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Nestes momentos de incerteza e apreensão, na perspectiva dumas eleições antecipadas caídas do céu poderem constituir o resgate do país ou o seu afundamento numa crise de ingovernabilidade, seria da maior conveniência que os actores se comportassem com a serenidade e inteligência que a situação delicada exige. Não digo isto só a propósito da desgarrada verborreia e hiperactividade de Marcelo Rebelo de Sousa quando precisávamos de um Chefe de Estado com os mínimos institucionais (o mal que nos faz a república), mas também a propósito da prestação expectável por parte protagonistas que disputam as lideranças dos dois (ainda) principais partidos da direita portuguesa. Não se esqueçam eles, que dada a insólita coincidência das suas disputas internas com um calendário eleitoral, estarão o tempo todo sob as luzes da ribalta e sob o julgamento dos eleitores, que na maioria não é sectário e não vislumbra grande virtuosismo nas lutas internas, antes pelo contrário. Se se confirmar a dissolução do parlamento e o fim da fraude da geringonça, o caminho da direita para o poder será estreito e sob gelo fino. Uma alternativa ao socialismo só sairá vitoriosa se as suas lideranças souberem transmitir para o povo muito sentido de responsabilidade e serviço que verdadeiramente contraste com a actual situação - foram esses os melhores argumentos para a vitória de Carlos Moedas num território hostil à direita como o de Lisboa. De que valerá a Rio, Rangel, Chicão ou Melo ganharem os partidos e perderem a oportunidade de resgatarmos o país?
Desde a morte de Sá Carneiro que se provou e tornou a provar que um primeiro-ministro que não aparecesse ao público como o inequívoco responsável pela vitória da maioria não conseguia, por mais que se esforçasse, adquirir a autoridade para governar o seu partido, o Estado e o país. A fraqueza original de Balsemão e Santana Lopes veio daí. Mas ninguém se lembra. E não se lembrará até ao dia em que o cidadão anónimo fizer ao "salvador" que se prepara esta pergunta simples: "Quem é que o elegeu?" Perante o espectáculo vergonhoso do nosso melancólico mandarinato, resta uma única conclusão: a crise chegou à República.
Vasco Pulido Valente hoje no Público
Independentemente do crédito que me mereçam as críticas generalizadas ao modelo de avaliação dos professores, tomei como boa a notícia de ontem do chumbo do Tribunal Constitucional da sua revogação proposta por uma duvidosa coligação parlamentar, uma atitude que denuncia a ingovernabilidade deste País de lobbies, clientelas e corporações.
Tomando como factual a necessidade de implementar sistemas de avaliação de mérito também nos mais poderosos sectores do Estado, os partidos do arco da governação deveriam agradecer esta piedosa decisão do Tribunal Constitucional. A revogação da revogação irá poupar-lhes a desventura de iniciarem do zero as fatais negociações dum qualquer novo sistema de avaliação, que, se for eficaz e consequente estará condenado ao protesto pela classe que é poderosa e almeja por “viver habitualmente”, que é o supra-sumo da ambição indígena.
Sei bem como um sistema político avassalado à propaganda e à satisfação a curto prazo das diversas clientelas convida os partidos à deriva populista. Mas tendo em conta o destino de falência a que esse modelo nos trouxe, desconfio que por estes a sobriedade também colhe alguma coisa. Decididamente é com muita dificuldade que um eleitor informado e com consciência cívica fecha os olhos a estes dislates da mais descarada demagogia.
Daniel Bessa diz que foi Teixeira dos Santos que forçou o pedido de ajuda externa e que a decisão devia ter sido tomada muito antes. Ler mais »»»
Não era preciso ajuda externa, mas de facto tínhamos uma dívida atrasada para pagar e o PEC IV resolvia tudo mas afinal não, porque a ajuda externa devia ser pedida por um governo em plenas funções.
... não é a aldrabice dos gregos nem a ganância dos bancos da Irlanda. Portugal está a ser castigado por razões honestas: por ter gastado mais do que ganhou e ter achado que talvez se pudesse safar.
Miguel Esteves Cardoso - Público
Estranham-se as virgens ofendidas que vêm a terreiro esconjurar a inconfidência de Bagão Félix ao contrariar uma declaração de José Sócrates na televisão. Aqui chegados quem é que ainda duvida sobre quem fala com independência e verdade? Que valor é dado por estes dias à Palavra dada?
Também me custa entender a súbita sacralidade pretendida por algumas tias viúvas do regime para o Conselho de Estado, órgão e consultivo e de nomeação de um Chefe de Estado com poderes pouco mais do que simbólicos.
Se o País e a credibilidade das suas instituições chegou ao que chegou, certamente não foi devido a algum excesso de zelo dos poderes e seus agentes com o altruísmo e com a Verdade. O desastre resulta do crescente triunfo da Imagem em detrimento da substância, numa cultura do relativismo moral, fenómeno que indubitavelmente se difundiu de cima para baixo. Um modelo de sociedade estéril e de economia inviável. Portugal não está só falido nas finanças, está falido nos valores.
(...) Não pedimos, nem queremos, nem acreditamos, em messias ou anjos. Apresentem-se eles em ascensão ou em queda. Mas todos precisamos de alguém que nos faça elevar-nos em frente (sim, é mesmo isto que quero dizer), desbravando se preciso for à catanada esta selva para a qual fomos conduzidos, em busca do Eldorado inexistente, desperdiçando as especiarias ou o ouro que existiram pelo caminho. (...)
Um inteligente prognóstico (reservado) à campanha eleitoral a que se avizinha pelo João Villalobos a ler na integra aqui.
As medidas foram anunciadas hoje e penalizam, uma vez mais, e de forma drástica milhões de portugueses. Os responsáveis têm um nome: O PS e em especial o Primeiro - Ministro José Sócrates. Mas as responsabilidades pela actual situação também devem ser atribuídas àquele que hoje aparece como promotor e incentivador da paz podre em que Portugal se tem visto enredado nos últimos anos e, agora de novo, como mentor da aprovação de um orçamento que revela a total incompetência do poder socialista que tem "governado" Portugal. Quiçá mesmo pelo pesado peso que tem na consciência, fruto da total incapacidade política que tem revelado como Presidente da República. Falo evidentemente de Cavaco Silva.
Sócrates e Cavaco são, aliás, as duas faces da mesma moeda. Má moeda por sinal. Ambos merecem o mesmo destino: a despedida. Quanto mais depressa saírem, mais rapidamente Portugal sairá também do pântano em que se encontra imerso. É uma questão de higiene mental. Agora cabe aos Portugueses decidir.
(...) O Presidente (Cavaco) voltou à cena com o programa delirante, embora usado, de nunca se "resignar" à manifesta decadência de Portugal.Não lhe entrou na cabeça que o seu cargo era na essência decorativo e que, em certas circunstâncias, como agora, se arriscava a ficar inteiramente inerme perante o oportunismo e a má-fé dos chefes das facções. (...)
Vasco Pulido Valente - Público 16 Set. 2010
Os indícios acumulam-se. Mesmo contra o desejo de estabilidade governativa sempre evidenciado por Cavaco Silva, a verdade é que o Governo socialista tem dado mostras de que não abdica das principais causas do agravamento das já de si desastrosas contas públicas: as grandes obras, com o lunático projecto de construção, a curto prazo, do novo aeroporto, à cabeça destas. E se é verdade que o TGV com ligação a Espanha trará benefícios comerciais a médio prazo para o país, já a casmurrice evidenciada na construção do novo aeroporto e da 3ª travessia do Tejo - aqui de braço dado com o edil de Lisboa António Costa - são verdadeiramente incompreensíveis de um ponto de vista técnico face à diminuição do tráfego aéreo e ao excesso de janelas horárias disponíveis na Portela; quanto à nova ponte, esta esbarra com os problemas que o aumento do número de carros trará a Lisboa, o seu próprio projecto de construção e o facto, incompreensível também, de, a ser construída, não ser apenas ferroviária. Ao ter esta atitude, o governo do PS desafia directamente o Presidente da República e dispõe-se a ir a jogo novamente em eleições antecipadas. Cavaco, por sua vez, dá sinais equívocos quanto ao que fará no que à Presidência da República diz respeito, mas sabe-se que a recandidatura não é, afinal, um dado totalmente adquirido neste momento. Entretanto, recebeu os nove ex-ministros das Finanças, uma grande parte deles com a sua quota-parte de responsabilidade no que à actual situação do país diz respeito. Por isso a conclusão da autoria de Vítor Fonseca e que pode ser lida aqui não me surpreenderia: "a audição concedida aos ex-ministros, seguida, possivelmente da consulta aos partidos, consulta das instâncias europeias e acalmia dos mercados financeiros, confluirá na marcação de numa reunião do Conselho de Estado e na dissolução da Assembleia da República. O Verão pode ser trazer novidades e um novo governo para Portugal."
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Os guardas não podem ser, na minha modesta opinião...
Não, não é verdade
Um dos evadidos é algarvio (segundo consta) https:...
A Associação Sindical de Chefias do Corpo da Guard...
E vão seis, à meia dúzia é mais barato.Se calhar a...