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Parabéns à prima

por João Távora, em 10.11.20

Para lá das subtis ressonâncias de disputas internas que este artigo releva de dentro da selecta bolha liberal-conservadora que conheço bem (alguns dos subescritores são meus amigos), o que sobra deste "manifesto" é o palco que dá ao Chega (não se fala de outra coisa) e o serviço que prestam à oligarquia socialista que começa a acreditar que poderá perpetuar-se no poder. Mesmo a tão virtuosos democratas ficava-lhes bem um bocadinho de humildade.

Adenda: 

A este propósito, transcrevo a opinião cristalina do João Gonçalves publicada no Facebook:

É preciso situar graficamente este texto no jornal. Está imediatamente ao lado de uma página cujo título é “acordo com o Chega é para toda a legislatura”, uma referência aos Açores. Depois, convém situá-lo politicamente. Eu saúdo-o. Porque vem simplificar o seguinte. Há no corpo político, orgânico e inorgânico, da Direita, ou seja, do que começa no PSD para lá, duas “doutrinas” como se diz no Direito. A primeira, representada, entre outros, pelos plumitivos desta prosa, “pensa” como o dr. Costa. Há “linhas”, “cercas”, “pilaretes” etc. que a Direita “mainstream” deve colocar entre ela a outras Direitas, uma amálgama que vai desde os “populistas” aos “iliberais” e aos ominosos “trumpistas”, por exemplo, para impedir que a Direita “virtuosa” seja contaminada pelas outras. São os herdeiros espirituais dos que, no PPD de 1979, não queriam a AD por temerem ser muito “reaccionária”. No entender desta Direita, pode conviver-se com as Esquerdas porque, apesar de Esquerdas, são “nossas”. E as Esquerdas, em geral, retribuem-lhe com idêntico carinho: “são direitolas fixes, dos nossos, que podemos tratar por tu, nas tvs, nos jornais, nos cafés, nos nossos escritórios colectivos”. A segunda Direita, por enquanto “de segunda”, não “chique a valer” como a primeira, valoriza o voto popular de outra maneira. Se o voto determinou a eleição de representantes de outras Direitas, então a Direita tem o dever politico e moral de pelo menos falar toda entre si antes de alguma dela se ir aninhar num edredão já cheio de outra gente, a saber, “deles”. É que para esta Direita - na qual me situo- há um “eles” e um “nossos” que não se confundem. O que aconteceu nos Açores é tão legítimo e, em certo sentido, lógico que até o dr. Costa anuiu, dizendo, e bem, que com ele não. Pois claro que não. Ele tem noção que os “dele” não são os “nossos”, coisa que nos “nossos” não é tão fácil de entender. A respeitabilidade democrática vem do voto popular, não vem de sermos muito amiguinhos uns dos outros e de partilharmos os mesmos gostos, gracinhas e fofuras. A política separa para unir mais à frente quem deve unir nas respectivas diferenças. O que se passou nos Açores foi um lance de inteligência política da Direita toda, e nada muda nos diversos “campos” dela. Sem uma autoridade política indisputável como em 2011-2015, a Direita ou é toda ou não é nada. O resto são conversas de chacha para “eles” aplaudirem. 

Diz-me com quem andas...

por João Távora, em 15.12.09

O meu pai, um inveterado tradicionalista e conservador, não dispensava rasgados elogios a Vasco da Gama Fernandes com quem trabalhou no final dos anos setenta na Assembleia da República. Por este histórico socialista, ele nutria profundo respeito e acabou até travando uma boa amizade. Para que tal acontecesse, o interesse pela História serviu como pólo de contacto, e a boa educação encarregou-se do resto. Não podia haver duas pessoas politica e culturalmente mais antagónicas. 

Ao contrário do que parece é mais aquilo que pode unir os indivíduos do que os vernizes que as separam: os Princípios duma qualquer Pessoa de Bem são inequivocamente Universais. 

Isto serve para dizer que sempre existiu uma esquerda educada e culta com quem tive a sorte de me cruzar e o privilégio de conviver. Para quem as  ideias servem para fundamentar Ideais sempre muito maiores que os interesses e protagonismos individuais. Mais depressa me repelem uns certos liberais, uma pesudo-direita “porreiro pá” que faz caminho pelos partidos do arco do poder. E como é curioso verificar como eles se dão tão bem, tão modernos e tal, convencidos que o Mundo começa e acaba no seu ávido umbigo.

A direita que merecemos

por João Távora, em 25.08.09

Com a incomparável clarividência de Jaime Nogueira Pinto, em poucas linhas está aqui tudo  o que eu venho defendendo sobre a direita em Portugal.

 

 


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