inspire outros investigadores, e sobretudo desperte o interesse do público em geral, ou ajude a elucidar mais um curioso como eu, que um belo dia me vi seduzido por este fascinante mundo dos sons antigos, ao descobrir numa arrecadação de família um velho fonógrafo de Edison com dezenas de cilindros de cera, que depois de reabilitado, pôde encantar-me com ecos de ambientes e sonoridades do tempo dos avós dos nossos avós. *


*A minha recensão da obra "Machinas Falantes" de Leonor Losa aqui no Observador

Music Hall

por João Távora, em 30.08.13

 

 

Edison Gold Moulded Record - 9000

Patent 1902

 

THE PREACHER AND THE BEAR

 

The preacher went out a huntin', it was on one Sunday morn'

It was against his religion, but he took a shotgun along

He got himself a mess o' mighty fine quail and one old scraggly hare

And on the way home he crossed the path of a great big grizzly bear

Well the bear got down lookin' ready to charge

The preacher never seen nothin' quite that large

They looked each other right smack in the eye

Didn't take that preacher long to say bye

 

The preacher, he run till he spotted a tree

He said, "Up in that tree's where I oughta be"

By the time that bear made a grab for him

The preacher was a sittin' on top a that limb

Scared to death, he turned about

He looked to the sky and began to shout

 

"Hey lord, you delivered Daniel from the bottom of the lion's den

You delivered Jonah from the belly of the whale and then

The Hebrew children from the fiery furnace

So the good books do declare

Hey lord, if you can't help me,

For goodness sake don't help that bear"

 

Yea, look out preacher!

 

Well, about that time the limb broke off

And the preacher came tumblin' down

Had a straight razor out of his pocket

By the time he lit on the ground

He landed on his feet right in front a that bear

And Lord, what an awful fight

The preacher and the bear and the razor and the hair

Flyin' from left to right

 

Well first they was up and then they was down

The preacher and the bear runnin' round an' round

The bear he roared, and the the preacher he groaned

He was havin' a tough time holdin' his own!

He said, "Lord if I get out a here alive

To the good book I'll abide

No more huntin' on the Sabbath day

Come Sunday I'm headin' to the church to pray"

 

Up to the heavens the preacher glanced

He said, "Lord won't you give me just one more chance"

So the preacher got away, he looked around

Seen a tree where he'd be safe and sound

Jumped on a limb, turned about

Looked to the sky and began to shout

 

"Hey lord, you delivered Daniel from the bottom of the lion's den

You delivered Jonah from the belly of the whale and then

The Hebrew children from the fiery furnace

So the good books do declare

Hey lord, if you can't help me,

For goodness sake don't help that bear"

 

(Popular/Joe Arzonia)

O império do fonógrafo

por João Távora, em 26.08.13

 

Os fonógrafos popularizaram-se muito no final do Século XIX: eram bastante funcionais e, além de muito competentes na reprodução, eram vendidos com um kit para gravação coisa que tornava o objecto muito mais completo e interessante do que os gramofones, ainda algo toscos. Concebidos numa cera castanha bastante frágil em que o registo se degradava em pouco mais de dez audições, originalmente os cilindros tinham de ser gravados, cada um deles, ao vivo. Posteriormente desenvolveu-se uma solução interligando os fonógrafos com tubos de borracha, um sistema não satisfatório mas suficientemente eficaz para a comercialização e venda de cilindros gravados em série. Tal obrigava os artistas, músicos e cantores a desgastantes sessões em que repetiam incessantemente o tema até produzirem um lote suficiente para satisfazer a procura. Dava-se o caso curioso de uma mesma edição inevitavelmente exibir ligeiras diferenças nas interpretações.

Ao longo dos anos, o tipo de cera utilizada nos cilindros foi melhorado e endurecido de modo que pudessem ser tocados mais vezes sem se degradarem tanto. Em 1902, a Edison Records lançou uma nova gama de cilindros de cera prensada, os Edison Gold Moulded. Muito aperfeiçoado, o progresso consistia na criação de um cilindro principal revestido com ouro que permitia a reprodução de várias centenas de cópias. O Disco da empresa Gramphone de Emile Berliner então emergente ainda teria uns anos para se impor definitivamente.

Aqui partilhamos uma cançoneta de 1907 de Ada Jones, uma actriz e cantora britânica emigrada para os Estados Unidos, que muito se popularizou - a solo e em duetos com Billy Murray e Len Spencer - através dos cilindros e discos gravados no início do século XX.

Mais um cilindro

por João Távora, em 22.08.13

 

(...) “Ao longo da década de oitenta (do século XIX), o fonógrafo tomaria cada vez mais contacto com a alta sociedade lisboeta, através das visitas que esta fazia às inúmeras exposições que se realizavam no estrangeiro. O próprio rei D. Carlos, em visita à Exposição Universal de Paris em 1889, ficou fascinado com a reprodução da sua voz num dos cilindros de Edison.

Alguns anos mais tarde, em 1894, o rei oferece o iate ‘Lia’ a D. Amélia, e numa das melhores salas de bordo, o salão das senhoras, podia ouvir-se o som dos cilindros de um fonógrafo.“ (...) 

 

Luís Cangueiro in “Fonógrafos e Gramofones” – Edição Quinta do Rei Lazer e Cultura, Lda. 2008 

Margarida

por João Távora, em 14.08.13

Daisy - R. G. Goates, Sterling Record - 3019 (Vaudeville, Orchestral Acct.)

 

Foi quando expirou a patente de Thomas Edison dos seus cilindros gravados em 1904 que Louis Sterling lançou em Inglaterra uma nova produtora de nome "Sterling Record Company". Ao fim de 22 semanas de operação as vendas atingiam um milhão de cópias vendidas, sucesso atribuído à qualidade do som obtido através duma solução de cera prensada muito suave que (quase) competia com os discos, formato que desde 1901 se vinha impondo no mercado da gravação sonora. Pelo curioso exemplo exposto nota-se como tudo valia para lançar novas publicações. 

Tempo de cerejas

por João Távora, em 06.06.13

"Le Temps des Cerises" é uma canção de 1866 letra de Jean-Baptiste Clément, e música de Antoine Renard muito associada à Comuna de Paris de 1871. Este é um cilindro de cera de Edison  muito deteriorado (ouve-se melhor a partir do meio para o fim) produzido em França entre 1901 e 1905.

Catita, mesmo!

por João Távora, em 10.01.13

Acompanhado pela banda filarmónica de Edison, Billy Murray canta a canção cómica “Forty-five minutes from Broadway” tema principal do musical com o mesmo nome da autoria de George M. Cohan estreada a 1 de Janeiro de 1906.


Banda Filarmónica de Edison no Estúdio de Gravação em Nova Iorque 1906.

No Natal de 1906, a família Wall canta dois temas alusivos

 

Quem acompanha as insignificâncias a que dedico a minha escrita, entende o fascínio que sobre mim exerce este artigo do Daly Mail sobre um avô que resgatou do seu sótão o fonógrafo e uma série de cilindros com as mais antigas gravações sonoras “feitas em casa” até hoje conhecidas. Cerca de 24 minutos de registos diversos, feitos pelos seus antepassados e que inclui impressionante “retrato” duma longínqua festa de Natal de 1902 que aqui reproduzo, foram doados ao museu de Londres. (Para ouvir os ficheiros, clicar na ligação em baixo da respectiva imagem)
 

No Natal de 1904, o Senhor Wall e alguns convivas endereçam votos de Boas Festas

 

Da minha experiência com uma série de cilindros com que este ano fui presenteado - e que aqui deixei testemunho em devida altura - nenhum dos "gravados em casa", (cujas caixas referenciam a anedotas, fados e cantigas) está em condições mínimas de audibilidade, afectados por um fungo que ataca a cera. Em dois deles devidamente assinalados, consegue-se adivinhar cantorias e monólogos, mas para conseguir uma nitidez razoável será necessário investir um dia num sofisticado trabalho de filtragem sonora, com meios e técnicas que não são muito acessíveis. Um projecto que espero cumprir, porque o som é um precioso complemento da imagem... e porque se nos orgulhamos de exibir na sala o retrato do nosso avô, como seria fascinante possuirmos um seu “postal” sonoro como recordação, não vos parece?

 

Nota: 
Agradeço a Victor Santos Carvalho que me fez chegar a "notícia" do Daily Mail

O encantamento do coleccionador de borboletas

por João Távora, em 09.12.12


Uma das primeiras gravações em disco (só com um lado gravado),

produzido a 1 de Fevereiro de 1908 (!) pela Victor Talking Machine,

o popular tema "National Emblem March".

 

Se crescemos a vida inteira orgulhosos da ilusão de que somos senhores da nossa construção, dos nossos gostos, das escolhas, políticas, estéticas, literárias e artísticas; é sempre uma renovada surpresa o prazer quase infantil de usufruir a contingência do que nos é simplesmente oferecido. Como os artefactos encontrados no sótão dos avós, ou as descobertas numa (legítima) incursão na biblioteca de um estranho com os seus bibelots, fotografias, livros e músicas.
Era assim no início antes de ganhar manias e armar aos cucos com critérios musicais, preconceitos literários, mais rebeldes ou conservadores. Quando eu era pequeno, pelos meus cinco ou seis anos, na altura em que o meu padrinho me ofereceu um pequeno transístor que trouxe a telefonia para a minha vida, na casa dos meus avós na Avenida da Liberdade era-me concedido o privilégio de explorar muitas dezenas de discos que eu espalhava pelo chão e escutava num gira-discos “mala” que a minha tia Isabel me deixava “tocar”, como que hipnotizado pelo indolente rodopiar do rótulo colado sobre o vinil. Isso acontecia por tardes inteiras, entre livros do Tintim e antigas encadernações da revista juvenil “Fagulha”, com muitos bonecos e historinhas que se entendiam quase sem saber ler. De resto, havia Adriano Correia de Oliveira, Rita Olivais, Jacques Brel, José Afonso, Música no Coração, My Fair Lady, Oliver Twist, France Gall, Beatles, Bee Gees, e muitos outros “singles” pop, que os discos de música clássica estavam fechados no armário.
Estas doces memórias vêm a propósito das experiências que o Fonógrafo e a Grafonola recentemente resgatados ao esquecimento num sótão da família me vêm proporcionado. Acontece que os cilindros e os discos antigos que possuo não foram escolhidos por mim em escaparates da FNAC ou dos catálogos da Amazon. São espólios proporcionam uma acriançada experiência de descoberta e puro encantamento… Dentro deste universo de escolhas para as quais não fui tido nem achado, sobra-me o gozo de explorar esta dádiva, um património que revisito, de novo esparramado na carpete, com a indiscrição dum voyeur que embala num progressivo processo de selecção, conversão e… encantamento.
O que vos garanto é que usufruo um indizível prazer na exploração destas gravações fora de uso e sem valor comercial, para, como o coleccionador de borboletas, pacientemente as identificar, admirar e classificar, devolvendo-as à existência, mesmo num som estridente e afunilado, tal qual como soava há cem anos quando, pôr a tocar um disco de 78 rpm, incluía dar à manivela e substituir a agulha, ritual capaz de encantar um salão que por três minutos vibrava em festa. 

Nunca escondi que tenho uma veia audiófila, apenas condicionada pelo bom senso e obvias limitações financeiras. Mas a montante desses caprichos e manias sempre esteve um enorme gosto pela música, por uma eterna sinfonia ou efémera canção.

História de Algibeira

por João Távora, em 06.12.12

Foi justamente há 135 anos, a 6 de Dezembro de 1877 que Thomas Edison reproduziu publicamente a primeira gravação mecânica da voz humana, a sua própria voz recitando o poema infantil "Mary had a Little Lamb" atribuído a Sarah Josepha Hale.

 

Mais curiosidades sobre o tema aqui.

Os primeiros discos

por João Távora, em 18.11.12

Grafonola 

Columbia Vita Tonal nº 112 de 1925

 

O disco, uma invenção atribuída ao inventor alemão naturalizado americano Emile Berliner, concorreu com o cilindro de cera desde os primeiros anos do século XX. Apesar de possuírem mais capacidade de armazenamento (dois lados) e serem mais fáceis de guardar, os discos não se impuseram logo de início no mercado devido à sua extrema fragilidade, só a partir de 1910 com a aplicação de uma bem sucedida solução de goma laca que permitia a sua prensagem a partir de uma matriz, as suas vendas ultrapassaram os célebres cilindros de Edison. Foi aliás tarde e na iminência de falência que Thomas Edison converteu a sua produção a este formato que afinal perdurou até ao inicio dos anos 50 quando surgiram os "Long Playing" de 33 rpm e os "Singles" 45rpm hoje designados por vinyl.

 Pesados e rígidos, os primeiros discos feitos para rodar entre 75 e 78 rpm eram gravados por métodos integralmente mecânicos e acústicos e por isso tinham uma sensibilidade a frequências muito limitada, com preponderância quase total da captação das intermédias. As frequências muito baixas (graves) e as muito altas (agudos) não eram registadas. Assim, por uma questão de eficiência os metais e a percussão eram os instrumentos mais utilizados, para acompanhar as cançonetas ou até curtas áreas de Ópera, facto que também explica o sucesso de inúmeras Marchas e Polcas então gravadas. Por exemplo, o violino mal se ouvia na reprodução, tendo a determinada altura sido essa limitação contornada com a engenhosa montagem de uma campânula cónica na parte traseira do instrumento para reforço da projecção do seu delicado som agudo. Estas limitações só foram ultrapassadas pela gravação electrónica (pela utilização de microfones e amplificadores), método que se veio a generalizar a partir dos anos 20 do século XX.  

Os discos eram reproduzidos nas mais abastadas casas burguesas ou em bailaricos de paróquia em mais ou menos sofisticados gramofones, cuja potência e qualidade sonora dependia do tamanho e do material usado na campânula por onde se projectava o som. Estes aparelhos funcionavam com geringonças de corda, cuja precisão e potência chegava a garantir a audição afinada de três discos sem se ter de dar à manivela. Outra curiosidade era a frequência do consumo das pontiagudas agulhas de metal (as marcas aconselhavam a sua troca por cada audição) e que eram vendidas às centenas em coloridas caixinhas metálicas que hoje fazem as delícias dos seus coleccionadores. Foi a partir dos anos vinte que, com as mesmas características dos gramofones, se popularizam as 

portáteis grafonolas, geralmente em formato de "mala" onde uma pequena campânula se escondia no seu interior. Estas eram bem menos elegantes e potentes que os gramofones, mas bem mais económicas, fenómeno que potenciou a sua democratização e consequente expansão da indústria de gravação. As tabelas de vendas de discos em revistas começaram nos anos 40 tendo por essa altura a revista americana Bilboard começado a publicar a lista dos mais vendidos. O galardão Disco de Ouro que assinalava a venda de um milhão de cópias foi pela primeira vez atribuído em 1942 a Glenn Miller.

 

 

 Gramofone

Um esplêndido His Master's Voice de 1920 com uma campânola de madeira
para um som forte e suave

Marcas que marcam - His Master's Voice

por João Távora, em 06.11.12

 

His Master's Voice ou “A voz do dono” em português, é uma das mais afamadas marcas da indústria de reprodução e gravação e sonora do século XX, tendo-se distinguido em grande medida devido ao seu inconfundível rótulo, um cão atento espreitando para a campânula dum gramofone, uma pintura da autoria de Francis Barraud.

A história que dá origem a este caso de sucesso é bem curiosa e até comovente. Com morte do irmão Mark, o pintor herdou não só o seu fonógrafo como um fox terrier, Nipper. Certo dia quando Francis escutava gravações da voz do seu irmão, o cachorro colocou-se atento junto ao cone do aparelho, reacção que o Francis decidiu perpetuar numa tela. Inicialmente a pintura apresentava um fonógrafo de cilindros, que o pintor inglês tentou, sem sucesso, vender a Thomas Edison para as suas campanhas comerciais.
Perante a recusa, o pintor substituiu o fonógrafo por um gramofone, mecanismo concorrente que então dava os primeiros passos (leitura de discos), e em 1899 vendeu a pintura à empresa britânica The Gramophone Company que a partir de então utilizou em diversas campanhas e com muitas adaptações. Os direitos da célebre imagem foram concedidas para utilização nos EUA à marca Victor Talking Machine Company de Emile Berliner o inventor do gramofone e parceiro amercicano da companhia inglesa.
Em 1920 foi atribuída ao pintor uma pensão anual de 250 libras como reconhecimento da importância que a sua criação teve na promoção dos gramofones em todo o mundo.

 

Fontes: Wikipédia e “ Fonógrafos e Gramofones” de Luís Cangueiro. 

 

Publicado originalmente aqui.

O fascínio da história da gravação sonora (2)

por João Távora, em 04.11.12

 

 

Perante o grande sucesso comercial do Fonógrafo no final do século XIX, para a produção em série dos primeiros cilindros de cera pré-gravados, o cantor e a orquestra tinham de repetir centenas de vezes a mesma peça musical, uma vez que a gravação era feita em pequenos lotes de dez a doze cilindros de cada vez. Se juntarmos a este facto a resistência à novidade e o limite de dois minutos por registo, talvez se se entenda a recusa inicial das  grandes vozes da época como Enrico Caruso ou Yvette Guibert a gravarem o seu reportório.

Algumas canções portuguesas celebrizaram-se através do fonógrafo gravadas em cilindros de cera. Em Portugal a empresa Fonógrafo de Edison organizava audições itinerantes que causavam furor e enchiam as salas de espectáculo pelas cidades onde passavam. Destas gravações há registo do enorme sucesso de “O Burro do Senhor Alcaide”, “O Solar dos Barrigas”, “O Brasileiro Pancrácio”, “Caninha Verde” e “O fado do Hilário” cantados pela actriz Isaura e actores Queiroz, Alfredo Carvalho e Augusto Hilário célebre fadista de Coimbra. E como eu gostava de encontrar um cilindro português para a minha pobre colecção…

 

Fontes Wikipédia e “ Fonógrafos e Gramofones” de Luís Cangueiro

Aaaaaaaaaaatchim!

por João Távora, em 02.11.12


Esta bem humorada cançoneta é inédita - Cócegas no nariz, por um tal Grisard: "C' est dans l'nez qu ça me chatouille". Apesar do seu mau estado é uma delícia escutar este cilindro de cera 1903. De resto, porque ao contrário do que sucede nos EUA não encontro qualquer projecto de preservação do património fonográfico francês, venho catalogando e digitalizando os meus cilindros que se aproveitam, pois são extremamente frágeis: a maior parte deles ainda são de cera, os célebres "Cylindres Edison Moulés Sur Or", que degradados pelo tempo estalam na mão quase só pelo contacto físico e muitos estão inaudíveis devido à ferrugem. 

O fascínio da história da gravação sonora

por João Távora, em 26.10.12

Recentemente foi descoberta, recuperada e reproduzida esta gravação de 1860 feita por Édouard-Léon Scott de Martinville num fonoautógrafo, que nunca descobriu forma de a reproduzir. Este refrão de Au Clair de la Lune é o registo de voz humana mais antigo alguma vez escutado. 


O primeiro aparelho de gravação e reprodução sonora mecânico foi o fonógrafo de cilindro, inventado por Thomas Edison em 1877. 


Corta-fitas

Inaugurações, implosões, panegíricos e vitupérios.

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