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Aí temos o orçamento para 2012. Prevê grandes sacrifícios que vão muito além dos que vínhamos amargando no plano intelectual das expectativas e das ansiedades. Agora sim, ir-nos-ão aos bolsos. Agora sim, os sacrifícios terão expressão material. O facto é preocupante, porque estávamos habituados a viver sem ter de contar os tostões. Mas o facto propõe também algo de novo, uma mudança nos padrões de vida, cuja evolução me desperta, confesso, a maior curiosidade; uma mudança que me parece, a mim, conter em si algo da reclamada "estratégia" de relançamento económico, reduzindo os custos do nosso principal factor de produção, o trabalho, liberalizando o emprego, aumentando os tempos de laboração, banindo os espartilhos que há muito amedrontavam o investimento estrangeiro, reforçando, enfim, as nossas condições de competitividade externa. Que mal haverá nisso? Pessoalmente, não o vejo; ou ainda não o vejo. Nesta Europa caduca, arrogante e desgovernada, sinto que devo ser um pouco chinesa...
Questionava-se há pouco a Maria, no nosso Corta-fitas, sobre o paradeiro da ASAE. Diz que entreviu, num dos bares do Corte Inglês, uma barata, o que a levou a concluir que o prestígio de um estabelecimento não é garantia de coisa nenhuma, que "no melhor pano cai a nódoa" e que todos devem ser zelosamente fiscalizados a bem da clientela incauta. A questão colocada pela Maria não poderia ser mais oportuna. Porque incauta estava eu esta tarde no bar da FNAC, a ler Dostoievsky e a saborear um sumo de laranja, quando vislumbrei, flutuando na bebida, o que veio a revelar-se uma lagarta: uma lagarta minúscula, reboludinha e certamente rica em proteínas, mas ainda assim, uma lagarta! Esta lagarta pôs o ponto final na minha ingestão do sumo e na minha frequência do bar. E será um ponto final sem parágrafo, se a ASAE não se apressa a passar por ali...
Dou por mim a pensar o que levará uma pessoa a ler um blogue como o da Ana Garcia Martins, vulgarmente conhecida como Pipoca e autoproclamada como a mais doce de todas as que à partida julgamos iguais, mas que não são, por serem, pelo menos, menos doces. Brincadeira finda, que o tempo não é coisa que se desperdice, digo que dou por mim a pensar no que levará uma pessoa a ler um blogue daquele tipo por ser aquele tipo de blogue um tipo de blogue puramente pessoal. Temos ali a Ana, sim senhor, bonita fotografia no novo livro, já agora, a falar dos sapatos que compra e que quer, dos benficas que vê e das pernas esticadas que tem em cima da mesa da sala. Tem graça, a Ana. Não duvidemos. Mas a Ana, desculpe-me Ana, tem a mesma graça que as Anas que conhecemos no nosso dia-a-dia. Às vezes chamam-se Maria, outras vezes outras coisas – pouco importa. O que interessa é que qualquer um de nós facilmente descobre uma pipoca, mais ou menos doce, no meio da agenda do telefone ou da lista dos emails. Alguém a quem podemos dizer: - Ó Ana, vamos beber um café e rir um bocadinho? Mas não. As pessoas que lêem o blogue da Ana Garcia Martins, e falo do blogue da Ana Garcia Martins porque estou sentido com a saída de fininho que se seguiu à entrada de rompante, e, já agora, porque lhe invejo os milhares de fãs; dizia eu que as pessoas que lêem o blogue da Ana Garcia Martins parecem preferi-lo à companhia física de uma outra Ana e tal constatação perturba-me. Porque mesmo que os oito mil leitores da pipoca que, convencida, acha que é a mais doce, não conheçam mais anas para além daquela, aperta-me o coração a ideia de se divertirem com as coscuvilhices da vida da Ana e comentando as coscuvilhices da vida da Ana, num anonimato que, incomodativo, é por vezes substituído por um nickname cheio de números e letras arbitrárias para que sim. Sem chegar a nenhuma conclusão após tão longa reflexão, já lá vão uns minutos, vou acabar o relato do esforço mental a que me sujeitei. Calhando, vou ler mais um bocadinho do blogue da Ana, a ver se me vem qualquer coisa à ideia.
Alguém se lembra dos tempos em que o Zé Diogo e o Ricardo iam ao Perfeito Anormal? Este é para mim o melhor texto alguma vez produzido pelos Gato.
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Aliás uma curiosa mistura entre nomes islamitas e ...
E nomes importados via telenovelas e similares pro...
Hoje em dia os seguintes nomes são aceites para re...
Para fraseando António Variações, Maria Albetina c...
Ainda sou do tempo em que o pessoal discutia por c...