Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]



«A única alternativa a Cavaco Silva é Cavaco Silva» *

por Pedro Quartin Graça, em 29.05.10

Nada como estarmos em democracia para ouvirmos este tipo de declarações que poderiam ter sido ditas, sem qualquer diferença, no "tempo da outra senhora"...

Eu que ingenuamente pensava que a democracia se caracterizava precisamente pela permanente existência de alternativas, nem que seja a de dizer "não"...

Afinal não é assim. Estamos sempre a aprender. Os Portugueses ficaram mais tranquilos.

 

* Declarações do "histórico" do PSD, Miguel Veiga

O Tribunal Criminal de Bangkok procedeu à emissão de um mandato de detenção do ex-primeiro ministro Thaksin Shinawatra, na sequência da audição do chefe da DSI Tharit Pengdit e de outras personsalidades que apresentaram ao Tribunal documentação relacionada com o envolvimento de Thaksin na tentativa de golpe de Estado, tentando-se agora proceder à sua extradição já que o mesmo tem sido visto em vários países como o Montenegro, a França, países árabes, entre outros. As acusações são agora mais graves já que Thaksin enfrenta a acusação de terrorismo, facto este que torna agora mais fácil a sua detenção fora do país. Iguais acusações recaem sobre o líder da UDD, Jatuporn Prompan e mais 6 outros dirigentes "vermelhos".

"A oportunidade foi explorada pelo líder do partido Força Budista, o general Chamlong Srimuang, hoje líder do PAD, que apelou a todos os democratas para que saíssem à rua e impedissem a consumação do "golpe dentro do golpe" militar. Centenas de milhares de manifestantes tomaram conta do centro de Banguecoque e em 17 de Maio de 1992, impotente para negociar uma solução política, o ditador Suchinda mandou abrir fogo indiscriminado sobre a massa em protesto. Morreram centenas de pessoas, a lei marcial foi imposta, mas os manifestantes não arredaram pé. Nesses dias arderam dezenas de edifícios públicos e o país esteve na iminência de uma guerra civil. Por fim, o Rei chamou o ditador e deu-lhe ordem de demissão em frente das câmaras da tv. O grande artífice da restauração democrática, Chamlong, fora governador da capital no início dos anos 80. No desempenho do cargo, fez frente aos grandes interesses imobiliários, protegeu os vendedores de rua, lançou sucessivas campanhas anti-corrupção, fez os primeiros bairros sociais de Banguecoque, bem como as primeiras e bem sucedidas campanhas de sensibilização ambiental. Ficou, deste então, na mira dos plutocratas." Os pais da democracia tailandesa são pois os "amarelos". É neles que o Povo se reconhece. Leia mais aqui.

 

Tailândia - A democracia venceu

por Pedro Quartin Graça, em 04.05.10

Na Tailândia o movimento "vermelho" perdeu em toda a linha. Perdeu Thaksin, perderam os comunistas. Venceu a Monarquia, o Rei, o Primeiro - Ministro Abhisit e o Povo.

Lá por fora perdeu a imprensa internacional pela miserável e tendenciosa cobertura que fez da crise. Por cá perdeu a imprensa portuguesa com a habitual cobertura sem chama e sem qualquer esforço de investigação. Muito bem estiveram os blogs Combustões e Estado-Sentido, sempre em cima do acontecimento. Nós demos um pequeníssimo contributo. A democracia e a monarquia continuam na Tailândia.

A teoria económica da democracia (Downs, 1957) pressupõe que existem custos relacionados com a aquisição e análise de informação política, medidos em tempo, energia e oportunidade e que os eleitores (votantes) racionais pagarão tais custos apenas na medida em que tal informação implique um retorno. Acontece que, em sociedades grandes, o voto de uma pessoa perde-se num mar de votos e, por isso, os benefícios instrumentais de um voto esclarecido são ínfimos.

 

Duas razões essenciais, diria, concorrem para que as escolhas eleitorais 100% racionais devam ser perto do zero: uma primeira porque é física e materialmente impossível (em sociedades grandes) adquirir e analisar a totalidade da informação política produzida em determinada campanha eleitoral e votar apenas de acordo com essa informação (para não falar no número imensamente reduzido de indivíduos capazes de compreender o pleno das propostas constantes dos programas eleitorais, crescentemente complexos e em áreas tão díspares – da Bioética ao Nuclear, passando pelo Urbanismo, Ensino, Obras Públicas, Habitação, Ambiente, Finanças, Política Externa, etc…).

 

Em segundo lugar porque essa informação não se fica pelos programas eleitorais, intervenções partidárias, debates, artigos de opinião e discursos integrais dos candidatos e dos seus porta-vozes (mesmo admitindo a muito remota possibilidade de que um individuo isolado tenha a capacidade de adquirir essa informação). Essa informação é mediada pelos media, intermediada pelos órgãos de comunicação social, seleccionada, editada, comprimida e relatada pelos editores dos diversos órgãos de comunicação social e jornalistas, e analisada e desconstruída com maior ou menor seriedade, isenção e idoneidade pela bateria de analistas, comentadores e outros que se dedicam ao exercício da opinião no espaço público.

 

Esta mediação é tão ou mais relevante quanto a informação a que o público em geral tem acesso é aquela que, justamente, lhe é feita chegar pelos meios de comunicação social de massas: na difusão e selecção de notícias, os editores, os redactores e os difusores (de forma destacada a televisão) desempenham um papel importante na moldagem da realidade política. Os leitores, espectadores e ouvintes tomam conhecimento não apenas sobre determinado assunto, mas também que importância lhe atribuir devido à quantidade de informação numa reportagem e a sua posição. Ao transmitirem aquilo que os candidatos dizem no decorrer de uma campanha, os meios de comunicação social de massas podem muito bem determinar a importância dos assuntos – isto é, os media podem estabelecer a agenda da campanha (McCombs e Shaw, 1972).

 

O desafio que cabe aos políticos, sobretudo em campanha, é vencer estas duas resistências complicadas: em primeiro lugar, reduzir os custos individuais inerentes à recolha e pesquisa de informação: em segundo lugar, fazê-lo da forma mais directa, no sentido de que a “definição da agenda” possa, o mais possível, ser feita pelos próprios e não pela comunicação social.

 

Por cá, também já perceberam que as televisões são instrumentais.

 

As televisões andam, por estes dias, “atrapalhadas”, porque dois partidos não dão resposta aos convites endereçados para os debates e frente-a-frente.

 

A lógica das televisões, com a dupla dimensão editorial e comercial, é diversa da dos partidos; os tempos mediático e político são diferentes e, até, concorrenciais. Muitos autores (norte-americanos, sobretudo, mas também alguns europeus – portugueses poucos – e brasileiros) têm dedicado bastante atenção à influência que a televisão tem na mobilização política do eleitorado e na determinação do voto.

 

PS e PSD são quem mais tem a perder com debates e frente-a-frente. Sócrates e Ferreira Leite não têm medo de debater e se calhar vontade não lhes falta. Mas como poupar custos de informação ao eleitor já não está no ADN dos partidos de hoje, sobra a utilização instrumental das televisões enquanto estratégia eleitoral.

 

 

E se o balancete e a contabilidade não estiverem ainda feitos do lado do PS e do PSD, bem podem as televisões ir esperando.

Inacreditável

por Tiago Moreira Ramalho, em 27.06.09

 

É inacreditável como é que em Portugal um Ministro faz isto. Esquerda democrática, não é?

 

Via Blasfémias

Ensaio sobre a Lucidez

por Tiago Moreira Ramalho, em 13.04.09

Oiço na rádio que apenas um quarto dos portugueses pretende votar nas Europeias que se avizinham. De igual modo se comportam os restantes europeus, sendo que apenas um terço dos eleitores do Velho Continente o pretende ser realmente.

Deparado com esta informação, que de notícia tem pouco, dou por mim a pensar, mas a sério, sobre que tipo de regime democrático é este que os europeus querem, ou pensam querer, viver. Uma Europa que no século passado foi devastada, de lés a lés, por regimes totalitários fascistas, nacional-socialistas e comunistas, que se viu envolvida nos dois conflitos bélicos mais desastrosos da História da humanidade, que se reagrupou, unida, por um ideal de paz e de desenvolvimento; vê-se agora com centenas de milhão de pessoas de braços caídos, sem qualquer interesse na construção do futuro e sem qualquer interesse em escolher quem decidirá por si.
Numa democracia, votar, mais que um direito, é uma obrigação. Porque se o povo chama a si o poder, não pode de seguida desprezá-lo, negligenciá-lo e deixá-lo a cargo de outros, sabe-se lá quem.
Deram muito maus resultados episódios nos quais o povo não via em si próprio um líder capacitado para tal e deixou que outros tratassem de tudo. Salvadores de Pátrias acabarão por surgir, cheios de determinação e coragem, cheios de capacidade de mobilização, cheios de sede de poder e cheios de poder para o mal. Continua Europa, continua Portugal. Parecem ambos esquecidos. Esperemos que ninguém por aí apareça para nos reavivar a memória da pior maneira.


Corta-fitas

Inaugurações, implosões, panegíricos e vitupérios.

Contacte-nos: bloguecortafitas(arroba)gmail.com



Notícias

A Batalha
D. Notícias
D. Económico
Expresso
iOnline
J. Negócios
TVI24
JornalEconómico
Global
Público
SIC-Notícias
TSF
Observador

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

Comentários recentes

  • balio

    Israel é, por si só, um espinho incomodo nas aspir...

  • balio

    os terroristas palestinos [...] que dominam o Líba...

  • cela.e.sela

    « a culpada foi a cobra ...

  • balio

    Olhemos para o dinheiro. Se os grupos terroristas ...

  • balio

    Aviso, desde já, que não contem comigo para tomar ...


Links

Muito nossos

  •  
  • Outros blogs

  •  
  •  
  • Links úteis


    Arquivo

    1. 2024
    2. J
    3. F
    4. M
    5. A
    6. M
    7. J
    8. J
    9. A
    10. S
    11. O
    12. N
    13. D
    14. 2023
    15. J
    16. F
    17. M
    18. A
    19. M
    20. J
    21. J
    22. A
    23. S
    24. O
    25. N
    26. D
    27. 2022
    28. J
    29. F
    30. M
    31. A
    32. M
    33. J
    34. J
    35. A
    36. S
    37. O
    38. N
    39. D
    40. 2021
    41. J
    42. F
    43. M
    44. A
    45. M
    46. J
    47. J
    48. A
    49. S
    50. O
    51. N
    52. D
    53. 2020
    54. J
    55. F
    56. M
    57. A
    58. M
    59. J
    60. J
    61. A
    62. S
    63. O
    64. N
    65. D
    66. 2019
    67. J
    68. F
    69. M
    70. A
    71. M
    72. J
    73. J
    74. A
    75. S
    76. O
    77. N
    78. D
    79. 2018
    80. J
    81. F
    82. M
    83. A
    84. M
    85. J
    86. J
    87. A
    88. S
    89. O
    90. N
    91. D
    92. 2017
    93. J
    94. F
    95. M
    96. A
    97. M
    98. J
    99. J
    100. A
    101. S
    102. O
    103. N
    104. D
    105. 2016
    106. J
    107. F
    108. M
    109. A
    110. M
    111. J
    112. J
    113. A
    114. S
    115. O
    116. N
    117. D
    118. 2015
    119. J
    120. F
    121. M
    122. A
    123. M
    124. J
    125. J
    126. A
    127. S
    128. O
    129. N
    130. D
    131. 2014
    132. J
    133. F
    134. M
    135. A
    136. M
    137. J
    138. J
    139. A
    140. S
    141. O
    142. N
    143. D
    144. 2013
    145. J
    146. F
    147. M
    148. A
    149. M
    150. J
    151. J
    152. A
    153. S
    154. O
    155. N
    156. D
    157. 2012
    158. J
    159. F
    160. M
    161. A
    162. M
    163. J
    164. J
    165. A
    166. S
    167. O
    168. N
    169. D
    170. 2011
    171. J
    172. F
    173. M
    174. A
    175. M
    176. J
    177. J
    178. A
    179. S
    180. O
    181. N
    182. D
    183. 2010
    184. J
    185. F
    186. M
    187. A
    188. M
    189. J
    190. J
    191. A
    192. S
    193. O
    194. N
    195. D
    196. 2009
    197. J
    198. F
    199. M
    200. A
    201. M
    202. J
    203. J
    204. A
    205. S
    206. O
    207. N
    208. D
    209. 2008
    210. J
    211. F
    212. M
    213. A
    214. M
    215. J
    216. J
    217. A
    218. S
    219. O
    220. N
    221. D
    222. 2007
    223. J
    224. F
    225. M
    226. A
    227. M
    228. J
    229. J
    230. A
    231. S
    232. O
    233. N
    234. D
    235. 2006
    236. J
    237. F
    238. M
    239. A
    240. M
    241. J
    242. J
    243. A
    244. S
    245. O
    246. N
    247. D