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Não só a recente epidemia de medo explica o fascínio (a saudade?) exercido pela Covid19 em tanta gente, mas o facto do assunto ter monopolizado as suas preocupações durante quase dois anos em que a vida aparentava ser confortavelmente simples: um assunto arrebatador que nos distraía das muitas pequenas e grandes misérias que afligem a vida de toda a gente, normalmente chama-se alienação. Agora que com o frio chegam as doenças respiratórias, há muitos especialistas à espreita de recuperar os seus lugares nos noticiários a espalhar o medo nos espectadores incautos ou com dificuldades de adaptação à "normalidade" da vida. Uma experiência sempre desafiante, sem dúvida.
Imagem: fotografia da secção de brinquedos dum qualquer supermercado ao pé de si
(...) A verdade é que não foi necessário muito tempo para que aquelas desconfianças se mostrassem justificadas: de facto, os últimos meses de 2021 revelaram que a vacina não impede o contágio, limitando os seus efeitos reais à proteção da pessoa vacinada (esta última parte ainda não foi posta em causa). E com isto, toda a campanha do governo português, que ergueu orgulhosamente a bandeira do país com a percentagem mais elevada de população vacinada do mundo, esboroou-se. Ao contrário do que foi assegurado, uma taxa de vacinação que deveria ser mais do que suficiente para assegurar a imunidade de grupo revelou-se uma farsa, e a vacina que se limita a garantir uma proteção individual tem de ser reforçada a cada 6 meses. Vencer o quê? Salvar como? Libertar quem?
Afinal, o que correu mal?
Se os efeitos da vacina foram mal avaliados cientificamente, a reflexão terá de ser levada a cabo por parte dos cientistas, que devem assumir os seus erros. Se as autoridades políticas tinham conhecimento de que os efeitos não eram os divulgados e enganaram propositadamente as suas populações, terão de responder politicamente. Certo é que a tão defendida vacinação foi incapaz de produzir os efeitos desejados de eliminação do vírus, mesmo nos países em que praticamente toda a população elegível se encontra vacinada, como é o caso do nosso.
Mas as reações não têm sido no sentido de um processo de autorreflexão sobre o que correu mal e como proceder com esta nova informação. Pelo contrário, muitos governos parecem simplesmente ter decidido abandonar os valores do respeito pela autonomia individual, teimando numa lógica de controlo sanitário autoritário. (...)
A ler na integra Patrícia Fernandes no artigo "A nostalgia das sociedades fechadas"
Nunca mais saímos disto à conta da paranóia colectiva que dominou os europeus que votam e que mandam. O medo e o distanciamento social (segregação) são a coisa mais contrária ao cristianismo.
E para lá das inúmeras directivas estapafúrdias que a DGS nos impinge como salvação, como se todos fossemos parvos, alguém me sabe explicar a vantagem dessa ideia peregrina de vacinar as crianças pequenas se elas nunca sofrem de sintomas graves? É que os "especialistas" todos os dias justificam-se que as vacinas não impedem o contágio, apenas a doença grave, fenómeno que não acontece com as crianças. Portanto as crianças apesar de vacinadas continuarão a ser transmissoras do vírus. Um capricho inútil dos hipocondríacos de que estamos reféns.
Amestrados, nem damos conta que a cada dia neste delírio adia-se a urgente retoma económica, a batalha da produtividade, para mais num país tão dependente dos negócios do turismo, com a TAP ligada à máquina dos nossos impostos a cancelar viagens e voos. Enquanto a metade do País (e da Europa em geral) vive bem com o teletrabalho e com rendimentos garantidos à noite no sofá se entretém com o jogo do número de infecções e com o alarme dos "especialistas". O medo é um vício caro, mas pode ser excitante.
Ninguém se revolta ou vamos ter de esperar pela austeridade?
Estava há bocado a ouvir o Rui Ramos no programa “E o resto é história” a desmontar falácia por falácia o celebre ensaio “A Causa da Decadência dos Povos Peninsulares” (deu-me tanto gozo, meu Deus!), tão bem escrito pelo mestre da prosa que foi Antero de Quental, suportado nos mais cientificos e estruturados preconceitos republicanos da época, terminando o historiador por asseverar que a historiografia actual reconhece que em termos relativos Portugal foi muito mais avançado nos séculos XVII e XVIII. Foi quando me apercebi da inquietação em que ficou o João Miguel Tavares e fiquei a pensar como estamos sempre a cair na mesma esparrela da arrogância de querer encaixar a realidade complexa em explicações simples e convenientes que tranquilizem e caibam na nossa cabeça quadradinha.
Já cá mora a primeira dose da vacina. Uma máquina de vacinar está montada aqui no pavilhão de S. Domingos de Rana - antes assim. Éramos centenas avançando disciplinadamente em várias filas, da mesma faixa etária, com paragens em diferentes salas, sempre com publicidade estática de grandes dimensões à Câmara Municipal de Cascais, até acabar na sala de recobro com 100 cadeiras viradas para um ecrã onde o Carlos Carreiras paternal nos discursa coisas ininteligíveis intercalado com imagens de acções camarárias contra a pandemia, como a "fumigação" de passeios públicos - que como se sabe é o maior dos embustes no dito "combate" mas resulta em imagens sensacionais. Dou isso de barato, eu quero é que se vire esta página e que me deixem viver a minha vida em paz.
Manuel Carmo Gomes volta à carga hoje.
Um artigo de que é co-autor, já com mais de um mês e ainda em revisão na Nature, largamente noticiado por volta de 4 e 5 de Março, faz a manchete do Público de hoje "Com ritmo de vacinação ainda lento, reabertura total das escolas pode levar a quarta vaga de covid-19".
Note-se que o próprio Público (com base na Lusa) já tinha dado a mesma notícia no dia 4 de Março, com a pequena diferença de Manuel Carmo Gomes fazer, há um mês, a mesma previsão, não especificamente com as escolas mas com o desconfinamento.
De resto, Manuel Carmo Gomes tem uma fixação no ensino presencial há muito tempo, sem qualquer base factual.
Nunca responde às perguntas, não dos jornalistas, que nunca as fazem, mas de muitas outras pessoas que no espaço público alertam para os problemas de ter as escolas fechadas, perguntando onde está o efeito do fecho das escolas para férias de Natal nos dados, e como se explica que a súbita subida de contágios e do Rt com que se inicia o surto de Janeiro tenha ocorrido ainda com as escolas fechadas, nas férias de Natal.
Manuel Carmo Gomes justifica-se com raciocínios crípticos como este: [as dificuldades de Janeiro] "Teriam sido evitadas se tivéssemos tomado medidas em Novembro que evitassem termos chegado ao Natal ainda na zona dos 3500 casos por dia. Era desejável que estivéssemos em menos de 2000 casos/dia no Natal. Tenho muitas dúvidas acerca da eficácia de um Natal «proibido» em Portugal, por isso prefiro colocar as coisas desta forma. Teríamos também amenizado a situação se, logo a partir de dia 5 ou 6 de Janeiro, quando nos apercebemos da situação em que estávamos, tivéssemos tomado logo as medidas que só vieram a ser tomadas após o Conselho de Ministros do dia 21 de Janeiro". Note-se que esta pequena entrevista no blog da Fundação Francisco Manuel dos Santos é de 15 de Fevereiro, ou seja, a ideia do fecho das escolas está sempre implícita, quaisquer que sejam as circunstâncias.
Por que razão Manuel Carmo Gomes (e a sua criação mediática, Carlos Antunes) é ouvido tão frequentemente, sem nunca haver qualquer contraditório, nos jornais?
Penso que a minha experiência com os fogos e a imprensa me ajuda a compreender.
Não sou, nunca fui, especialista de fogos, faço questão de o dizer frequentemente (aliás, quando a mesma Fundação Francisco Manuel dos Santos me pediu um artigo sobre fogos, indiquei dois ou três nomes alternativos que sabiam muito mais do assunto que eu e, mantendo a Fundação a sua opção de querer um artigo meu, fiz questão de deixar bem claro que não era especialista no assunto), mas frequentemente pedem-me opiniões sobre fogos.
É certo que já antes escrevia sobre a relação entre a paisagem e o fogo - a primeira vez que me convidaram para falar numa iniciativa académica cheia de especialistas no assunto, perguntei pela razão de me convidarem, não sendo eu um académico nem tendo trabalho de investigação sobre fogos e explicaram-me que (na altura, hoje não é bem assim) eram raras as pessoas que falavam de fogos à escala da paisagem - mas foi imediatamente depois do fogo de Pedrogão que passei ao estatuto mediático de especialista no assunto.
Na altura, escrevi rapidamente um artigo que Ana Fernandes me pediu (apesar de ter sido feito a correr, até saíu bem) porque fiz uma opção ética diferente da maioria dos especialistas no assunto que se recusaram a falar a quente, em cima da morte de dezenas de pessoas: eu recusei-me a deixar o espaço mediático livre para os Jaime Marta Soares desta vida.
Lembro-me bem de um dia ter convencido uma excelente jornalista de televisão a ir ouvir Paulo Fernandes sobre o assunto, a Vila Real. Quando lhe perguntei que tal tinha corrido, respondeu-me que tinha aprendido imenso, que a visita de campo tinha sido fantástica, mas não conseguia aproveitar nada da entrevista com o Paulo porque a completa negação comunicacional do Paulo a impedia de passar o resultado numa televisão.
Felizmente o Paulo melhorou muito nesse aspecto - era mesmo muito mau a comunicar, o que hoje está longe de ser verdade. Mas enquanto ia melhorando nesse aspecto, era muito mais fácil para qualquer jornalista falar comigo, que tenho uma capacidade de comunicação maior (provavelmente para o que contribui o facto de saber menos e ter menos hesitações, menos dúvidas e não ter uma reputação académica a defender, o que me faz ser mais indiferente ao facto de às vezes dizer asneiras de palmatória).
Infelizmente para todos nós, parte do interesse da imprensa em Manuel Carmo Gomes tem esta origem: fala sempre muito bem, de forma muito estruturada e é sempre agradável ouvi-lo, independentemente de dizer coisas certas ou erradas.
Basta ouvir Henrique Barros, com um discurso bem mais confuso, uma dicção bem menos escorreita, com hesitações, para perceber como é atractivo, para um jornalista, ouvir antes Manuel Carmo Gomes ou Filipe Froes, pessoas que dão sempre a impressão de nunca terem dúvidas e raramente se enganarem, ao contrário de Henrique Barros, que sabe muito mais e tem muito mais experiência que os outros dois em matéria de epidemias.
Parte não é isto, parte é mesmo ostracização, o que é mais bem ilustrado com Jorge Torgal, que até comunica bem, mas diz coisas menos dramáticas e isso é evidentemente menos interessante para uma imprensa focada na alimentação incessante do drama, do horror que nos espera amanhã, se não nos portarmos convenientemente.
Por tudo isto, Manuel Carmo Gomes continuará, sem contraditório, a sua campanha permanente contra a abertura de escolas, como qualquer fanático para quem o mundo tem apenas uma dimensão: no seu caso, a urgência em diminuir contactos que, erradamente, Manuel Carmo Gomes confunde com contágios.
E nem o facto das previsões que Manuel Carmo Gomes fez no princípio do Março, sobre os efeitos do desconfinamento (é bom lembrar, já vamos com três semanas de aligeiramente das medidas, mas vamos com quase mês e meio desde que foi toda a gente para a rua no fim de semana de 27 e 28 de Fevereiro), estarem longe de confirmar o seu ponto de vista o vai fazer mudar de ideias: quando os casos subirem qualquer coisa, como é fatal que subam, lá aparecerá a dizer, mais de um mês depois, que resultou da abertura das escolas apesar de, na sua opinião, ter sido apenas preciso uma semana para o fecho escolas impactar a descida de casos.
E quando em Maio voltarmos à linha base do Verão, com números baixos de casos, folga nos serviços de saúde e um ou outro pico local, o discurso vai ser o de que é preciso aproveitar essas condições para esmagar o vírus e, por isso, é preciso apertar mais as regras, aumentar a testagem e quebrar as cadeias de contágio.
Não há discussão racional possível com base em abstrações.
Sem a realidade concreta do mundo real, tudo, e o seu contrário, é possível de ser explicado logicamente.
E, no mundo real, ter escolas fechadas é a demonstração da nossa incapacidade enquanto sociedade.
Mesmo em frente à minha casa há um amplo parque com espaço de baloiços para as crianças (pormenor na fotografia). Nas últimas semanas com o bom tempo são muitas as pessoas que vêm para ali passear e os miúdos andar de bicicleta. Ultimamente armou-se uma guerra surda entre a Câmara que periodicamente sela os baloiços com fitas e os pais das criancinhas que as vêm para ali desopilar aos magotes e as arrancam. São os novos corta-fitas.
Isto tudo perante a profunda indiferença do vírus que foi para outras paragens. A vida encontra sempre caminho, já dizia o outro.
Tenho ideia do título deste post ser do Sérgio Godinho, algures numa peça de teatro, no tempo dos afonsinhos.
Foi dela que me lembrei hoje, ao olhar para a banca dos jornais: no I ataca Manuel Carmo Gomes, no Público ataca Carlos Antunes e o Observador faz de caixa de ressonância.
Manuel Carmo Gomes não faz a coisa por menos: “Podemos resvalar para um ressurgimento da epidemia como tivemos depois do Natal ou conseguir manter a epidemia controlada. Neste momento estamos ainda num limbo: existe ainda população suscetível o suficiente para termos um aumento de casos e mesmo de hospitalizações”.
É certo que eu disse algures que se os casos depois do Natal não subissem 25% podíamos deitar fora as previsões catastróficas sistemáticas sobre o apocalipse. Os casos subiram muito mais que 25%, o que significa que a hipótese de correlação entre contactos no Natal e subida de casos se poderia manter. Acontece que, ainda durante Janeiro, desenvolvi um ponto de vista sobre o que estava a acontecer e sobre a possibilidade do aumento de casos se dever mais à anomalia meteorológica que começou a 24 de Dezembro e acabou a 20 de Janeiro, o que explica razoavelmente algumas coisas estranhas com o pouquíssimo tempo entre o pico de casos e de mortalidade, por exemplo.
Bem sei que agora, na Páscoa, se tomaram uma série de medidas para impedir os contactos (eu acho-as meros placebos, mas vamos admitir que não, que até servem para alguma coisa), mas o que todos os dados de mobilidade indicam é que quer antes da Páscoa, quer na Páscoa, não houve uma restrição de movimentos por aí além.
Froes, Carmo Gomes, Antunes, a redacção do Observador e outros continuam convencidos de que uma epidemia evolui em função do contacto entre as pessoas, e nada mais, por isso Froes estava absolutamente seguro do disparo de casos que iria aparecer duas semanas depois do fim de semana de 27 e 28 de Fevereiro, em que foi tudo para a rua aproveitar o Sol, depois de um longo período de chuva e dos números da epidemia terem descido brutalmente. O facto de nenhum efeito dessas frescuras se notar na evolução da epidemia não os consegue convencer de que estão errados, a haver alguma coisa errada, é a realidade, não eles.
Por isso continuam com a cantilena de que abrir escolas é uma coisa perigosíssima e a cada nova abertura aparecem a procurar influenciar mais e mais tempo de confinamento, como se os confinamentos não tivessem efeitos secundários.
Nem com a mortalidade global abaixo de 300 pessoas por dia (abaixo do que seria de esperar para esta altura do ano, indiciando que parte da mortalidade excessiva de Janeiro foi antecipação da mortalidade esperada ao longo do ano, pessoas mais velhas e mais frágeis, com escassa esperança de vida), com os hospitais com imensa folga, com uma testagem altíssima para a incidência existente, a vacinação nos lares concluída e em forte progressão noutros grupos de risco (progressão essa que só não é maior pela absurda opção de vacinar professores e outros profissionais de risco residual à frente de pessoas pretencentes a grupos de risco para esta doença) estes profetas do confinamento e doutras medidas de restrição de contactos ganham juízo.
O mais que conseguem é admitir a hipótese de que talvez a epidemia esteja controlada, como faz Manuel Carmo Gomes na citação acima, ao mesmo tempo que acrescenta que, na dúvida, e para evitar o que aconteceu depois do Natal, o melhor é atrasar a abertura do ensino e da sociedade à espera de dados mais seguros.
Esta citação é abolutamente extraordinária: "um possível aumento de infeções quer durante na última semana quer nesta nova etapa de desconfinamento que se iniciou esta segunda-feira só será passível de avaliar pelo menos daqui a 15 dias, alerta o investigador, o que coincidirá já com a data prevista para continuar a reabertura do país e regresso às aulas dos alunos do secundário e ensino superior. “O terceiro passo do desconfinamento é muito forte e devíamos ser capazes de estar mais seguros antes de o dar. Não vejo que a janela temporal dê para isso. Se estamos a abrir dia 5, daqui a 15 dias quando formos avaliar podemos não ter informação suficiente”, diz Manuel Carmo Gomes, defendendo por isso que fosse ponderado o adiamento de uma semana na decisão de prosseguir para a terceira etapa".
Os mesmos profetas que anunciam urbi et orbi que foi o fecho das escolas a 22 de Janeiro que deu origem à descida de contágios uma semana depois - começou antes de 22 de Janeiro e foi-se acentuando como seria de esperar que acontecesse, em qualquer caso -, vêm agora dizer que são precisos pelo menos quinze dias para perceber os efeitos do levantamento das medidas de restrição de contactos existentes. Daqui não tiram a consequência lógica de que a descida de casos no fim de Janeiro não se deveu ao fecho das escolas, apesar de agora dizerem que uma semana é pouco para avaliar resultados.
E não contentes com isso, absolutamente indiferentes aos efeitos do fecho das escolas na vida de todos, mas sobretudo dos mais pobres, indiferentes ao descalabro no acompanhamento de doentes crónicos, indiferentes à solidão dos mais velhos e ao crescimento expressivo dos problemas de saúde mental, indiferentes ao desemprego e à destruição de riqueza, resumindo, completamente indiferentes às pessoas concretas e aos seus problemas, que afectam especialmente os mais pobres e frágeis, claro, defendem que mais uma semanita ou quinze dias de confinamento, só para termos mais dados e estarmos mais seguros, não tem a menor importância.
O aleijão moral que os caracteriza é o mesmo aleijão moral que caracteriza uma sociedade, a cavalo da sua imprensa, que assistiu impávida e serena à enorme operação de propaganda que consistiu em vacinar pessoas sem risco à frente de pessoas com risco de mortalidade elevado com o pretexto de que era preciso abrir as escolas com segurança.
Não, não estão a salvar vidas, como dizem, isso é uma mentira absoluta, estão apenas às voltas dos seus fantasmas, dos seus números e dos seus computadores a exorcizar os seus medos, à custa da vida de milhares de pessoas.
Não há perdão para o papel que estão a desempenhar, quer eles, quer a imprensa que os ouve permanentemente sem contraditório.
A Irmã Lúcia nas suas Memórias narra como foi a pandemia de 1918, a pneumónica ou gripe espanhola. A leitura dessa descrição mostra-nos a grande diferença civilizacional que existe quando comparamos a reacção do ocidente à pandemia de covid-19.
A ler o artigo de Pedro Sinde aqui.
Um dia destes, um dos mais ouvidos especialistas nesta epidemia - trata-se de uma especialização especial, há especialistas em epidemias, que há anos que se dedicam ao estudo e gestão de epidemias e há os especialistas nesta epidemia, que nunca tinham estudado nenhuma antes mas são especialistas nesta - perguntava se alguém lhe explicava onde estava a sazonalidade quando a Índia estava a braços com um aumento de casos com 40º de temperatura.
Não vale muito a pena explicar que à medida que se sobe em latitude as diferenças do foto-período são mais acentuadas ao longo do ano e portanto as estações do ano mais marcadas pela resposta do mundo natural a essas variações.
As plantas não abrolham porque faz frio ou calor, abrolham porque o tempo de luz disponível é o adequado, fazer frio ou calor apenas adianta ou atrasa uns dias o abrolhamento. Se houver uma semana muito fria em Agosto as plantas de folha caduca não perdem a folha, da mesma forma que não abrolham a meio de uma semana de temperaturas altas em Dezembro.
É por isso que num mundo temperado nós distinguimos a Primavera, do Verão, do Outono e do Inverno, e existem muitas árvores de folha caduca, mas no mundo mais próximo do equador as estações dividem-se entre as estações das chuvas e estações secas e são mais raras as espécies de folha caduca.
E distinguimos ainda os climas pela diferente combinação entre estes elementos. Por exemplo, o clima mediterrânico, sendo temperado e com quatro estações bem definidas, distingue-se pelo facto da estação quente coincidir com a estação seca.
O que em lado nenhum se faz é caracterizar ambientes externos exclusivamente a partir da temperatura, muito menos a partir da temperatura num determinado momento.
Também não vale a pena explicar que a Índia é enorme e dizer que a Índia está com temperaturas de 40º é uma tolice: com certeza haverá vastíssimas áreas da Índia que não estão a 40º e seria preciso ver se os sítios onde está a haver surtos são os mesmo onde está a haver temperaturas de 40º para, ao menos, formular uma hipótese minimanente consistente.
Repare-se como a conversa das ondas é uma tontice quando avaliadas por país e não por regiões, com o exemplo da Alemanha que teve uma onda perto do Natal e agora está a braços com outra, na opinião dos tais especialistas que evitam olhar para distribuições geográficas pormenorizadas de incidência.
Sem surpresa, as duas ondas são na Alemanha, mas não são no mesmo sítio, como seria de esperar.
Perguntar onde está a sazonalidade na Europa temperada com base no facto de haver surtos com 40º de temperatura noutro lado qualquer - depois de ter escrito um artigo sobre o mito do Natal, em vez de receber contestações aos argumentos usados o normal era perguntarem-me como era possível ter razão se em Manaus estava calor e havia um surto - é uma demonstração de incompreensão total sobre o que se está a passar, para além de ser uma demonstração de desconhecimento da bibliografia básica sobre sazonalidade das doenças infecciosas respiratórias. A sazonalidade das regiões temperadas está razoavelmente bem estudada, até por ser bem marcada, mas a sazonalidade das regiões tropicais está muito menos compreendida, parecendo relacionar-se mais com a humidade que noutras regiões (o que é coerente com o facto de ser esse o factor principal de distinção das estações no ano nessas latitudes).
Olhar para estes gráficos e não ver sazonalidade, já não é ignorância, é cegueira mesmo.
E é com base nesta cegueira evidente que se andam a propôr medidas de controlo de terceiros, não admirando por isso que do processo resultem coisas tão estúpidas como fechar parques infantis ou determinar o fecho de restaurantes à uma da tarde de Sábados e Domingos.
É a vida, "cá se vai andando, com a cabeça entre as orelhas".
Grande parte desta epidemia foi gerida com base na ideologia do contacto, que consiste em postular que sem contacto não há contágio - o que é verdade - tirando daí a conclusão de que há uma relação directa entre contacto e contágio - o que é uma rotunda mentira -, o que leva à ideia de que a gestão da epidemia se faz gerindo contactos.
Um bom exemplo é um estudo que há pouco tempo foi referido pela generalidade da imprensa, sempre através da leitura de um dos seus autores, Manuel Carmo Gomes, e não através da leitura dos jornalistas, numa boa ilustração de jornalismo de pé de microfone.
O estudo chama-se "Controlling the pandemic during the SARS-CoV-2 vaccination rollout: a modeling study" e, na leitura de Manuel Carmo Gomes, transmitida pelos jornais, dá muitas indicações sobre a elevada probabilidade de uma quarta vaga, na hipótese de se fazer um desconfinamento diferente do que defende Manuel Carmo Gomes, cuja obsessão com o fecho de escolas é conhecida e, infelizmente, reconhecida como tendo alguma base científica.
Eu já raramente leio coisas sobre a epidemia que se baseiem em modelação matemática - já há tempo e dados empíricos suficientes para andar a gerir esta epidemia com base em borras de café, bolas de cristal, modelações matemáticas e outras mistificações semelhantes - mas face às repetições dos avisos de Manuel Carmo Gomes sobre o que o estudo demonstrava da relação entre contactos e evolução da epidemia, resolvi ir ver que dados tinham sido usados para avaliar os contactos e procurar a correlação com a evolução da epidemia.
Se bem percebi o estudo, e admito que não, de tal maneira são absurdas as afirmações de Manuel Carmo Gomes quando lidas à luz das minhas conclusões sobre o estudo, os contactos não são medidos empiricamente através dos dados de mobilidade existentes, e outros do mesmo tipo (com todas as dificuldades e limitações que os dados de mobilidade têm, são, ainda assim, o que há de base empírica), os contactos são inferidos a partir da evolução da epidemia, para depois se concluir que se os contactos evoluirem assim ou assado, então a evolução da epidemia será assim ou assado, num raciocínio circular que acharia que seria impossível encontrar num artigo científico.
Em qualquer caso, se eu estiver a ler mal o estudo (a ligação está acima) apenas invalida a utilização deste estudo como boa ilustração da ideologia do contacto como questão chave para a gestão da epidemia, não elimina a existência e influência da ideologia do contacto cujo paralelismo com a ideologia das ignições na gestão do fogo tem sido referida por mim várias vezes e que vou resumir de novo:
Sem ignição não há fogo. Mas 1% das ignições são responsáveis por qualquer coisa como 90% da área ardida, logo, a questão não está na redução das ignições (a maioria não têm problema nenhum, tal como a maioria dos contactos não resultam em contágios) mas sim na compreensão das circunstâncias em que uma ignição (ou um contacto) se transforma num fogo (ou num contágio).
No caso do fogo isso está razoavelmente estudado e é hoje consensual que é muito mais perigoso ter poucas ignições em contextos muito favoráveis ao fogo, quer ter muitas ignições em contextos menos favoráveis, que é até vantajoso para a gestão dos grandes efeitos negativos dos fogos.
O que é diferente na epidemia é que não sabemos tão bem caracterizar as circunstâncias favoráveis ao desenvolvimento da epidemia com efeitos sociais mais negativos (essencialmente, as circunstâncias que provocam maior mortalidade).
Sabemos algumas coisas.
1) que as probabilidades de contágio crescem muito com a proximidade física entre pessoas, com o tempo em que essas pessoas estão juntas e com as circunstâncias em que estão juntas (a tal caracterização dos contactos de elevado risco como sendo entre pessoas que estão mais de quinze minutos a menos de dois metros em ambientes fechados) e que no caso do fogo podemos fazer o paralelo com as condições meteorológicas;
2) que os efeitos mais severos (estou a usar terminologia dos fogos propositadamente) se verificam quando há uma concentração de pessoas mais susceptíveis e mais frágeis, o que se traduz em cerca de 40% de mortalidade em lares, mais ou menos em todo o mundo, cujo paralelismo com os fogos se encontra nas condições de acumulação de combustível;
3) nos fogos sabemos também que uma vez um fogo ateado, há circunstâncias meteorológicas e de acumulação de combustível que rapidamente levam o fogo para lá da capacidade de extinção, sendo inútil procurar apagar esses fogos com ataque directo, havendo apenas a possibilidade de reduzir o combustível nas áreas que estão na linha de progressão do fogo. Esta é uma matéria em que é mais difícil fazer o paralelismo com a epidemia porque não podemos dar ninguém como perdido para a progressão da epidemia, por razões éticas (ao contrário do que podemos fazer com o fogo), e porque sabemos menos sobre o processo de retirada do combustível. Reconhecendo o atrevimento da minha ignorância, e não desconhecendo os custos brutais e as dificuldades logísticas associadas, eu me atrever-me-ia a dizer que uma vez identificado um surto num lar, a medida mais eficaz para salvar vidas seria a retirada imediata de todos os utilizadores para instalações de "isolamento" de cada utilizador, na ausência de vacinas, claro, apoiado cada um por pessoas dedicadas apenas a essa pessoa. Isto porque me parece evidente que, tal como acontece nos fogos, as medidas de supressão da epidemia em lares se revelaram largamente inúteis: nunca se impediu, em lado nenhum, a entrada da epidemia em lares e, uma vez declarado um surto, nunca se conseguiu travá-lo dentro do lar, fossem quais fossem as medidas tomadas.
Infelizmente a ideologia do contacto, com a sua parafernália de proibições gerais, restrições de direitos individuais e barragem de propaganda em jornais e nos meios do Estado, tem impedido uma discussão racional dos seus parcos resultados para os elevadíssimos custos que acarreta.
Mas a esperança é a última a morrer (via Eduardo Maximino), quando até o Guardian chega aqui: "Whitty said the majority of experts believed Covid was not going to go away and it would eventually have to be managed in a similar manner to flu. In a bad year, flu can kill 20,000 to 25,000 people. “It is not flu, it is a completely different disease, but the point I am making is, here is a seasonal, very dangerous disease that kills thousands of people every year and society has chosen a particular way around it,” he said.
While Whitty noted that factors such as variants and population density were important, he cautioned against trying to explain how Covid had affected different countries by focusing on just one or two factors, noting that Germany was now facing a difficult situation despite its previous success in tackling Covid largely being put down to its diagnostic capabilities.
“It is actually usually a large combination of factors, some of which are under our control, many of which are not. And more of it is chance than I think people are prepared to accept,” he said."
Admitir que não controlamos muitos factores é a questão chave para a gestão da epidemia, não os contactos entre as pessoas.
Das regras de confinamento ontem decretadas pelo governo, a melhor das excepções é sem dúvida a liberdade dada aos nossos jovens e crianças de frequentarem os seus estabelecimentos de ensino. Parecia-me pouco realista e até bastante insalubre do ponto de vista mental fechá-los em casa, restringidos a aulas e contactos sociais virtuais em espaços confinados – é contra natura. Depois, há um equívoco que urge desmontar: as aulas virtuais são um potenciador das desigualdades, que não apenas as económicas. Prejudicam profundamente os miúdos menos expansivos social e intelectualmente, que carecem de acompanhamento e estímulos mais exigentes.
Sempre aqui manifestei as minhas dúvidas quanto ao real impacto dos diversos pacotes de restrições que ao longo de quase onze meses nos vêm sendo aplicadas à experiência. A ideia com que fico é que a dinâmica da epidemia lhes é em grande medida indiferente, mas como é bom de ver, esta é uma perspectiva tabu, maldita até - chamem-me "negacionista". Por isso pressinto nas inúmeras excepções que nos são concedidas neste Estado de Emergência uma certa cedência a essa tese: perdida a batalha da economia num panorama global de profunda depressão, o que as "autoridades" pretendem é manter a ilusão de que nos estão a proteger, que têm um plano e uma estratégia científica de limitação de danos da pandemia, e que ao fim do dia o seu sucesso dependerá do sentido de responsabilidade de cada um e não de um vírus extremamente contagioso. Para tal ilusão contribui o sensacionalismo das notícias em directo das enfermarias (adoptado agora também em repugnantes campanhas de publicidade) em prime-time, a imporem um verdadeiro estado de terror às pessoas indefesas encerradas nas suas casas – e note-se que nem no Verão, quando os números de internamentos e as "vítimas" do Covid19 eram baixos, essa narrativa do terror nos deu tréguas. Acontece que é neste tabuleiro que o regime (lato sensu) joga sua sobrevivência democrática. Para mais, é sabido que depois do medo, é com a culpa a melhor forma de se vergar um indivíduo.
Quase um ano passado deste inferno real e mediático, resta-nos rezar por uma rápida campanha de vacinação. Das chagas das solidões e da pobreza teremos de cuidar depois, quando se forem esvaziando as UCIs e os “especialistas” do Infarmed desocuparem o palco que lhes demos. E isso também não vai ser fácil, porque o poder é das mais funestas tentações.
Não me deixam nada sossegado as reservas e até um mal disfarçado desconforto com que as nossas "autoridades" (desde logo Marcelo e Costa) vêm anunciando a tão ansiada campanha de vacinação. Ou é só porque conhecem bem a ineficácia da máquina administrativa do Estado e as limitações dos malabarismos comunicacionais (quando a vaga se levanta é da responsabilidade das pessoas que se portam mal, quando baixa é porque as medidas do governo funcionaram) o "faz de conta do controlo da pandemia" numa operação desta complexidade? De caminho ainda nos recompensam a mansidão com o direito a um Natal (pequenino) em família, e num gesto magnânimo à Missa do Galo - sempre todos de máscara, evidentemente.
Quem me conhece melhor sabe que para mim a celebração do Natal não é uma questão fútil, de comeres e beberes. É com algum espanto oiço na radio Observador um “especialista” daqueles que, por sua vontade já nos encerrava a todos em casa como em Março (escolas e tudo), a recomendar que a festa este ano seja passada nesses termos. As notícias dão conta que noutros países já se equaciona limitar as celebrações natalícias a um determinado número de indivíduos por agregado, e ensaiar novas engenharias sociais de resultado mais que duvidoso. Estou cansado de ouvir especialistas a dizerem uma coisa e o seu contrário – já há algum tempo que para minha sanidade evito o sensacionalismo dos telejornais e não tarda corto também com as rádios.
A questão que eu gostaria de ver respondida é: pretende a DGS fechar de novo os nossos templos ao culto especificamente no Natal? Qual a avaliação e a métrica que as autoridades pretendem aplicar para limitar os encontros familiares? Em que ciência se baseiam?
Como poderá facilimamente verificar com as industrias, comércio, ginásios, escolas e igrejas abertas, a saúde biológica não é, não pode ser um valor absoluto - terá sempre de se pesar em confronto com outros de igual ou peso superior. Para isso é que existem governos e políticos, e não somos governados por uma junta médica que naturalmente recomendaria uma quarentena ao país inteiro, além da proibição de fumar.
A ver se me explico: a forma discricionária e incompetente como o nosso governo tem gerido a crise sanitária compromete a sua autoridade, justificando a minha apreensão com as decisões que estará a preparar, desta vez ligadas aos mais profundos sentimentos, crenças e tradições das pessoas. Nomeadamente minhas, que a paciência de obedecer a incompetentes está a chegar ao limite. Cuidado como apertam a mola ...ou esticam a corda.
Se a história dos 68% dos casos de Covid19 terem origem no meio familiar a justificar o recolher obrigatório instaurado raiava o absurdo – como se o vírus nascesse de geração espontânea dentro das nossas casas - agora que sabemos que afinal só 10% dos casos ocorrem comprovadamente nas famílias e que mais de 80% dos casos de coronavírus em Portugal são de origem desconhecida, fica claro que estamos a ser governados de improviso por incompetentes: assim são implementadas medidas placebo para que se mantenha a ilusão na comunidade de que a propagação do vírus está sob o controlo dos políticos e da ciência. De nada interessa que ontem tenham sido reportados 6994 novos casos de infecção, o segundo na escala desde o inicio da pandemia, que surge mais de três semanas depois de ter entrado em vigor o tão ansiado uso obrigatório de máscara, e duas semanas depois de declarado o estado de emergência. Referia muito bem há dias Marcelo Rebelo de Sousa que as medidas não servirão para nada se as pessoas não acreditarem nelas. O problema é que o vírus também nelas descrê e faz o caminho a que estava destinado, pouco tendo sido feito pelos governantes para adaptar o SNS ao esperado embate.
Se admito que, por falta de estudos sérios e concludentes, crer ou descrer na utilidade das medidas restritivas que vêm sendo implementadas é um acto de fé, o descalabro que grassa na nossa frágil economia é uma evidência, que ao contrário do que muitos nos querem fazer crer não se limita ao sector do turismo e à hotelaria. Percebo que para grande parte dos portugueses que têm rendimento garantido ao final do mês, custe a perceber o que é cumprir um plano de negócios, gerir uma empresa, criar riqueza, cumprir com os compromissos e pagar ordenados. Desses portugueses instalados também começo a duvidar que se lembrem o que é a vida daqueles que têm todos os dias de se levantar de madrugada para, com o seu suor, levar algum sustento para casa, e os equilíbrios precários de que depende a “dignidade” da sua existência. Desconfio que já não elegem ninguém, mas um dia destes ainda os vamos ver na rua em desespero.
Evitemos contactos sociais supérfluos, obedeçamos ao protocolo respiratório, lavemos as mãos e usemos máscara onde o distanciamento físico não seja possível, mas não façam de nós parvos com a improvisação de engenharias sociais catastróficas para a nossa subsistência económica, sanidade psicológica e coesão social.
Vai ser necessário uma enorme energia e espírito de missão para liderar a fase de reconstrução que aí vem. Mas duvido muito que isso seja possível com os actuais protagonistas.
A leviandade com que o parlamento português aprova um "estado de emergência preventivo" é para mim incompreensível. Além do mais votado na ausência do primeiro-ministro que é a quem cabe liderar a imposição das prometidas restrições à nossa liberdade. A banalização do estado de excepção não é coisa boa, para mais quando estamos entregues à bicharada. E não me estou a referir ao Covid19 que esse está aterrorizado com a ameaça que representam as medidas prenunciadas.
A pretensão de Graça Freitas, Marcelo e outros fanáticos sanitários de impedir as "bolhas familiares", proibir o convívio dos jovens, e a socialização de adultos saudáveis por um prazo ilimitado, revela uma delirante falta de realismo e, direi mesmo, de humanidade. É uma vez mais a velha e perigosa tentação da reeducação do Ser Humano que só pode dar maus resultados, pois o pessoal é manso mas o pavio acaba. Um país não é um hospital e as cidades não são enfermarias governadas por zelosos médicos. Isto ainda vai acabar mal, e não será por causa do Coronavírus.
PS.: E agora sobre a eficácia das sacrossantas medidas sanitárias que o Henrique fala aqui: é interessante perceber a incidência não só sazonal (deixou-se de usar máscara a partir do final de Setembro?) mas geográfica do Vírus. São todos uns badalhocos no planalto central de Madrid em Marselha e na Polónia onde os casos por estes dias crescem especialmente?
Quando esta epidemia passar os jornais terão de arranjar outra doença para continuarem a excitar os consumidores mais susceptíveis. A novela não pode parar pois o vazio é insuportável.
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