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Imperdoável

por João Távora, em 09.03.16

Cavaco Silva visto pela 'intelligentsia' do regime: não se entendeu com Mário Soares quando foi 1° Ministro e desentendeu-se com os socialistas quando foi PR.

De resto custa-me a entender a intolerância da opinião publicada para com com Cavaco. Soares disse muito mais bacoradas e também tinha amigos pouco aconselháveis.

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Bater no ceguinho

por João Távora, em 29.09.11

 

Não gosto de unanimismos. Assim, foi pasmado que assisti ontem ao debate entre jornalistas na SIC Notícias sobre a inédita entrevista ao presidente da república. Um "debate" entre jornalistas tem, salvo raras excepções, o condão de exibir uma fastidiante consonância corporativa. Assim, nenhum dos convidados fez o mais pequeno esforço por disfarçar a sua antipatia "de classe" para com o personagem, sendo que os esgares de ressentimento de António José Teixeira pareceram-me até despudorados. Deste fenómeno de unanimidade, que se evidencia pelo menos desde que se começou a adivinhar a inevitável a reeleição de Cavaco, o que me aflige mesmo é a dificuldade dos jornalistas tirarem daí as devidas ilações: o modelo semipresidencialista remete-nos para uma mistificação a respeito dos poderes e isenção do cargo. Um mito benigno para os da sua facção, maligno para os seus detractores, trágico para a Nação. Ou seja, a falta de uma Chefia de Estado orgânica é bem mais grave quando o país se acerca do olho do furacão e carece como nunca dum sólido símbolo de unidade.

O discurso da dissolução

por João Távora, em 01.04.11

 

Gostei do discurso de Cavaco Silva ontem à noite: sóbrio, realista, pacificador. As palavras certas proferidas pela pessoa errada, que encontra anticorpos ou indiferença na grande maioria dos portugueses. Esse é o nosso maior drama, na conjuntura trágica a que chegámos, com o País ajoelhado perante a Europa, e a soberania penhorada aos credores por troca com uma ilusão de progresso. A falta que hoje nos faz hoje uma reserva moral, uma simbologia inspiradora, uma Instituição independente, ou uma "ficção" benigna, aglutinadora. Ai Portugal, Portugal! 

Cavaco lança nova etapa

por João Távora, em 10.03.11

 

Sem que nutra especial simpatia por Cavaco Silva reconheço-lhe a virtude de ter sido imprevisivelmente responsável, denunciando realidade nua e crua aos portugueses. A verdade também (?) fica bem à política. Claro que foi calculista: o presidente conhece melhor que ninguém a hecatombe financeira que nos espera e as suas trágicas consequências. Entre os paninhos quentes e ficar conotado com o destroço de governo que nos trouxe aqui, ou servir aqueles a quem mais tarde ou cedo caberá a missão de reconstruir o País, preferiu os segundos.

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Arde e não é pouco!

por Pedro Quartin Graça, em 17.04.10

Sua Excelência o Presidente da República Aníbal Cavaco Silva regressa de Praga, com o devido respeito, com as "orelhas a arder". Foi, de longe, a visita oficial que mais constrangimentos lhe causou... A verdade é que o puxão, melhor dito, os dois puxões, não eram para ele mas sim para o "nosso" Primeiro, Engº Sócrates, mas como "estava à mão"... É a outra face da "cooperação estratégica" quando se apanha pela frente quem não tem "papas na língua"!

I'm Sorry, Can You Repeat That?

por Pedro Quartin Graça, em 17.04.10

Cavaco Silva em Praga: "confiamos na burocracia de Bruxelas"...

(ainda que dita no âmbito do espaço aéreo europeu, não deixa de ser preocupante vinda da boca do P.R...)

Presidente condiciona passos...

por Pedro Quartin Graça, em 31.03.10

Os passos do novo líder do PSD estão condicionados. Para quem pensasse que Pedro Passos Coelho teria "luz verde" para executar a estratégia que defende para o PSD ou a moção política que resultar do próximo Congresso, desengane-se. Há quem, desde o primeiro dia deixe bem claro que pretende assegurar que o consulado de PPC esteja fortemente "vigiado", nem que isso implique, de vez, e curiosamente, o fim do actual Regime. Para as bandas de Belém, nesta República à beira de comemorar 100 anos, o valor supremo que o mais alto magistrado da Nação defende é... a "estabilidade". Ingenuamente pensei eu que o que mais interessava era a democracia, fosse ela em Monarquia ou em República. Mas há uns anos a esta parte, a democracia parece ser um dado adquirido na cabeça de alguns (atitude perigosa...) e o valor que mais alto se levanta agora é outro: a dita "estabilidade", a qual significa: paz podre, manutenção do status quo, na prática, o "deixa andar" que caracterizou as últimas décadas da jovem democracia portuguesa com os resultados que se conhecem.

É a segunda vez no passado recente que um líder partidário, curiosamente sempre do PSD, vê a sua acção condicionada por um Presidente da República. Foi o caso de Pedro Santana Lopes com Jorge Sampaio, que culminou no conhecido "golpe de Estado constitucional" que levou à dissolução da Assembleia da República e à queda do Governo e, agora, a propósito do malfadado PEC, Cavaco Silva com o novo Presidente do PSD, Pedro Passos Coelho. O Presidente pretende que PPC não trave o PEC "a bem da imagem externa do País". Ou seja, o que conta são as aparências, não interessa se a casa está ou não arrumada. Tem é de parecer que está, nem que o lixo se acumule todo debaixo dos tapetes. A reacção dos mais próximos do novo líder do PSD não se fez esperar. E estão cobertos de razão. Numa monarquia uma atitude deste tipo por parte do Chefe do Estado seria impossível. Aí "o Rei reina mas não governa" ou seja, ao Rei cabe a função de Chefe de Estado e representa a Nação, nomeadamente nas questões internacionais, o tal palco onde Cavaco pretende que tudo aparente "estar bem". É com atitudes como esta que o Regime se afunda. No que me toca fico encantado, mas que mete dó, mete. E vamos andando...

Ler os outros

por João Távora, em 01.10.09

(...) Nos regimes monárquicos constitucionais como os do Reino Unido, Suécia, Dinamarca, Noruega, Luxemburgo, Espanha, Holanda, Bélgica, Japão, Austrália, Canadá, nunca o Chefe do Estado foi acusado de partidarismo, ou se levantaram suspeitas de que serviços secretos andavam a armar-se em espiões partidários.

É preciso irmos às repúblicas dos EUA (Nixon), França (Chirac) ou ao Portugal de hoje, - já sem falar na Itália ou na Grácia por uma simples questão de decoro, - para confirmarmos, mais uma vez, que a natureza da própria República acaba sempre, mais tarde ou mais cedo, neste espectáculo lamentável a que estamos a assistir.

Nas Monarquias constitucionais contemporâneas, o Chefe do Estado - a Coroa - é o garante do suprapartidarismo do Poder Judicial, das Forças Armadas e da Independência Nacional.

Em República as "secretas" andam quase sempre ao deus dará. Umas vezes só nas mãos do Chefe do Estado, outras sob a alçada do Governo da altura.... por entre os "mixericos" partidários de quem irá ser o próximo Presidente...

Mas alguém tinha dúvidas que iam começar mal as comemorações do tal "centenário" da república?

 

Luís Filipe Coimbra 31 da Armada

Sem rei nem roque

por João Távora, em 30.09.09

 

Foi um espectáculo confrangedor ontem à noite assistir às declarações do Chefe de Estado: afinal as suas tão aguardadas palavras pouco mais revelaram do que um homem acossado pela intriga que grassa entre os órgãos de soberania e de estados d’alma pouco dignos do mais alto magistrado da nação. Depois, já enterrado no sofá, foi assistir atónito à intervenção do ministro Pedro Silva Pereira, em autêntica pose de estadista, ripostar com invulgar dureza e numa arrogância quase elegante a pública birra de Cavaco Silva.

O que vem à tona com isto tudo é a materialização dum negro pesadelo: uma nação pobre e decadente a hipotecar o seu presente com  uma baixa e irresponsável guerrilha política protagonizada pelos principais órgãos de soberania nacionais: uma crise sistémica sem solução à vista.  Sem dúvida o panorama ideal para o regime celebrar o seu centenário. 

 

Também publicado aqui

Obscenidades e oportunismos

por nuno saraiva, em 11.06.09

 

Mais vale tarde, que nunca, diz a sabedoria popular. E, de facto, a falta de pudor e de vergonha, às vezes ainda me surpreende. Depois do puxão de orelhas generalizado que o Presidente da República aplicou na sua argumentação para vetar a Lei do Financiamento dos Partidos, eis que aparece, candidamente, o dr. Paulo Rangel a dizer que “o PSD sempre foi contra estes pontos agora criticados pelo Presidente da República. Só votamos a favor para garantir o consenso”. A obscenidade do oportunismo do PSD revelada na colagem à mensagem de Cavaco Silva é, a todos os títulos, lamentável. Andou bem o Presidente ao vetar este diploma porque, como bem explicou, não tem mecanismos que garantam a transparência. E, aumentar, ainda por cima em ano de eleições, os limites para a entrada de dinheiro vivo para o financiamento partidário é contribuir para o aumento da opacidade das contas dos partidos e um convite ao fenómeno da corrupção. A este propósito vale a pena recordar o que foi dito por Manuela Ferreira Leite, poucos dias após a aprovação da Lei, quando um imenso coro de criticas, algumas do seu núcleo mais próximo como foram os casos de Rui Rio ou Pacheco Pereira.    

"Se tiver efeitos perversos e se for essa a interpretação, como não era o nosso objectivo, não temos nenhuma hesitação em aceitar um ajustamento à lei". Esta declaração de Manuela Ferreira Leite, produzida após um encontro com o Prémio Nobel da Economia, Joseph Stiglitz, duas semanas após a aprovação da lei, foi mais uma pérola da hipocrisia nacional. A presidente do PSD não ignorava, certamente, que na fase legislativa em que estava o processo – redacção final do diploma – só seriam admitidas as chamadas alterações técnicas como sejam a numeração correcta de artigos ou as remissões. De facto, admitir duas semanas depois da lei do financiamento dos partidos ter sido aprovada, por quase unanimidade – só António José Seguro do PS votou contra – alterações a esta mesma lei foi, no mínimo, despudorado. O que fez Manuela Ferreira Leite foi uma cedência ao populismo mais básico, à vox populi dominante que revela o desagrado pela forma como os partidos legislaram em beneficio próprio, abrindo as portas à entrada de dinheiro vivo sem controlo, e ainda por cima em tempos de crise. A menos de um mês da primeira de três eleições, esta não foi mais que uma manobra eleitoralista. A líder social-democrata sabia, com certeza, que não havia nada a fazer. A lei só podia ser revista se o Presidente da República - que tinha aliás chamado à atenção em devido tempo para a necessidade de os partidos serem poupados nos gastos de campanha - devolver o diploma ao Parlamento – como aliás aconteceu –, ou, caso a tivesse promulgado, na próxima legislatura, já depois das eleições. Mas Ferreira Leite cedeu também ao bloco central de críticas, oriundas de figuras destacadas do PSD e do PS, como o seu primeiro vice-presidente, Rui Rio ou o ex-ministro João Cravinho, mostrando, mais uma vez, que é permeável à contestação, sobretudo se for interna.


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