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Os meus 5 tostões sobre o assunto do momento, que, antevendo esta polémica, escrevi aqui há quase 10 anos.

Nunca ninguém garantiu que a liberdade, a escolaridade e a prosperidade democratizassem o sentido de responsabilidade ou o bom senso. Vem isto a propósito de um fenómeno que o "inverno demográfico" esconde: se é previsível que daqui a dez ou quinze anos tenhamos metade das escolas ao abandono, mais graves serão as consequências duma  crise que se adivinha na "família" como célula mãe da sociedade, capaz de corroer de forma dramática os alicerces da nossa civilização. 

Sou daqueles que teve a sorte de crescer numa família tradicional - sem dúvida um espaço alicerçado no equilíbrio entre a tolerância e repressão - daquelas com abrangência alargada, com casa dos avós, tios, primos e tudo; como que um mosaico de pequenas comunidades, mais ou menos interligadas numa rede de solidariedade, afectos e partilha de história comum - e que de forma decisiva em tempos me socorreu. É certo que para que este antigo e eficaz modelo se generalizasse na sociedade contemporânea, concorreu uma equívoca mistificação do casamento romântico na geração dos nossos pais: O casamento tradicional foi-lhes "vendido"  por Hollywood como um conto happily ever after e resultou num estrondoso baby boom. Completamente fora de moda por estes dias, denúnciada a família como “instituição burguesa,decadente e repressora” pela geração do Maio de 68, não se prevê que eu tenha grande sucesso explicando-o aos meus filhos como instituição ligada à responsabilidade, ao altruísmo, à perseverança e ao prazer diferido. A verdade não vende, como não ganha eleições. 

Como bem sabemos, cada vez há menos casamentos, no sentido da formação de novas “casas”, modelo de sucesso comprovado inspirado na aristocracia liberal europeia. Consta que no ano passado, das poucas crianças nascidas, mais de metade terão sido fora do casamento. Por exemplo, durante o ano de 2014 na paróquia do Monte da Caparica na margem sul do Tejo – sei bem que é um microcosmos algo especial - realizaram-se apenas quatro casamentos católicos. Curioso como no meio conservador que frequento também são cada vez mais raros os sinais de cedência dos jovens a esse modelo, sendo frequentes as relações amorosas "liberais" prolongadas, assumidas com um pé dentro e com outro fora da casa dos pais – julgam que obtêm assim o melhor dos dois mundos. Por ironia trata-se do reconhecimento de como a casa de família que alguém edificou e mantém para eles, é afinal útil e virtuosa instituição como seu último reduto de refúgio e reconhecimento, apesar de votada à extinção.

Temo que estejamos a criar uma sociedade de indivíduos isolados e frágeis com pertenças difusas, precárias ou inexistentes até. A família como eu conheci, como um organismo intermédio, projecto perene, crivo cultural com história própria, território protector do grande monstro igualitário da cultura dominante para a formação de seres críticos e livres, atravessa uma grave crise. Essa família que ainda hoje acolhe os deambulantes jovens adultos, quais eternos filhos pródigos que adiam assumir as suas opções e uma realização plena, por troca dum prato de lentilhas ou um smartphone de última geração, símbolo da sua “liberdade individual”. Se calhar ao definir este fenómeno como se de uma crise se tratasse, estarei a ser optimista. Porque esse termo por definição designa algo passageiro – e eu estou longe de pressentir alguma mudança no rumo da história.  

 

A família cristã - uma urgência

por João Távora, em 18.06.19

Festa da Familia.jpg

No passado Domingo na Quinta das Conchas ao Lumiar decorreu durante o dia a "Festa da Família", uma jornada com actividades diversas organizada pelo Patriarcado de Lisboa que contou com a participação de vários movimentos católicos e culminou numa missa campal presidida pelo Cardeal Patriarca que reuniu centenas famílias e onde se abençoou cerca de 200 casais que celebravam este ano 10, 25, 50 e 60 anos de casamento.

Estranha é a invisibilidade mediática deste acontecimento, pela sua relevância e grandiosidade, tanto mais numa conjuntura em que tanta falta faz evidenciar a fecundidade do perene modelo de família cristã que todos sabemos vai rareando e cedendo à hegemonia da cultura individualista e hedonista. Desconfio que estamos (alegremente) a cavar a sepultura da nossa civilização.

 

Fotografia daqui

Quinze de Maio

por João Távora, em 15.05.19

Dom duarte.jpg

Feliz coincidência é o Chefe da Casa Real Portuguesa ter nascido a 15 de Maio, data em que veio a ser instituído o Dia Internacional da Família, uma efeméride que ganha importância num tempo de desagregação e decadência deste testado modelo de organização social que os Duques de Bragança tão bem dignificam. Ao Senhor Dom Duarte de Bragança aqui presto a minha homenagem e profunda gratidão pela incansável dedicação a Portugal e aos portugueses ao longo de toda sua vida. Muitos parabéns e longa vida, são os meus sinceros votos.

 

Foto daqui

Crescei e multiplicai-vos

por João Távora, em 02.03.14

É em modo de conversa de café que me imiscuo nesta civilizada discussão entre a Maria João Marques e a Daniela Silva no blogue Insurgente sobre a virtude das famílias numerosas com origem neste artigo do Henrique Raposo. Para tal, parto duma percepção que intuo com clareza, que resulta num profundo cepticismo nas famigeradas políticas de incentivo à natalidade. Não creio que mais ou menos substanciais apoios fiscais ou outras medidas de discriminação positiva para os casais com mais filhos, para além de intrinsecamente justos, produzam significativas alterações a uma realidade com tão profundas raízes culturais. Tal como não é possível imobilizar a marcha de um longo e pesado comboio em cinquenta metros, vai demorar muito tempo a travar o inverno demográfico que vai alastrando pelo ocidente judaico-cristão. 
Irónico é como a “revolução demográfica” (enorme aumento da natalidade e longevidade) ocorrida na Europa entre os Séc. XVIII e XIX com origem no desenvolvimento da agricultura, numa melhor alimentação e nos avanços da medicina, tenham confluído no desenvolvimento socioeconómico e científico que por sua vez proporcionaram nos anos sessenta do século passado a descoberta da pilula contraceptiva. Esse prodígio da ciência vem resultar numa travagem a fundo no baby boom do pós-guerra e é, no final de contas, a génese da crise demográfica com que nos debatemos por estes dias e se confunde com a decadência do nosso modelo de sociedade. Paralelamente, este fenómeno é o culminar dum longo e continuado processo de emancipação feminina, em que a mulher vê finalmente a sua sexualidade “liberta” do cativeiro da maternidade, do estatuto de mãe, que nos nossos tempos perde progressivamente prestígio, adquirindo até uma conotação negativa entre as elites dominantes. Ora o problema é que, com a água do banho, literalmente despejou-se o bebé pela janela fora da nossa civilização.
É por essa via que nos vemos chegados ao modelo cultural marcadamente estéril da actualidade, da cosmopolita e próspera família monoparental e do filho único, integrado numa cultura hedonista e securitária em que qualquer prenúncio de imprevisibilidade é ameaça, e nesse sentido vai ganhando contornos eugenistas. Somos todos mais felizes?
Perante o atrás descrito, estou convicto que para a solução da crise demográfica urge uma revolução cultural, no seu sentido etimológico de retorno ao ponto de partida: a valores que recuperem os ancestrais modelos de organização familiar e a consequente devolução do prestígio da maternidade como realização do Amor pleno, inteiro. A defesa duma ecologia que devolva o apreço pelos sinais da natureza, mas desta vez humana, dos seus ciclos e impulsos biológicos, naturais e legítimos; enfim que exalte a dignidade e honorabilidade de uma família grande em generosidade.
Nesse sentido urge uma radical e continuada acção de Relações Públicas que contrabalance a estigma vigente, que esta pequena história é exemplo: após o nascimento do seu quinto filho uma parente minha foi abordada na maternidade pela enfermeira de serviço que ao constatar o seu histórico de maternidade, desabafou em tom de desdém qualquer coisa como “Nossa, isso é coisa de negro”.
Estas linhas não servem para fazer qualquer juízo sobre os princípios ou circunstâncias que presidem as escolhas de cada indivíduo ou casal – se assim fosse elas constituíam em certa medida um exercício de autocrítica. Por certo que o facto de ter muitos, poucos ou nenhuns filhos não qualifica à partida uma mulher ou um casal. O problema é que até a corroboração dessa neutralidade está longe de vigorar na estética vigente. Por tudo isto, nos nossos tempos são de bem-dizer e abençoar as famílias grandes, Maria João.

 

Ilustração: José Abrantes - direitos reservados

"Faz filhos"

por João Távora, em 25.05.13

 

A crónica desta semana de Rui Ramos no Expresso toca na ferida, foca aquele que é o grande pesadelo das sociedades democráticas liberais, que em Portugal se revela de forma bem severa: a crise na família tradicional, fórmula experimentada para o sucesso individual e civilizacional. O tema, como refere o autor, não é de fácil abordagem, mas é urgente a ousadia de o abordar sem tabus, e sob outro pretexto que não da sustentabilidade das pensões e da empregabilidade dos professores.

Observemos os factos: Os dados do INE indicam que o número casamentos tem diminuído 8% ao ano (12% no caso dos casamentos católicos), e que os divórcios têm registado um crescimento anual de 3% por cento. A ser assim, em 2012 haverá em Portugal 27 400 casamentos, contra os 49 178 de 2004 e 30 150 divórcios, ao invés dos 23 348 verificados em 2004. Da constatação da crise na família tradicional, contrapõe-se que desta dinâmica de "emancipação individual" brotaram conceitos alternativos de família, sempre exaltados pela nomenklatura do politicamente correcto. O problema é que esses modelos emergentes da “revolução cultural” se revelam totalmente estéreis, eu diria decadentes: Em 2012 em Portugal, o número de nascimentos caiu para menos de 90 mil, o valor mais baixo dos últimos 60 anos - 1982 foi o último ano em que houve substituição de gerações. Nesse sentido repito uma nota que aqui deixei há dias: a origem do decréscimo de nascimentos é de índole cultural e não se inverte com estímulos financieros do Estado. Por isso é que sou forçado a concordar com Tiago Cavaco citado por Rui Ramos na sua coluna: “constituir família é a suprema forma de rebeldia”. E os cristãos praticantes são a “real contracultura”. 

 

Título roubado do tema musical de Tiago Cavaco Faz Filhos, do seu mais recente álbum.

 

Sem cedências

por João Távora, em 24.04.13


(...) o Estado não é ninguém e os problemas das famílias só podem ser resolvidos por alguém.



Dia da Sagrada Família

por João Távora, em 30.12.12


Depois do Natal vem o Domingo da Família… Da Sagrada Família. Será a família uma coisa sagrada? Hoje fala-se de famílias alternativas. Sociólogos e psicólogos falam-nos de famílias monoparentais, co-parentais, sem filhos, com filhos de outros… Em tudo isso ondes estará o Sagrado? O Sagrado é o Amor, o que equilibra e faz crescer: é o que humaniza. O mundo precisa de espaços sagrados e de relações sagradas: deseja famílias que o sejam. O resto parece, mas disfarça mal a violência que esconde.

 

Vasco Pinto Magalhães, s.j

Não há soluções há caminhos - Tenacitas

O primeiro reduto

por João Távora, em 01.09.12

 

Martim Avillez Figueiredo na sua crónica de hoje do Expresso traz à estampa o interessante debate sobre a importância da família, no lugar do “indivíduo” como alvo alternativo das políticas sociais. Aludindo a teses do académico dinamarquês Gota Esping-Anderson e da democrata americana Isabel Sawhill, ele refere como as pessoas podem ser ajudadas através da melhoria do background familiar, e como afinal é esse o pilar que falta privilegiar nas modernas políticas sociais. É aí, defende, onde melhor “circulam os apoios, suavizando assim o estigma dos subsídios e assegurando uma rede de solidariedade entre pessoas que se conhecem” num sistema orgânico de auto-regulação.
Supondo que sobrevivia às instaladas tendências libertárias, receio que este pertinente debate tenha chegado tarde demais. Tenho muitas dúvidas de que a família na sua concepção tradicional, de comunidade solidária, necessariamente hierarquizada, simultaneamente tolerante e reguladora, acolhedora mas circunscrita, sobreviva à voracidade da adolescentocracia predominante. Porque uma família, mesmo sem a rigidez de outrora, nunca pode ser “relativa” e volúvel à precariedade das paixões momentâneas individuais. A família, sendo um espaço promotor de liberdade, cobra caro as infidelidades e é exigente nas contrapartidas. Acontece que limitados que são os recursos materiais e afectivos disponibilizados ao grupo, a salvaguarda da sua coesão obriga os seus membros ou candidatos a desafiantes rituais de entrada e à repressão de veleidades hedonistas, que afinal constituem a ameaça a um irreversível processo da extinção. 

A importância da razão de ser

por João Távora, em 04.08.11

O Benfica apresentou ontem no jogo com o Trabzonspor, pela primeira vez na sua história, uma equipa sem um único jogador português. O facto em si é de pouca monta face aos desafios que o País enfrenta, mas definitivamente constitui um terrível sinal dos tempos, além duma radical reviravolta no Clube, se tivermos em conta o extremo nacionalismo que ele ostentava orgulhosamente nos anos 70.
Sobre o tema da internacionalização das equipas e selecções, há dias o Daniel Oliveira opinava na sua coluna do jornal Record que a questão não o incomodava. A coisa percebe-se do ponto de vista do pensamento dominante, com raízes na interpretação da História sob a perspectiva da Luta de Classes numa dinâmica “internacionalista”… ou simplesmente “desconstrutiva”.
Indo ao fulcro da questão, pela parte que me toca, continuo a atribuir grande importância ao conceito de Nação, por estes dias uma maldição inflamada por um tarado Norueguês. Pela simples razão de que entendo o Homem como um Ser essencialmente gregário, e cuja civilidade emerge duma lógica fundada numa diversidade hierarquizada de associações interactivas, complementares e concorrentes. Como aqui defendi em tempos, considero como núcleo fundamental desta dinâmica a família alargada, que quando alicerçada em sólidos valores constitui o garante duma diversidade estética e cultural da sociedade: cada uma possuidora do seu legado de informação transgeracional, a família resulta num insubstituível microcosmos, plataforma insubstituível de mediação dos seus elementos com a Polis e com o Mundo, sem a qual os cidadãos se tornam mais vulneráveis, qual papel em branco fácil de ser preenchido e doutrinado por qualquer sinistro poder exógeno.
Com todos os seus defeitos, as diversas formas de organização comunitária das pessoas, constituem em si e entre si, pelos factores e carismas que os constituem, elementos que promovem a autodefesa, promoção e competitividade dos grupos. Não é por acaso que a Cidade, Vila ou Aldeia de origem é usualmente considerada com orgulho na apresentação das pessoas. Tal como uma família desfeita ou Nação desvirtuada dos seus valores, gentes e costumes, uma equipa de futebol sem referências da comunidade em que se insere está fragilizada, tornada um bando mercenário, numa lógica mercantil, sempre assim exposta à desagregação. A cor de uma camisola, ou duma bandeira sem consubstanciação numa determinada (definida) cultura ou carisma, é definitivamente fraca inspiração para a superação dos indivíduos, logo do grupo e dos seus apoiantes, tornados órfãos da sua razão de ser. Estas fragilidades, parece-me, influenciam a decadência das Nações. 

A luta continua

por João Távora, em 05.12.10

 

Um dos direitos que me confere o estatuto de “chefe de família”, é, quando em casa nos encontramos reunidos à mesa, fazer um género de “post”, um relato necessariamente fundamentado, curto e explícito por ocasião de uma efeméride. Preferencialmente o assunto tem que contar com o entusiasmo da mãe, e a técnica de comunicação tem que ser apurada, para não gerar anticorpos nos adolescentes, esclarecendo-os quanto possível, espicaçando a sua curiosidade para os livros – sempre possível inclui referências bibliográficas. Ontem o tema foi o 4 de Dezembro de 1980, Adelino Amaro da Costa e Francisco Sá Carneiro.
De resto, um dado observável é que  penhoramos o futuro sempre que não resolvemos o passado.

O Dia do Pai

por João Távora, em 22.03.10


Foi com um quentinho no peito que hoje estreei no escritório os desajeitados presentes que recebi dos miúdos no Dia do Pai. A coincidência desta data se celebrar no dia de S. José, pai "adoptivo" de Jesus, quanto a mim está carregada dum profundo simbolismo que jamais deveria ser menosprezado. Sob o bombardeio da nossa cultura hedonista e consequente delapidação da família e do tecido social, este dia deveria constituir uma privilegiada ocasião para se reclamar de todos os pais o seu insubstituível papel e responsabilidade na defesa dum núcleo familiar tão saudável quanto irredutível. Numa época em que se festejam com estridência os mais inusitados dias de Tudo O Que Mexe e Mais um Par de Botas, o “do Pai” deveria ser um daqueles para mais a sério ser levado. Quem sabe deveria merecer a dignidade dum feriado, que para não pesar na economia poderia substituir o disparate do 5 de Outubro. Tudo isto porque, para lá das efémeras delícias inerentes ao acasalamento e à paternidade, dos encantadores afectos trocados com os amorosos infantes quando eles são nossos incondicionais, a tarefa vem afinal a constituir a mais desafiante, dura e arriscada missão que um homem pode ambicionar: a criação de seres responsáveis, justos e felizes. Uma empreitada que confere pouco “prestigio” ou carreira, mas que é decididamente prioritária e indeclinável.

Família

por João Távora, em 22.02.10

 

Tenho para mim que todos os modelos de adaptação da célula familiar que tenham como objectivo a solidariedade e transmissão de conhecimentos são legítimas, até porque  a minha casa não constitui propriamente um modelo linear.

É dentro desta perspectiva que sou um acérrimo defensor da manutenção duma estrutura familiar forte, que vai muito para além da fracção nuclear. É por um projecto assim que me bato, em que a liberdade é promovida em equilíbrio com a responsabilidade duns em relação aos outros e com a sua história. A família quando alicerçada em sólidos valores é o salutar bastião do livre arbítrio do individuo em relação aos grandes movimentos de massificação e de poder. Para a sociedade em geral, a família constitui o garante duma essencial diversidade estética e cultural: possuidora cada uma do seu legado de informação transgeracional, a família alargada é um insubstituível microcosmos, qual espelho e plataforma de mediação dos seus elementos com a comunidade e com o Mundo. Este factor é extremamente útil para um privilegiado desenvolvimento das crianças: as estruturas familiares mais sólidas potenciam uma resistência inteligente à massificação e à  submissão dos indivíduos aos grandes poderes como as avassaladoras modas impostas pelo Mercado e... pelos Estados demasiado intrusivos.

É fácil entender porque é que as mais cruéis ditaduras do século XX sempre combateram os modelos tradicionais de família, que de facto tendem a funcionar como autênticas bolhas de oxigénio numa sociedade sufocada pela pressão do controlo.

Finalmente considero uma causa algo obscura o extremo individualismo promovido pelas correntes liberais de costumes, hoje em dia patrocinadas pela generalidade dos poderes políticos. Sem consistentes referências sociológicas e culturais, as pessoas tornam-se vulneráveis, qual papel em branco fácil de ser preenchido e doutrinado por qualquer sinistro poder. Que até pode ser o Estado. 

 

Este texto, entre outras coisas estava em dívida para com a Jonasnuts 


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