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Dentro de três meses vamos ter eleições legislativas e por isso são já muitos os militantes partidários nervosos com a hipótese duma redentora estratégia de comunicação. Desse modo, não se coíbem de dar sentenças, quase nunca sobre as propostas e ideias, mas quase sempre sobre os meios por eles considerados aconselháveis para chamar a atenção do povo para a bondade da sua sigla e do seu líder. Se aceitamos como verdadeiro o adágio popular “de médico e de louco todos temos um pouco”, o que diríamos se a profissão fosse o Marketing e a Comunicação...
Das opiniões que venho escutando, há uma com a qual estou plenamente de acordo: as arruadas e as incursões em feiras, em que o contacto directo dos protagonistas com a população serve para as câmaras e microfones registarem uns sound bites e uns faits divers, já deram o que tinham a dar. Afinal, quase sempre descambam em parangonas propícias a serem parodiadas pelos humoristas de serviço. Outra teoria que circula é a de que se deviam acabar com os outdoors, porque se trata de poluição visual injustificada, facilmente substituíveis pelas plataformas digitais já massificadas. Neste caso não concordo, pois há que reconhecer que a utilização de cartazes se vem ajustando quantitativamente e qualitativamente aos novos tempos. Quem não se lembra das paredes das cidades repletas de camadas sobrepostas de cartazes semi-rasgados, das árvores e candeeiros cheios de pendões que mais pareciam sacos de plástico que, passados meses das eleições, já degradados pelas intempéries, se eternizavam deprimentes na paisagem urbana. Hoje, a propaganda de rua ou publicidade de exterior, não só vem caindo em desuso de forma natural, como se encontra regulada e delimitada em espaços apropriados, e nesse sentido a sua utilização ainda produz alguma eficácia, nem que seja se considerarmos os estratos da população mais envelhecidos que não acede às plataformas digitais. Tanto mais que é um dado empírico para qualquer profissional de que a comunicação nas redes sociais para ter um alcance massivo, requer mais do que fantasiosos algoritmos induzidos por pretensos “experts”: exige investimento financeiro que propague as mensagens partidárias com eficácia (sendo elas adequadas e bem definidos os públicos-alvo). Acontece que em Portugal uma lei eleitoral anacrónica proíbe a utilização profissional das redes sociais, tida como “publicidade comercial” (porque não se classifica do mesmo modo a utilização de outdoors produzidos e disseminados por empresas especializadas?), fazendo com que seja cada vez mais difícil passar as propostas políticas concorrentes para os seus eleitorados, principalmente às camadas mais jovens, que como é sabido não frequentam os meios de comunicação tradicionais e desse modo vivem cada vez mais divorciadas da realidade à sua volta. Não sendo possível a transição da velha propaganda para o modo digital por via desta lei absurda (repare-se na completa irrelevância em que se tornaram os velhinhos Tempos de Antena nas rádios e televisões generalistas), corre-se o risco de não se obter uma percepção plena do acto eleitoral em perspectiva, como era auto-imposto pelos métodos “poluentes” usados no século passado, muito menos quais as ideias em discussão, com consequências inevitáveis na abstenção, especialmente jovem.
Para finalizar, umas breves palavras sobre a mensagem política. Sem um conteúdo claro, atractivo e coerente, de nada servem as ferramentas e a sofisticação dos meios disponíveis. Para o seu sucesso, as estruturas partidárias deveriam recorrer à colaboração de profissionais experimentados, que com um olhar exterior e desapaixonado estão habilitados a impedir demasiados tiros nos pés e a mitigar as consequências dos inevitáveis disparates que a excitação da contenda favorece.
Publicado originalmente aqui
Desde sempre um amante fascinado pelo fenómeno da rádio, em boa hora me chamou à atenção a nova dinâmica evidenciada pela Rádio Renascença que vem transformando não só a sua grelha de programação, mas a sua estratégia de comunicação: agora, o principal canal do Grupo Renascença parece finalmente interessado em alcançar um público cosmopolita que, sem preconceito contra a religião católica, procura estar a par da agenda política económica e social do país. Apresentando de forma muito dinâmica nos períodos de prime-time conteúdos de índole informativa, com notícias, transito, desporto, comentários e entrevistas a propósito dos temas candentes de sociedade e agenda política nacional e internacional, intercalados com apontamentos de música mainstream nacional e anglo-saxónica, a rádio Renascença assume por estes dias um posicionamento inédito, renovado e comercialmente afoito. Mas se essa mudança é a principal novidade desta rádio que se prepara para festejar os oitenta anos de existência, não menos interessante é de assinalar a inclusão nos radio-jornais de notícias de relevância sobre a Igreja com sintéticos comentários de especialistas, que assim, numa forma natural abrange um público muito mais alargado - e não apenas os cristãos convertidos, como antigamente sucedia, em pesados programas a eles destinados. Tudo isto parece-me tanto mais interessante quanto, em termos relativos, a rádio vem ganhando relevância no meio do modelo clássico de broadcasting e do jornalismo tradicional em acentuada decadência em virtude da sua inadaptação ao fenómeno da Internet e do advento dos média sociais. Não deixa de ser interessante que perante este panorama bastante adverso, a rádio apresente valores de audiência diária acima de 50% por cento da população (54,4% de "Audiência Acumulada de Véspera" segundo dados de Setembro último da Marktest é o número ou percentagem de indivíduos que escutaram uma estação, no período de um dia, independentemente do tempo despendido). E não deixa de ser curioso que o Grupo Rádio Renascença, uma rádio católica, dispute a liderança das audiências com 35,4% de share com o Grupo Média Capital com 35,5%. De resto, curioso parece-nos também o confronto entre a Radio Renascença que ostenta 8,2% de share contra os 5,7% da Antena 1 e os 2.9% da TSF, estações suas concorrentes directas.
Estes números significam uma responsabilidade acrescida que pesa sobre a Emissora Católica Portuguesa de se posicionar de forma consequente no espectro de oferta radiofónica nacional como uma verdadeira alternativa à fórmula laicista, relativista e politicamente enviesada com que a generalidade dos média de referência lêem o Mundo e a sua complexidade. Parabéns à Rádio Renascença, e que lhe não aconteça o fenómeno do árbitro que confrontado com a tarefa de arbitrar um desafio que envolva o seu clube de eleição, para calar as dúvidas sobre a sua isenção, acaba favorecendo o adversário.
Texto publicado originalmente aqui
Vivemos tempos confusos por estes dias não só na política. Acho que podemos afirmar que experimentamos quase diariamente progressos tecnológicos que alteram de sobremaneira o nosso modo de vida e a percepção da realidade. A sofisticação da computação, a era digital na internet de banda larga, a desmaterialização da informação, a vertiginosa sensação de protagonismo e liberdade por via da auto-edição nas redes sociais, colocam-nos desafios e incógnitas que não deveriamos subestimar. Pela minha parte, o meu profundo apego aos processos analógicos de registo de informação, como o livro, o jornal em papel, a gravação sonora em vinil e noutros suportes físicos, não me impediu de nos últimos 30 anos acompanhar com fascínio a evolução na tecnologia que aqui nos trouxe, pelo que julgo que isso me concede alguma imparcialidade na abordagem que aqui pretendo fazer ao fenómeno da “estante vazia”.
Se até há bem pouco tempo, a análise duma estante da casa de alguém nos daria impressões precisas sobre o seu perfil sociocultural, na linha do “diz-me o que lês, dir-te-ei quem és”, a tendência cada vez mais consolidada para a desmaterialização de bens culturais como o livro e o disco em informação digital invalidam hoje em dia essa forma de interpretação: chamemos-lhe o fenómeno das “estantes vazias” que no meu entendimento contêm outras ameaças bem menos fúteis do que essa. Se é verdade que na actualidade um pequeno dispositivo pode conter em si uma grande biblioteca com toda a sorte de obras literárias, além de intermináveis horas de registos musicais de toda o género com razoável qualidade na reprodução, o facto é que esta forma de consumo consolidou uma relação, já de si pessoal, numa dinâmica atomizadora da nossa sociedade - as pessoas não ficaram mais livres, apenas mais sós e desorientadas nas suas escolhas.
Daí que as prateleiras vazias, fruto duma mudança radical no consumo destes bens (cujo valor de facto reside no conteúdo e não no suporte), signifiquem uma quebra numa antiga tradição em que essa informação era legada graças à sua forma física. Ela estava disponível e palpável nos diversos ambientes em que todos crescemos e formámos a nossa personalidade. Por sorte minha cresci e desenvolvi-me rodeado de livros, jornais e revistas, que folheava atraido pela curiosidade, tomando assim contacto com realidades improváveis; já para não falar da muito boa música, cujo manuseamento dos discos (com capas atraentes e informativas) e a sua audição mais ou menos voluntária (o gira-discos ecoava pela casa fora) me influenciou o gosto e sofisticação de ouvinte.
Foi assim que os meus filhos cresceram, também eles rodeados de estantes cheias, discos, livros e jornais entreabertos que usufruíram nos espaços comuns da casa onde também partilhámos filmes, alguns dos quais estou certo permanecerão sempre como referência para eles. Como se reproduzirá este processo de transmissão de valores (porque é disso que se trata) nestes tempos de individualismo radical dos auscultadores e do ‘smartphone’ em que cada um constrói a sua biblioteca ou playlist – a lógica da ‘playlist’ no streaming digital é em si um tratado - num aparelho de bolso é para mim um enigma.
É por isto que eu receio que o fenómeno das estantes vazias deixará de denunciar uma pobreza cultural para significar um retrocesso civilizacional. Ou estarei enganado?
Crónica inspirada no artigo "Our (Bare) Shelves, Our Selves" de Teddy Wayne e publicada originalmente aqui.
Disse-o e repito: as consequências da actuação do governo Syriza na Grécia põem em evidência o sucesso da estratégia escolhida pelo governo português nos anos de chumbo do resgate. Assentada a poeira desta dura e persistente crise, estou convicto que a História reservará um lugar de destaque a Passos Coelho pela sua coragem e tenacidade. Mas no curto prazo isso não é perceptível para a maioria das pessoas: as feridas abertas pelos efeitos colaterais do duro e inacabado ajustamento da nossa economia, que levará tempo a produzir resultados dignos de nota, condicionarão os resultados das próximas legislativas. Com erros próprios, uma comunicação social adversa e os condicionalismos das trágicas circunstâncias herdadas, a coligação não conseguirá evitar pagar uma pesada factura pelos mais de três anos de excepcional desgaste.
Por tudo isto é que me parece que o PSD e CDS só ganhariam evitar qualquer espécie de triunfalismo na campanha eleitoral que se vai iniciar. Pelo contrário deveriam adoptar uma propaganda fundada na sobriedade, no humilde reconhecimento do sofrimento causado a tantas pessoas e famílias sacrificadas pelo ajustamento levado a bom termo. A implosão dum estéril modelo económico assente na construção civil, no investimento público e consumo interno nunca deixaria de causar vítimas concretas e um assustador alarme social como aquele que vivemos não há muito tempo. Não há malabarismos estatísticos nem propaganda que acelere a cicatrização dessas feridas ainda recentes. Os eleitores não deixarão de castigar a boa actuação duma governação de emergência, a que a História se encarregará de homenagear e prestar justiça.
* Anatole France
(...) O mais irónico é que a decisão do Tribunal de Justiça da União Europeia em favor do "direito ao esquecimento" acabou por virar o feitiço contra o feiticeiro: o assunto que Mario Costeja González pretendia ver ocultado ao público, tornou-se massivamente propagandeado em todo o mundo - quem não soubesse sabe agora que ele teve um dia problemas com uma antiga dívida à Segurança Social noticiada pelo jornal La Vanguardia. (...) Ora leia aqui
Ilustração Portuguesa 1906
A publicidade nos jornais online está de tal forma intrusiva e agressiva que estou em crer provoca o efeito contrário ao pretendido pelas marcas anunciantes, e acaba expulsando os leitores para outras leituras. Nada o justifica, tanto mais que vivemos mais de duzentos pacíficos anos em que os anúncios se exibiam sem saltar para a cara dos leitores. Além disso, com a tecnologia disponível aliada à imaginação, acredito serem hoje possíveis modelos de rentabilização bem mais eficazes.
Publicado originelamente aqui
Já por diversas vezes abordamos as virtudes e virtualidades das redes de media-social no âmbito da facilitada tarefa de auto-edição, seja em texto, imagem ou audiovisual, e a ameaça que essas plataformas vêm representando para os media tradicionais de quem acabam por ser concorrentes.
Um dos mais bem-sucedidos casos é sem dúvida o Youtube que, com enorme sucesso global, vem desviando público e receitas publicitárias às televisões, através de uma radical alteração de paradigma na produção e distribuição de conteúdos, que desta forma vem sendo democratizada de forma dramática.
Irónico é verificarmos como os media tradicionais, apesar de pressionados com a queda das receitas publicitárias de um modelo claramente em declínio, resistem aderir à web 2.0, agora que vivemos a web 3.0, ou “web semântica”, virada para a experiência de utilização e para os condicionalismos do meio (localização do utilizador, equipamento utilizado, design líquido, etc.).
Feita uma análise aos “players” de internet das principais operadoras de TV nacionais, para lá de não estarem devidamente adequados aos dispositivos móveis, é curioso verificar como persistem na tentação de segurar o visitante dentro dos seus pesados websites, talvez devido a alguma absurda política de branding, ou quem sabe por um inadequado modelo de exploração publicitária ou de cross selling do material neles disponibilizado numa coerência editorial própria.
Com esta estratégia de custos incalculáveis, a disseminação viral dos vídeos é reprimida, coisa que não parece fazer sentido, a partir do momento que é tão fácil reproduzir a fórmula do Youtube, em que cada “filme” é rentabilizado por um anúncio nele integrado, estando o mesmo munido de um sistema de análise estatística e de botões emissores de códigos para facilitação de partilha em diferentes contextos web externos, como blogs, sites, e toda a sorte de redes sociais. Mesmo aqueles sites como o da RTP que disponibilizam botões de partilha, exceptuando o caso do código para o Facebook, exigem a contextualização do conteúdo “dentro de portas” através de um URL.
Esta estranha política, que não sendo causada por limitações técnicas, só se explica por uma enorme dificuldade dos media tradicionais fazerem o "paradigm shift" (mudança do paradigma), fenómeno que afinal vem potenciar toda a pirataria feita pelos utilizadores das plataformas social media como o Youtube, que pelas razões já enumeradas permitem potenciar a viralidade desses conteúdos dando-lhes asas.
Certamente que o factor de custos mais pesado na indústria do audiovisual é a criação de conteúdos. Ou seja, os grandes grupos de comunicação desenvolvem e possuem a matéria-prima, para depois descurar a sua difusão, e por consequência na sua rentabilização. Fará sentido resistir assim teimosamente até à morte, ou será que ainda pretendem um dia destes reivindicar subsídios ao Estado?
com Hugo Salvado
Publicado originalmente aqui
Aqui está a minha curta intervenção ontem no Prós e Contras (logo ao início da 2ª parte) a propósito das redes sociais e o Facebook em particular. Admito que assim isolada pareça leviana - não pude desenvolver algumas das ideias lançadas. Talvez problema do formato do programa, pareceu-me que o debate acabou sendo monopolizado por quem pouco percebe do assunto e talvez pudesse ter sido bem mais esclarecedor. Muitos terríveis fantasmas foram acenados e ficaram a pairar.
Dez anos passados sobre o surgimento do Facebook proponho uma abordagem diferente que não seja pela perspectiva dos mitos da privacidade e segurança ou dos proveitos profissionais e empresariais do âmbito das “relações públicas” que esta popular plataforma proporciona.
Não é despiciendo que a montante do fenómeno da adesão massiva a esta rede virtual se encontre a democratização da internet em banda larga, e não menos importante a sua portabilidade através dos mais variados dispositivos. Essa massificação remete-nos assim necessariamente para as zonas do planeta mais prósperas economicamente, e também não seria expectável que o Facebook não reflectisse a realidade sociocultural de que emerge, com toda a vulgaridade ou elevação que os seus indivíduos são capazes.
O facto é que as redes sociais proporcionaram o acesso simples das pessoas a diferentes círculos de pertença, que mesmo virtuais correspondem de alguma forma às suas expectativas, assim mesmo se sentindo mais interventivas em diferentes âmbitos e interesses, do familiar ao clube desportivo, até à associação política ou cultural. Se é verdade que pode ser perversa a ilusão de participação criada pela actuação virtual, não podemos ter a arrogância de pensar que as redes de "amizades" que cada utilizador recria através desta plataforma digital não proporcionem legítima e concreta realização afectiva. Por exemplo desde sempre que se partilham em diferentes círculos, profissionais e outros, fotografias das férias, dos netos ou de solenidades familiares, só que agora alargam-se os círculos e vencem-se distâncias físicas. Nesse sentido, toda esta assombrosa “revolução” muito atreita a equívocos e imprudências vem requerendo à generalidade das pessoas a aquisição de competências básicas na gestão da sua imagem pública, que não é mais do que a aplicação das mais óbvias regras do bom senso na gestão das relações interpessoais. Isso deve ser tomado como algo positivo.
Os medos e resistências ao fenómeno das redes sociais ou de auto-edição vêm lentamente diminuindo de intensidade ao mesmo tempo que a racionalidade se impõe à mistificação. O certo é que grande discussão e polémica aconteceram no último quartel do Séc. XIX por ocasião da vulgarização da máquina fotográfica, quando as pessoas comuns tinham medo de aparecer numa fotografia. E no final do Séc. XX toda a gente encarava com naturalidade ver o seu nome e morada descaradamente publicados em letra de forma na Lista Telefónica, o livro de maior tiragem e mais popular naquela época. A rede de Mark Zuckerberg sendo essencialmente recreativa também tem o mérito de vir distribuindo algum entretenimento e companhia de modo democrático a muita gente, mais ou menos expansiva ou solitária.
Publicado originalmente aqui
PS.: Amanhã dia 24 às 22,30 estarei no programa Prós e Contras dedicado ao Facebook: dez anos depois o que terá mudado nas nossas vidasesta rede social?
O Criador jamais descurou a comunicação do grandioso Advento. Naqueles tempos, para guiar o povo disperso e os reis do oriente para o mais improvável local de Encontro, o requinte em comunicação foi literalmente divinal: um cometa rebrilhante no céu indicou o caminho para o Presépio que mudou o rumo de toda a História.
O Fernando Moreira de Sá conseguiu os seus dois minutos de fama, é certo, mas teria conseguido o mesmo assaltando uma velhinha em frente a um estúdio de televisão. Mas o mais irónico de tudo é que nada do que disto seja verdadeiro se revelou minimamente relevante para a História, e a conversa soa a uma anedota de mau gosto em que o Fernando é o alentejano. É óbvio que se esqueceu de levar um bom assessor à entrevista.
Mais sobre o assunto:
Quanto à questão da privacidade "ameaçada" pelas redes sociais: não sei o que há quarenta anos passaria pela cabeça dos nossos avós, quando permitiam o seu nome e morada completa publicados em letra de forma no livro de maior tiragem e mais consultado à época: a Lista Telefónica. Eu, não me atrevo a tanto. Ler mais»»»
Percebe-se o desespero dos jornais “de referência” em perda constante de vendas e publicidade tentarem tirar o mais rendimento possível das suas edições online, mas julgo que é contraproducente a forma extremada e intrusiva como alguns destacam os anúncios. Para o jornal e para o anunciante.
Agora que os políticos na reserva ocuparam massivamente as televisões ao desafio a comentar a política, o democrático espaço público reforça-se com "comentadores de comentadores"; alguns muito bons, convenhamos. São os "recomentadores".
E quem comentar um recomentário é o quê?
O pilar fundamental de qualquer aplicação para internet, mais do que a sofisticação da tecnologia com que é desenvolvida é a ideia subjacente. Como sempre e uma vez mais desaguamos nos fundamentos da comunicação web: o conteúdo é rei e senhor.
Bem conseguido, o novo vídeo institucional que o Turismo de Portugal apresentou ontem em estreia absoluta nos prémios da revista Publituris: curto e cativante está bem focado nos nossos segmentos prioritários. Apenas ressalvo que 15 segundos gastos com os alguns monumentos mais emblemáticos, mesmo em fundo, não teria sido má ideia. A História também reflecte as pessoas, a nossa gente.
Publicado originalmente aqui.
“Em cada dia de 2012, o mundo produziu, mais informação escrita do que toda aquela que existia antes de 2003.” Como se não bastassem os crescentes desafios e aflições que nos impõe o ajustamento económico global, vemo-nos inquietados por esta parangona dum artigo do Jornal de Negócios. Nele se faz referência aos efeitos colaterais da nossa Era Digital que democratizou e desintermediou definitivamente a comunicação. A isso chamou Alfons Cornellá, especialista espanhol em tendências da informação, “infoxicação” um neologismo que é a mescla das palavras “informação” e “intoxicação” salientando assim o seu efeito perverso.
Tanto ou mais do que os efeitos psicossomáticos causados às pessoas que têm dificuldade em desligar-se da constante torrente de informação, se é certo que o fenómeno implica o desenvolvimento de novas competências na pesquisa e filtragem dos dados, interessa-nos aqui salientar o desfio que este coloca aos emissores a descobrirem e actualizarem fórmulas de se fazerem escutar pelos seus públicos-alvo.
Isto só é possível com uma valorização do trabalho profissional nas disciplinas da comunicação e do marketing, no constante aprofundamento do estudo, sério e competente dos mercados e das suas tendências, para a concepção das fórmulas adequadas de conferir credibilidade e atractividade à informação veiculada, que soe cristalina a quem a procura ou dela tenha necessidade.
Da monstruosidade dos números mencionados no início deste texto, desse susto ao final do dia racionalizado, creio sinceramente que apesar de tudo o mundo é hoje mais transparente, que somos todos de facto mais livres.
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Ironia nestes tempos de tecnologia e falência de jornais é o poder que mantém uma manchete assertiva exposta num escaparate de quiosque.
Foto Instagram, publicado originalmente aqui
His Master's Voice ou “A voz do dono” em português, é uma das mais afamadas marcas da indústria de reprodução e gravação e sonora do século XX, tendo-se distinguido em grande medida devido ao seu inconfundível rótulo, um cão atento espreitando para a campânula dum gramofone, uma pintura da autoria de Francis Barraud.
A história que dá origem a este caso de sucesso é bem curiosa e até comovente. Com morte do irmão Mark, o pintor herdou não só o seu fonógrafo como um fox terrier, Nipper. Certo dia quando Francis escutava gravações da voz do seu irmão, o cachorro colocou-se atento junto ao cone do aparelho, reacção que o Francis decidiu perpetuar numa tela. Inicialmente a pintura apresentava um fonógrafo de cilindros, que o pintor inglês tentou, sem sucesso, vender a Thomas Edison para as suas campanhas comerciais.
Perante a recusa, o pintor substituiu o fonógrafo por um gramofone, mecanismo concorrente que então dava os primeiros passos (leitura de discos), e em 1899 vendeu a pintura à empresa britânica The Gramophone Company que a partir de então utilizou em diversas campanhas e com muitas adaptações. Os direitos da célebre imagem foram concedidas para utilização nos EUA à marca Victor Talking Machine Company de Emile Berliner o inventor do gramofone e parceiro amercicano da companhia inglesa.
Em 1920 foi atribuída ao pintor uma pensão anual de 250 libras como reconhecimento da importância que a sua criação teve na promoção dos gramofones em todo o mundo.
Fontes: Wikipédia e “ Fonógrafos e Gramofones” de Luís Cangueiro.
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